Fernanda Ripamonte
Ribeirão Preto
Hippolyte Léon Denizard Rivail falecia em 31 de março de 1869, em Paris, na rua Santana, 25, com 64 anos de idade. Nascido em Lion, em 3 de outubro de 1804, foi casado com Amélie Gabrielle Boudet. Todos os jornais da época noticiaram a morte de Allan Kardec, pseudônimo do professor Rivail. Henri Sausse, em sua biografia cita a publicação de Journal de Paris na data de 3 de abril de 1869, tendo por signatário o Sr. Pagès de Noyes.
“O presidente da Sociedade Espírita de Paris está morto; contudo, o número de adeptos cresce diariamente e os corajosos, que, por respeito ao Mestre, se deixavam estar em segundo plano, não temerão evidenciar-se para o bem da grande causa. Esta morte, que passará indiferente aos olhos do vulgo, não deixa de ser, apesar disso, um grande acontecimento para a Humanidade. Não é apenas o sepulcro de um homem, é a pedra tumular enchendo esse imenso vazio que o materialismo havia cavado aos nossos pés e sobre o qual o Espiritismo espalha as flores da esperança.”
O Consolador prometido por Jesus veio na época oportuna, inaugurar uma nova era: a era da regeneração. “Somente após a conquista, pelos próprios homens, das liberdades essenciais – liberdade de pensamento, de expressão, de reunião – que a Revolução Francesa conquistou à custa de muito sacrifício seria possível a vinda e permanência da Doutrina Consoladora.” (1)
Acrescente-se a esse momento histórico o surgimento na Europa de algumas filosofias materialistas que as religiões tradicionais não estavam aptas para combater, fazendo assim, do século XIX, o mais oportuno momento para o advento do Espiritismo. Quando o professor Rivail recebeu a incumbência e percebeu o vulto da tarefa que tinha diante de si, nem se intimidou, nem se exaltou. Formulou um plano de trabalho, selecionou conceitos, analisou a autenticidade das comunicações. Os espíritos o ajudaram, o inspiraram e o incentivaram, embora fossem extremamente parcimoniosos em elogios e um tanto enérgicos nas advertências. Quando notavam um erro de menor importância não o apontavam, recomendavam a releitura do texto e ele mesmo encontraria o engano.
Era um trabalho de equipe que se desenvolvia para construir um patamar para a escalada dos seres que não mais se satisfaziam com velhas doutrinas religiosas, com a filosofia desgovernada pelos caminhos da negação e a ciência a se desenvolver desgarrada de tudo. Kardec entende que a fé somente merece confiança quando passada pelos filtros da razão. Caso contrário, deve ser rejeitada.
Também é missão da nova Doutrina, da qual o próprio Kardec não se julga o criador, resgatar o ensinamento moral do Cristianismo, e assim dotá-la de uma estrutura ética. Em “O Livro dos Espíritos”, gigantesco painel desenhado a quatro mãos, os amigos, parceiros no trabalho, espíritos envolvidos com a Codificação deixam-no prosseguir com a sua própria metodologia e nisso ele era mestre consumado, por séculos de experiência didática. Essencialmente sua missão foi definir a teoria a partir da fenomenologia e colocá-la pedagogicamente ao alcance de todos, visando à transformação moral da Humanidade.
Referências bibliográficas
1-Juvanir Borges de Souza, O Reformador abril de 2005
Hermínio C.de Miranda, Allan Kardec, febnet
Março de 2006, edição n°. 242
Jornal Eletrônico Verdade e Luz
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