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terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Mediunidade e racionalização - caminho da mistificação‏

Mediunidade e racionalização - caminho da mistificação‏

Na tentativa de evitar os excessos da imaginação em torno das questões da mediunidade, os espíritas armaram-se de cuidados tais que acabaram racionalizando por demais a prática mediúnica. Esquecem-se de que o intelecto ainda é órgão dos sentidos e, para os espíritos sagazes, os sentidos representam o campo de ação, através dos quais eles se conectam com os médiuns.

Na tentativa de tudo explicar em relação aos fenômenos, os médiuns não encontram a ocasião de serem testados na fé ou de passarem pelas aferições do coração, estas sim, mais apropriadas para validar o que é de ordem espiritual.

Ao perceber a preocupação dos espíritas em fomentar o racionalismo como meio de conter possíveis excessos do fanatismo, os espíritos viram nisso oportunidade de insuflar o mal através do bem aparente. Eles estimularam o rigor disciplinar na tentativa de fazer com que os médiuns, empenhados em manter-se alerta para evitar as mistificações, deixassem de aprofundar o processo de autoconhecimento. E isto é o que representa o meio mais seguro, capaz de evitar que o médium seja mistificado. 

Os médiuns ocuparam-se no sentido de aprender a identificar os meios possíveis pelos quais poderiam vir a ser confundidos. Entretanto, esqueceram-se de que, sem que conheçam profundamente o próprio mundo interior, continuam à mercê dos espíritos que desenvolvem métodos cada vez mais sutis de aproximação.
Isso contribui para a triste situação que atinge grande número de reuniões espíritas. Espíritos fazem-se passar por trabalhadores do Cristo, quando, a bem da verdade, são mentes engenhosas, capazes de enganar até os mais experimentados. Os mais ludibriados são, quase sempre, aqueles que acreditam no vasto conhecimento já adquirido com estudos conceituais, como sendo suficiente para livrá-los do embuste.

Falta-nos ainda a fé que leva o espírito a transpor a barreira que o separa da verdade. Essa fé, capaz de remover montanhas e obstáculos, podemos encontrar em alguns personagens do Evangelho, a exemplo da mulher hemorrágica que, desejando curar-se, venceu a própria inércia, rompeu com as convenções e foi ao encontro dos recursos de que necessitava para curar-se. Ela rompeu com a passividade para tornar-se protagonista da própria existência. Isso é algo que o Alto espera dos medianeiros conscientes do papel que lhe compete. (...)


Trecho do capítulo 3, "A disputa pela posse da verdade", páginas 41 a 43
Livro: Mediunidade sem Fronteiras, autora: Fátima Ferreira
Editora Inede

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