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terça-feira, 22 de março de 2016

ESTUDO 51 O LIVRO DOS MÉDIUNS - SEGUNDA PARTE DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS – CAPITULO XIII - PSICOGRAFIA Itens 152 a 156

O LIVRO DOS MÉDIUNS

(Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores)


Por

ALLAN KARDEC


Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.


SEGUNDA PARTE

DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS


CAPITULO XIII

PSICOGRAFIA

Estudo 51 - Item 152 a 156

Psicografia Indireta

Neste capítulo sobre a psicografia recordamos estudo sobre as mesas girantes.
Afirma Allan Kardec na introdução do cap. XIII que a Ciência Espírita progrediu como todas as outras e mais rapidamente que as outras, porque apenas alguns anos separam as experiências por meios primitivos e incompletos chamadas, trivialmente, de mesas falantes, das comunicações entre homens e Espíritos através da escrita (psicografia) e da palavra (psicofonia).
A escrita tem a vantagem de demonstrar de maneira mais material a intervenção de uma potência oculta, deixando traços que podemos conservar, como fazemos com nossa correspondência. O primeiro meio empregado foi o das pranchetas e das cestas munidas de lápis. Vejamos a descrição que o Codificador faz desses processos:
Sabemos que uma pessoa dotada de aptidão especial pode imprimir movimento de rotação a uma mesa ou a outro objeto qualquer. Tomemos, em vez da mesa, uma cestinha de quinze a vinte centímetros de diâmetro (de madeira ou de vime, a substância pouco importa). Se fizermos passar pelo fundo dessa cesta um lápis e o prendermos bem, com a ponta de fora e para baixo; se mantivermos o aparelho assim formado em equilíbrio sobre a ponta do lápis, apoiado este sobre uma folha de papel, e apoiarmos os dedos nas bordas da cesta, ela se porá em movimento; mas, em vez de girar, fará que o lápis percorra, em diversos sentidos, o papel, traçando riscos sem significação ou letras. Se um Espírito for evocado e, caso queira se comunicar, ele responderá não por meio de pancadas, como na tiptologia, porém, escrevendo palavras. O movimento da cesta já não é automático, como no caso das mesas girantes, pois torna-se inteligente. Com esse dispositivo, o lápis, ao chegar à extremidade da linha, não volta ao ponto de partida para começar outra; continua a mover-se circularmente, formando uma espiral, tornando necessário voltear muitas vezes o papel para se ler o que está grafado. Nem sempre é muito legível a escrita assim feita, por não ficarem separadas as palavras. Entretanto, o médium, por uma espécie de intuição, facilmente a decifra. Por economia, o papel e o lápis comum podem ser substituídos por uma lousa com o respectivo lápis.
Designaremos este gênero de cesta pelo nome de cesta-pião.
Muitos outros dispositivos se têm imaginado para a obtenção do mesmo resultado. O mais cômodo é o a que chamaremos cesta de bico e que consiste em adaptar-se à cesta uma haste inclinada, de madeira, prolongando-se dez a quinze centímetros para o lado de fora, na posição do mastro numa embarcação.
Por um buraco aberto na extremidade dessa haste, ou bico, passa-se um lápis bastante comprido para que sua ponta assente no papel. Pondo o médium os dedos na borda da cesta, o aparelho todo se agita e o lápis escreve, como no caso anterior, com a diferença, porém, de que, em geral, a escrita é mais legível, com as palavras separadas e as linhas sucedendo-se paralelas, como na escrita comum, por poder o médium levar facilmente o lápis de uma linha a outra. Obtêm-se assim dissertações de muitas páginas, tão rapidamente como se se escrevesse com a mão.
Ainda por outros sinais inequívocos se manifesta amiúde a inteligência que atua. Chegando ao fim da página, o lápis faz espontaneamente um movimento para virar o papel. Se ele se quer reportar a uma passagem já escrita, na mesma página, ou noutra, procura-a com a ponta do lápis, como qualquer pessoa o faria com a ponta do dedo, e sublinha-a. Se, enfim, o Espírito quer dirigir-se a alguém, a extremidade da haste de madeira se dirige para esse alguém. Por abreviar, exprimem-se frequentemente as palavras sim e não, pelos sinais de afirmação e negação que fazemos com a cabeça. Se o Espírito quer exprimir cólera, ou impaciência, bate repetidas pancadas com a ponta do lápis e não raro a quebra.
Em vez de cesta, algumas pessoas se servem de uma espécie de mesa pequenina, tendo de doze a quinze centímetros de comprimento, por cinco a seis de altura, e três pés a um dos quais se adapta um lápis. Os dois outros são arredondados, ou munidos de uma bola de marfim, para deslizar mais facilmente sobre o papel. Outros se utilizam apenas de uma prancheta de quinze a vinte centímetros quadrados, triangular, oblonga, ou oval. Numa das bordas, há um furo oblíquo para introduzir-se o lápis. Colocada em posição de escrever, ela fica inclinada e se apoia por um dos lados no papel. Algumas trazem desse lado rodízios para lhe facilitarem o movimento. E de ver-se, em suma, que todos esses dispositivos nada têm de absoluto. O melhor é o que for mais cômodo.
Com qualquer desses aparelhos quase sempre é preciso que os operadores sejam dois, mas não é necessário que ambos sejam médium. Um serve unicamente para manter o equilíbrio do aparelho e diminuir a fadiga do médium.
Concluímos esse estudo relembrando a importância de revisar esses métodos, hoje ultrapassados, mas que na época de seu surgimento chamaram a atenção dos homens para a existência da realidade espiritual. As mesas girantes, cestinhas, pranchetas, etc., representam o ponto de partida da Codificação Espírita e, por essa razão, necessitamos recordar sua origem, seu modo de operar, e compreendendo seu mecanismo, teremos elementos para a decifração de outros efeitos mais complexos.
Ressalte-se que o Espiritismo não inventou nem descobriu essas manifestações e que Allan Kardec, ao deter-se sobre esses fenômenos, afirmaria mais tarde: ..."vislumbrei naqueles fenômenos a chave do problema do passado e do futuro da Humanidade, tão confuso e tão controvertido, a solução daquilo que eu havia buscado toda a minha vida."

Bibliografia:

KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap. XIII - 2ª Parte

BIGHETTI, Leda M. - Allan Kardec em Verdade e Luz: 1.ed. Capivari: EME (para USE Ribeirão Preto - Edição Comemorativa ao Bicentenário de Allan Kardec) - 1ª Parte, pág 74 e 80.

Tereza Cristina D'Alessandro
Outubro / 2005

Centro Espírita Batuira

cebatuira@cebatuira.org.br

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