sábado, 6 de dezembro de 2008
Educação Religiosa
NILZA TERESA ROTTER PELÁ
de Ribeirão Preto, SP
educ.luz@bol.com.br
Há algumas semanas encontra-se na lista dos mais vendidos das grandes livrarias um livro intitulado "Jesus. O maior psicólogo que já existiu (como os ensinamentos de Jesus podem nos ajudar a resolver os problemas do cotidiano e aumentar nossa saúde mental)" de autoria de Mark W. Baker que é Ph.D., terapeuta, orador em igrejas, faculdades e reuniões de psicologia. A contra capa do livro nos informa que "com base em sua experiência como terapeuta e no seu profundo conhecimento da Bíblia, o autor demonstra por que a mensagem do Cristo é perfeitamente compatível com os princípios da psicologia: ela contém a chave da saúde emocional, do bem estar e do crescimento".
Para nossa reflexão sobre a educação religiosa vamos destacar da obra supra citada um texto da primeira parte intitulado "A verdade não é relativa", está baseada no capítulo 5, versículo 37 de Mateus "Que vosso sim seja sim e o vosso não seja não". Usando nomes fictícios relata o caso Nathan, cujos pais haviam procurado o terapeuta porque o filho abandonara o ensino médio e havia sido preso dirigindo embriagado. Os pais relataram que a diretriz com relação ao filho era que ele fosse feliz, assim pensavam que alcançariam esta meta se ao invés de colocar diretriz na vida do filho oferecessem alternativa de escolha e explicavam: em vez de determinar uma hora fixa de dormir quando o filho estava na escola primária perguntavam a ele se preferia dormir tarde e ficar o dia todo sonolento ou dormir cedo e passar o dia bem disposto. Assim a criança passou toda a infância freqüentemente cansado.
Analisando o caso o terapeuta comenta: "Na época Nathan não tinha maturidade para entender isso, e essa atitude dos pais o deixava inseguro, achando que eles não sabiam o que fazer e por isso estavam sempre perguntando o que ele preferia. A vida de Nathan ficou descontrolada porque lhe deram uma responsabilidade que ele não era capaz de assumir. Quando temos sete anos e acreditamos que ninguém dirige o universo, chegamos à conclusão de que nada importa. Para Nathan, a verdade era relativa, e a realidade era como a criamos… Obrigar a criança cedo demais a decidir por si mesma pode ter conseqüências negativas."
Transpondo o exemplo para a questão da educação religiosa que envolve questões ético morais de complexidade, podemos entender que deixar a criança entregue a incertezas quando nossa dimensão espiritual, é nefasto, senão perigoso. Será árdua tarefa trabalhar com a dimensão espiritual da vida quando a criança e/ou o adolescente já recebeu forte apelo dos chamamentos da vida material; quando o seu sistema de valores incorporou o paradigma dos ganhos materiais como o único e mais importante fator de vida; quando os conceitos de seu grupo de amizade e escolar se tornaram tão ou mais importante que o de seu grupo familiar.
Neste ano na programação de palestras mensais da USE, foi incluído o tema Evangelização Infantil que reforçava a importância das famílias encaminharem as crianças às casas espíritas para participar da Evangelização, bem como a importância do Evangelho no Lar como momento dedicado à compreensão da Moral Cristã e sua aplicação no cotidiano de nossas vidas. Sem dúvida são momentos de extrema importância; entretanto não podem ser os únicos, uma vez que o aprendizado dos aspectos éticos morais se dá fortemente pelo exemplo na vivência diária.
Nesta dimensão precisamos nos lembrar que não somos, ainda, perfeitos e que como adultos muitas vezes estaremos também infringindo preceitos éticos morais da conduta cristã, portanto, se a nossa proposta é de acerto não devemos nos constranger em admitir que falhamos e declarar que estamos dispostos a fazer uma reflexão sobre as dificuldades de nos comportarmos de maneira adequada e toda ajuda que possamos receber é bem vinda. Este, sem dúvida, é um exemplo de relevante importância, pois, reforça nossas boas intenções ao mesmo tempo em que declara que confiamos naqueles que conosco estão compondo nossa família.
Outro aspecto a ser considerado é como encaminhamos nossos filhos as atividades de evangelização nas casas espíritas. Deixamos a criança na porta e vamos buscá-la terminadas as atividades ou nos envolvemos e participamos do processo? Levamos as crianças em outras atividades da casa para que ela se sinta participante e membro da mesma? Conversamos sobre as atividades que ela participa tanto quanto conversamos sobre seu desempenho na escola?
Lembremos que a falta da orientação religiosa baseada na crença que mais tarde aquele espírito fará sua opção inclui também a opção de que religião não é necessário.
Agosto de 2005, edição n°. 235
Jornal Eletrônico Verdade e Luz
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