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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Céu inferno_035_2ª parte cap. II - Espíritos Felizes - Antoine Costeau

Céu inferno_035_2ª parte cap. II - Espíritos Felizes - Antoine Costeau

TEXTO PARA ESTUDO

Antoine Costeau - Membro da Sociedade Espírita de Paris, sepultado em 12 de setembro de 1863 no cemitério de Montmartre, em vala comum.

Era um homem de coração que o Espiritismo reconduziu a Deus; completa, sincera e profunda era a sua fé em Deus. Simples calceteiro, praticava a caridade por pensamentos, palavras e obras consoante os fracos recursos de que dispunha e encontrando meios, ainda assim, de socorrer os que possuíam menos do que ele. Se a Sociedade não lhe adquiriu uma sepultura particular, foi porque lhe pareceu dever antes empregar mais utilmente o dinheiro em benefício dos vivos, do que em vás satisfações de amor-próprio, além de que nós, os espíritas, sabemos melhor que ninguém que a vala comum é, tanto quanto os mais suntuosos mausoléus, uma porta aberta para o céu.

O Sr. Canu, secretário da Sociedade e profundo materialista de outros tempos, pronunciou sobre a campa a seguinte alocução:

"Caro irmão Costeau: Faz alguns anos, muitos dentre nós, e eu em primeiro lugar, não viríamos ante este túmulo aberto, que representaria apenas o fim das misérias humanas, e depois o nada, o pavoroso nada, isto é, onde não existia nem alma para merecer ou expiar, e, conseqüentemente, nem Deus para recompensar, castigar, ou perdoar. Hoje, graças à nossa santa Doutrina, divisamos aqui o termo das provações, e para vós, querido irmão, cujos despojos baixam à terra, o triunfo dos labores e o início das recompensas a que fizeram jus a vossa coragem, resignação, caridade, as vossas virtudes, e, acima de tudo isso, a glorificação de um Deus sábio, onipotente, justo e bom.

"Sede, pois, caro irmão, o portador das graças que rendemos ao Eterno por ter permitido dissiparem-se as trevas do erro e da incredulidade que nos assoberbavam. Não há muito tempo, e nestas mesmas circunstâncias, com a fronte abatida e o coração lacerado, em desânimo, nós vos diríamos: - "Amigo, adeus para sempre". Mas hoje vos dizemos, de fronte erguida, radiante de esperanças, e com o coração repleto de amor e de coragem: - "Caro irmão, até breve, orai por nós."

Um dos médiuns da Sociedade obteve ali mesmo sobre a sepultura, ainda meio aberta, a seguinte comunicação, ouvida por todos os assistentes, coveiros inclusive, de cabeça descoberta e com profunda emoção. Era, de fato, um espetáculo novo e surpreendente esse de ouvir palavras de um morto, recolhidas do selo do próprio túmulo:

"Obrigado, amigos, obrigado. O meu túmulo ainda nem mesmo de todo é fechado, mas, passando um segundo, a terra cobrirá os meus despojos. Vós sabeis, no entanto, que minha alma não será sepultada nesse pó, antes pairará no Espaço a fim de subir até Deus!

"E como consola poder-se dizer a respeito da dissolução do invólucro: Oh! Eu não morri, vivo a verdadeira vida, a vida eterna! O enterro do pobre não tem grandes cortejos, nem orgulhosas manifestações se abeiram da sua campa...
(...)

"Quanto a vós, espíritas, irmãos, amigos, obrigado por terdes vindo a esta morada de pó e lama, a dizer-me adeus. Mas sabeis, e sabeis multo bem, vós, que minhalma imortal vive, e que algumas vezes vos irá pedir preces que jamais lhe recusareis para auxiliá-la na vida magnífica que lhe descortinastes na vida terrena. A vós todos que aqui estais, adeus. Nós nos podemos rever noutro lugar que não sobre este túmulo. As almas me chamam a conferenciar. Adeus, orai pelos que sofrem e até outra vista.
Costeau."

Três dias depois, evocado num grupo particular, o Espírito de Costeau assim se exprimiu por intermédio doutro médium:

"A morte é a vida. Não faço mais que repetir o que já disseram, mas para vós não há outra expressão senão esta, a despeito do que afirmam os materialistas, os que preferem ficar cegos. Oh! meus amigos, que belo espetáculo sobre a Terra o de ver tremular os estandartes do Espiritismo!
(...)

"Oh! meus irmãos, pensai na felicidade imensa que possuís como primeiros iniciados na obra da regeneração.

(...)
"Obrigado, bons amigos que me atraístes para junto de vós. Participai aos nossos irmãos que estou muitas vezes com o nosso amigo Sanson. Até outra vista e coragem, porque o triunfo vos espera. Felizes os que houverem tomado parte no combate!"

Daí por diante o Sr. Costeau manifestou-se constantemente, na Sociedade e em outras reuniões, dando sempre provas dessa elevação de pensamentos que caracteriza os Espíritos adiantados.

QUESTÕES PARA ESTUDO E DEBATE

1. Qual a maneira encontrada por Antoine para praticar a caridade?

2. Na sua opinião, este proceder caracteriza a melhor forma de praticá-la? Justifique.

3. Que acontecimentos foram vivenciados pelos que se encontravam à beira do túmulo de Antoine e qual a relevância destes fatos?

Aconselhamos que a leitura do texto seja feita na íntegra.

Se alguém não tiver o livro pode baixá-lo (download) gratuitamente no site da FEB: http://www.febnet.org.br/

Conclusão:

1. Apesar de não ter recursos materiais ele utilizava os recursos da alma para ajudar as pessoas e desdobrava-se em função do próximo tão ou mais necessitado do que ele, numa prova de que ninguém é tão pobre que não tenha nada para doar a outra pessoa.

2. A caridade praticada desta forma é a que mais agrada a Deus, pois estamos realmente dando algo de nós para ajudar quem precisa. É a caridade do coração, do desprendimento, do amor. De nada valeria, ou pouco valeria, dar-se ao outro aquilo que não precisamos mais ou o que nos sobra, mas dividir com o mais necessitado aquilo que temos pouco ou o melhor dos nossos sentimentos, a mão amiga que ampara, certamente é a forma que realmente conta.


3. A comunicação deste espírito se deu ainda quando seus amigos se encontravam a beira de seu túmulo o que evidenciou a elevação deste espírito que deve ter passado por uma perturbação muito rápida e/ou muito leve, tendo tido condições e permissão para comunicar-se tão cedo.

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