C B -
Aula 15 - Ação E Reação(1) 3
15 - LEI DE AÇÃO E REAÇÃO
O LIVRO DOS ESPIRITOS QUESTÕES 70,
171, 810
70 O que acontece com a matéria e o
princípio vital dos seres orgânicos quando eles morrem?
A matéria sem atividade se decompõe e
vai formar novos organismos. O princípio vital retorna à sua origem, à sua
fonte.
☼ Quando o ser orgânico morre, os elementos
que o constituíam passam a fazer parte de novas combinações e participam na
formação de novos seres, que por sua vez passam a tirar da fonte universal o
princípio da vida e da atividade, o absorvem e assimilam para novamente
devolvê-lo a essa fonte quando deixarem de existir.
Os órgãos estão, por assim dizer,
impregnados de fluido vital que dá a todas as partes do organismo uma atividade
geradora da união entre elas, e, no caso de lesões, restabelece as funções que
estavam momentaneamente danificadas. Mas quando os elementos essenciais ao
funcionamento dos órgãos são destruídos, ou muito profundamente desarranjados,
o fluido vital é incapaz de transmitir o movimento da vida, e o ser morre.
Mais ou menos por uma ação inevitável e
forçosa os órgãos reagem uns sobre os outros. É da harmonia de seu conjunto que
resulta sua ação mútua. Quando, por qualquer causa, essa harmonia é destruída,
suas funções param como o movimento de uma máquina cujas peças principais se
desarranjaram. Como um relógio que se desgasta com o tempo ou quebra por
acidente, e ao qual a força motriz é incapaz de pôr em movimento.
Temos uma imagem mais exata da vida e da
morte num aparelho elétrico. Esse aparelho, como todos os corpos da natureza,
possui eletricidade em estado latente. Os fenômenos elétricos somente se
manifestam quando o fluido é colocado em atividade por uma causa especial.
Então, poderíamos dizer que o aparelho está vivo. Parando a causa da atividade,
o fenômeno cessa: o aparelho volta ao estado de inércia. Os corpos orgânicos
seriam, assim, uma espécie de pilhas ou aparelhos elétricos nos quais a atividade
do fluido produz o fenômeno da vida. A paralisação dessa atividade produz a
morte.
A quantidade de fluido vital não é
precisamente a mesma para todos os seres orgânicos. Ela varia de acordo com as
espécies e não é constante, seja no mesmo indivíduo ou em indivíduos da mesma
espécie. Há os que são, por assim dizer, saturados desse fluido, enquanto
outros possuem apenas uma quantidade suficiente; daí, para alguns a vida mais
ativa, mais tenaz e, de certo modo, superabundante.
A quantidade de fluido vital se esgota.
Pode tornar-se insuficiente para a manutenção da vida se não for renovada pela
absorção e assimilação das substâncias que o contêm.
O fluido vital se transmite de um indivíduo
para outro. Aquele que tem mais pode dar para quem tem menos e, em alguns
casos, restabelecer a vida prestes a se extinguir.
Justiça Da Reencarnação
171 Em que se baseia o dogma1 da
reencarnação?
Na justiça de Deus e na revelação, e
repetimos incessantemente: um bom pai deixa sempre para seus filhos uma porta
aberta ao arrependimento.A razão não vos diz que seria injusto privar, para
sempre, da felicidade eterna todos aqueles cujo aprimoramento não dependeu
deles mesmos? Não são todos os homens filhos de Deus? Só homens egoístas podem
pregar a injustiça, o ódio implacável e os castigos sem perdão.
☼ Todos os Espíritos estão destinados à
perfeição, e Deus lhes fornece os meios de alcançá-la pelas provações da vida
corporal. Mas, na Sua justiça, lhes permite cumprir, em novas existências, o
que não puderam fazer, ou acabar, numa primeira prova.
Não estaria de acordo nem com a igualdade,
a justiça, nem com a bondade de Deus condenar para sempre os que encontraram,
no próprio meio em que viveram, obstáculos ao seu melhoramento,
independentemente de sua vontade. Se a sorte do homem estivesse
irrevogavelmente fixada após a morte, Deus não teria pesado as ações de todos
numa única e mesma balança e não agiria com imparcialidade.
A doutrina da reencarnação, que consiste em
admitir para o homem diversas existências sucessivas, é a única que responde à
idéia que fazemos da justiça de Deus em relação aos homens que se acham numa
condição moral inferior; a única que pode nos explicar o futuro e firmar nossas
esperanças, porque nos oferece o meio de resgatar nossos erros por novas
provações. A razão nos demonstra essa doutrina e os Espíritos a ensinam.
O homem que tem consciência de sua
inferioridade encontra na doutrina da reencarnação uma esperança consoladora.
Se acredita na justiça de Deus, não pode esperar achar-se, perante a
eternidade, em pé de igualdade com aqueles que agiram melhor do que ele.
Contudo, o pensamento de que essa inferioridade não o exclui para sempre do bem
supremo que conquistará mediante novos esforços o sustenta e lhe reanima a
coragem. Quem é que, no término de sua caminhada, não lamenta ter adquirido
muito tarde uma experiência que não pode mais aproveitar? Porém, essa
experiência tardia não está perdida; tirará proveito dela numa nova vida.
810 Sem se afastar da legalidade, qualquer
um pode dispor de seus bens de uma maneira mais ou menos justa. É responsável,
depois de sua morte, pelas disposições que haja feito?
Toda ação tem seus frutos; os frutos
das boas ações são doces; os outros são sempre amargos. Entendei bem isso,
sempre.
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