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terça-feira, 2 de dezembro de 2008

ALLAN KARDEC, 31 DE MARÇO

Fernanda Ripamonte
Ribeirão Preto

Hippolyte Léon Denizard Rivail falecia em 31 de março de 1869, em Paris, na rua Santana, 25, com 64 anos de idade. Nascido em Lion, em 3 de outubro de 1804, foi casado com Amélie Gabrielle Boudet. Todos os jornais da época noticiaram a morte de Allan Kardec, pseudônimo do professor Rivail. Henri Sausse, em sua biografia cita a publicação de Journal de Paris na data de 3 de abril de 1869, tendo por signatário o Sr. Pagès de Noyes. 

“O presidente da Sociedade Espírita de Paris está morto; contudo, o número de adeptos cresce diariamente e os corajosos, que, por respeito ao Mestre, se deixavam estar em segundo plano, não temerão evidenciar-se para o bem da grande causa. Esta morte, que passará indiferente aos olhos do vulgo, não deixa de ser, apesar disso, um grande acontecimento para a Humanidade. Não é apenas o sepulcro de um homem, é a pedra tumular enchendo esse imenso vazio que o materialismo havia cavado aos nossos pés e sobre o qual o Espiritismo espalha as flores da esperança.”

O Consolador prometido por Jesus veio na época oportuna, inaugurar uma nova era: a era da regeneração. “Somente após a conquista, pelos próprios homens, das liberdades essenciais – liberdade de pensamento, de expressão, de reunião – que a Revolução Francesa conquistou à custa de muito sacrifício seria possível a vinda e permanência da Doutrina Consoladora.” (1)

Acrescente-se a esse momento histórico o surgimento na Europa de algumas filosofias materialistas que as religiões tradicionais não estavam aptas para combater, fazendo assim, do século XIX, o mais oportuno momento para o advento do Espiritismo. Quando o professor Rivail recebeu a incumbência e percebeu o vulto da tarefa que tinha diante de si, nem se intimidou, nem se exaltou. Formulou um plano de trabalho, selecionou conceitos, analisou a autenticidade das comunicações. Os espíritos o ajudaram, o inspiraram e o incentivaram, embora fossem extremamente parcimoniosos em elogios e um tanto enérgicos nas advertências. Quando notavam um erro de menor importância não o apontavam, recomendavam a releitura do texto e ele mesmo encontraria o engano.

Era um trabalho de equipe que se desenvolvia para construir um patamar para a escalada dos seres que não mais se satisfaziam com velhas doutrinas religiosas, com a filosofia desgovernada pelos caminhos da negação e a ciência a se desenvolver desgarrada de tudo. Kardec entende que a fé somente merece confiança quando passada pelos filtros da razão. Caso contrário, deve ser rejeitada.

Também é missão da nova Doutrina, da qual o próprio Kardec não se julga o criador, resgatar o ensinamento moral do Cristianismo, e assim dotá-la de uma estrutura ética. Em “O Livro dos Espíritos”, gigantesco painel desenhado a quatro mãos, os amigos, parceiros no trabalho, espíritos envolvidos com a Codificação deixam-no prosseguir com a sua própria metodologia e nisso ele era mestre consumado, por séculos de experiência didática. Essencialmente sua missão foi definir a teoria a partir da fenomenologia e colocá-la pedagogicamente ao alcance de todos, visando à transformação moral da Humanidade.

Referências bibliográficas
1-Juvanir Borges de Souza, O Reformador abril de 2005 
Hermínio C.de Miranda, Allan Kardec, febnet

Março de 2006, edição n°. 242

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