sábado, 6 de dezembro de 2008
Comemorações violentas
LEDA DE ALMEIDA REZENDE EBNER
De Ribeirão Preto, SP
"Lojas saqueadas, vidros por todos os lados, 31 ônibus depredados, acessos a duas estações do metrô destruídas", assim começa a reportagem da Folha de São Paulo, dando notícias sobre o que deveria ser um momento de comemoração do time que ganhou pela terceira vez, o título de campeão da taça Libertadores da América.
O saldo divulgado da violência, em relação às pessoas foi: 30 torcedores com ferimentos leves, 19 policiais feridos, desses, cinco foram feridos no Estádio onde se realizou a partida, 72 pessoas detidas, 3 flagrantes de furto qualificado, 3 flagrantes de tentativa de furtos de rádio nos carros.
Não pretendemos analisar o fato em si, não torcemos para time nenhum, nem destacar quem foram os culpados. Diversos são os fatores que provocam a violência, que não cabem aqui tratar.
Trazemos esse exemplo de violência tola, gratuita, sem justificativa, irracional e ilógica, numa festa que deveria ser de alegria, para refletirmos nas finalidades das atividades em geral, que deveriam sempre ser o bem, e jamais o mal.
A finalidade maior das competições esportivas deveria ser a união de pessoas em torno de um interesse comum, e o vencedor, sendo aplaudido, porque demonstrou ser ou foi o melhor, naquele momento.
Essa violência, já iniciada antes do jogo, evidencia bem a violência interna que existe nas mentes e nos corações dos homens, estimulada por uma educação voltada para a concorrência, para ter sucesso, para ser destacado, para ganhar dinheiro…
Que todos nós possamos aproveitar esse e outros exemplos de violência que está dentro do ser humano, pela sua imperfeição, e é estimulada quando em grupo e, mais ainda no meio da multidão, que faz o indivíduo pensar que ele aí está, anonimamente, que estimula o que tem de pior, eliminando, por momentos, os raciocínios, a todos fazendo agir como bestas humanas, para conversarmos com nossas crianças, com nossos jovens, com nossos amigos, em casa, no Centro Espírita, refletindo com eles, que quem disso participa, quem sente prazer em assim proceder, está agindo como uma pessoa covarde, que se esconde em uma multidão para fazer o que não tem coragem de fazer sozinho.
Nessas ocasiões, percebemos melhor o quão é grande a parte dessa humanidade, ainda distante do "querer aos outros somente o que se deseja para si", sempre, em qualquer lugar, com quaisquer pessoas.
Mas, não desanimemos. Quanto mais o mal aparece, mais fica evidenciada a necessidade do bem e, é nas conseqüências sofridas, no refletir sobre esses acontecimentos, retirando deles as lições que nos trazem.
Vivemos em uma época maravilhosa pelo progresso dos meios de comunicação, da divulgação de tudo através da imprensa, da rádio, da televisão, do computador, onde o mal, sempre divulgado vai, cada vez mais, provocando nas pessoas a indignação, a repulsa a isso tudo, e mais pessoas se voltarão para acabar com ele, através de ações no bem e pelo bem.
Confiemos: Jesus continua no leme do barco Terra, e, um dia, esse mundo se transformará, tornando-se um lugar solidário e fraterno, no qual seus habitantes não mais se permitirão atos de violência, pela melhoria dos seus habitantes.
Agosto de 2005, edição n°. 235
Jornal Eletrônico Verdade e Luz
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