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quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Crises sem dor


CRISES SEM DOR
 
Fáceis de reconhecer as crises abertas.
Provação exteriorizada, dificuldade à vista.
Surgem, comumente, na forma de moléstias, desencantos, acidentes ou suplícios do coração, atraindo o concurso espontâneo dos circunstantes a que se escoram as vítimas, vencendo, com serenidade e valor, tormentosos dias de angústia, como quem atravessa, sem maiores riscos, longos túneis de aflição.
Temos, porém, calamitosas crises sem dor, as que se escondem sob a segurança de superfície:
quando nos acomodamos com a inércia, a pretexto de haver trabalhado em demasia...
   nas ocasiões em que exigimos se nos faça o próximo arrimo indébito no jogo da usura ou no ataque da ambição...
    qualquer que seja o tempo em que venhamos a admitir nossa pretensa superioridade sobre os demais...
     sempre que nos julguemos infalíveis, ainda mesmo em desfrutando as mais elevadas posições nas trilhas da Humanidade...
      toda vez que nos acreditemos tão supostamente sábios e virtuosos que não mais necessitemos de avisos e corrigendas, nos encargos que nos são próprios...
Sejam quais sejam os lances da existência em que nos furtemos deliberadamente aos imperativos de autoeducação ou de auxílio aos semelhantes, estamos em conjuntura perigosa da vida espiritual,  com a obrigação de esforçar-nos, intensamente, para não cair em mais baixo nível de sentimento e conduta.
Libertemo-nos dos complexos de avareza e vaidade, intransigência e preguiça que nos acalentam a insensibilidade, a ponto de não registrarmos a menor manifestação de sofrimento, porquanto, de modo habitual, é através deles que se operam, em nós e em torno de nós, os piores desastres do espírito, seja pela fuga ao dever ou pela queda na obsessão.



Emmanuel (Chico Xavier)

(De ESTUDE E VIVA, de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, pelos Espíritos de Emmanuel e André Luiz)

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