nl04_17_Assistência Fraternal
Livro em estudo: Libertação
Tema: Assistência fraternal
Referência: Capítulo XVII
TEXTO PARA O ESTUDO
No segundo dia de serviço espiritual
definitivo na carga de socorro a Margarida, nossa movimentação aureolava-se de
sublime entusiasmo no santuário doméstico, que novamente se revestia das doces
claridades da paz.
A casa transformou-se.
........
Enquanto apresentávamos a defensiva, o
jovem casal louvava a alegria que lhes retornara aos corações.
De nosso lado, porém, as responsabilidades
passaram a crescer.
.....
O prédio como que se reconciliava com a
harmonia.
As medidas referentes à limpeza perseguiam
adiantadas, quando vozes ásperas se fizeram ouvir, partidas da via pública.
Elementos da falange gregoriana gritavam
por Saldanha, que compareceu, junto de nós, desapontado e algo aflito. Nosso
Instrutor paternalmente lhe recomendou:
Vai, meu amigo, e mostra-lhes o novo rumo.
Tem coragem e resiste ao venenoso fluido da cólera. Usa a serenidade e a
delicadeza.
(.......)
Saldanha estampou na fisionomia perceptível
gesto de reconhecimento e avançou na direção dos recém-chegados.
Uma das entidades de horrível semblante, de
mãos à cintura, gritou-lhe, irreverente:
- Então? que houve aqui? Traindo o comando?
O interpelado, que os últimos sucessos
haviam alterado profundamente, respondeu humilde, mas firme:
- Meus compromissos foram assumidos a
própria consciência e acredito dispor do direito de escolher a minha rota.
- Ah! - disse o outro, sarcástico - tens
agora o direito....Veremos....
E tentando insinuar-se de maneira direta,
clamou:
-Deixa-nos entrar!
- Não posso - esclareceu o ex-perseguidor -
, a casa segue noutra direção.
O interlocutor lançou-lhe um olhar de
revolta insofreável e indagou estentórico:
- Onde tens a cabeça?
- No lugar próprio.
- Não temes, porventura, as consequências
do gesto impensado?
- Nada tenho a penitenciar-me.
O visitante fez carantonha de irritação
extrema e aduziu:
- Gregório saberá.
E retirou-se acompanhado pelos demais.
Transcorridos alguns instantes, outros
elementos assomaram à entrada, assustadiços e insolentes, com a repetição dos
mesmos quadros.
Em breve, cenas diversas passaram a
desdobrar-se.
Gúbio colocou sinais luminosos nas janelas,
indicado a nova posição daquele abrigo doméstico, opondo-se às manchas de
sombra que provinham dali; e, naturalmente atraídos por eles, Espíritos
sofredores e perseguidos, mas bem intencionados, apareceram em grande número.
A primeira entidade a aproximar-se foi uma
senhora que se ajoelhou à entrada, suplicando:
- Benfeitores de Cima que vos congregastes
nesta casa, em serviço de luz, livrai-me da aflição!....Piedade! piedade!...
Nosso Instrutor atendeu-a, imediatamente,
permitindo-lhe a passagem. E, no pátio ao lado, contou em prato que se
mantinha, há muito tempo, num edifício próximo, segregada por verdugos
impassíveis que lhe exploravam antigas disposições mórbidas para o vício.
Achava-se , porém, cansada do erro e suspirava por mudanças benéfica.
Penitenciava-se. Pretendia outra vida, outro rumo. Implorava asilo e socorro.
(......)
Logos após, surgiram dois velhos rogando
pousada. Ambos haviam desencarnado em extrema indigência num hospital.
Revelavam-se possuídos de imenso terror. Não se conformava com a morte. Temiam
o desconhecido e mendigavam elucidações.Padeciam de verdadeira loucura.
Curiosa dama compareceu pedindo
providências contra Espíritos pervertidos e perturbadores que, em grande bloco,
lhe não permitiam aproximar-se do filho, instigando-o à embriaguez.
A corrente de pedintes, contudo, não ficou
aí.
Tive a idéia de que a missão de Gúbio se
convertia, de repente, numa avançada instituição de pronto-socorro espiritual.
(.....)
Enfileirando os sofredores de intenções
nobres e retas que nos alcançavam, no vasto recinto de que dispúnhamos, nosso
Instrutor recomendou que eu e Eloi nos colocássemos à disposição deles,
ouvindo-os com paciência e prestando-lhes a assistência possível, a fim de se prepararem
mentalmente para as orações da noite.
(.....)
Muitas entidades em desequilíbrio, lá fora,
reclamavam acesso, pronunciando rogativas comovedoras; todavia, o nosso
orientador aconselhara fosse a entrada privativa dos Espíritos que se
mostrassem conscientes das próprias necessidades.
De há muito aprendera que uma dor maior
sempre consola uma dor menor e limitava-me a pronunciar frases curtas, para que
os infelizes, ali congregados, encontrassem reconforto, uns com os outros, sem
necessidade de doutrinação de minha parte.
Conduzindo-me desse modo, pedi
a uma das irmãs presentes, em deplorável condições perispirítica, expor-nos,
por gentileza, a experiência de que fora objeto.
A infortunada concentrou a atenção de todos
em virtude das feridas extensas que mostrava no semblante.
- Ai de mim ! começou, penosamente - ai de
mi, a quem a paixão cegou e venceu transportando-me ao suicídio !
(.....)
Estou cansada e vencida...
_ convença-se de que receberá os recursos
que pleiteia, por intermédio da prece - esclareci, prometendo-lhe a colaboração
eficiente de Gúbio.
A pobrezinha sentou-se, mais calma, e
reparando que um dos irmãos presentes buscava salientar-se no intuito de relatar-nos
a experiência de que era vítima, roguei atenção, em torno das palavras que
pronunciaria.
Fitei-o, vigilante, e notei-lhe o singular
brilho dos olhos. Parecia alucinado, abatido.
Com expressão típica da loucura
cronicificada, falou, aflito:
- Permite-me indagar?
- Perfeitamente - respondi surpreso.
- Que é o pensamento?
(.......)
O pensamento é, sem dúvida, força criadora
de nossa própria alma e, por isso mesmo, é a continuação de nós mesmos. Através
dele, atuamos no meio em que vivemos e agimos, estabelecendo o padrão de nossa
influência, no bem ou no mal.
- Ah ! - fez o estranho cavalheiro, um
tanto atormentado - a explicação significa que as nossas idéias exteriorizadas
criam imagens, tão vivas quanto desejamos?
- Indiscutivelmente.
- Que fazer, então, para destruir nossas
próprias obras, quando interferimos, erroneamente, na vida mental dos outros?
- Auxilie-nos a apreciar seu caso,
contando-nos alguma de sua experiência - pedi com interesse fraternal.
(......)
- Fui homem de letras, mas nunca me
interessei pelo lado sério da vida. Cultivava o chiste malicioso e com ele o
gosto pela volúpia, entendendo minhas criações à mocidade de meus
dias.......... Compreendi que me achava em ligação, desde a existência
terrestre, com enorme quadrilha de Espíritos perversos e galhofeiros que me
tomavam por aparelho invigilante de suas manifestações indesejáveis........
Acontece, porém que, abrindo meus olhos à
verdade, na esfera em que hoje respiramos, em vão busco adaptar-me a processos
mais nobre da vida..........
Tenho vivido ao léu, qual alienado mental
que ninguém compreende ! Como entender, porém, os pesadelos que me possuem?
Somos o domicilio vivo dos pensamentos que geramos ou as nossas idéias são
pontos de apoio e manifestação dos Espíritos bons ou mais que sintonizam?
O infeliz deixou de falar, titubeante.
Demonstrava-se atormentado por energias estranhas ao próprio campo íntimo,
apaermado e trêmulo à nossa vista. Fitou em mim os olhos esgazeados de
esquisito terror e, correndo aos meus braços, bradou:
- Ei-lo! Ei-lo que chega por dentro de
mim....É uma das minhas personagem na literatura fescenina! Ai de mim! Acusa-me!
Gargalha irônica e tem as mãos crispadas! Vai enforcar-me!...
Alçando a destra à garganta, denunciava aflito:
- Serei assassinado! Socorro! Socorro!...
(......)
O pobre beletrista desencarnado
contorcia-se em meus braços, sem que eu pudesse socorrer-lhe a mente transviada
e ferida.
Cautelosamente, enviei um emissário a
Gúbio, que compareceu, em alguns segundos.
Examinou o caso e pediu a presença de
Leôncio, o ex-hipnotizador de Margarida. À frente do recém-chegado, indicou-lhe
o doente em crise e falou peremptório, mas bondoso:
- Opera, aliviando.
- Eu? eu? - falou o convertido,
semi-apalermado - merecerei a graça de transmitir alívio?
Gubio no entanto, obtemperou, sem hesitar:
- Serviço construtivo e atividade
destrutiva constituem problema de direção. A corrente líquida devastadora, que
derruba e mata, pode sustentar uma usina de força edificante. Em verdade, meu
amigo, todos somos devedores, enquanto nos situamos nas linhas do mal. É
imperioso reconhecer, contudo, que o bem é a nossa porta redentora. O maior
criminoso pode abreviar longos anos de pena, entregando-se ao resgate próprio,
através do serviço benemérito aos semelhantes.
(.....)
Leôncio não mais vacilou.
Magnetizou o enfermo dementado que, poucos
minutos depois, silenciou, em profundo repouso.
Desde esse instante, o ex-perseguidor não
mais me abandonou nas experiências do dia, desempenhando as funções de
excelente companheiro.
(....)
Ao entardecer, a conformação e o
contentamento reinavam em todos os rostos. Nosso Instrutor prometera conduzir
os companheiros de boa vontade a esfera elevada, garantindo-lhes a passagem
para a condição superior, e doce júbilo transparecia de todos os olhares.
N exaltação da fé a confiança que nos
dominavam, simpática senhora pediu-me permissão para cantar um hino evangélico,
ao que anuí, prazeroso, e era de ver a beleza da melodia desferida em notas de
maravilhoso encantamento.
.......... Aos últimos versos do cântico de
esperança, jovem dama, de triste fisionomia, avançou para mi e disse, em voz
súplice:
- Meu amigo, de hoje em diante adotarei
novo rumo. Sinto, neste cenáculo de fraternidade, que o mal nos afundará
invariavelmente nas trevas.
Fixou os olhos lacrimosos nos meus e rogou,
depois de comovente intervalo:
- Promete-me, porém, a benção do olvido na
"esfera do recomeço" Fui mãe de dois filhos, tão belos e tão puros
como duas estrelas, mas a morte me arrebatou muito cedo do
lar.................................. Meu marido, em seis meses, esqueceu as
promessas d muitos anos e entregou-me os dois anjos à madrasta sem entranhas,
que cruelmente os amesquinha.....Há vinte meses luto contra ela, tomada de
incoercível revolta; todavia, estou entediada do ódio que me constringe o
coração ! preciso renovar-me para o bem, a fim de ser mais útil. Entretanto,
meu amigo, tenho sede de esquecimento. Ajuda-me por piedade! Prende-me em algum
lugar, onde minhas recordações amargas possam tranquilamente morrer.
(.....)
As rogativas e lágrimas daquela mulher
acordaram-me a lembrança viva do próprio passado.
Eu também sofrera intensivamente para
desvencilhar-me dos laços inferiores da carne. Sensibilizado, nela enxerguei
uma irmã pelo coração e que me cumpria esclarecer e amparar.
Abracei-a, comovido, como se fizesse a uma
filha, chorando por minha vez. E refletindo nas dificuldades de quantos
empreendem a reveladora viagem da morte, sem bases de verdadeiro amor e de
legítimo entendimento nos corações que permanecem à retaguarda, exclamei:
- Sim, farei tudo quanto estiver em minhas
forças para auxiliar-te. Fixa-te em Jesus e doce esquecimento do perturbado
campo terrestre te balsamizará o espírito, preparando-te para o vôo às torres
celestes. Serei teu amigo e desvelado irmão.
Ela abraçou-me, confiante, como a
criancinha quando se sente segura e feliz.
QUESTÕES INICIAIS PARA O ESTUDO
1 - Como Saldanha provou a mudança no seu
espírito?
2 - Houve uma grande transformação na casa
de Margarida. Consequentemente, também houve uma mudança de sintonia. No mundo
espiritual, que mudança ocasionou?
3 - André Luiz, entre outros irmãos
sofredores, acolheu um espírito que tinha sido um homem de letras e que estava
sofrendo pelo que tinha escrito, principalmente com suas personagens. Usou seu
dom a serviço de impressionar, destrutivamente seus leitores juvenis.
Até nossos dias, presenciamos muitos
escritores trabalhando dessa forma. Qual a melhor forma para defender nossos
filhos desses trabalhos espalhados pelos mais variados tipos de comunicação?
4 - Esse mesmo letrista foi socorrido, a
pedido de Gúbio, por Leôncio, ex-hipinotizador de Margarida. Por que
razão ele foi o escolhido?
5 - Qual foi a "grande" instrução
dada por Gúbio?
6 - Por que a dama suicida solicitava a
Andre Luiz a benção do olvido na "esfera do recomeço"?
C O N
C L U S Ã O
Com a transformação moral a que se
submeteram seus principais algozes e com a mudança da sintonia que agora
Margarida freqüentava, sua residência também passou por uma sensível melhora
das vibrações nela predominantes. Do que antes era apenas sombra, passou a
emanar uma luz que indicava a nova situação do local. Com isso, entidades do
plano espiritual, que enfrentavam sofrimentos e perturbações, algumas vítimas de
seus erros passados, aos quais ainda se mantinham vinculadas, outras que eram
subjugadas por algozes impiedosos, passaram a procurar o local em busca de
auxílio. O que antes era uma amostra das trevas passou à condição de
pronto-socorro espiritual, onde aqueles infelizes foram atendidos pela equipe
de benfeitores.
QUESTÕES
PROPOSTAS PARA ESTUDO
1 - Como Saldanha provou a mudança no seu
espírito?
Saldanha, o antigo dirigente das
entidades obsessoras e agora trabalhando em sentido oposto, a serviço do
bem, provou que realmente mudara radicalmente
sua maneira de pensar e agir ao
responder com tranqüilidade, firmeza e equilíbrio à interpelação
que lhe dirigiu um espírito ainda entregue às falanges do mal.
Não se deixando levar pelas provocações e
impropérios que lhe foram dirigidos, Saldanha deixou patente que a
mudança que deixara opera em si era sincera e não tinha volta. Repeliu
energicamente as provocações, mas manteve a serenidade característica daqueles
que trazem tranqüila a consciência.
2 - Houve uma grande transformação na
casa de Margarida. Conseqüentemente, também houve uma mudança de sintonia. No
mundo espiritual, que mudança ocasionou?
Mudando a sintonia vibratória da casa em
direção diametralmente oposta à que até então predominava, o instrutor
Gúbio colocou nas janelas do imóvel sinais luminosos indicando a nova situação.
Perante o mundo espiritual, o lar de Margarida passou a ser visto
como um local de pronto-socorro espiritual, para onde passaram a acorrer um
elevado número de desencarnados que se encontravam em acentuado estado de
perturbação e sofrimento, todos em busca de auxílio dos
benfeitores.
3 - André Luiz, entre outros irmãos
sofredores, acolheu um espírito que tinha sido um homem de letras e que
estava sofrendo pelo que tinha escrito, principalmente com suas
personagens. Usou seu dom a serviço
de impressionar, destrutivamente seus leitores juvenis. Até nossos dias,
presenciamos muitos escritores trabalhando dessa forma. Qual a melhor
forma para defender nossos filhos desses trabalhos espalhados pelos mais
variados
tipos de comunicação?
Realmente, hoje, talvez até com maior
intensidade do que à época em que se passaram os fatos
narrados nessa obra, as produções oferecidas pela mídia ao público em
geral, notadamente o infantil, por meio de literatura, filmes, músicas e tantas
outras maneiras de manifestação artística, abusam
dos apelos a criações pouco edificantes, de baixa
qualidade, que em nada contribuem à educação de nossos filhos. É dever
dos pais, em decorrência disso, exercer, de forma equilibrada
e não manifestamente repressiva, um controle sobre o que os filhos lêem,
assistem e ouvem, evitando as danosas conseqüências que podem advir de uma obra
perniciosa, degradante.
Devem os pais orientar seus filhos a
praticarem uma leitura elevada, instrutiva, como, dentre outras, as obras que a
literatura espírita oferece. A evangelização, desde os primeiros anos de idade,
é o instrumento mais eficiente para contribuir à
obtenção desse resultado.
4 - Esse mesmo letrista foi socorrido, a
pedido de Gúbio, por Leôncio, ex-hipnotizador de Margarida. Por que razão
ele foi o escolhido?
A intenção de Gúbio foi oferecer ao
ex-obsessor uma oportunidade de começar a reparação do mal que até então
causara a Margarida e, certamente, a outras vítimas do
grupo. Como esclareceu o instrutor, o serviço beneficente
prestado aos semelhantes necessitados é a solução para o segredo da felicidade,
pois se constitui no verdadeiro resgate das faltas pretéritas. Sendo o bem
"a nossa porta redentora", no dizer do instrutor, Leôncio, ao se
decidir pela dedicação ao trabalho construtivo, atravessou a porta que o
separava da felicidade.
5 - Qual foi a "grande" instrução
dada por Gúbio?
Que o trabalho no sentido do bem ou
do mal constituem, tão somente, uma questão de livre-arbítrio ou, como se expressou,
"um problema de direção". Aquele que se dedica ao mal está tão
habilitado à prática do bem quanto o que já o pratica. É apenas uma questão de
escolha. Enquanto nos situamos na linha do mal, vamos aumentando nossos débitos
para com a Lei. Somente a opção pelo bem pode nos redimir.
6 - Por que a dama suicida solicitava
a André Luiz a benção do olvido na "esfera do recomeço"?
Se a reencarnação é o remédio que permite
ao espírito recomeçar a sua trajetória evolutiva, remodelando a sua personalidade,
o esquecimento do passado é uma benção sem a qual não se conseguiria atingir o
objetivo da nova experiência corporal. A suicida em questão ainda
se encontrava estreitamente ligada aos acontecimentos do passado, que a levaram
ao tresloucado ato. Queria corrigir seu rumo, mas a lembrança daqueles trágicos
fatos maculavam seu psiquismo, impedindo-a de caminhar para a frente. Por isso,
rogou ao benfeitor que se lhe olvidasse o passado, por desconhecer, com
certeza, que essa é uma das leis misericordiosas da Providência, com que todos,
indistintamente, são beneficiados.
Um fraternal abraço a todos.
Sala Nosso Lar
CVDEE
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