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segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

56 - O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

CAPÍTULO V: BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS
PROVAS VOLUNTÁRIAS E VERDADEIRO CILÍCIO

 

30 - Um homem se expõe a um perigo iminente para salvar a vida de um semelhante, sabendo que ele sucumbirá; isso pode ser considerado como suicídio?

No suicídio existe sempre a intenção de acabar com a vida, porque, então, a pessoa não vê outra saída para resolver seus problemas. Sente-se só, não vê em ninguém, condições e possibilidades de auxiliá-lo ou não tem coragem de expor seus problemas a quem possa auxiliá-la, por temer o seu julgamento.

São muitos os motivos que podem levar uma pessoa ao suicídio, mas no fundo de todos, está o sentir-se só, não enxergando nenhuma saída para libertar-se dos problemas, além da morte.

Daí a importância da fé na vida futura, na vida no além-túmulo. Não da fé comum, que leva o homem a crer no que lhe ensinam, no que vê, no que lê, mas da fé, fruto do raciocínio, conseguida através da razão, da argumentação, da reflexão, da análise.

Evidentemente que não temos ainda respostas a todas as nossas indagações, mas, muitas respostas já possuímos, no contexto da nossa capacidade intelectual, que nos permite ter a certeza de que a vida é imortal, que não existe problema sem solução, e muito menos ainda, problema que possa ser resolvido, simplesmente, com a morte do corpo físico.

Retornamos ao plano espiritual, de onde viemos, como somos ou estamos no momento da morte do corpo. Levamos conosco, tudo o que se relacione com a alma, inclusive o sofrimento oriundos dos problemas, para os quais não encontramos solução.

Assim, o suicida, que pensa libertar-se com a morte, apenas agrava seus sofrimentos, pela lembrança, no plano espiritual, dos problemas que deram origem ao desejo da morte, mais os conseqüentes do ato em si.

Já disse alguém: "Suicídio não é porta de saída, mas sim porta de entrada." Entrada a maiores sofrimentos.

Como vemos, no ato citado na pergunta acima, não existem motivos para o suicídio, nem intenção de executá-lo, apenas existe a vontade de salvar alguém.

Existe a abnegação, virtude que leva ao esquecimento de si próprio, dos seus interesses pessoais, até da sua vontade de viver, em benefício de outrem.

Nesse momento, a pessoa que se arrisca para salvar alguém, faz um ato perfeito de altruísmo, de amor ao próximo, colocando-se em segundo lugar. Ao invés do "primeiro eu", demonstra "primeiro ele." É um ato de amor perfeito!

São Luís lembra também da ação da Providência Divina, que pode permitir que aquele que busca salvar a vida do outro, pondo a sua em perigo, também possa ser salvo, no último instante.

31-0s que aceitam com resignação os seus sofrimentos, por submissão à vontade de Deus e com vistas à sua felicidade futura, não trabalham apenas para eles mesmos, e podem tornar os seus sofrimentos proveitosos para outro?

Enquanto Espírito imperfeito, ao ir conhecendo as leis divinas, aceitando o que consegue perceber, tentando pôr em prática esse conhecimento, demonstra bom senso em querer aperfeiçoar-se, e uma submissão à vontade de Deus.

Penso que somente a vontade de ser feliz em um futuro distante, não seja suficiente para levar um habitante da Terra, apegado aos prazeres e valores materiais, como somos todos, uns mais outros menos, excluindo-se apenas os missionários, a resignar-se às vicissitudes terrenas.

Mas, considerando que haja pessoas que se resignam aos seus sofrimentos, por submissão a Deus e com vistas á sua felicidade, São Luís responde a pergunta, com clareza:

"Esses sofrimentos podem ser proveitosos para outros, material e moralmente. Materialmente, se, pelo trabalho, as privações e os sacrifícios que se impõem contribuem para o bem-estar matérias do próximo. Moralmente, pelo exemplo que dão, com sua submissão à vontade de Deus. Esse exemplo do poder da fé espírita pode incitar os infelizes à resignação, salvando-os do desespero e de suas funestas conseqüências para o futuro."

Enquanto não formos capazes de agir no bem pelo prazer de fazer o bem, façamo-lo, o quanto pudermos, por dever, por obrigação, pela felicidade futura, porque outros poderão se beneficiados pelas nossas ações, e em algum momento da nossa caminhada, algo nos tocará o coração e a mente, e, aí, teremos feito amigos que nos auxiliarão em nossa transformação íntima.

Leda de Almeida Rezende Ebner

Fevereiro / 2006 

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