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terça-feira, 12 de janeiro de 2016

nl03_03_A casa mental LIVRO NO MUNDO MAIOR

nl03_03_A casa mental LIVRO NO MUNDO MAIOR

Texto base para estudo

"Retomando a companhia de Calderaro, na manhã luminosa, absorvia-me  o propósito de enriquecer noções pertinentes às manifestações da vida próxima à esfera física.
(...)
"Inquestionavelmente, vivíamos todos em intenso trabalho, com escassas horas reservadas a excursões de entretenimento; demais, fruíamos ambiente de felicidade e alegria a favorecer-nos a marcha evolutiva. Nossos templos constituíam por si sós, abençoados núcleos de conforto e de revigoramento. Nas associações culturais e artísticas encontrávamos a continuidade da existência terrestre, enriquecida, porém, de múltiplos elementos educativos...
Não nos faltavam determinações e deveres, ordem e disciplina; entretanto, a serenidade era nosso clima, e a paz, nossa dádiva de cada dia.
Arremessara-nos a morte a atmosfera estranha à luta física.   A primeira sensação fora o choque.  Empolgara-nos o imprevisto.  Continuávamos vivendo, apenas sem a máquina fisiológica, mas as novas condições de existência não significava subtração da oportunidade de evolver. ...
 (...)
"Em suma, a passagem pelo sepulcro conduzira-nos a uma vida melhor; mas... e os milhões que transpunham o estreito limiar da morte, permanecendo apegados à Crosta da Terra?
Incalculáveis multidões  desse gênero mantinham-se  na fase rudimentar  do conhecimento;  apenas possuíam algumas informações primárias da vida;  exoravam amparo dos Espíritos Superiores, como as tribos primitivas reclamam o concurso  dos homens civilizados; precisavam de desenvolver faculdades, como as crianças de crescer;
... Guardavam da existência apenas a lembrança do campo sensitivo, reclamando a reencarnação quase imediata quando lhes não era possível  a matrícula  em  nossos educandários de serviço e aprendizado iniciais.  Por outro lado, verdadeiras falanges de criminosos e transviados agitavam-se, não longe de nós, depois de haverem transposto as fronteiras do túmulo; consumiam,  por vezes,  inúmeros anos entre a  revolta  e  a desesperação, personificando hórridos gênios da sombra,  como ocorre,  nos  círculos terrestres, com os delinqüentes contumazes, segregados da sociedade sadia; ...
(...)
"Aproximei-me de Calderaro, naquela manhã, sedento de saber. Expus-lhe minhas indagações íntimas, relatei-lhe aos ouvidos tolerantes minha expectativa ansiosa, longamente sofreada; pretendia conhecer os que es entretinham na maldade, no crime, na inconformação.
Meu amigo escutou calmo, sorriu benevolamente e começou por esclarecer:
-  Antes de mais nada, André, modifiquemos o conceito,  Para transformar-nos em legítimos elementos de auxílio aos Espíritos sofredores, desencarnados ou não, é-nos imprescindível compreender perversidade como loucura, a revolta como ignorância e o desespero como enfermidade.
(...)
"Daí a minutos, acompanhando-o, penetrei vasto hospital detendo-nos diante do leito de certo enfermo, que o Assistente deveria socorrer. Abatido e pálido, mantinha-se ele unido a deplorável entidade de nosso plano, em míseras condições de inferioridade e de sofrimento.  O doente, embora quase imóvel, acusava forte tensão de nervos,  sem perceber, com os olhos físicos, a presença do companheiro de sinistro aspecto. Pareciam visceralmente jungidos um ao outro,  tal a  abundância de  fios tenuíssimos que mutuamente os entrelaçavam, desde o tórax à cabeça, pelo que se me afiguravam dois prisioneiros de uma rede fluídica.  Pensamento de um deles com certeza viveriam no cérebro do  outro. Comoções e sentimentos seriam permutados entre ambos com matemática precisão.  Espiritualmente, estariam, de contínuo, perfeitamente identificados entre si.  Observava-lhes, admirado, o fluxo de comuns vibrações mentais
( ... )
"Decorridos alguns momentos, concluí que, à parte a configuração das peças e o ritmo vibratório, tinha sob os olhos dois cérebros quase idênticos.  Diferia o campo mental do desencarnado, revelando alguma superioridade no terreno da substância, que, no corpo perispiritual, era mais leve e menos obscura.  Tive a impressão de que, se lavássemos, por dentro, o cérebro do amigo estirado no leito,  escoimando-o de certos  corpúsculos mais pesados, seria ele quase igual, em essência, ao da entidade que eu mantinha  em exame.  As divisões luminosas, porém, eram em tudo análogas. ...
( ... )
"... Aqui aprendemos que o organismo perispirítico que nos condiciona em matéria mais leva e mais plástica, após o sepulcro, é fruto igualmente do processo evolutivo. Não somos criações milagrosas, destinadas ao adorno de um paraíso de papelão. Somos filhos de Deus e herdeiros dos séculos, conquistando valores, de experiência em experiência, de milênio a milênio. Não há favoritismo no Templo Universal dos Eternos, e todas as forças da Criação aperfeiçoam-se no Infinito....
"- Não podemos dizer que possuímos três cérebros simultaneamente. Temos apenas um que, porém, se divide em três regiões distintas.Tomemo-lo como se fora um castelo de três andares:  no primeiro situamos a  " residência de  nossos  impulsos automáticos", simbolizando o sumário vivo dos serviços realizados; no segundo localizamos o "domicílio das conquistas atuais", onde se erguem e se consolidam as qualidades nobres que estamos edificando; no terceiro, temos a "casa das noções superiores", indicando as eminências que nos cumpre atingir.  Num deles moram o hábito e o automatismo; no outro residem o esforço e a vontade; e no último demoram o ideal  e a meta superior  a  ser alcançada.  Distribuímos, deste modo, nos três andares, o subconsciente, o consciente e o superconsciente.  Como vemos, possuímos, em nós mesmos, o passado, o presente e o futuro.
( ... )
"- Examinamos aqui dois enfermos: um, na carne; outro, fora dela. Ambos trazem o cérebro intoxicado, sintonizando-se absolutamente um com o outro. Espiritualmente, rolaram do terceiro andar, onde situamos as concepções superiores, e, entregando-se  ao relaxamento da vontade, deixaram de acolher-se no segundo andar, sede do esforço próprio, perdendo valiosa oportunidade de reerguer-se; caíram, destarte, na esfera dos impulsos instintivos, onde se arquivam todas as experiências da animalidade anterior.   Ambos detestam a vida, odeiam-se reciprocamente, desesperam-se, asilam idéias de tormento, de aflição, de vingança. Em suma, estão loucos, embora o mundo lhes não vislumbre o supremo desequilíbrio, que se verifica no íntimo da organização perispiritual."

Questões para estudo  

1.-  Como o Assistente Calderaro explica o estado de sofrimento em que se encontram inúmeros espíritos no plano espiritual?

2.-  Podemos considerar o estado de loucura como doença do corpo físico ou do corpo espiritual?

3.-  Como podemos entender a divisão do cérebro em três partes, à vista da explicação dada pelo Assistente?

4.-  A relação entre o enfermo visitado pelos benfeitores e o desencarnado que com ele se encontrava presente caracteriza um processo de obsessão?

Conclusão:

Nesse capítulo III, André Luiz dá inicio ao trabalho a que se propõe nessa nova etapa de sua vivência no plano espiritual.
Integrado à equipe do Assistente Calderaro,  o Autor visitaria paciente  que  se encontrava internado em hospital e que receberia a assistência espiritual dos benfeitores.
Antes da visita, porém, André Luiz fez algumas reflexões sobre os espíritos recalcitrantes na prática do mal, que, por esse motivo, encontram-se em prolongado estado de sofrimento.
Solicitou, então, do Assistente,  algumas considerações sobre  as causas  da persistência desses espíritos em não se modificarem e sobre os distúrbios mentais de que são acometidos.

Questões para estudo  

1.-  Como o Assistente Calderaro explica o estado de sofrimento em que se encontram inúmeros espíritos no plano espiritual?

Indagado por André Luiz sobre as razões por que inúmeros espíritos  sofriam  ao persistirem na prática do mal, sem conseguirem compreender o verdadeiro sentido da existência,  Calderaro explicou que esses espíritos permaneciam no escuro  da incompreensão devido ao estado de ignorância em que se encontram,  quanto  às questões espirituais. Conceituou a perversidade como loucura, a revolta como ignorância e o desespero como enfermidade.  Ressaltou a necessidade de se estudar detidamente o cérebro humano que se encontra em posição desarmônica, tanto dos que estão na carne como fora dela.  Situou aí, no cérebro, o órgão de manifestação da atividade espiritual.

2.-  Podemos considerar o estado de loucura como doença do corpo físico ou do corpo espiritual?
A doutrina espírita nos ensina que toda anomalia no corpo físico tem a sua gênese no espírito.  A questão proposta deve ser entendida como se saber se a loucura, ou melhor, as distonias mentais, podem ser consideradas doenças do corpo físico ou do corpo espiritual.  Nesse sentido, pelas explicações do Instrutor Calderaro ao analisar o caso do enfermo que visitou no hospital, podemos entender que a doença se localiza no espírito.  O cérebro do corpo físico funciona apenas como o veículo de manifestação desse estado mental desarmonizado.  É o órgão que manifesta o desequilíbrio e permite o seu diagnóstico. Localizando-se na mente, as doenças psíquicas são fruto da desarmonia do espírito, que é a sua sede. Por isso é que também o espírito desencarnado, como demonstrou o Assistente, pode sofrer desse mal, mesmo desprovido do cérebro físico.

3.-  Como podemos entender a divisão do cérebro em três partes, à vista da explicação dada pelo Assistente?

Pelos ensinamentos colhidos por André Luiz, o cérebro humano se divide em três regiões distintas, embora interligadas. Na parte inferior, situam-se os impulsos automáticos, instintivos, onde arquivamos nossas experiências pretéritas, inclusive das fases de animalidade e do primitivismo por que passamos ao ingressarmos no reino hominal; na parte intermediária, localizam-se as conquistas e as imperfeições que estamos vivenciando, frutos de nossa evolução até aqui e, na parte superior, vamos encontrar os ideais e metas a serem alcançados.
Resumindo, explicou o benfeitor espiritual que possuímos em nosso cérebro o subconsciente, onde reside o passado; o consciente, onde encontramos o presente e o superconsciente, moradia do futuro.

4.- A relação entre o enfermo visitado pelos benfeitores e o desencarnado que com ele se encontrava presente caracteriza um processo de obsessão?


Sem dúvida, o assédio controlador que a entidade desencarnada exercia sobre o paciente visitado é característico de um processo obsessivo instalado.  Ambos se encontravam com o cérebro espiritual tão igualmente intoxicado que André Luiz destacou que, se retirasse do cérebro do encarnado os corpúsculos mais pesados que nele  se achavam face a essa condição, seus cérebros seriam iguais em sua essência.  Essa condição permitia uma sintonia total entre ambos.

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