sábado, 19 de junho de 2010
O Livro dos Espíritos Estudo 22
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA DOUTRINA ESPÍRITA
VIII - PERSEVERANÇA E SERIEDADE
Pelo estudo anterior (VII), vimos que o verdadeiro caráter do Espiritismo é o de ser uma Ciência. Essa característica permite que homens de todas as crenças se encontrem. Nesse campo não há dissensões, desavenças, discrepância, uma vez que seus princípios são independentes das questões dogmáticas.
Como Ciência filosófica que é suas conseqüências e aplicação é moral... "terreno onde todos os cultos podem se reencontrar, a bandeira sob a qual todos podem se abrigar, quaisquer que sejam suas crenças, porque jamais foi objeto de disputas religiosas"...
... "a parte moral que exige a reforma de si mesmo. Para os homens em particular, é uma regra de conduta abrangendo todas as circunstâncias da vida, privada ou pública, o princípio de todas as relações sociais, fundadas sobre a mais rigorosa justiça"...
Para chegar a essas conclusões ocupou-se:
• Da observação dos fatos e não das particularidades desta ou daquela crença
• Da pesquisa das causas
• Da explicação que os fatos podem dar, dos fenômenos conhecidos tanto na ordem moral como na ordem física
• Não impõe nenhum culto aos seus partidários
• Pela formação e uso da razão leva perceber sistemas enganosos, fruto da interpretação falha, pessoal, unilateral
• Desperta no homem o desejo de renovar-se pela antevisão do futuro
• Reconduz à religiosidade, isto é, a viver os objetivos maiores da crença, pois na lógica de seus raciocínios leva a enxergar a finalidade da vida, o porque das dores, acalmando desesperos e ensinando os homens a se amarem como irmãos.
Um estudo com essas características, não pode ser feito por aqueles que se aproximem com julgamentos precipitados, com prejulgamentos ou levianamente, detendo-se no que ouviram falar, sem se disporem a tudo ver, analisar, deduzir, comparar, etc.
Estes se limitarão a acreditar, a admirar, a se deter nas manifestações, uma vez que nada mais buscam além do fenômeno. Para estes, o Espiritismo se fecha como uma série de fatos mais ou menos interessantes.
Outros, nessa mesma faixa, até perceberão o alcance filosófico; admiram a moral dele decorrente, mas não se encontram interessados na prática.
Quem se dispuser a perceber-lhe a essência há que se caracterizar pelo espírito aberto, sem predisposição, sem opiniões já formadas, com inteireza de caráter, constante, firme, isento de prevenções na busca ininterrupta não só da causa, da mecânica, do fato em si, mas, e principalmente, na dedução das conseqüências, na aplicação desse conhecer renovador dos sentimentos que burila, melhora, sutiliza, renova a essência, o ser espiritual.
Na decorrência desse processo, surgirá, despontará, caracterizar-se-á o espírito sincero que compreende a Doutrina sob seu verdadeiro ponto de vista. Estes não se contentam admirar a beleza da proposta moral: - praticam-na e aceitam todas as conseqüências que essa opção atrair.
Convencidos de que a existência terrena é passagem, detalhe transitório, buscam a melhor forma para fazer de cada acontecimento, de cada estímulo que a Vida propicia, momentos de progresso. Vigilantes, alegres, descontraídos, felizes, esforçam-se, através dos procedimentos naturais, por fazer o Bem, educando inclinações inferiores, estudando tendências e preferências, para renová-las, agora, sob objetivos maiores, transcendentes.
Nesse sentido ou sob esses objetivos, as relações e posições tomadas, passam a ser seguras, pois as convicções reais, ligam-no as fontes propulsoras da Vida, na caridade onde amar e servir, passam a ser a preocupação de suas decisões e atos, objetivo enfim, de conduta ... "estes são os verdadeiros espíritas, ou melhor, os espíritas, ou melhor, os espíritas cristãos"...
Sem precisar de muitos argumentos, percebe-se que só se atingirá tal meta, aqueles que imprimam a seus estudos, pesquisa, continuidade, seqüência; que sem interrupção dê seguimento, com regularidade, de modo metódico, desde o início, buscando conhecer o que já existe a respeito, as opiniões responsáveis que tratam do assunto, prosseguir, encadeando idéias no conhecimento que se estrutura e forma.
Nesse campo mental, não se detém, nem no questionamento, nem na resposta isolada, pessoal, justamente porque entende que o conhecimento se forma através de vinculações que comporão o todo.
Estes, são alguns dos sinais ou o caminho que atrai a simpatia dos bons Espíritos, presentes onde a pureza das intenções, a fé, o fervor, a confiança, os sentimentos nobres estão unidos à razão, na pesquisa perseverante e séria que busca e conduz ao Bem.
Sem esses cuidados, sem essas qualidades, ficar-se-á a mercê dos levianos que, atraídos a campo próprio, permanecem justamente porque encontraram meio livre, gerados pela irresponsabilidade, pelo personalismo, oportunismo, ociosidade, brincadeiras, falta de circunspeção, seriedade enfim.
... "se quereis respostas sérias, sede sérios vós mesmos, em toda a extensão do termo e mantende-vos nas condições necessárias: somente então, obtereis grandes coisas. Sede além, disso laboriosos e perseverantes em vossos estudos para que os Espíritos superiores não vos abandonem como faz um professor com os alunos negligentes."
Ainda:
... "o Espiritismo não pode considerar crítico sério, senão aquele que tudo tenha visto, estudando e aprofundando com a paciência e a perseverança de um observador consciencioso; que do assunto saiba tanto quanto qualquer adepto instruído, que haja por conseguinte, haurido seus conhecimentos algures, que não nos romances da Ciência; aquele que não se possa opor fato algum que lhe seja desconhecido, nenhum argumento de que já não tenha cogitado e cuja refutação faça, não por mera negação, mas por meio de outros argumentos mais peremptórios; aquele finalmente, que possa indicar, para os fatos averiguados, causa mais lógica do que a que lhes aponta o Espiritismo. Tal crítico ainda está por aparecer.".
Bibliografia
Kardec, Allan - O Livro dos Espíritos - Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita VIII.
Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - I - Introdução
Kardec, Allan - Revista Espírita - Maio - 1859 Outubro - 1860
Kardec, Allan - O Livro dos Médiuns - Cap II – 14
Leda Marques Bighetti
Abril / 2003
PALAVRAS DE VIDA ETERNA - ESTUDO 34
Livro: "Palavras de Vida Eterna"
Lição n. 34 - "Prossigamos"
"Irmãos, quanto a mim não julgo que o haja alcançado; mas, uma
coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam e
avançando para as que estão diante de mim..."- Paulo
Emmanuel, ao comentar o trecho da carta que Paulo escreveu aos Felipenses, traz para nossa reflexão uma questão muito importante relacionada com o progresso do Espírito, que é a estagnação. A inércia, a imobilização diante de acontecimentos do passado, que não foram os mais agradáveis, os mais felizes para a pessoa, seja por atos que ela tenha praticado, ou, por outros em relação a ela, tais como, ingratidão, incompreensão, etc.
Isso acontece, por não percebermos que as situações só se modificam para melhor, quando nos dispomos a trabalhar para transformá-las, e, também, por esquecer, justamente, de algo muito importante que é a finalidade maior da existência, que é atingir a perfeição relativa.
Paulo diz aos Felipenses, que tinha consciência de não haver, ainda, alcançado a perfeição, mas, que uma coisa ele fazia, esquecia o que havia ficado atrás, e avançava para as que estavam diante dele, para o alvo que desejava alcançar.
Deixava claro com estas palavras, que não ficava parado lamentando os seus enganos, quando para defender a Lei que ele acreditava ser a Verdade, perseguiu tenazmente os cristãos. Também, não lamentava, nem censurava a incompreensão de familiares e amigos, que lhe voltaram às costas.
É o exemplo daquele que não fica preso ao passado, pelo contrário, recomeçou a sua vida com empenho e vontade férrea, deixando uma vida, onde desfrutava de ótima situação financeira, para dar início a outra de privações e muito trabalho para sobreviver como tecelão.
Reflitamos, que apesar das imperfeições que todos trazemos, e por isso é que cometemos muitos enganos, eles - os enganos - não podem servir de pretexto para a inércia.
Os desacertos devem ser considerados experiências para Espíritos que estão no caminho que leva à perfeição, ainda, não chegaram lá, ainda, não estão prontos, estão se fazendo, se construindo e que, portanto, o recomeço sem lamentações deve estar na pauta dos deveres de cada um de nós.
Prossigamos, esquecendo o mal e fazendo todo o bem possível.
Maria Aparecida Ferreira Lovo
Abril / 2004
Lição n. 34 - "Prossigamos"
"Irmãos, quanto a mim não julgo que o haja alcançado; mas, uma
coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam e
avançando para as que estão diante de mim..."- Paulo
Emmanuel, ao comentar o trecho da carta que Paulo escreveu aos Felipenses, traz para nossa reflexão uma questão muito importante relacionada com o progresso do Espírito, que é a estagnação. A inércia, a imobilização diante de acontecimentos do passado, que não foram os mais agradáveis, os mais felizes para a pessoa, seja por atos que ela tenha praticado, ou, por outros em relação a ela, tais como, ingratidão, incompreensão, etc.
Isso acontece, por não percebermos que as situações só se modificam para melhor, quando nos dispomos a trabalhar para transformá-las, e, também, por esquecer, justamente, de algo muito importante que é a finalidade maior da existência, que é atingir a perfeição relativa.
Paulo diz aos Felipenses, que tinha consciência de não haver, ainda, alcançado a perfeição, mas, que uma coisa ele fazia, esquecia o que havia ficado atrás, e avançava para as que estavam diante dele, para o alvo que desejava alcançar.
Deixava claro com estas palavras, que não ficava parado lamentando os seus enganos, quando para defender a Lei que ele acreditava ser a Verdade, perseguiu tenazmente os cristãos. Também, não lamentava, nem censurava a incompreensão de familiares e amigos, que lhe voltaram às costas.
É o exemplo daquele que não fica preso ao passado, pelo contrário, recomeçou a sua vida com empenho e vontade férrea, deixando uma vida, onde desfrutava de ótima situação financeira, para dar início a outra de privações e muito trabalho para sobreviver como tecelão.
Reflitamos, que apesar das imperfeições que todos trazemos, e por isso é que cometemos muitos enganos, eles - os enganos - não podem servir de pretexto para a inércia.
Os desacertos devem ser considerados experiências para Espíritos que estão no caminho que leva à perfeição, ainda, não chegaram lá, ainda, não estão prontos, estão se fazendo, se construindo e que, portanto, o recomeço sem lamentações deve estar na pauta dos deveres de cada um de nós.
Prossigamos, esquecendo o mal e fazendo todo o bem possível.
Maria Aparecida Ferreira Lovo
Abril / 2004
88- O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
– ALLAN KARDEC
CAPÍTULO X: BEM-AVENTURADOS OS MISERICORDIOSOS
ITENS 11, 12 E 13: NÃO JULGUEIS PARA NÃO SERDES JULGADOS.
AQUELE QUE ESTIVER SEM PECADO ATIRE A PRIMEIRA PEDRA
“Não julgueis, pois, para não serdes julgados: porque, com o juízo que julgardes os outros, serei julgados; e com a medida com que medirdes vos medirão também a vós.
(Mateus, VII: 1 e 2)
“Então, lhe trouxeram, os escribas e os fariseus, uma mulher que fora apanhada em adultério, e a puseram no meio, e lhe disseram: Mestre, esta mulher foi agora mesmo apanhada em adultério, Moisés, na lei, mandou apedrejar a estas tais. Qual é a vossa opinião sobre isto? Diziam, pois, isto, os judeus, tentando-o, para o poderem acusar.
Jesus, porém, abaixando-se, pôs-se a escrever com o dedo na terra. E como eles perseveram em fazer-lhe perguntas, ergueu-se Jesus e disse-lhe: Aquele dentre vós que estiver sem pecado, atire-lhe a primeira pedra.
E tornando a abaixar-se, escrevia na terra.
Mas eles, ouvindo-o, foram saindo um a um, sendo os mais velhos os primeiros.
E ficou só Jesus com a mulher, que estava no meio, em pé.
Então, erguendo-se, Jesus lhe disse: Mulher, onde estão os que te acusam?
Ninguém te condenou?
Respondeu ela: Ninguém, Senhor. Então Jesus lhe disse: Eu tampouco te condenarei; vai e não peques mais.” (João VIII: 3 a 11)
Há mais de dois mil anos, esse fato aconteceu, justamente, no meio do povo que recebera a primeira grande revelação divina, os dez mandamentos recebidos por Moisés, uns mil e trezentos anos antes, onde um deles é: “Não matarás”.
A lei do apedrejamento da mulher adúltera, uma das mais injustas na historia da humanidade, pois, para haver o adultério são necessários um homem e uma mulher, não faz parte da lei divina, uma vez que essa é imutável. Deus não comete erros, não precisando de retificações.
Os dez mandamentos continuam sendo a base de toda justiça humana e divina.
As demais leis, promulgadas por Moisés, foram leis adequadas ao grau de evolução de um povo: rigorosa, inflexível, cruel em determinados pontos, para manter, pelo temor, a unidade dos seus membros, que se destacavam pela manutenção da fé em Deus único, embora, pelo tempo vivido no Egito, e, pelas dificuldades da jornada, estivessem um tanto descuidados das suas tradições, influenciados pelos usos e costumes egípcios.
Moisés exercia seu poder de chefe de um povo, da maneira que julgava ser necessário, na longa caminhada – quarenta anos - em direção à terra prometida. Mas suas leis, excetuando os dez mandamentos, recebidos através de sua mediunidade, foram leis para aquele povo, naquela época.
A cena descrita por João transporta-nos ao tempo de Jesus, em um lugar público, onde um grupo de homens se aproxima dele, colocando uma mulher assustada no centro de uma roda que se formara, para exigir-lhe uma posição diante da lei.
Ele não tinha nenhuma autoridade civil ou religiosa para libertá-la da morte.
Vemos Jesus ouvindo as perguntas, percebendo a intenção do grupo presente de conseguir um motivo, para acusá-lo de desrespeitar a lei. Vê a mulher atemorizada, sabendo o que a esperava, porque conhecia a lei injusta e cruel.
Não se altera não se horroriza, não acusa ninguém, não tenta convencê-los a mudar de atitude. Chega a agachar-se para escrever com o dedo na terra.
Como os homens insistiram, porque queriam pegá-lo em falta em relação ao cumprimento da lei mosaica, ou em contradição aos seus ensinos, visto que o apedrejamento da mulher adúltera seria uma incoerência, uma contestação aos seus ensinos, simplesmente, diz que aquele, dentre eles, que estivesse sem pecado, isto é sem erros, sem infringência das leis, que atirasse na mulher, a primeira pedra, continuando a escrever na terra.
O espanto deve ter sido muito grande: não havia nas palavras de Jesus nada que desrespeitasse Moisés, nem incoerência com seus ensinos; apenas demonstrou-lhes que nenhum deles estava isento de erros, portanto, não tinham autoridade moral para julgar, condenar e aplicar a pena.
E a frase de Jesus continua sendo lida, estudada, divulgada, repetida e nós, que nos consideramos cristãos, encarnados e desencarnados, ainda não nos desvencilhamos do hábito de apontar, criticar, censurar, condenar, desejar punir os que cometem erros.
Jesus deixa bem clara a necessidade que todos têm da indulgência, visto sermos Espíritos em desenvolvimento, sujeitos, pois, a enganos e omissões.
“Ensina que não devemos julgar os outros mais severamente do que nos julgamos a nós mesmos, nem condenar-nos outros o que nos desculpamos em nós.
Antes de reprovar alguém, consideremos se a mesma reprovação não nos pode ser aplicada”.
Quando aceitamos algum erro nosso, o que nem sempre é feito, encontramos sempre motivos para explicar e justificar nossas atitudes e ações, mas, somos exigentes e severos com os erros dos outros.
Pior ainda, quando, para defendermo-nos de alguma censura ou crítica de alguém, acusamos esse alguém de outras falhas, que nada têm com o fato e a situação atual.
Defender-se acusando outros, é sinal do reconhecimento de sua falta, querendo, por falta de argumentos sólidos, denegrir o outro, desacreditando-o.
Mas então não se pode criticar o que está errado?
Allan Kardec esclarece que pode haver dois motivos na censura da conduta alheia: reprimir o mal ou desacreditar a pessoa cujos atos se critica.
Esse último não tem a menor justificativa, decorrendo da maledicência e da maldade, demonstrando imperfeição moral, necessitando, quem assim age, de reeducação de seus sentimentos e emoções, partindo do reconhecimento de suas falhas.
Quanto ao primeiro motivo, é necessário que ele exista e seja cumprido a fim de que o mal seja banido dos corações humanos e, por conseqüência, eliminado da sociedade.
Assim, esse ensino de Jesus não pode ser levado em conta, no seu sentido absoluto, uma vez que o mal para ser debelado, tem de ser reconhecido. Apontá-lo, pois, onde aparece, com o propósito de combatê-lo, pode ser uma atitude louvável, uma vez que daí pode surgir um bem.
“Aliás, não deve o homem ajudar o progresso dos seus semelhantes?”
Jesus não podia, pois, proibir de se reprovar o mal. Demonstrou, com clareza e objetividade, que “a autoridade da censura está na razão da autoridade moral daquele que a pronuncia. Tornar-se culpável daquilo que se condena-nos outros é abdicar dessa autoridade e, mais ainda, é arrogar-se o direito de repressão. A consciência íntima, de resto, recusa qualquer respeito e toda submissão voluntária àquele que, investido de algum poder, viola as leis e os princípios que está encarregado de aplicar. A única autoridade legítima, aos olhos de Deus, é a que se apóia no bom exemplo. É o que resulta, evidentemente, das palavras de Jesus.”
Bibliografia:
KARDEC, Allan - “O Evangelho Segundo o Espiritismo”
Leda de Almeida Rezende Ebner
Setembro / 2008
CAPÍTULO X: BEM-AVENTURADOS OS MISERICORDIOSOS
ITENS 11, 12 E 13: NÃO JULGUEIS PARA NÃO SERDES JULGADOS.
AQUELE QUE ESTIVER SEM PECADO ATIRE A PRIMEIRA PEDRA
“Não julgueis, pois, para não serdes julgados: porque, com o juízo que julgardes os outros, serei julgados; e com a medida com que medirdes vos medirão também a vós.
(Mateus, VII: 1 e 2)
“Então, lhe trouxeram, os escribas e os fariseus, uma mulher que fora apanhada em adultério, e a puseram no meio, e lhe disseram: Mestre, esta mulher foi agora mesmo apanhada em adultério, Moisés, na lei, mandou apedrejar a estas tais. Qual é a vossa opinião sobre isto? Diziam, pois, isto, os judeus, tentando-o, para o poderem acusar.
Jesus, porém, abaixando-se, pôs-se a escrever com o dedo na terra. E como eles perseveram em fazer-lhe perguntas, ergueu-se Jesus e disse-lhe: Aquele dentre vós que estiver sem pecado, atire-lhe a primeira pedra.
E tornando a abaixar-se, escrevia na terra.
Mas eles, ouvindo-o, foram saindo um a um, sendo os mais velhos os primeiros.
E ficou só Jesus com a mulher, que estava no meio, em pé.
Então, erguendo-se, Jesus lhe disse: Mulher, onde estão os que te acusam?
Ninguém te condenou?
Respondeu ela: Ninguém, Senhor. Então Jesus lhe disse: Eu tampouco te condenarei; vai e não peques mais.” (João VIII: 3 a 11)
Há mais de dois mil anos, esse fato aconteceu, justamente, no meio do povo que recebera a primeira grande revelação divina, os dez mandamentos recebidos por Moisés, uns mil e trezentos anos antes, onde um deles é: “Não matarás”.
A lei do apedrejamento da mulher adúltera, uma das mais injustas na historia da humanidade, pois, para haver o adultério são necessários um homem e uma mulher, não faz parte da lei divina, uma vez que essa é imutável. Deus não comete erros, não precisando de retificações.
Os dez mandamentos continuam sendo a base de toda justiça humana e divina.
As demais leis, promulgadas por Moisés, foram leis adequadas ao grau de evolução de um povo: rigorosa, inflexível, cruel em determinados pontos, para manter, pelo temor, a unidade dos seus membros, que se destacavam pela manutenção da fé em Deus único, embora, pelo tempo vivido no Egito, e, pelas dificuldades da jornada, estivessem um tanto descuidados das suas tradições, influenciados pelos usos e costumes egípcios.
Moisés exercia seu poder de chefe de um povo, da maneira que julgava ser necessário, na longa caminhada – quarenta anos - em direção à terra prometida. Mas suas leis, excetuando os dez mandamentos, recebidos através de sua mediunidade, foram leis para aquele povo, naquela época.
A cena descrita por João transporta-nos ao tempo de Jesus, em um lugar público, onde um grupo de homens se aproxima dele, colocando uma mulher assustada no centro de uma roda que se formara, para exigir-lhe uma posição diante da lei.
Ele não tinha nenhuma autoridade civil ou religiosa para libertá-la da morte.
Vemos Jesus ouvindo as perguntas, percebendo a intenção do grupo presente de conseguir um motivo, para acusá-lo de desrespeitar a lei. Vê a mulher atemorizada, sabendo o que a esperava, porque conhecia a lei injusta e cruel.
Não se altera não se horroriza, não acusa ninguém, não tenta convencê-los a mudar de atitude. Chega a agachar-se para escrever com o dedo na terra.
Como os homens insistiram, porque queriam pegá-lo em falta em relação ao cumprimento da lei mosaica, ou em contradição aos seus ensinos, visto que o apedrejamento da mulher adúltera seria uma incoerência, uma contestação aos seus ensinos, simplesmente, diz que aquele, dentre eles, que estivesse sem pecado, isto é sem erros, sem infringência das leis, que atirasse na mulher, a primeira pedra, continuando a escrever na terra.
O espanto deve ter sido muito grande: não havia nas palavras de Jesus nada que desrespeitasse Moisés, nem incoerência com seus ensinos; apenas demonstrou-lhes que nenhum deles estava isento de erros, portanto, não tinham autoridade moral para julgar, condenar e aplicar a pena.
E a frase de Jesus continua sendo lida, estudada, divulgada, repetida e nós, que nos consideramos cristãos, encarnados e desencarnados, ainda não nos desvencilhamos do hábito de apontar, criticar, censurar, condenar, desejar punir os que cometem erros.
Jesus deixa bem clara a necessidade que todos têm da indulgência, visto sermos Espíritos em desenvolvimento, sujeitos, pois, a enganos e omissões.
“Ensina que não devemos julgar os outros mais severamente do que nos julgamos a nós mesmos, nem condenar-nos outros o que nos desculpamos em nós.
Antes de reprovar alguém, consideremos se a mesma reprovação não nos pode ser aplicada”.
Quando aceitamos algum erro nosso, o que nem sempre é feito, encontramos sempre motivos para explicar e justificar nossas atitudes e ações, mas, somos exigentes e severos com os erros dos outros.
Pior ainda, quando, para defendermo-nos de alguma censura ou crítica de alguém, acusamos esse alguém de outras falhas, que nada têm com o fato e a situação atual.
Defender-se acusando outros, é sinal do reconhecimento de sua falta, querendo, por falta de argumentos sólidos, denegrir o outro, desacreditando-o.
Mas então não se pode criticar o que está errado?
Allan Kardec esclarece que pode haver dois motivos na censura da conduta alheia: reprimir o mal ou desacreditar a pessoa cujos atos se critica.
Esse último não tem a menor justificativa, decorrendo da maledicência e da maldade, demonstrando imperfeição moral, necessitando, quem assim age, de reeducação de seus sentimentos e emoções, partindo do reconhecimento de suas falhas.
Quanto ao primeiro motivo, é necessário que ele exista e seja cumprido a fim de que o mal seja banido dos corações humanos e, por conseqüência, eliminado da sociedade.
Assim, esse ensino de Jesus não pode ser levado em conta, no seu sentido absoluto, uma vez que o mal para ser debelado, tem de ser reconhecido. Apontá-lo, pois, onde aparece, com o propósito de combatê-lo, pode ser uma atitude louvável, uma vez que daí pode surgir um bem.
“Aliás, não deve o homem ajudar o progresso dos seus semelhantes?”
Jesus não podia, pois, proibir de se reprovar o mal. Demonstrou, com clareza e objetividade, que “a autoridade da censura está na razão da autoridade moral daquele que a pronuncia. Tornar-se culpável daquilo que se condena-nos outros é abdicar dessa autoridade e, mais ainda, é arrogar-se o direito de repressão. A consciência íntima, de resto, recusa qualquer respeito e toda submissão voluntária àquele que, investido de algum poder, viola as leis e os princípios que está encarregado de aplicar. A única autoridade legítima, aos olhos de Deus, é a que se apóia no bom exemplo. É o que resulta, evidentemente, das palavras de Jesus.”
Bibliografia:
KARDEC, Allan - “O Evangelho Segundo o Espiritismo”
Leda de Almeida Rezende Ebner
Setembro / 2008
sexta-feira, 18 de junho de 2010
O LIVRO DOS MÉDIUNS - Estudo 27
SEGUNDA PARTE
DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS
CAPITULO IV
TEORIA DAS MANIFESTAÇÕES FÍSICAS
Estudo 27: itens 75 a 78
Continuando o estudo do capítulo IV, relembramos que o fluido universal, que encerra o princípio da vida, é o agente principal das manifestações e que esse agente que recebe seu impulso do Espírito, quer seja encarnado ou errante. O fluido condensado constitui o perispírito ou invólucro semimaterial do Espírito. Na encarnação, o perispírito se acha unido à matéria do corpo; na erraticidade está livre. Quando o Espírito está encarnado, a substância do perispírito se acha mais ou menos fundida com a matéria corpórea, mais ou menos colada a ela, se assim podemos dizer. Em algumas pessoas se verifica, por efeito de suas organizações, uma espécie de emanação desse fluido e é isso, propriamente falando, o que constitui o médium de efeitos físicos. A emissão do fluido animalizado pode ser mais ou menos abundante, como mais ou menos fácil a sua combinação, daí os médiuns mais ou menos possantes. Essa emissão, porém, não é permanente, o que explica a intermitência do poder mediúnico.
Para compreender esses processos Allan Kardec propõe uma comparação. Quando queremos atingir alguma coisa à distância de nós, é pelo pensamento que o tentamos, mas o pensamento sozinho não poderia realizar o nosso intento. Precisamos de um instrumento que o pensamento dirigirá: um bastão, um projétil, um sopro, etc. Note-se ainda que o pensamento não age diretamente sobre o bastão, que precisamos pegar. A inteligência, que é o próprio Espírito encarnado, está unida ao corpo pelo perispírito e não pode agir sobre o bastão sem o corpo. Assim: ela (a inteligência) age sobre o perispírito que é a substância com que tem mais afinidade, o perispírito age sobre os músculos, estes fazem a mão pegar o bastão e o bastão atinge o alvo. Quando o Espírito está desencarnado necessita de um instrumento que não pertence ao seu organismo esse instrumento é o fluido com ao auxílio do qual torna o objeto apropriado a realizar o impulso da sua vontade.
Quando, pois, um objeto é movido, erguido ou atirado no ar, o Espírito não o pegou, não o ergueu nem o atirou como nós fazemos com as mãos. Ele o saturou, por assim dizer, com o seu fluido, combinado com o do médium, e o objeto, assim, momentaneamente vivificado, age como um ser vivo, com a diferença de não ter vontade própria e obedecer ao impulso da vontade do Espírito.
Assim, o fluido vital, dirigido pelo Espírito, dá vida artificial e momentânea aos corpos inertes. Sendo o perispírito formado por esse fluido, segue-se que o Espírito encarnado, por meio do seu perispírito, é quem dá vida ao corpo, conservando-se unido a ele enquanto o organismo o permite. Quando se retira, o corpo morre. Agora, se em vez de uma mesa, fizéssemos uma estátua de madeira, teríamos sob a ação mediúnica, uma estátua que se moveria e daria pancadas, respondendo às nossas perguntas. Teríamos, em suma, uma estátua animada momentaneamente de uma vida artificial. Em lugar de mesas falantes, também se poderia dizer estátuas falantes. Quanta luz lança esta teoria sobre uma imensidade de fenômenos até agora inexplicáveis! Quantas alegorias e efeitos misteriosos vem explicar!
Ressalta Allan Kardec que os incrédulos ainda objetam que o fenômeno da suspensão das mesas, sem ponto de apoio, é impossível, por contrariar a lei de gravitação. Responde o Codificador que, em primeiro lugar, a negação não constitui uma prova; em segundo lugar, que, sendo real o fato, pouco importa contrarie ele todas as leis conhecidas, circunstância que só provaria uma coisa: que ele decorre de uma lei desconhecida e os negadores não podem alimentar a pretensão de conhecerem todas as leis da Natureza.
Nos próximos estudos, concluímos o estudo do capítulo IV, abordaremos aumento e diminuição de peso dos corpos.
BIBLIOGRAFIA:
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2. ed. São Paulo: FEESP, 1989 - 2ª Parte Cap. IV - itens 75 a 78
Tereza Cristina D'Alessandro
Outubro / 2003
DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS
CAPITULO IV
TEORIA DAS MANIFESTAÇÕES FÍSICAS
Estudo 27: itens 75 a 78
Continuando o estudo do capítulo IV, relembramos que o fluido universal, que encerra o princípio da vida, é o agente principal das manifestações e que esse agente que recebe seu impulso do Espírito, quer seja encarnado ou errante. O fluido condensado constitui o perispírito ou invólucro semimaterial do Espírito. Na encarnação, o perispírito se acha unido à matéria do corpo; na erraticidade está livre. Quando o Espírito está encarnado, a substância do perispírito se acha mais ou menos fundida com a matéria corpórea, mais ou menos colada a ela, se assim podemos dizer. Em algumas pessoas se verifica, por efeito de suas organizações, uma espécie de emanação desse fluido e é isso, propriamente falando, o que constitui o médium de efeitos físicos. A emissão do fluido animalizado pode ser mais ou menos abundante, como mais ou menos fácil a sua combinação, daí os médiuns mais ou menos possantes. Essa emissão, porém, não é permanente, o que explica a intermitência do poder mediúnico.
Para compreender esses processos Allan Kardec propõe uma comparação. Quando queremos atingir alguma coisa à distância de nós, é pelo pensamento que o tentamos, mas o pensamento sozinho não poderia realizar o nosso intento. Precisamos de um instrumento que o pensamento dirigirá: um bastão, um projétil, um sopro, etc. Note-se ainda que o pensamento não age diretamente sobre o bastão, que precisamos pegar. A inteligência, que é o próprio Espírito encarnado, está unida ao corpo pelo perispírito e não pode agir sobre o bastão sem o corpo. Assim: ela (a inteligência) age sobre o perispírito que é a substância com que tem mais afinidade, o perispírito age sobre os músculos, estes fazem a mão pegar o bastão e o bastão atinge o alvo. Quando o Espírito está desencarnado necessita de um instrumento que não pertence ao seu organismo esse instrumento é o fluido com ao auxílio do qual torna o objeto apropriado a realizar o impulso da sua vontade.
Quando, pois, um objeto é movido, erguido ou atirado no ar, o Espírito não o pegou, não o ergueu nem o atirou como nós fazemos com as mãos. Ele o saturou, por assim dizer, com o seu fluido, combinado com o do médium, e o objeto, assim, momentaneamente vivificado, age como um ser vivo, com a diferença de não ter vontade própria e obedecer ao impulso da vontade do Espírito.
Assim, o fluido vital, dirigido pelo Espírito, dá vida artificial e momentânea aos corpos inertes. Sendo o perispírito formado por esse fluido, segue-se que o Espírito encarnado, por meio do seu perispírito, é quem dá vida ao corpo, conservando-se unido a ele enquanto o organismo o permite. Quando se retira, o corpo morre. Agora, se em vez de uma mesa, fizéssemos uma estátua de madeira, teríamos sob a ação mediúnica, uma estátua que se moveria e daria pancadas, respondendo às nossas perguntas. Teríamos, em suma, uma estátua animada momentaneamente de uma vida artificial. Em lugar de mesas falantes, também se poderia dizer estátuas falantes. Quanta luz lança esta teoria sobre uma imensidade de fenômenos até agora inexplicáveis! Quantas alegorias e efeitos misteriosos vem explicar!
Ressalta Allan Kardec que os incrédulos ainda objetam que o fenômeno da suspensão das mesas, sem ponto de apoio, é impossível, por contrariar a lei de gravitação. Responde o Codificador que, em primeiro lugar, a negação não constitui uma prova; em segundo lugar, que, sendo real o fato, pouco importa contrarie ele todas as leis conhecidas, circunstância que só provaria uma coisa: que ele decorre de uma lei desconhecida e os negadores não podem alimentar a pretensão de conhecerem todas as leis da Natureza.
Nos próximos estudos, concluímos o estudo do capítulo IV, abordaremos aumento e diminuição de peso dos corpos.
BIBLIOGRAFIA:
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2. ed. São Paulo: FEESP, 1989 - 2ª Parte Cap. IV - itens 75 a 78
Tereza Cristina D'Alessandro
Outubro / 2003
O Livro dos Espíritos Estudo 21
Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita
VII - A Ciência e o Espiritismo
1- Fatos que motivaram as reflexões contidas nesse item - Explicação da Ciência para os fenômenos espíritas
7- Esses cuidados ou melhor o uso desse método, contribui para que muitos fenômenos considerados como sobrenaturais, maravilhosos, etc. sejam esclarecidos, colocando-os na ordem natural assim como a lei da gravitação universal fez vir a tona a explicação de fenômenos sobre os quais as opiniões não só se dividiam, como eram as mais absurdas possíveis. Da mesma forma a lei das afinidades moleculares, o mundo microscópio, a eletricidade etc., cada um a sua vez resolvendo dificuldades, problemas, mistérios incompreendidos ou falsamente interpretados.
Esses raciocínios ampliam-se quando percebemos que há muito a esclarecer, novas leis e forças existentes, pontos obscuros que passo a passo o homem vai percebendo pela própria força do movimento evolutivo.
O Espiritismo, nesse aspecto, experimenta, investigava a ação do mundo invisível sobre o visível e afirma-o como lei natural. Prova através de fatos patentes irrecusáveis demonstrando que esse mundo nos envolve, é essencialmente inteligente uma vez que composto de almas dos homens que já estiveram encarnados: Representam papel ativo no mundo visível produzindo fenômenos de ordem particular.
Não sendo possíveis de serem explicados por leis conhecidas a Ciência os chama de maravilhosos, porém, dentro das leis da natureza, produzidos em todos os tempos e que de um modo mais ou menos real serviram de base à todas as religiões.
A existência e ação reguladora ou direcionadoras do fenômeno é demonstrada sob a ação de leis, que circunscreve e delimita o fato não deixando dúvida a quem se disponha estudar.
Só pede ao estudioso, ao cientista duas coisas:
- que ao se dispor a estudar o façam no sentido completo que o termo possui, indo fundo, não atribuindo características que o fato não possui;
Depois,
- creiam ou não, que experimentem, isto é, ponha a prova, comprovem o que a teoria propõe.
..."ajudados por essa alavanca, tomada como simples hipótese resolve os milhares de problemas históricos, sociológicos, arqueológicos, antropológicos, teológicos, morais, sociais etc., ante os quais têm fracassado e verão o resultado. Não se pede fé, mas sim, atitude consciente de quem realmente busca conhecer."
8- Esse o objetivo da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas... "definido em seu título e no preâmbulo do regimento atual como exclusivamente o estudo da Ciência Espírita. O que queremos antes de tudo não é convencer-nos, pois já o estamos, mas instruir-nos e aprender aquilo que não sabemos. Para tanto queremos colocar-nos nas mais favoráveis condições. Como tais estudos exigem calma e recolhimento, queremos evitar tudo quanto fosse causa de perturbações. Tal é a consideração que deve prevalecer na apreciação das medidas que adotarmos."
E o regulamento sobre o objetivo da Sociedade prossegue em itens claros, precisos, enfáticos como, por exemplo:
A Sociedade não se apresenta como propagandista de suas idéias. (Deseja sim a difusão, mas entendem que elas se propagarão decorrentes das posições morais de cada um. Se assim não cresse seria necessário ao Espiritismo estar detido em uma sociedade regularmente constituída sem a qual o Espiritismo estaria em perigo)
A SPEE não é mais preponderante do que milhares de sociedades livres ou reuniões particulares da França e do estrangeiro
Quer instruir-se: por isso, só admite pessoas sérias, animadas do mesmo desejo
Não impõe suas idéias a ninguém: os que as adotarem é que as julgam justas
Nossas reuniões não se baseiam em qualquer interesse material. Como o interesse será puramente moral ..."sem nenhuma consideração mercantil"...
A multiplicidade das sociedades que se criarem estarão unidas pelo verdadeiro espírito da doutrina livres ou ..."não acessíveis ao ignóbil sentimento de inveja" ..."é preciso que se entenda que as raízes do Espiritismo não estão em nossa sociedade, mas no mundo inteiro"... "Existe algo de mais poderoso, de mais influente que todas as sociedades":
- é a doutrina que vai ao coração
- a razão dos que a compreendem e sobretudo
- o modo de ser daqueles que a praticam.
O Codificador define a forma de ação frente aos objetivos reais, racionais, comprometidos com a busca.
Evidencia que na pesquisa os princípios da Ciência Espírita vão mais longe deduzindo aplicação nas conseqüências morais, pois aí está, na renovação do ser, sua verdadeira utilidade.
..."fiz os meus primeiros estudos sérios de Espiritismo, menos ainda por efeito de revelações que por observação. Apliquei a essa nova Ciência, como até então o tinha feito, o método da experimentação: nunca formulei teorias pré-concebidas; observava atentamente, comparava, deduzia as conseqüências; dos efeitos procurava remontar às causas pela dedução, pelo encadeamento lógico dos fatos, não admitindo como válida uma explicação, senão quando ela podia resolver todas as dificuldades da questão... Entrevi nesses fenômenos a chave do problema tão obscuro e tão controvertido do passado e do futuro, a solução do que havia procurado toda a minha vida; era, em uma palavra, uma completa revolução nas idéias e nas crenças; preciso, portanto, se fazia agir com circunspecção e não levianamente, ser positivista e não idealista, para me não arrastar pelas ilusões".
9- Assim, como que um "a b c", a Ciência Espírita ensina na comprovação dos fatos:
O mundo invisível que nos circunda reage constantemente sobre o mundo visível
Esse mundo é uma das forças da natureza
Conhecer os efeitos dessa força é ter explicação para uma porção de fatos que passam despercebidos
Se esses efeitos podem ser funestos conhecer a causa é ter um meio de preservar-se contra ele...
Se sucumbir não poderá o homem queixar-se senão de si, porque não terá a ignorância como desculpa
Uma das táticas dos Espíritos inferiores para alcançar seus fins é a desunião, pois sabem que facilmente dominam aqueles sem apoio. Uma vez senhores do terreno, podem fascinar, subjugar, aproveitando o lado fraco que descobrem
..."eis senhores, o que nos mostram os exemplos que a cada momento se desdobram aos nossos olhos tanto no mundo dos Espíritos como no mundo corpóreo"...
Percebemos dois aspectos considerados a parte experimental e a filosófica ou teórica.
Não há precipitação. Há confiança na verdade, na superioridade dos Espíritos que trabalharam na Codificação ao lado do controle do experimentador só incorporando uma idéia quando esta preenche todos os detalhes requeridos ao racional, ao lógico, concorde fatos e observações onde nada as contrarie. Ao lado desses critérios, faz imprescindível a discussão na troca de idéias com pessoas até mais esclarecidas que o próprio experimentador.
É nesse trabalho que se buscarão sinais mínimos pelos quais se traem os menos elevados ou mais astuciosos. Não pode haver (e não houve da parte dos Espíritos comprometidos com o Espiritismo) dominação, imposição, idéias ou reflexões equívocas, contrárias à benevolência, prescrições ridículas longe disso, pensamentos grandes, nobres, sublimes, sem mesquinharias relações, exteriorizadas tanto nos maiores como nos menores aspectos, como o melhor, o mais sábio, prudente, moral e esclarecido.
Essas premissas são corroboradas pela identidade do ensino de fatos que se assentam no raciocínio sem curiosidade, frivolidade, - único meio apto a satisfazer aqueles que pensam e não se detém na superfície.
Essa é uma maneira diferente de ver?
Sim, e há aqueles que podem não simpatizar com esses princípios... "porque nada prova que estejamos certos"...
Também nada prova que eles estejam mais certos, pois que ainda duvidam e a dúvida não é uma doutrina. Pode e até é bom que haja a divergência das opiniões sobre ponto da ciência. Será justamente no uso dos métodos que se desgastarão as dúvidas abrindo ou indicando direções novas que na colaboração de todos se somam para o todo ideal. O que não deve haver, são as hostilidades - isso não é nem digno e nem científico ..."há porém, princípios sobre os quais temos a certeza de não estarmos enganados: é o amor do Bem, a abnegação, a abjuração de todo sentimento de inveja e ciúme"...
"O fim do Espiritismo é melhorar aqueles que o compreendem. Procuramos dar o exemplo e mostrar que, para nós, a Doutrina não é letra morta. Numa palavra, sejamos dignos dos bons Espíritos, se quisermos que estes nos assistam. O Bem é uma couraça contra a qual virão sempre quebrar-se as armas da malevolência".
Allan Kardec
Bibliografia
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec - Introdução XVII
Revista Espírita - Allan Kardec – Edicel
Item 1a 2:2 - junho – 1859
Item 3 ------- maio – 1859
Item 4 ------- fevereiro – 1859
Item 5 - 5:1- janeiro – 1858
Item 6 - 6:1- julho – 1859
Item 7 -------outubro - 1862
Item 8 ------ abril - 1860 - O principiante Espírita - Allan Kardec - 1ª parte
Item 9 - R. E. Julho - 1859
Leda Marques Bighetti
Março / 2003
VII - A Ciência e o Espiritismo
1- Fatos que motivaram as reflexões contidas nesse item - Explicação da Ciência para os fenômenos espíritas
7- Esses cuidados ou melhor o uso desse método, contribui para que muitos fenômenos considerados como sobrenaturais, maravilhosos, etc. sejam esclarecidos, colocando-os na ordem natural assim como a lei da gravitação universal fez vir a tona a explicação de fenômenos sobre os quais as opiniões não só se dividiam, como eram as mais absurdas possíveis. Da mesma forma a lei das afinidades moleculares, o mundo microscópio, a eletricidade etc., cada um a sua vez resolvendo dificuldades, problemas, mistérios incompreendidos ou falsamente interpretados.
Esses raciocínios ampliam-se quando percebemos que há muito a esclarecer, novas leis e forças existentes, pontos obscuros que passo a passo o homem vai percebendo pela própria força do movimento evolutivo.
O Espiritismo, nesse aspecto, experimenta, investigava a ação do mundo invisível sobre o visível e afirma-o como lei natural. Prova através de fatos patentes irrecusáveis demonstrando que esse mundo nos envolve, é essencialmente inteligente uma vez que composto de almas dos homens que já estiveram encarnados: Representam papel ativo no mundo visível produzindo fenômenos de ordem particular.
Não sendo possíveis de serem explicados por leis conhecidas a Ciência os chama de maravilhosos, porém, dentro das leis da natureza, produzidos em todos os tempos e que de um modo mais ou menos real serviram de base à todas as religiões.
A existência e ação reguladora ou direcionadoras do fenômeno é demonstrada sob a ação de leis, que circunscreve e delimita o fato não deixando dúvida a quem se disponha estudar.
Só pede ao estudioso, ao cientista duas coisas:
- que ao se dispor a estudar o façam no sentido completo que o termo possui, indo fundo, não atribuindo características que o fato não possui;
Depois,
- creiam ou não, que experimentem, isto é, ponha a prova, comprovem o que a teoria propõe.
..."ajudados por essa alavanca, tomada como simples hipótese resolve os milhares de problemas históricos, sociológicos, arqueológicos, antropológicos, teológicos, morais, sociais etc., ante os quais têm fracassado e verão o resultado. Não se pede fé, mas sim, atitude consciente de quem realmente busca conhecer."
8- Esse o objetivo da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas... "definido em seu título e no preâmbulo do regimento atual como exclusivamente o estudo da Ciência Espírita. O que queremos antes de tudo não é convencer-nos, pois já o estamos, mas instruir-nos e aprender aquilo que não sabemos. Para tanto queremos colocar-nos nas mais favoráveis condições. Como tais estudos exigem calma e recolhimento, queremos evitar tudo quanto fosse causa de perturbações. Tal é a consideração que deve prevalecer na apreciação das medidas que adotarmos."
E o regulamento sobre o objetivo da Sociedade prossegue em itens claros, precisos, enfáticos como, por exemplo:
A Sociedade não se apresenta como propagandista de suas idéias. (Deseja sim a difusão, mas entendem que elas se propagarão decorrentes das posições morais de cada um. Se assim não cresse seria necessário ao Espiritismo estar detido em uma sociedade regularmente constituída sem a qual o Espiritismo estaria em perigo)
A SPEE não é mais preponderante do que milhares de sociedades livres ou reuniões particulares da França e do estrangeiro
Quer instruir-se: por isso, só admite pessoas sérias, animadas do mesmo desejo
Não impõe suas idéias a ninguém: os que as adotarem é que as julgam justas
Nossas reuniões não se baseiam em qualquer interesse material. Como o interesse será puramente moral ..."sem nenhuma consideração mercantil"...
A multiplicidade das sociedades que se criarem estarão unidas pelo verdadeiro espírito da doutrina livres ou ..."não acessíveis ao ignóbil sentimento de inveja" ..."é preciso que se entenda que as raízes do Espiritismo não estão em nossa sociedade, mas no mundo inteiro"... "Existe algo de mais poderoso, de mais influente que todas as sociedades":
- é a doutrina que vai ao coração
- a razão dos que a compreendem e sobretudo
- o modo de ser daqueles que a praticam.
O Codificador define a forma de ação frente aos objetivos reais, racionais, comprometidos com a busca.
Evidencia que na pesquisa os princípios da Ciência Espírita vão mais longe deduzindo aplicação nas conseqüências morais, pois aí está, na renovação do ser, sua verdadeira utilidade.
..."fiz os meus primeiros estudos sérios de Espiritismo, menos ainda por efeito de revelações que por observação. Apliquei a essa nova Ciência, como até então o tinha feito, o método da experimentação: nunca formulei teorias pré-concebidas; observava atentamente, comparava, deduzia as conseqüências; dos efeitos procurava remontar às causas pela dedução, pelo encadeamento lógico dos fatos, não admitindo como válida uma explicação, senão quando ela podia resolver todas as dificuldades da questão... Entrevi nesses fenômenos a chave do problema tão obscuro e tão controvertido do passado e do futuro, a solução do que havia procurado toda a minha vida; era, em uma palavra, uma completa revolução nas idéias e nas crenças; preciso, portanto, se fazia agir com circunspecção e não levianamente, ser positivista e não idealista, para me não arrastar pelas ilusões".
9- Assim, como que um "a b c", a Ciência Espírita ensina na comprovação dos fatos:
O mundo invisível que nos circunda reage constantemente sobre o mundo visível
Esse mundo é uma das forças da natureza
Conhecer os efeitos dessa força é ter explicação para uma porção de fatos que passam despercebidos
Se esses efeitos podem ser funestos conhecer a causa é ter um meio de preservar-se contra ele...
Se sucumbir não poderá o homem queixar-se senão de si, porque não terá a ignorância como desculpa
Uma das táticas dos Espíritos inferiores para alcançar seus fins é a desunião, pois sabem que facilmente dominam aqueles sem apoio. Uma vez senhores do terreno, podem fascinar, subjugar, aproveitando o lado fraco que descobrem
..."eis senhores, o que nos mostram os exemplos que a cada momento se desdobram aos nossos olhos tanto no mundo dos Espíritos como no mundo corpóreo"...
Percebemos dois aspectos considerados a parte experimental e a filosófica ou teórica.
Não há precipitação. Há confiança na verdade, na superioridade dos Espíritos que trabalharam na Codificação ao lado do controle do experimentador só incorporando uma idéia quando esta preenche todos os detalhes requeridos ao racional, ao lógico, concorde fatos e observações onde nada as contrarie. Ao lado desses critérios, faz imprescindível a discussão na troca de idéias com pessoas até mais esclarecidas que o próprio experimentador.
É nesse trabalho que se buscarão sinais mínimos pelos quais se traem os menos elevados ou mais astuciosos. Não pode haver (e não houve da parte dos Espíritos comprometidos com o Espiritismo) dominação, imposição, idéias ou reflexões equívocas, contrárias à benevolência, prescrições ridículas longe disso, pensamentos grandes, nobres, sublimes, sem mesquinharias relações, exteriorizadas tanto nos maiores como nos menores aspectos, como o melhor, o mais sábio, prudente, moral e esclarecido.
Essas premissas são corroboradas pela identidade do ensino de fatos que se assentam no raciocínio sem curiosidade, frivolidade, - único meio apto a satisfazer aqueles que pensam e não se detém na superfície.
Essa é uma maneira diferente de ver?
Sim, e há aqueles que podem não simpatizar com esses princípios... "porque nada prova que estejamos certos"...
Também nada prova que eles estejam mais certos, pois que ainda duvidam e a dúvida não é uma doutrina. Pode e até é bom que haja a divergência das opiniões sobre ponto da ciência. Será justamente no uso dos métodos que se desgastarão as dúvidas abrindo ou indicando direções novas que na colaboração de todos se somam para o todo ideal. O que não deve haver, são as hostilidades - isso não é nem digno e nem científico ..."há porém, princípios sobre os quais temos a certeza de não estarmos enganados: é o amor do Bem, a abnegação, a abjuração de todo sentimento de inveja e ciúme"...
"O fim do Espiritismo é melhorar aqueles que o compreendem. Procuramos dar o exemplo e mostrar que, para nós, a Doutrina não é letra morta. Numa palavra, sejamos dignos dos bons Espíritos, se quisermos que estes nos assistam. O Bem é uma couraça contra a qual virão sempre quebrar-se as armas da malevolência".
Allan Kardec
Bibliografia
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec - Introdução XVII
Revista Espírita - Allan Kardec – Edicel
Item 1a 2:2 - junho – 1859
Item 3 ------- maio – 1859
Item 4 ------- fevereiro – 1859
Item 5 - 5:1- janeiro – 1858
Item 6 - 6:1- julho – 1859
Item 7 -------outubro - 1862
Item 8 ------ abril - 1860 - O principiante Espírita - Allan Kardec - 1ª parte
Item 9 - R. E. Julho - 1859
Leda Marques Bighetti
Março / 2003
PALAVRAS DE VIDA ETERNA - ESTUDO 32
Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Emmanuel
ACALMA-TE
“... A Deus tudo é possível..." - Jesus. (Mateus, 19 : 26.)
Acalma-te, recomenda Emmanuel.
É possível pôr em prática essa exortação diante das solicitações da vida moderna, face os dissabores que inesperadamente nos assaltam?
Se é possível, como fazê-lo?
A maioria com certeza, responderá que para se ter calma são indispensáveis conforto, independência financeira, estabilidade no emprego, saúde, silêncio e tantas outras situações consideradas como essenciais.
Se possível fosse reunir todos esses elementos será que bastariam para que a vida fosse sentida com serenidade?
Não. Reunidos todos esses fatores, somando-se a eles tantos outros, também importantes ainda assim, surpreenderíamos o homem agitado, tenso, intranqüilo.
Como explicar essa aflição?
Exatamente porque tranqüilidade, calma, é uma condição íntima da criatura.
Joanna de Ângelis em Dimensões da Verdade cita Marco Aurélio que em se referindo à tranqüilidade, em sua "Meditação" define "tranqüilo" como um Espírito bem ordenado, significando que calma, paz, decorre de um estado de ordem, boa disposição, certeza interior que se reflete exteriormente nas atitudes seguras e harmônicas.
Essa ordem nasce, pode ser adquirida pela educação, no objetivo de renovar as disposições íntimas, no sentido da evolução espiritual e de instruir-se para vencer a ignorância ampliando as possibilidades do conhecimento.
Essas diretrizes são imprescindíveis à busca da calma, levando esse trabalho a um estado de espírito confiante, firme nos padrões evangélicos, sem receios íntimos, equilibrado pela reflexão que leva a agir sem precipitações.
Trabalhar calma, paz interior, viver calmamente é imprescindível para a construção do caminho a seguir, cumprindo com determinação, boa vontade, as obrigações, compromissos, deveres edificantes que o mundo impõe a cada dia em situações-convites que se apresentarão desde formas amenas até as duras, complicadas ou sofridas.
Nos bons momentos quanto nas dificuldades, conflitos e sofrimentos, calma, tranqüilidade no Espírito, dará forças para superar as próprias limitações, condições melhores para resolver problemas abrindo campo propício à inspiração dos amigos espirituais que estimularão a progredir, não desanimar, a partir do instante que identifiquem o esforço de querer fazer o que nos cabe, buscando o melhor na confiança de que se fizermos a nossa parte, a parte de Deus Ele a fará.
Bibliografia:
Xavier, Francisco Cândido. "Palavras de Vida Eterna: Acalma-te". Ditado pelo Espírito Emmanuel. 17a ed. Uberaba - MG - CEC. 1992.
Franco, Divaldo Pereira. "Dimensões da Verdade: Serenidade". Ditado pelo Espírito Joanna de Angelis. 2a ed. Salvador _ BA - Livraria Espírita "Alvorada". 1977.
Iracema Linhares Giorgini
Março / 2004
quinta-feira, 17 de junho de 2010
87 – O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAPÍTULO X: BEM-AVENTURADOS OS MISERICORDIOSOS
ITENS 9 E 10 : O ARGUEIRO E A TRAVE NO OLHO
“Porque vês tu, pois, o argueiro no olho do teu irmão, e não vês a trave no teu olho? Ou, como dizes a teu irmão: Deixa-me tirar-te do teu olho o argueiro, quando tens no teu uma trave? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás como hás de tirar o argueiro do olho de teu irmão.” (Mateus, VII: 3 a 5)
A palavra argueiro significa partícula leve, cisco; por extensão: coisa insignificante.
Trave significa viga; pedaço de madeira ou de outro material utilizado para sustentar ou reforçar uma estrutura.
Os orgulhosos e os pseudo-sábios sorriem á vista da descrição dessa situação inverossímil.
Mas, esse é mais um exemplo da preocupação de Jesus em usar de coisas simples e chamativas, às vezes pela situação absurda, a fim de que suas palavras não se perdessem e se fixassem na memória dos que o ouviam, porque ele sabia da necessidade de um longo tempo de desenvolvimento espiritual para que grande parte da humanidade entendesse seus ensinos.
As palavras ficaram, foram entendidas por muitos, mas, muitos mais, somente agora, estão percebendo seu real significado e sua importância, e outros muitos, nem chegaram até aí.
Quanto mais se estuda os Evangelhos, mais Jesus se agiganta, se eleva, se sublima aos nossos olhos, à nossa ainda imperfeita capacidade de compreensão e entendimento, e seus ensinos de mais de dois mil anos, mostram-se atuais e cada vez mais necessários a toda humanidade da Terra.
Nessas palavras, citadas por Mateus, Jesus destaca a facilidade que o homem tem em perceber os erros alheios e a dificuldade que tem em perceber os seus.
“Para julgar-se a si mesmo, seria necessário poder mirar-se num espelho, transportar-se de qualquer maneira fora de si mesmo, e considerar-se como outra pessoa, perguntando: Que pensaria eu, se visse alguém fazendo o que faço?”
Admirável Kardec, com sua sabedoria de tornar sua escrita acessível a todos, escrevendo de maneira simples sobre coisas difíceis de serem entendidas e vividas!
Olhar-se para si mesmo, como se outra pessoa fosse, é a maneira melhor, talvez a única, de conhecer-se a si próprio, idéia já conhecida desde antes de Sócrates, que a divulgou há mais de trezentos anos antes de Cristo nascer.
Isso é possível ao homem, observando, perseverantemente, as suas reações aos acontecimentos, às situações da vida e às pessoas com as quais se relaciona ou convive.
Analisando essas reações com objetividade, sem complacência, nem justificativas, como se outra pessoa fosse, vai - se conhecendo a si próprio.
A partir desse hábito, fica mais fácil, conhecer suas qualidades em desenvolvimento, as que estão quais novas plantinhas, ainda frágeis, requerendo cuidados e atenções especiais, suas imperfeições e suas qualificações negativas.
Aceitá-las todas, as boas e as más, na compreensão de ser um Espírito em evolução, portanto, sujeito a erros, equívocos e omissões, é um novo passo.
Não parar aí, a fim de que o progresso, que é inevitável, não precise ser feito através de dores e sofrimentos.
Querer progredir no bem, pelo bem e para o bem, no cumprimento das leis divinas, exige que se combata, até eliminá-lo, o mal que existe dentro do ser, criado por ele mesmo, ao mesmo tempo em que se esforce, o mais possível, para desenvolver as virtudes por brotar, as já plantinhas novas e as mais crescidinhas.
Essa é a tarefa maior dos habitantes da Terra, a finalidade das inúmeras reencarnações.
Nas descobertas sobre si mesmo, o homem vai perceber que o orgulho que o leva a sentir-se ofendido e o impede de perdoar, também está presente na dificuldade que tem de ver-se como é, no disfarce dos “seus próprios defeitos, tanto morais quanto físicos”.
É o orgulho que o leva a perceber e destacar no outro o mal que se recusa a ver em si. Isso é falta de caridade, porque ressaltando o defeito alheio é como se dissesse: “Eu não faço isso, sou melhor do que ele”.
Querendo que os outros o vejam como ele pensa que é ou deseja parecer ser, destacando os defeitos alheios, pensa que esconde os seus, desviando a atenção.
Por isso Kardec afirma que “o orgulho, além de ser a fonte de muitos vícios, é também a negação de muitas virtudes. Encontramo-lo no fundo e como móvel de quase todas as ações. Foi por isso, que Jesus se empenhou em combatê-lo, como o principal obstáculo ao progresso.”
Assim, o orgulhoso não é ou tem dificuldade em ser caridoso, indulgente, tolerante, generoso, paciente, obediente, resignado, manso, pacífico...
Busquemos, todos nós, que consideramos Jesus como nosso Guia e Modelo, procurar ver e destacar o bem que existe nos outros, sendo benevolentes com suas faltas, tanto quanto desejamos que os outros o sejam para conosco.
Deixemos o rigor e a exigência para conosco, na luta contra nossas imperfeições morais, com a certeza de que todos nós trazemos em nós a perfectibilidade, ou seja, a capacidade de tornarmo-nos perfeitos.
Bibliografia:
KARDEC, Allan - “O Evangelho Segundo o Espiritismo”
Leda de Almeida Rezende Ebner
Agosto / 2008
ITENS 9 E 10 : O ARGUEIRO E A TRAVE NO OLHO
“Porque vês tu, pois, o argueiro no olho do teu irmão, e não vês a trave no teu olho? Ou, como dizes a teu irmão: Deixa-me tirar-te do teu olho o argueiro, quando tens no teu uma trave? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás como hás de tirar o argueiro do olho de teu irmão.” (Mateus, VII: 3 a 5)
A palavra argueiro significa partícula leve, cisco; por extensão: coisa insignificante.
Trave significa viga; pedaço de madeira ou de outro material utilizado para sustentar ou reforçar uma estrutura.
Os orgulhosos e os pseudo-sábios sorriem á vista da descrição dessa situação inverossímil.
Mas, esse é mais um exemplo da preocupação de Jesus em usar de coisas simples e chamativas, às vezes pela situação absurda, a fim de que suas palavras não se perdessem e se fixassem na memória dos que o ouviam, porque ele sabia da necessidade de um longo tempo de desenvolvimento espiritual para que grande parte da humanidade entendesse seus ensinos.
As palavras ficaram, foram entendidas por muitos, mas, muitos mais, somente agora, estão percebendo seu real significado e sua importância, e outros muitos, nem chegaram até aí.
Quanto mais se estuda os Evangelhos, mais Jesus se agiganta, se eleva, se sublima aos nossos olhos, à nossa ainda imperfeita capacidade de compreensão e entendimento, e seus ensinos de mais de dois mil anos, mostram-se atuais e cada vez mais necessários a toda humanidade da Terra.
Nessas palavras, citadas por Mateus, Jesus destaca a facilidade que o homem tem em perceber os erros alheios e a dificuldade que tem em perceber os seus.
“Para julgar-se a si mesmo, seria necessário poder mirar-se num espelho, transportar-se de qualquer maneira fora de si mesmo, e considerar-se como outra pessoa, perguntando: Que pensaria eu, se visse alguém fazendo o que faço?”
Admirável Kardec, com sua sabedoria de tornar sua escrita acessível a todos, escrevendo de maneira simples sobre coisas difíceis de serem entendidas e vividas!
Olhar-se para si mesmo, como se outra pessoa fosse, é a maneira melhor, talvez a única, de conhecer-se a si próprio, idéia já conhecida desde antes de Sócrates, que a divulgou há mais de trezentos anos antes de Cristo nascer.
Isso é possível ao homem, observando, perseverantemente, as suas reações aos acontecimentos, às situações da vida e às pessoas com as quais se relaciona ou convive.
Analisando essas reações com objetividade, sem complacência, nem justificativas, como se outra pessoa fosse, vai - se conhecendo a si próprio.
A partir desse hábito, fica mais fácil, conhecer suas qualidades em desenvolvimento, as que estão quais novas plantinhas, ainda frágeis, requerendo cuidados e atenções especiais, suas imperfeições e suas qualificações negativas.
Aceitá-las todas, as boas e as más, na compreensão de ser um Espírito em evolução, portanto, sujeito a erros, equívocos e omissões, é um novo passo.
Não parar aí, a fim de que o progresso, que é inevitável, não precise ser feito através de dores e sofrimentos.
Querer progredir no bem, pelo bem e para o bem, no cumprimento das leis divinas, exige que se combata, até eliminá-lo, o mal que existe dentro do ser, criado por ele mesmo, ao mesmo tempo em que se esforce, o mais possível, para desenvolver as virtudes por brotar, as já plantinhas novas e as mais crescidinhas.
Essa é a tarefa maior dos habitantes da Terra, a finalidade das inúmeras reencarnações.
Nas descobertas sobre si mesmo, o homem vai perceber que o orgulho que o leva a sentir-se ofendido e o impede de perdoar, também está presente na dificuldade que tem de ver-se como é, no disfarce dos “seus próprios defeitos, tanto morais quanto físicos”.
É o orgulho que o leva a perceber e destacar no outro o mal que se recusa a ver em si. Isso é falta de caridade, porque ressaltando o defeito alheio é como se dissesse: “Eu não faço isso, sou melhor do que ele”.
Querendo que os outros o vejam como ele pensa que é ou deseja parecer ser, destacando os defeitos alheios, pensa que esconde os seus, desviando a atenção.
Por isso Kardec afirma que “o orgulho, além de ser a fonte de muitos vícios, é também a negação de muitas virtudes. Encontramo-lo no fundo e como móvel de quase todas as ações. Foi por isso, que Jesus se empenhou em combatê-lo, como o principal obstáculo ao progresso.”
Assim, o orgulhoso não é ou tem dificuldade em ser caridoso, indulgente, tolerante, generoso, paciente, obediente, resignado, manso, pacífico...
Busquemos, todos nós, que consideramos Jesus como nosso Guia e Modelo, procurar ver e destacar o bem que existe nos outros, sendo benevolentes com suas faltas, tanto quanto desejamos que os outros o sejam para conosco.
Deixemos o rigor e a exigência para conosco, na luta contra nossas imperfeições morais, com a certeza de que todos nós trazemos em nós a perfectibilidade, ou seja, a capacidade de tornarmo-nos perfeitos.
Bibliografia:
KARDEC, Allan - “O Evangelho Segundo o Espiritismo”
Leda de Almeida Rezende Ebner
Agosto / 2008
87 – O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAPÍTULO X: BEM-AVENTURADOS OS MISERICORDIOSOS
ITENS 9 E 10 : O ARGUEIRO E A TRAVE NO OLHO
“Porque vês tu, pois, o argueiro no olho do teu irmão, e não vês a trave no teu olho? Ou, como dizes a teu irmão: Deixa-me tirar-te do teu olho o argueiro, quando tens no teu uma trave? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás como hás de tirar o argueiro do olho de teu irmão.” (Mateus, VII: 3 a 5)
A palavra argueiro significa partícula leve, cisco; por extensão: coisa insignificante.
Trave significa viga; pedaço de madeira ou de outro material utilizado para sustentar ou reforçar uma estrutura.
Os orgulhosos e os pseudo-sábios sorriem á vista da descrição dessa situação inverossímil.
Mas, esse é mais um exemplo da preocupação de Jesus em usar de coisas simples e chamativas, às vezes pela situação absurda, a fim de que suas palavras não se perdessem e se fixassem na memória dos que o ouviam, porque ele sabia da necessidade de um longo tempo de desenvolvimento espiritual para que grande parte da humanidade entendesse seus ensinos.
As palavras ficaram, foram entendidas por muitos, mas, muitos mais, somente agora, estão percebendo seu real significado e sua importância, e outros muitos, nem chegaram até aí.
Quanto mais se estuda os Evangelhos, mais Jesus se agiganta, se eleva, se sublima aos nossos olhos, à nossa ainda imperfeita capacidade de compreensão e entendimento, e seus ensinos de mais de dois mil anos, mostram-se atuais e cada vez mais necessários a toda humanidade da Terra.
Nessas palavras, citadas por Mateus, Jesus destaca a facilidade que o homem tem em perceber os erros alheios e a dificuldade que tem em perceber os seus.
“Para julgar-se a si mesmo, seria necessário poder mirar-se num espelho, transportar-se de qualquer maneira fora de si mesmo, e considerar-se como outra pessoa, perguntando: Que pensaria eu, se visse alguém fazendo o que faço?”
Admirável Kardec, com sua sabedoria de tornar sua escrita acessível a todos, escrevendo de maneira simples sobre coisas difíceis de serem entendidas e vividas!
Olhar-se para si mesmo, como se outra pessoa fosse, é a maneira melhor, talvez a única, de conhecer-se a si próprio, idéia já conhecida desde antes de Sócrates, que a divulgou há mais de trezentos anos antes de Cristo nascer.
Isso é possível ao homem, observando, perseverantemente, as suas reações aos acontecimentos, às situações da vida e às pessoas com as quais se relaciona ou convive.
Analisando essas reações com objetividade, sem complacência, nem justificativas, como se outra pessoa fosse, vai - se conhecendo a si próprio.
A partir desse hábito, fica mais fácil, conhecer suas qualidades em desenvolvimento, as que estão quais novas plantinhas, ainda frágeis, requerendo cuidados e atenções especiais, suas imperfeições e suas qualificações negativas.
Aceitá-las todas, as boas e as más, na compreensão de ser um Espírito em evolução, portanto, sujeito a erros, equívocos e omissões, é um novo passo.
Não parar aí, a fim de que o progresso, que é inevitável, não precise ser feito através de dores e sofrimentos.
Querer progredir no bem, pelo bem e para o bem, no cumprimento das leis divinas, exige que se combata, até eliminá-lo, o mal que existe dentro do ser, criado por ele mesmo, ao mesmo tempo em que se esforce, o mais possível, para desenvolver as virtudes por brotar, as já plantinhas novas e as mais crescidinhas.
Essa é a tarefa maior dos habitantes da Terra, a finalidade das inúmeras reencarnações.
Nas descobertas sobre si mesmo, o homem vai perceber que o orgulho que o leva a sentir-se ofendido e o impede de perdoar, também está presente na dificuldade que tem de ver-se como é, no disfarce dos “seus próprios defeitos, tanto morais quanto físicos”.
É o orgulho que o leva a perceber e destacar no outro o mal que se recusa a ver em si. Isso é falta de caridade, porque ressaltando o defeito alheio é como se dissesse: “Eu não faço isso, sou melhor do que ele”.
Querendo que os outros o vejam como ele pensa que é ou deseja parecer ser, destacando os defeitos alheios, pensa que esconde os seus, desviando a atenção.
Por isso Kardec afirma que “o orgulho, além de ser a fonte de muitos vícios, é também a negação de muitas virtudes. Encontramo-lo no fundo e como móvel de quase todas as ações. Foi por isso, que Jesus se empenhou em combatê-lo, como o principal obstáculo ao progresso.”
Assim, o orgulhoso não é ou tem dificuldade em ser caridoso, indulgente, tolerante, generoso, paciente, obediente, resignado, manso, pacífico...
Busquemos, todos nós, que consideramos Jesus como nosso Guia e Modelo, procurar ver e destacar o bem que existe nos outros, sendo benevolentes com suas faltas, tanto quanto desejamos que os outros o sejam para conosco.
Deixemos o rigor e a exigência para conosco, na luta contra nossas imperfeições morais, com a certeza de que todos nós trazemos em nós a perfectibilidade, ou seja, a capacidade de tornarmo-nos perfeitos.
Bibliografia:
KARDEC, Allan - “O Evangelho Segundo o Espiritismo”
Leda de Almeida Rezende Ebner
Agosto / 2008
ITENS 9 E 10 : O ARGUEIRO E A TRAVE NO OLHO
“Porque vês tu, pois, o argueiro no olho do teu irmão, e não vês a trave no teu olho? Ou, como dizes a teu irmão: Deixa-me tirar-te do teu olho o argueiro, quando tens no teu uma trave? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás como hás de tirar o argueiro do olho de teu irmão.” (Mateus, VII: 3 a 5)
A palavra argueiro significa partícula leve, cisco; por extensão: coisa insignificante.
Trave significa viga; pedaço de madeira ou de outro material utilizado para sustentar ou reforçar uma estrutura.
Os orgulhosos e os pseudo-sábios sorriem á vista da descrição dessa situação inverossímil.
Mas, esse é mais um exemplo da preocupação de Jesus em usar de coisas simples e chamativas, às vezes pela situação absurda, a fim de que suas palavras não se perdessem e se fixassem na memória dos que o ouviam, porque ele sabia da necessidade de um longo tempo de desenvolvimento espiritual para que grande parte da humanidade entendesse seus ensinos.
As palavras ficaram, foram entendidas por muitos, mas, muitos mais, somente agora, estão percebendo seu real significado e sua importância, e outros muitos, nem chegaram até aí.
Quanto mais se estuda os Evangelhos, mais Jesus se agiganta, se eleva, se sublima aos nossos olhos, à nossa ainda imperfeita capacidade de compreensão e entendimento, e seus ensinos de mais de dois mil anos, mostram-se atuais e cada vez mais necessários a toda humanidade da Terra.
Nessas palavras, citadas por Mateus, Jesus destaca a facilidade que o homem tem em perceber os erros alheios e a dificuldade que tem em perceber os seus.
“Para julgar-se a si mesmo, seria necessário poder mirar-se num espelho, transportar-se de qualquer maneira fora de si mesmo, e considerar-se como outra pessoa, perguntando: Que pensaria eu, se visse alguém fazendo o que faço?”
Admirável Kardec, com sua sabedoria de tornar sua escrita acessível a todos, escrevendo de maneira simples sobre coisas difíceis de serem entendidas e vividas!
Olhar-se para si mesmo, como se outra pessoa fosse, é a maneira melhor, talvez a única, de conhecer-se a si próprio, idéia já conhecida desde antes de Sócrates, que a divulgou há mais de trezentos anos antes de Cristo nascer.
Isso é possível ao homem, observando, perseverantemente, as suas reações aos acontecimentos, às situações da vida e às pessoas com as quais se relaciona ou convive.
Analisando essas reações com objetividade, sem complacência, nem justificativas, como se outra pessoa fosse, vai - se conhecendo a si próprio.
A partir desse hábito, fica mais fácil, conhecer suas qualidades em desenvolvimento, as que estão quais novas plantinhas, ainda frágeis, requerendo cuidados e atenções especiais, suas imperfeições e suas qualificações negativas.
Aceitá-las todas, as boas e as más, na compreensão de ser um Espírito em evolução, portanto, sujeito a erros, equívocos e omissões, é um novo passo.
Não parar aí, a fim de que o progresso, que é inevitável, não precise ser feito através de dores e sofrimentos.
Querer progredir no bem, pelo bem e para o bem, no cumprimento das leis divinas, exige que se combata, até eliminá-lo, o mal que existe dentro do ser, criado por ele mesmo, ao mesmo tempo em que se esforce, o mais possível, para desenvolver as virtudes por brotar, as já plantinhas novas e as mais crescidinhas.
Essa é a tarefa maior dos habitantes da Terra, a finalidade das inúmeras reencarnações.
Nas descobertas sobre si mesmo, o homem vai perceber que o orgulho que o leva a sentir-se ofendido e o impede de perdoar, também está presente na dificuldade que tem de ver-se como é, no disfarce dos “seus próprios defeitos, tanto morais quanto físicos”.
É o orgulho que o leva a perceber e destacar no outro o mal que se recusa a ver em si. Isso é falta de caridade, porque ressaltando o defeito alheio é como se dissesse: “Eu não faço isso, sou melhor do que ele”.
Querendo que os outros o vejam como ele pensa que é ou deseja parecer ser, destacando os defeitos alheios, pensa que esconde os seus, desviando a atenção.
Por isso Kardec afirma que “o orgulho, além de ser a fonte de muitos vícios, é também a negação de muitas virtudes. Encontramo-lo no fundo e como móvel de quase todas as ações. Foi por isso, que Jesus se empenhou em combatê-lo, como o principal obstáculo ao progresso.”
Assim, o orgulhoso não é ou tem dificuldade em ser caridoso, indulgente, tolerante, generoso, paciente, obediente, resignado, manso, pacífico...
Busquemos, todos nós, que consideramos Jesus como nosso Guia e Modelo, procurar ver e destacar o bem que existe nos outros, sendo benevolentes com suas faltas, tanto quanto desejamos que os outros o sejam para conosco.
Deixemos o rigor e a exigência para conosco, na luta contra nossas imperfeições morais, com a certeza de que todos nós trazemos em nós a perfectibilidade, ou seja, a capacidade de tornarmo-nos perfeitos.
Bibliografia:
KARDEC, Allan - “O Evangelho Segundo o Espiritismo”
Leda de Almeida Rezende Ebner
Agosto / 2008
O LIVRO DOS MÉDIUNS - Estudo 26
SEGUNDA PARTE
DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS
CAPITULO IV
TEORIA DAS MANIFESTAÇÕES FÍSICAS
R U Í D O S
Estudo 26: item 74 - questões 22 a 25
Dando continuidade ao estudo do capítulo IV, relembramos que o conhecimento da natureza dos Espíritos, de sua forma humana, das propriedades semimateriais do perispírito, da ação mecânica que podem exercer sobre a matéria e o fato de nas aparições as mãos fluídicas e até mesmo tangíveis pegarem objetos e os carregarem, julgou-se, como era natural, que o Espírito se servia muito simplesmente de suas próprias mãos para fazer que a mesa girasse e que a erguesse pelos braços. Mas, então, qual a necessidade de médiuns? O Espírito não poderia agir sozinho? Porque o médium que, freqüentemente, pousa as mãos sobre a mesa em sentido contrário ao do movimento, ou mesmo nem chega a pousá-las, não pode, evidentemente, ajudar o Espírito por uma ação muscular. E com relação aos ruídos; como o Espírito bate? Com um objeto material?
As respostas seguintes foram dadas pelo Espírito São Luís. Muitos outros, depois, as confirmaram.
22. Como o Espírito bate? Com um objeto material?
— Não, como não usa os braços para erguer a mesa. Sabes que ele não dispõe de martelos. Seu martelo é o fluido combinado que ele põe em ação, pela sua vontade, para mover ou bater. Quando move um objeto, a luz vos dá a percepção do movimento; quando bate, o ar vos transmite o som.
23. Concebemos isso quando se trata de um corpo duro. Mas, como pode nos fazer ouvir ruídos ou sons através do ar?
— Desde que age sobre a matéria, pode agir tanto sobre o ar como sobre a mesa. Quanto aos sons articulados, pode imitá-los como a todos os demais ruídos.
24. Dizes que o Espírito não usa as mãos para mover a mesa, mas em certas manifestações aparecerem mãos a dedilharem teclados, movimentando as teclas e produzindo sons. Não parecia, nesse caso, que as teclas eram movimentadas pelos dedos? E a pressão dos dedos não é também direta e real, quando a sentimos em nós mesmos, quando essas mãos deixam marcas na pele?
— Não poderias compreender a natureza dos Espíritos e sua maneira de agir por meio dessas comparações, que dão apenas uma idéia incompleta. É um erro querer sempre assemelhar às vossas, as maneiras deles procederem. Os processos dos Espíritos devem estar sempre em relação com a sua organização. Já não dissemos que o fluido do perispírito penetra na matéria e se identifica com ela, dando-lhe uma vida factícia? Pois bem, quando o Espírito movimenta as teclas com os dedos, ele o faz realmente. Mas não é pela força muscular que faz a pressão. Ele anima a tecla, como faz com a mesa, e a tecla obedece à sua vontade e vibra a corda. Neste caso, ocorre um caso de difícil compreensão para vós. É que certos Espíritos são ainda tão atrasados e de tal forma materiais em comparação com os Espíritos elevados, que conservam as ilusões da vida terrena e julgam agir como quando estavam no corpo. Não percebem a verdadeira causa dos efeitos que produzem, como um pobre homem não compreende a teoria dos sons que pronuncia. Se perguntares como tocam o piano, dirão que com os dedos, pois assim crêem fazer. Produzem o efeito de maneira instintiva, sem o saberem, e não obstante pela sua vontade. Quando falam e se fazem ouvir, é a mesma coisa, da mesma maneira que a mímica substitui, nos mudos, a palavra que lhes falta.
25. Entre os fenômenos citados como provas da ação de uma potência oculta, há os que são evidentemente contrários a todas as leis conhecidas da natureza. A dúvida então não parece justa?
— Acontece que o homem está longe de conhecer todas as leis da Natureza; se as conhecesse, seria Espírito superior. Cada dia, entretanto, oferece um desmentido aos que tudo pensam saber, pretendendo impor limites à Natureza, e nem por isso eles se mostram menos orgulhosos. Desvendando incessantemente novos mistérios, Deus adverte ao homem que deve desconfiar de suas próprias luzes, pois chegará um dia em que a ciência do mais sábio será confundida. Todos os dias vemos o exemplo de corpos dotados de movimentos capazes de superar a força da gravidade. Um projétil lançado por uma arma não supera momentaneamente essa força?
Concluímos o estudo sobre os itens indicados, relembrando que entre todos os fenômenos espíritas, os mais simples e freqüentes são os ruídos e as pancadas, por isso é necessário recordar que muitas causas podem produzi-los: o vento que sopra, algo que nós mesmos movemos sem perceber, um efeito acústico, um animal oculto, um inseto e, até mesmo, brincadeiras de mau gosto.
Excluídas as possibilidades desses ruídos terem sido provocados por ações pertinentes ao mundo material, é sabido que as manifestações físicas tem por finalidade chamar a nossa atenção para a realidade do mundo espiritual e convencer-nos da presença de um poder superior ao do homem. Não são fenômenos sobrenaturais; atendem leis da natureza que ainda não conhecemos totalmente, e afirma Allan Kardec:
— "Compreende-se, assim, que os Espíritos podem fazer tudo quanto fazemos, mas pelos meios correspondentes ao seu organismo. Algumas forças que lhe são, próprias substituem os nossos músculos, da mesma maneira que a mímica substitui nos mudos, a palavra que lhe falta.".
BIBLIOGRAFIA
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap. IV - 2ª Parte - item 74, 22-25
Tereza Cristina D'Alessandro
Setembro / 2003
DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS
CAPITULO IV
TEORIA DAS MANIFESTAÇÕES FÍSICAS
R U Í D O S
Estudo 26: item 74 - questões 22 a 25
Dando continuidade ao estudo do capítulo IV, relembramos que o conhecimento da natureza dos Espíritos, de sua forma humana, das propriedades semimateriais do perispírito, da ação mecânica que podem exercer sobre a matéria e o fato de nas aparições as mãos fluídicas e até mesmo tangíveis pegarem objetos e os carregarem, julgou-se, como era natural, que o Espírito se servia muito simplesmente de suas próprias mãos para fazer que a mesa girasse e que a erguesse pelos braços. Mas, então, qual a necessidade de médiuns? O Espírito não poderia agir sozinho? Porque o médium que, freqüentemente, pousa as mãos sobre a mesa em sentido contrário ao do movimento, ou mesmo nem chega a pousá-las, não pode, evidentemente, ajudar o Espírito por uma ação muscular. E com relação aos ruídos; como o Espírito bate? Com um objeto material?
As respostas seguintes foram dadas pelo Espírito São Luís. Muitos outros, depois, as confirmaram.
22. Como o Espírito bate? Com um objeto material?
— Não, como não usa os braços para erguer a mesa. Sabes que ele não dispõe de martelos. Seu martelo é o fluido combinado que ele põe em ação, pela sua vontade, para mover ou bater. Quando move um objeto, a luz vos dá a percepção do movimento; quando bate, o ar vos transmite o som.
23. Concebemos isso quando se trata de um corpo duro. Mas, como pode nos fazer ouvir ruídos ou sons através do ar?
— Desde que age sobre a matéria, pode agir tanto sobre o ar como sobre a mesa. Quanto aos sons articulados, pode imitá-los como a todos os demais ruídos.
24. Dizes que o Espírito não usa as mãos para mover a mesa, mas em certas manifestações aparecerem mãos a dedilharem teclados, movimentando as teclas e produzindo sons. Não parecia, nesse caso, que as teclas eram movimentadas pelos dedos? E a pressão dos dedos não é também direta e real, quando a sentimos em nós mesmos, quando essas mãos deixam marcas na pele?
— Não poderias compreender a natureza dos Espíritos e sua maneira de agir por meio dessas comparações, que dão apenas uma idéia incompleta. É um erro querer sempre assemelhar às vossas, as maneiras deles procederem. Os processos dos Espíritos devem estar sempre em relação com a sua organização. Já não dissemos que o fluido do perispírito penetra na matéria e se identifica com ela, dando-lhe uma vida factícia? Pois bem, quando o Espírito movimenta as teclas com os dedos, ele o faz realmente. Mas não é pela força muscular que faz a pressão. Ele anima a tecla, como faz com a mesa, e a tecla obedece à sua vontade e vibra a corda. Neste caso, ocorre um caso de difícil compreensão para vós. É que certos Espíritos são ainda tão atrasados e de tal forma materiais em comparação com os Espíritos elevados, que conservam as ilusões da vida terrena e julgam agir como quando estavam no corpo. Não percebem a verdadeira causa dos efeitos que produzem, como um pobre homem não compreende a teoria dos sons que pronuncia. Se perguntares como tocam o piano, dirão que com os dedos, pois assim crêem fazer. Produzem o efeito de maneira instintiva, sem o saberem, e não obstante pela sua vontade. Quando falam e se fazem ouvir, é a mesma coisa, da mesma maneira que a mímica substitui, nos mudos, a palavra que lhes falta.
25. Entre os fenômenos citados como provas da ação de uma potência oculta, há os que são evidentemente contrários a todas as leis conhecidas da natureza. A dúvida então não parece justa?
— Acontece que o homem está longe de conhecer todas as leis da Natureza; se as conhecesse, seria Espírito superior. Cada dia, entretanto, oferece um desmentido aos que tudo pensam saber, pretendendo impor limites à Natureza, e nem por isso eles se mostram menos orgulhosos. Desvendando incessantemente novos mistérios, Deus adverte ao homem que deve desconfiar de suas próprias luzes, pois chegará um dia em que a ciência do mais sábio será confundida. Todos os dias vemos o exemplo de corpos dotados de movimentos capazes de superar a força da gravidade. Um projétil lançado por uma arma não supera momentaneamente essa força?
Concluímos o estudo sobre os itens indicados, relembrando que entre todos os fenômenos espíritas, os mais simples e freqüentes são os ruídos e as pancadas, por isso é necessário recordar que muitas causas podem produzi-los: o vento que sopra, algo que nós mesmos movemos sem perceber, um efeito acústico, um animal oculto, um inseto e, até mesmo, brincadeiras de mau gosto.
Excluídas as possibilidades desses ruídos terem sido provocados por ações pertinentes ao mundo material, é sabido que as manifestações físicas tem por finalidade chamar a nossa atenção para a realidade do mundo espiritual e convencer-nos da presença de um poder superior ao do homem. Não são fenômenos sobrenaturais; atendem leis da natureza que ainda não conhecemos totalmente, e afirma Allan Kardec:
— "Compreende-se, assim, que os Espíritos podem fazer tudo quanto fazemos, mas pelos meios correspondentes ao seu organismo. Algumas forças que lhe são, próprias substituem os nossos músculos, da mesma maneira que a mímica substitui nos mudos, a palavra que lhe falta.".
BIBLIOGRAFIA
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap. IV - 2ª Parte - item 74, 22-25
Tereza Cristina D'Alessandro
Setembro / 2003
O LIVRO DOS MÉDIUNS - Estudo 26
SEGUNDA PARTE
DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS
CAPITULO IV
TEORIA DAS MANIFESTAÇÕES FÍSICAS
R U Í D O S
Estudo 26: item 74 - questões 22 a 25
Dando continuidade ao estudo do capítulo IV, relembramos que o conhecimento da natureza dos Espíritos, de sua forma humana, das propriedades semimateriais do perispírito, da ação mecânica que podem exercer sobre a matéria e o fato de nas aparições as mãos fluídicas e até mesmo tangíveis pegarem objetos e os carregarem, julgou-se, como era natural, que o Espírito se servia muito simplesmente de suas próprias mãos para fazer que a mesa girasse e que a erguesse pelos braços. Mas, então, qual a necessidade de médiuns? O Espírito não poderia agir sozinho? Porque o médium que, freqüentemente, pousa as mãos sobre a mesa em sentido contrário ao do movimento, ou mesmo nem chega a pousá-las, não pode, evidentemente, ajudar o Espírito por uma ação muscular. E com relação aos ruídos; como o Espírito bate? Com um objeto material?
As respostas seguintes foram dadas pelo Espírito São Luís. Muitos outros, depois, as confirmaram.
22. Como o Espírito bate? Com um objeto material?
— Não, como não usa os braços para erguer a mesa. Sabes que ele não dispõe de martelos. Seu martelo é o fluido combinado que ele põe em ação, pela sua vontade, para mover ou bater. Quando move um objeto, a luz vos dá a percepção do movimento; quando bate, o ar vos transmite o som.
23. Concebemos isso quando se trata de um corpo duro. Mas, como pode nos fazer ouvir ruídos ou sons através do ar?
— Desde que age sobre a matéria, pode agir tanto sobre o ar como sobre a mesa. Quanto aos sons articulados, pode imitá-los como a todos os demais ruídos.
24. Dizes que o Espírito não usa as mãos para mover a mesa, mas em certas manifestações aparecerem mãos a dedilharem teclados, movimentando as teclas e produzindo sons. Não parecia, nesse caso, que as teclas eram movimentadas pelos dedos? E a pressão dos dedos não é também direta e real, quando a sentimos em nós mesmos, quando essas mãos deixam marcas na pele?
— Não poderias compreender a natureza dos Espíritos e sua maneira de agir por meio dessas comparações, que dão apenas uma idéia incompleta. É um erro querer sempre assemelhar às vossas, as maneiras deles procederem. Os processos dos Espíritos devem estar sempre em relação com a sua organização. Já não dissemos que o fluido do perispírito penetra na matéria e se identifica com ela, dando-lhe uma vida factícia? Pois bem, quando o Espírito movimenta as teclas com os dedos, ele o faz realmente. Mas não é pela força muscular que faz a pressão. Ele anima a tecla, como faz com a mesa, e a tecla obedece à sua vontade e vibra a corda. Neste caso, ocorre um caso de difícil compreensão para vós. É que certos Espíritos são ainda tão atrasados e de tal forma materiais em comparação com os Espíritos elevados, que conservam as ilusões da vida terrena e julgam agir como quando estavam no corpo. Não percebem a verdadeira causa dos efeitos que produzem, como um pobre homem não compreende a teoria dos sons que pronuncia. Se perguntares como tocam o piano, dirão que com os dedos, pois assim crêem fazer. Produzem o efeito de maneira instintiva, sem o saberem, e não obstante pela sua vontade. Quando falam e se fazem ouvir, é a mesma coisa, da mesma maneira que a mímica substitui, nos mudos, a palavra que lhes falta.
25. Entre os fenômenos citados como provas da ação de uma potência oculta, há os que são evidentemente contrários a todas as leis conhecidas da natureza. A dúvida então não parece justa?
— Acontece que o homem está longe de conhecer todas as leis da Natureza; se as conhecesse, seria Espírito superior. Cada dia, entretanto, oferece um desmentido aos que tudo pensam saber, pretendendo impor limites à Natureza, e nem por isso eles se mostram menos orgulhosos. Desvendando incessantemente novos mistérios, Deus adverte ao homem que deve desconfiar de suas próprias luzes, pois chegará um dia em que a ciência do mais sábio será confundida. Todos os dias vemos o exemplo de corpos dotados de movimentos capazes de superar a força da gravidade. Um projétil lançado por uma arma não supera momentaneamente essa força?
Concluímos o estudo sobre os itens indicados, relembrando que entre todos os fenômenos espíritas, os mais simples e freqüentes são os ruídos e as pancadas, por isso é necessário recordar que muitas causas podem produzi-los: o vento que sopra, algo que nós mesmos movemos sem perceber, um efeito acústico, um animal oculto, um inseto e, até mesmo, brincadeiras de mau gosto.
Excluídas as possibilidades desses ruídos terem sido provocados por ações pertinentes ao mundo material, é sabido que as manifestações físicas tem por finalidade chamar a nossa atenção para a realidade do mundo espiritual e convencer-nos da presença de um poder superior ao do homem. Não são fenômenos sobrenaturais; atendem leis da natureza que ainda não conhecemos totalmente, e afirma Allan Kardec:
— "Compreende-se, assim, que os Espíritos podem fazer tudo quanto fazemos, mas pelos meios correspondentes ao seu organismo. Algumas forças que lhe são, próprias substituem os nossos músculos, da mesma maneira que a mímica substitui nos mudos, a palavra que lhe falta.".
BIBLIOGRAFIA
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap. IV - 2ª Parte - item 74, 22-25
Tereza Cristina D'Alessandro
Setembro / 2003
DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS
CAPITULO IV
TEORIA DAS MANIFESTAÇÕES FÍSICAS
R U Í D O S
Estudo 26: item 74 - questões 22 a 25
Dando continuidade ao estudo do capítulo IV, relembramos que o conhecimento da natureza dos Espíritos, de sua forma humana, das propriedades semimateriais do perispírito, da ação mecânica que podem exercer sobre a matéria e o fato de nas aparições as mãos fluídicas e até mesmo tangíveis pegarem objetos e os carregarem, julgou-se, como era natural, que o Espírito se servia muito simplesmente de suas próprias mãos para fazer que a mesa girasse e que a erguesse pelos braços. Mas, então, qual a necessidade de médiuns? O Espírito não poderia agir sozinho? Porque o médium que, freqüentemente, pousa as mãos sobre a mesa em sentido contrário ao do movimento, ou mesmo nem chega a pousá-las, não pode, evidentemente, ajudar o Espírito por uma ação muscular. E com relação aos ruídos; como o Espírito bate? Com um objeto material?
As respostas seguintes foram dadas pelo Espírito São Luís. Muitos outros, depois, as confirmaram.
22. Como o Espírito bate? Com um objeto material?
— Não, como não usa os braços para erguer a mesa. Sabes que ele não dispõe de martelos. Seu martelo é o fluido combinado que ele põe em ação, pela sua vontade, para mover ou bater. Quando move um objeto, a luz vos dá a percepção do movimento; quando bate, o ar vos transmite o som.
23. Concebemos isso quando se trata de um corpo duro. Mas, como pode nos fazer ouvir ruídos ou sons através do ar?
— Desde que age sobre a matéria, pode agir tanto sobre o ar como sobre a mesa. Quanto aos sons articulados, pode imitá-los como a todos os demais ruídos.
24. Dizes que o Espírito não usa as mãos para mover a mesa, mas em certas manifestações aparecerem mãos a dedilharem teclados, movimentando as teclas e produzindo sons. Não parecia, nesse caso, que as teclas eram movimentadas pelos dedos? E a pressão dos dedos não é também direta e real, quando a sentimos em nós mesmos, quando essas mãos deixam marcas na pele?
— Não poderias compreender a natureza dos Espíritos e sua maneira de agir por meio dessas comparações, que dão apenas uma idéia incompleta. É um erro querer sempre assemelhar às vossas, as maneiras deles procederem. Os processos dos Espíritos devem estar sempre em relação com a sua organização. Já não dissemos que o fluido do perispírito penetra na matéria e se identifica com ela, dando-lhe uma vida factícia? Pois bem, quando o Espírito movimenta as teclas com os dedos, ele o faz realmente. Mas não é pela força muscular que faz a pressão. Ele anima a tecla, como faz com a mesa, e a tecla obedece à sua vontade e vibra a corda. Neste caso, ocorre um caso de difícil compreensão para vós. É que certos Espíritos são ainda tão atrasados e de tal forma materiais em comparação com os Espíritos elevados, que conservam as ilusões da vida terrena e julgam agir como quando estavam no corpo. Não percebem a verdadeira causa dos efeitos que produzem, como um pobre homem não compreende a teoria dos sons que pronuncia. Se perguntares como tocam o piano, dirão que com os dedos, pois assim crêem fazer. Produzem o efeito de maneira instintiva, sem o saberem, e não obstante pela sua vontade. Quando falam e se fazem ouvir, é a mesma coisa, da mesma maneira que a mímica substitui, nos mudos, a palavra que lhes falta.
25. Entre os fenômenos citados como provas da ação de uma potência oculta, há os que são evidentemente contrários a todas as leis conhecidas da natureza. A dúvida então não parece justa?
— Acontece que o homem está longe de conhecer todas as leis da Natureza; se as conhecesse, seria Espírito superior. Cada dia, entretanto, oferece um desmentido aos que tudo pensam saber, pretendendo impor limites à Natureza, e nem por isso eles se mostram menos orgulhosos. Desvendando incessantemente novos mistérios, Deus adverte ao homem que deve desconfiar de suas próprias luzes, pois chegará um dia em que a ciência do mais sábio será confundida. Todos os dias vemos o exemplo de corpos dotados de movimentos capazes de superar a força da gravidade. Um projétil lançado por uma arma não supera momentaneamente essa força?
Concluímos o estudo sobre os itens indicados, relembrando que entre todos os fenômenos espíritas, os mais simples e freqüentes são os ruídos e as pancadas, por isso é necessário recordar que muitas causas podem produzi-los: o vento que sopra, algo que nós mesmos movemos sem perceber, um efeito acústico, um animal oculto, um inseto e, até mesmo, brincadeiras de mau gosto.
Excluídas as possibilidades desses ruídos terem sido provocados por ações pertinentes ao mundo material, é sabido que as manifestações físicas tem por finalidade chamar a nossa atenção para a realidade do mundo espiritual e convencer-nos da presença de um poder superior ao do homem. Não são fenômenos sobrenaturais; atendem leis da natureza que ainda não conhecemos totalmente, e afirma Allan Kardec:
— "Compreende-se, assim, que os Espíritos podem fazer tudo quanto fazemos, mas pelos meios correspondentes ao seu organismo. Algumas forças que lhe são, próprias substituem os nossos músculos, da mesma maneira que a mímica substitui nos mudos, a palavra que lhe falta.".
BIBLIOGRAFIA
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap. IV - 2ª Parte - item 74, 22-25
Tereza Cristina D'Alessandro
Setembro / 2003
O Livro dos Espíritos Estudo 20
Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita
VII b - A Ciência e o Espiritismo
1 - Fatos que motivaram as reflexões contidas nesse item - Explicação da Ciência para os fenômenos espíritas
2 - Ciência, o verdadeiro caráter do Espiritismo
O Espiritismo, através da Ciência vem lançar luz sobre problemas até então insolúveis ou mal resolvidos. Sendo ela seu caráter, sob suas premissas, aderem pessoas de todas as crenças, menos os materialistas e ateus, porque suas idéias são incompatíveis com as observações espíritas.
Essa não necessidade de renunciar a às convicções e crenças pessoais decorre de que o Espiritismo repousa sobre princípios morais independentes de toda questão dogmática, uma vez que como ciência filosófica, tem conseqüências morais e estas são coerentes no sentido do cristianismo, com todas as doutrinas.
O Espiritismo nesse aspecto científico ocupa-se:
- da observação dos fatos
- da pesquisa das causas
- da explicação que os fatos podem dar aos fenômenos conhecidos, tanto na ordem moral como na ordem física
- não impõe nenhum culto
- um dos seus efeitos é reconduzir as idéias religiosas aqueles que se fixam no cepticismo – exagerado
- por suas conseqüências, ensina suportar com resignação, (fruto do entender porquês) as misérias da vida
- acalma o desespero
- ensina os homens a se amarem como irmãos, conforme os divinos preceitos de Jesus.
3 - Para chegar a essas conclusões é necessário acurado estudo da ciência espírita que exige experiência adquirida através de estudo longo, assíduo perseverante bem como muita observação.
Não abrangerá apenas o estudo dos fenômenos propriamente dito mas também, envolve os costumes, hábitos do mundo oculto desde o mais baixo até o mais alto da escala. Isso não se consegue mediante alguns ensaios; o que não seria característica de um homem sério, pois este quando se detém sobre os chamados mistérios vê desdobrar-se a frente, horizonte tão amplo, que longos anos não bastam para que todo o conhecimento se processe.
Perceber que de todas as imperfeições morais, a que maior entrada oferece aos Espíritos imperfeitos é o orgulho.
A melhor técnica para fechar-lhes as portas será o amor ao Bem, pela caridade, doçura, simplicidade, modéstia, desinteresse etc., qualidades que colocam e atraem sintonia com os bons Espíritos, afirmações estas que decorrem de muita observação advindas através de estudos, observações e pesquisa sérias.
4 - Assim, a ciência espírita em suas considerações, não se limita a coleta dos fatos que se multiplicam por toda parte. Os fatos por si só tornam-se mono:- tomar pela repetição e semelhança. O homem precisa de algo mais que lhe fale à inteligência.
Será através da Ciência que descobrirá a causa do mistério, que patenteia verdades eternas apenas e sempre pressentidas pelo homem.
No estabelecimento da Doutrina mostra, como conseqüência, o caminho do dever em campo jamais apresentado à observação do filósofo.
Ao Espiritismo, pode-se dar-lhe a denominação de Ciência, jamais porém, com as características de uma ciência exata. Os fatos espíritas não podem ser trabalhados, como quem trabalha com o experimento, a análise química ou problema matemático.
É uma ciência filosófica. Como tal, baseia-se em fatos que por si só não constituem ciência; ela nascerá da coordenação, da dedução lógica dos fatos no conjunto das leis que o regem.
5:1- Chegou, atingiu o Espiritismo o estado de Ciência ?
Como ciência acabada não. Deduziu-se princípios gerais, onde começa a Ciência.
O exame raciocinado dos fatos e das conseqüências deles decorrentes é o complemento que levará a aplicação.
6 - Essas reflexões falam da cautela que a Ciência Espírita tem para com as teorias fornecidas pelos próprios Espíritos. Há que se ter sim, reservas, no sentido de não se tomar tudo quanto dizem como artigo de fé. Entre eles, há todas as nuances de saber e moralidade. É toda uma população com variedade muito mais numerosa do que aquela conhecida entre os homens.
Para conhecê-la, compreendê-la há que se estudar as individualidades, os traços distintivos de seus costumes, hábitos e caráter, percebendo detalhes, o estado desse mundo, o tipo de sociedade que forma, quais os interesses que os mantém unidos, que objetivo os move, uma vez que essa realidade constitui-se como morada futura daqueles que hoje se encontram encarnados.
6:1- O estudo das individualidades demonstra que exatamente a pesquisa não pode deter-se na opinião única. Assim, como na vida material, também na espiritual há os ignorantes, de mentalidade personalista e que têm e portanto passam uma idéia incompleta do meio em que estão. O horizonte moral igualmente limitado não lhes permite apreender o conjunto.
Não podem pelas limitações decorrentes, instruir e cabe reserva ao aceitar suas orientações. Daí a importância da Ciência que, observa, julga, compara, tira conseqüências onde mesmo a visão pessoal, os erros, constituem-se como ensinamentos ao pesquisador que não renuncie ao discernimento.
Interrogá-los simplesmente não significa fechar conhecimento. O fato de a resposta vir de um desencarnado não significa que é exata, real, verdadeira. Assim, no conteúdo científico, toda opinião pessoal só será aceita depois de ser submetida ao controle da lógica e dos meios de investigação fornecidos pela própria ciência espírita.
Nesse trabalho, alguns pontos vão se encadeando como por exemplo:
- o concurso dos Bons Espíritos é imprescindível nessa busca, sem o que não se pode esperar a Verdade.
6:2- Como, porém, obter esse concurso?
Através da experimentação na aplicação do método científico vão se encadeando premissas:
- a condição imprescindível para merecer simpatia, concurso dos Bons Espíritos são as decorrentes do recolhimento e da pureza de intenções.
- fazem-se presentes onde encontram seriedade, fé, fervor e confiança.
- não gostam de servir de experiência, nem de dar espetáculo, mas de instruir aqueles que os procuram sem idéias preconcebidas.
- os Espíritos levianos se divertem de todos os modos, vão a toda parte e de preferência, aos lugares onde encontram ocasião para mistificar.
- os maus são atraídos pelos sentimentos inferiores, entendendo-se por estes, tudo aquilo que não está concorde ou é contra a moral evangélica.
- assim:- quem quer que traga a uma reunião sentimentos contrários a esses princípios (a moral evangélica) traz consigo Espíritos desejosos de semear perturbação, discórdia, confusão e hostilidade.
Daí deduzir-se a premissa básica:
- a comunhão de sentimentos e pensamentos para o bem constitui-se como primeira necessidade o que não será encontrado em meio heterogêneo onde se mesclem paixões inferiores como orgulho, inveja, ciúme, malevolência, personalismo, etc.. Mesmo que essas situações não sejam ostensivas, escondidas, sob a dissimulação de um trato aparentemente educado; cumprirão seu papel de desestabilizar em separatividade, por mais espesso que seja o véu com que se procure cobri-los.
SEGUE NO PRÓXIMO ESTUDO
Bibliografia
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec - Introdução XVII
Revista Espírita – Allan Kardec – Edicel
Item 1a 2:2 - junho - 1859
Item 3 ---- - maio - 1859
Item 4 ---- - fevereiro - 1859
Item 5 – 5:1 - janeiro - 1858
Item 6 – 6:1 - julho - 1859
Item 7 ---- - outubro - 1862
Item 8 ---- - abril - 1860 - O principiante Espírita - Allan Kardec – 1ª parte
Item 9 – R. E. Julho - 1859
Leda Marques Bighetti
Fevereiro / 2003
VII b - A Ciência e o Espiritismo
1 - Fatos que motivaram as reflexões contidas nesse item - Explicação da Ciência para os fenômenos espíritas
2 - Ciência, o verdadeiro caráter do Espiritismo
O Espiritismo, através da Ciência vem lançar luz sobre problemas até então insolúveis ou mal resolvidos. Sendo ela seu caráter, sob suas premissas, aderem pessoas de todas as crenças, menos os materialistas e ateus, porque suas idéias são incompatíveis com as observações espíritas.
Essa não necessidade de renunciar a às convicções e crenças pessoais decorre de que o Espiritismo repousa sobre princípios morais independentes de toda questão dogmática, uma vez que como ciência filosófica, tem conseqüências morais e estas são coerentes no sentido do cristianismo, com todas as doutrinas.
O Espiritismo nesse aspecto científico ocupa-se:
- da observação dos fatos
- da pesquisa das causas
- da explicação que os fatos podem dar aos fenômenos conhecidos, tanto na ordem moral como na ordem física
- não impõe nenhum culto
- um dos seus efeitos é reconduzir as idéias religiosas aqueles que se fixam no cepticismo – exagerado
- por suas conseqüências, ensina suportar com resignação, (fruto do entender porquês) as misérias da vida
- acalma o desespero
- ensina os homens a se amarem como irmãos, conforme os divinos preceitos de Jesus.
3 - Para chegar a essas conclusões é necessário acurado estudo da ciência espírita que exige experiência adquirida através de estudo longo, assíduo perseverante bem como muita observação.
Não abrangerá apenas o estudo dos fenômenos propriamente dito mas também, envolve os costumes, hábitos do mundo oculto desde o mais baixo até o mais alto da escala. Isso não se consegue mediante alguns ensaios; o que não seria característica de um homem sério, pois este quando se detém sobre os chamados mistérios vê desdobrar-se a frente, horizonte tão amplo, que longos anos não bastam para que todo o conhecimento se processe.
Perceber que de todas as imperfeições morais, a que maior entrada oferece aos Espíritos imperfeitos é o orgulho.
A melhor técnica para fechar-lhes as portas será o amor ao Bem, pela caridade, doçura, simplicidade, modéstia, desinteresse etc., qualidades que colocam e atraem sintonia com os bons Espíritos, afirmações estas que decorrem de muita observação advindas através de estudos, observações e pesquisa sérias.
4 - Assim, a ciência espírita em suas considerações, não se limita a coleta dos fatos que se multiplicam por toda parte. Os fatos por si só tornam-se mono:- tomar pela repetição e semelhança. O homem precisa de algo mais que lhe fale à inteligência.
Será através da Ciência que descobrirá a causa do mistério, que patenteia verdades eternas apenas e sempre pressentidas pelo homem.
No estabelecimento da Doutrina mostra, como conseqüência, o caminho do dever em campo jamais apresentado à observação do filósofo.
Ao Espiritismo, pode-se dar-lhe a denominação de Ciência, jamais porém, com as características de uma ciência exata. Os fatos espíritas não podem ser trabalhados, como quem trabalha com o experimento, a análise química ou problema matemático.
É uma ciência filosófica. Como tal, baseia-se em fatos que por si só não constituem ciência; ela nascerá da coordenação, da dedução lógica dos fatos no conjunto das leis que o regem.
5:1- Chegou, atingiu o Espiritismo o estado de Ciência ?
Como ciência acabada não. Deduziu-se princípios gerais, onde começa a Ciência.
O exame raciocinado dos fatos e das conseqüências deles decorrentes é o complemento que levará a aplicação.
6 - Essas reflexões falam da cautela que a Ciência Espírita tem para com as teorias fornecidas pelos próprios Espíritos. Há que se ter sim, reservas, no sentido de não se tomar tudo quanto dizem como artigo de fé. Entre eles, há todas as nuances de saber e moralidade. É toda uma população com variedade muito mais numerosa do que aquela conhecida entre os homens.
Para conhecê-la, compreendê-la há que se estudar as individualidades, os traços distintivos de seus costumes, hábitos e caráter, percebendo detalhes, o estado desse mundo, o tipo de sociedade que forma, quais os interesses que os mantém unidos, que objetivo os move, uma vez que essa realidade constitui-se como morada futura daqueles que hoje se encontram encarnados.
6:1- O estudo das individualidades demonstra que exatamente a pesquisa não pode deter-se na opinião única. Assim, como na vida material, também na espiritual há os ignorantes, de mentalidade personalista e que têm e portanto passam uma idéia incompleta do meio em que estão. O horizonte moral igualmente limitado não lhes permite apreender o conjunto.
Não podem pelas limitações decorrentes, instruir e cabe reserva ao aceitar suas orientações. Daí a importância da Ciência que, observa, julga, compara, tira conseqüências onde mesmo a visão pessoal, os erros, constituem-se como ensinamentos ao pesquisador que não renuncie ao discernimento.
Interrogá-los simplesmente não significa fechar conhecimento. O fato de a resposta vir de um desencarnado não significa que é exata, real, verdadeira. Assim, no conteúdo científico, toda opinião pessoal só será aceita depois de ser submetida ao controle da lógica e dos meios de investigação fornecidos pela própria ciência espírita.
Nesse trabalho, alguns pontos vão se encadeando como por exemplo:
- o concurso dos Bons Espíritos é imprescindível nessa busca, sem o que não se pode esperar a Verdade.
6:2- Como, porém, obter esse concurso?
Através da experimentação na aplicação do método científico vão se encadeando premissas:
- a condição imprescindível para merecer simpatia, concurso dos Bons Espíritos são as decorrentes do recolhimento e da pureza de intenções.
- fazem-se presentes onde encontram seriedade, fé, fervor e confiança.
- não gostam de servir de experiência, nem de dar espetáculo, mas de instruir aqueles que os procuram sem idéias preconcebidas.
- os Espíritos levianos se divertem de todos os modos, vão a toda parte e de preferência, aos lugares onde encontram ocasião para mistificar.
- os maus são atraídos pelos sentimentos inferiores, entendendo-se por estes, tudo aquilo que não está concorde ou é contra a moral evangélica.
- assim:- quem quer que traga a uma reunião sentimentos contrários a esses princípios (a moral evangélica) traz consigo Espíritos desejosos de semear perturbação, discórdia, confusão e hostilidade.
Daí deduzir-se a premissa básica:
- a comunhão de sentimentos e pensamentos para o bem constitui-se como primeira necessidade o que não será encontrado em meio heterogêneo onde se mesclem paixões inferiores como orgulho, inveja, ciúme, malevolência, personalismo, etc.. Mesmo que essas situações não sejam ostensivas, escondidas, sob a dissimulação de um trato aparentemente educado; cumprirão seu papel de desestabilizar em separatividade, por mais espesso que seja o véu com que se procure cobri-los.
SEGUE NO PRÓXIMO ESTUDO
Bibliografia
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec - Introdução XVII
Revista Espírita – Allan Kardec – Edicel
Item 1a 2:2 - junho - 1859
Item 3 ---- - maio - 1859
Item 4 ---- - fevereiro - 1859
Item 5 – 5:1 - janeiro - 1858
Item 6 – 6:1 - julho - 1859
Item 7 ---- - outubro - 1862
Item 8 ---- - abril - 1860 - O principiante Espírita - Allan Kardec – 1ª parte
Item 9 – R. E. Julho - 1859
Leda Marques Bighetti
Fevereiro / 2003
PALAVRAS DE VIDA ETERNA - ESTUDO 32
Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Emmanuel
O AMOR TUDO SOFRE
"Tudo sofre..." - Paulo. (I Coríntios, 13:7.)
Corinto foi uma das principais cidades da Grécia antiga onde o apóstolo Paulo esteve levando a mensagem cristã, fazendo muitos adeptos. Após algum tempo, foi informado dos abusos, inferioridades, do perigo de cisão no seio daquela comunidade. Escreve-lhes então uma primeira epístola censurando o procedimento incompatível com os ensinamentos recebidos e conclama a que se libertem dos vícios e das discórdias.
O capítulo treze fala da excelência do amor e conclui que "o amor tudo sofre". Refletindo sobre esta afirmação, detendo-nos na análise superficial, na letra da sentença apostólica pode parecer que o amor seja um sentimento que deixa o ser sem ação, passivo, a mercê das circunstâncias, das dores e agressões do mundo. Visto desta forma seria uma fonte de sofrimentos, uma força inútil, aceitação piegas de tudo o que acontece sem nenhum valor construtivo.
"O amor tudo sofre" define dinâmica de ação em relação ao próximo, um modo de viver pessoal mais elevado; indica trabalho, renovação, ajuda, confiança, esperança, alegria, entendimento; promovendo, enriquecendo, construindo o ser e aqueles que com ele priva.
Por isso Emmanuel reflete que de todas as situações infelizes, de todos os descaminhos e despropósitos que aparecem todos os dias e que se dizem sob a inspiração do amor, nada mais são do que egoísmo, amor exagerado a si mesmo, buscado a satisfação do próprio ego.
O egoísmo, não o amor, é identificado como o patrocinador da delinqüência, dos enganos da posse, dos erros da impulsividade, dos desacertos da pressa. É o responsável por várias emoções: ciúme, despeito, raiva, tristeza, desejo de vingança, sentimentos que infelicitam, destroem, levando para si e para os outros sofrimento e dor.
O verdadeiro amor não se atropela, não se desmanda, abraça o próprio sacrifício sem senti-lo, sem exigências, restrições, cerceamentos movimentando-se na direção do outro, promovendo tanto bem quanto possa, não se limitando ao âmbito pessoal.
Faz-se presente nos momentos felizes como nas dificuldades para acrescentar o melhor em favor do outro. Não exige condições para exercer-se, ama, dá o melhor de si naturalmente nas atividades corriqueiras do dia a dia.
"O amor tudo sofre". Que a assertiva apostólica possa ser percebida como um convite à aquisição do amor legítimo, conforme ensinou Jesus. "(...) do sentimento que leva a respeitar, interessar-se, auxiliar qualquer outro ser humano; (...), que orienta na direção da solidariedade, da cooperação, e do interesse social."
Bibliografia.
Xavier, Francisco Cândido. "Palavras de Vida Eterna: O Amor Tudo Sofre". Ditado pelo Espírito Emmanuel, 17a ed. Uberaba - MG - CEC. 1992.
Rizzini, Carlos Toledo. "Você e a Renovação Espiritual: O Que é o Amor?" Sobradinho - DF - Edicel. 1991.
Iracema Linhares Giorgini
Fevereiro / 2004
O AMOR TUDO SOFRE
"Tudo sofre..." - Paulo. (I Coríntios, 13:7.)
Corinto foi uma das principais cidades da Grécia antiga onde o apóstolo Paulo esteve levando a mensagem cristã, fazendo muitos adeptos. Após algum tempo, foi informado dos abusos, inferioridades, do perigo de cisão no seio daquela comunidade. Escreve-lhes então uma primeira epístola censurando o procedimento incompatível com os ensinamentos recebidos e conclama a que se libertem dos vícios e das discórdias.
O capítulo treze fala da excelência do amor e conclui que "o amor tudo sofre". Refletindo sobre esta afirmação, detendo-nos na análise superficial, na letra da sentença apostólica pode parecer que o amor seja um sentimento que deixa o ser sem ação, passivo, a mercê das circunstâncias, das dores e agressões do mundo. Visto desta forma seria uma fonte de sofrimentos, uma força inútil, aceitação piegas de tudo o que acontece sem nenhum valor construtivo.
"O amor tudo sofre" define dinâmica de ação em relação ao próximo, um modo de viver pessoal mais elevado; indica trabalho, renovação, ajuda, confiança, esperança, alegria, entendimento; promovendo, enriquecendo, construindo o ser e aqueles que com ele priva.
Por isso Emmanuel reflete que de todas as situações infelizes, de todos os descaminhos e despropósitos que aparecem todos os dias e que se dizem sob a inspiração do amor, nada mais são do que egoísmo, amor exagerado a si mesmo, buscado a satisfação do próprio ego.
O egoísmo, não o amor, é identificado como o patrocinador da delinqüência, dos enganos da posse, dos erros da impulsividade, dos desacertos da pressa. É o responsável por várias emoções: ciúme, despeito, raiva, tristeza, desejo de vingança, sentimentos que infelicitam, destroem, levando para si e para os outros sofrimento e dor.
O verdadeiro amor não se atropela, não se desmanda, abraça o próprio sacrifício sem senti-lo, sem exigências, restrições, cerceamentos movimentando-se na direção do outro, promovendo tanto bem quanto possa, não se limitando ao âmbito pessoal.
Faz-se presente nos momentos felizes como nas dificuldades para acrescentar o melhor em favor do outro. Não exige condições para exercer-se, ama, dá o melhor de si naturalmente nas atividades corriqueiras do dia a dia.
"O amor tudo sofre". Que a assertiva apostólica possa ser percebida como um convite à aquisição do amor legítimo, conforme ensinou Jesus. "(...) do sentimento que leva a respeitar, interessar-se, auxiliar qualquer outro ser humano; (...), que orienta na direção da solidariedade, da cooperação, e do interesse social."
Bibliografia.
Xavier, Francisco Cândido. "Palavras de Vida Eterna: O Amor Tudo Sofre". Ditado pelo Espírito Emmanuel, 17a ed. Uberaba - MG - CEC. 1992.
Rizzini, Carlos Toledo. "Você e a Renovação Espiritual: O Que é o Amor?" Sobradinho - DF - Edicel. 1991.
Iracema Linhares Giorgini
Fevereiro / 2004
quarta-feira, 16 de junho de 2010
O Homem na Visão Espírita
Karina Cardoso
O Espiritismo, na sua essência, nos presenteia com explicações e ensinamentos, que conseqüentemente, nos dão a benção do conhecimento e um importante e transcendente sentido para nossas vidas. Essencial ao estudo do Espiritismo é o estudo do ser humano: Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Porque somos como somos? Porque passamos pelas experiências que passamos? Como podemos alcançar a felicidade e a paz?
A Doutrina Espírita nos esclarece que, para estudar o homem, é necessário considerar a sua essência espiritual, que é a chave para uma análise mais completa. Pois ele é muito mais que apenas o corpo físico, as relações sociais e as funções psicológicas. O homem é um espírito eterno, criado simples e ignorante, para que através do uso de seu livre arbítrio, possa fazer escolhas que o levem à perfeição. Este processo de crescimento interior, pode levar um número menor ou maior de encarnações na Terra e/ou em outros planetas, dependendo apenas do caminho que cada ser decide seguir.
Aprendemos que somos responsáveis pela nossa vida atual, pois esta é o resultado das nossas escolhas e experiências passadas e presentes. Assim o futuro é algo a ser definido por nós mesmos, dependendo apenas de como escolhemos viver no aqui e agora.
Somos autores do nosso destino, nunca vítimas. Desta forma, todos nós seres humanos, podemos abreviar os nossos sofrimentos, escolhendo o caminho do amor e seguindo os exemplos de Jesus Cristo, aplicando-os na nossa relação intrapessoal e interpessoal.
O homem, na visão Espírita, é um ser a caminho da luz, aprendendo com seus erros e construindo sua realidade a cada momento. Por trazer a centelha divina em sua essência, a sua capacidade de amar, perdoar e fazer o bem é imensa, mas muitas vezes enfraquecida por suas imperfeições morais.
A proposta Espírita, para todos nós, seres imortais, é o trabalho de atualização das nossas potencialidades divinas, que visam o bem, o belo, o ético; religando-nos a Deus, tornando-nos participantes ativos na conquista da saúde,felicidade e paz.
Jornal de Estudos Psicológicos - Ano I N° 1 Novembro e Dezembro 2008
O LIVRO DOS MÉDIUNS - Estudo 25
SEGUNDA PARTE
DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS
CAPITULO IV
TEORIA DAS MANIFESTAÇÕES FÍSICAS
MOVIMENTOS DE SUSPENSÃO
Estudo 25: itens 72 a 74 - questões 1 a 21
Demonstrada a existência dos Espíritos pelo raciocínio e pelos fatos e a possibilidade de agirem sobre a matéria, devemos saber agora como se efetua essa operação e como eles agem para mover as mesas e outros corpos inertes.
Explica Allan Kardec que uma idéia se lhe apresentou, porém os Espíritos deram-lhe uma explicação muito diversa da sua, constituindo isto uma prova de que a teoria deles não era efeito de sua opinião. A seguir a apresentamos.
O conhecimento da natureza dos Espíritos, de sua forma humana, das propriedades semimateriais do perispírito, da ação mecânica que podem exercer sobre a matéria e o fato de nas aparições as mãos fluídicas e até mesmo tangíveis pegarem objetos e os carregarem, julgou-se, como era natural, que o Espírito se servia muito simplesmente de suas próprias mãos para fazer que a mesa girasse e que a erguesse pelos braços. Mas, então, qual a necessidade de médiuns? O Espírito não poderia agir sozinho? Porque o médium que, freqüentemente, pousa as mãos sobre a mesa em sentido contrário ao do movimento, ou mesmo nem chega a pousá-las, não pode, evidentemente, ajudar o Espírito por uma ação muscular. Vejamos as explicações que os Espíritos deram a respeito.
As respostas seguintes foram dadas pelo Espírito São Luís. Muitos outros, depois, as confirmaram.
1. O fluido universal uma emanação da Divindade?
— Não.
2. É tudo uma criação da Divindade?
— Tudo é criado, exceto Deus.
3. O fluido universal é o próprio elemento universal?
— Sim, é o princípio elementar de todas as coisas.
4. Tem alguma relação com o fluido elétrico, cujos efeitos conhecemos?
— É o seu elemento.
5. Como o fluido universal se nos apresenta na sua maior simplicidade?
— Para encontrá-lo na sua simplicidade absoluta seria preciso remontar aos Espíritos puros. No vosso mundo ele está sempre mais ou menos modificado, para formar a matéria compacta que vos rodeia. Entretanto, podeis dizer que o estado em que se encontra mais próximo daquela simplicidade é o do fluido a que chamais fluido magnético animal.
6. Afirmou-se que o fluido universal é a fonte da vida. Será ao mesmo tempo a fonte da inteligência?
— Não; esse fluido só anima a matéria.
7. Sendo esse fluido que forma o perispírito, parece encontrar-se nele uma espécie de condensação que, de certa maneira, o aproxima da matéria propriamente dita?
— Até certo ponto, como dizes, porque ele não possui todas as propriedades da matéria e a sua condensação é maior ou menor, segundo a natureza dos mundos.
8. Como um Espírito pode mover um corpo sólido?
— Combinando uma porção do fluido universal com o fluido que se desprende do médium apropriado a esses efeitos.
9. Os Espíritos erguem a mesa com a ajuda dos braços, de alguma maneira solidificados?
— Esta resposta não te dará ainda o que desejas. Quando uma mesa se move é porque o Espírito evocado tira do fluido universal o que é necessário para dar à mesa uma vida factícia. Assim preparada, o Espírito a atrai e a move sob a influência do seu próprio fluido, emitido pela sua vontade. Quando a massa que se deseja mover é muito pesada para ele, pede a ajuda de outros Espíritos da sua mesma condição. Por sua natureza etérea, o Espírito, propriamente dito, não pode agir sobre a matéria grosseira sem intermediário, ou seja, sem o liame que o liga à matéria. Esse liame, que chamas perispírito, oferece a chave de todos os fenômenos materiais. Creio me haver explicado com bastante clareza para fazer-me compreender.
Nota — Chamamos a atenção para a primeira frase: "Esta resposta não te dará ainda o que desejas". O Espírito compreendera perfeitamente que todas as questões anteriores só tinham por fim chegar a essa. E se refere ao nosso pensamento, que esperava, com efeito, outra resposta, que confirmasse a nossa idéia sobre a maneira por que o Espírito movimenta as mesas (nota de Allan Kardec).
10. Os Espíritos que ele chama para ajuda-lo são inferiores a ele? Estão sob as suas ordens?
— Quase sempre são seus iguais e acodem espontaneamente.
11. Todos os Espíritos podem produzir esses fenômenos?
— Os Espíritos que produzem esses efeitos são sempre Espíritos inferiores, ainda não suficientemente livres das influências materiais.
12. Compreendemos que os Espíritos superiores não se ocupem dessas coisas, mas perguntamos se, sendo mais desmaterializados teriam o poder de fazê-lo, se o quisessem?
— Eles possuem a força moral como os outros possuem a força física. Quando precisam desta força, servem-se dos que a possuem. Já não dissemos que eles se servem dos Espíritos inferiores como vós dos carregadores?
Nota — A densidade do perispírito, se assim se pode dizer, varia de acordo com a natureza dos mundos, como já foi ensinado, (O Livro dos Espíritos, nº 94 e 187). Parece variar também no mesmo mundo, segundo os indivíduos. Nos Espíritos moralmente adiantados ele é mais sutil e se aproxima do perispírito dos Espíritos elevados; nos Espíritos inferiores, aproxima-se da matéria e é isso que determina a persistência das ilusões da vida terrena nas entidades muito inferiores, que pensam e agem como se ainda estivessem na vida física, tendo os mesmos desejos e quase poderíamos dizer, a mesma sensualidade. Esta densidade maior do perispírito, estabelecendo maior afinidade com a matéria, torna os Espíritos inferiores mais aptos às manifestações físicas. É pela mesma razão que um homem refinado, habituado aos trabalhos intelectuais, de corpo frágil e delicado , não pode suspender fardos pesados como um carregador. A matéria de seu corpo é, de certa maneira, menos compacta, os órgãos menos resistentes; o fluido nervoso menos intenso. O perispírito é para o Espírito o que o corpo é para o homem. Sua densidade está na razão da inferioridade do Espírito. Essa densidade, portanto, substitui nele a força muscular, dando-lhe maior poder sobre os fluidos necessários às manifestações do que o possuem os de natureza mais etérea. Se um Espírito elevado quer produzir esses efeitos, faz o que fazem as pessoas delicadas: chama para executá-los um Espírito carregador (nota de Allan Kardec).
Ver estudos referentes aos meses:
estudo 17: Ação dos Espíritos sobre a matéria:
estudo 18: item 57 - Formação do Perispírito: Os Fluidos
estudo 19: item 57 - Formação do Perispírito:
estudo 20: item 56 - Propriedades do Perispírito:
estudo 21: item 56 - Funções do Perispírito:
estudo 22: itens 58 e 59 - Ação dos Espíritos sobre a matéria:
13. Se bem compreendemos o que disseste, o princípio vital provém do fluido universal. O Espírito tira deste fluido o envoltório semimaterial do seu perispírito, e é por meio desse fluido que ele age sobre a matéria inerte. É isso?
— Sim, quer dizer que ele anima a matéria de uma vida factícia, artificial: a matéria se impregna da vida animal. A mesa que se move sob vossas mãos vive como animal e obedece por si mesma ao ser inteligente. Não é o Espírito que a empurra como se fosse um fardo. Quando ela se eleva, não é o Espírito que a ergue com os braços: é a mesa que obedece à impulsão dada pelo Espírito.
14. Qual o papel do médium nesse fenômeno?
— Eu já disse que o fluido próprio do médium se combina com o fluido universal do Espírito. E necessária a união desses dois fluidos, isto é, do fluido animalizado e do fluido universal para dar vida à mesa. Mas, não se deve esquecer que essa vida é apenas momentânea, extinguindo-se com a mesma ação, e muitas vezes antes que a ação termine, quando a quantidade de fluido já não é mais suficiente para animar a mesa.
15. O Espírito pode agir sem o concurso do médium?
— Pode agir à revelia do médium. Isto quer dizer que muitas pessoas ajudam os Espíritos na realização de certos fenômenos, sem o saberem. O Espírito tira dessas pessoas, como de uma fonte, o fluido animal de que necessita. Assim é que o concurso de um médium, tal como o entendeis, nem sempre é necessário, o que acontece, sobretudo nos fenômenos espontâneos.
16. A mesa animada age com inteligência? Pensa?
— Pensa tanto quanto a bengala com que fazes um sinal inteligente. Não pensa, mas a vitalidade de que está animada lhe permite obedecer ao impulso de uma inteligência. É bom saber que a mesa em movimento não se torna Espírito e não tem pensamento nem vontade.
Nota — Servimo-nos, freqüentemente, de uma expressão semelhante na linguagem usual: de uma roda, que gira com velocidade dizemos que está animada de um movimento rápido (nota de Allan Kardec).
17. Qual a causa preponderante na produção deste fenômeno: o Espírito ou o fluido?
— O Espírito é a causa e o fluido é o seu instrumento: ambos são necessários.
18. Qual o papel da vontade do médium?
— Chamar os Espíritos e ajudá-los a impulsionar o fluido.
a) É sempre indispensável à ação da vontade?
— Ela aumenta a potência, mas nem sempre é necessária, desde que pode haver o movimento, malgrado ou contra a vontade do médium, o que é uma prova da existência de uma causa independente.
Nota — Nem sempre é necessário o contato das mãos para mover um objeto. Ele basta, quase sempre, para dar o primeiro impulso. Iniciado o movimento, o objeto pode obedecer à vontade sem contato material. Isso depende da potência mediúnica ou da natureza dos Espíritos. Aliás, o primeiro contato nem sempre é necessário: temos a prova disso nos movimentos e deslocamentos espontâneos, que ninguém pensou em provocar (nota de Allan Kardec).
19. Por que motivo não podem todos produzir o mesmo efeito e todos os médiuns não têm a mesma potência?
— Isto depende do organismo e da maior ou menor facilidade na combinação dos fluidos, e ainda da maior ou menor simpatia do médium com os Espíritos que encontram nele a força fluídica necessária. Essa potência, como a dos magnetizadores, é maior ou menor. Encontramos, nesse caso,pessoas inteiramente refratárias, outras em que a combinação só se verifica pelo esforço da sua própria vontade, e outras , enfim, em que ela se dá tão natural e facilmente que nem a percebam, servindo de instrumentos sem o saberem, como já dissemos.
Nota — O magnetismo é, não há dúvida, o princípio desses fenômenos, mas não geralmente como se pensa. Temos a prova disso na existência de poderosos magnetizadores que não movimentam uma mesinha de centro e de pessoas que não sabem magnetizar, até mesmo crianças, que bastam pousar os dedos numa mesa pesada para que ela se agite. Logo, se a potência mediúnica não depende da magnética, é que tem outra causa.
20. As pessoas qualificadas de elétricas podem ser consideradas médiuns?
— Essas pessoas tiram de si mesmas o fluido necessário à produção do fenômeno e podem agir sem auxílio do Espírito. Não são propriamente médiuns, no sentido exato da palavra. Mas pode ser também que um Espírito as assista e aproveite as suas disposições naturais.
Nota — Essas pessoas seriam como os sonâmbulos, que podem agir com ou sem o auxílio de Espíritos.
21. Ao mover os corpos sólidos, os Espíritos penetram na substância dos mesmos ou permanecem fora dela?
— Fazem uma coisa e outra. Já dissemos que a matéria não é obstáculo para os Espíritos, que tudo penetram. Uma porção do seu perispírito se identifica, por assim dizer, com o objeto em que penetra.
Concluindo esse estudo inicial do capítulo IV, entendemos pelas respostas apresentadas à Allan Kardec pelo Espírito São Luis, que os Espíritos podem fazer tudo o que fazemos, mas pelos meios correspondentes ao seu organismo. Continuaremos nossas reflexões no próximo estudo
BIBLIOGRAFIA
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap. IV - 2ª Parte - itens 72 a 74 - 1 a 21
Tereza Cristina D'Alessandro
Agosto / 2003
DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS
CAPITULO IV
TEORIA DAS MANIFESTAÇÕES FÍSICAS
MOVIMENTOS DE SUSPENSÃO
Estudo 25: itens 72 a 74 - questões 1 a 21
Demonstrada a existência dos Espíritos pelo raciocínio e pelos fatos e a possibilidade de agirem sobre a matéria, devemos saber agora como se efetua essa operação e como eles agem para mover as mesas e outros corpos inertes.
Explica Allan Kardec que uma idéia se lhe apresentou, porém os Espíritos deram-lhe uma explicação muito diversa da sua, constituindo isto uma prova de que a teoria deles não era efeito de sua opinião. A seguir a apresentamos.
O conhecimento da natureza dos Espíritos, de sua forma humana, das propriedades semimateriais do perispírito, da ação mecânica que podem exercer sobre a matéria e o fato de nas aparições as mãos fluídicas e até mesmo tangíveis pegarem objetos e os carregarem, julgou-se, como era natural, que o Espírito se servia muito simplesmente de suas próprias mãos para fazer que a mesa girasse e que a erguesse pelos braços. Mas, então, qual a necessidade de médiuns? O Espírito não poderia agir sozinho? Porque o médium que, freqüentemente, pousa as mãos sobre a mesa em sentido contrário ao do movimento, ou mesmo nem chega a pousá-las, não pode, evidentemente, ajudar o Espírito por uma ação muscular. Vejamos as explicações que os Espíritos deram a respeito.
As respostas seguintes foram dadas pelo Espírito São Luís. Muitos outros, depois, as confirmaram.
1. O fluido universal uma emanação da Divindade?
— Não.
2. É tudo uma criação da Divindade?
— Tudo é criado, exceto Deus.
3. O fluido universal é o próprio elemento universal?
— Sim, é o princípio elementar de todas as coisas.
4. Tem alguma relação com o fluido elétrico, cujos efeitos conhecemos?
— É o seu elemento.
5. Como o fluido universal se nos apresenta na sua maior simplicidade?
— Para encontrá-lo na sua simplicidade absoluta seria preciso remontar aos Espíritos puros. No vosso mundo ele está sempre mais ou menos modificado, para formar a matéria compacta que vos rodeia. Entretanto, podeis dizer que o estado em que se encontra mais próximo daquela simplicidade é o do fluido a que chamais fluido magnético animal.
6. Afirmou-se que o fluido universal é a fonte da vida. Será ao mesmo tempo a fonte da inteligência?
— Não; esse fluido só anima a matéria.
7. Sendo esse fluido que forma o perispírito, parece encontrar-se nele uma espécie de condensação que, de certa maneira, o aproxima da matéria propriamente dita?
— Até certo ponto, como dizes, porque ele não possui todas as propriedades da matéria e a sua condensação é maior ou menor, segundo a natureza dos mundos.
8. Como um Espírito pode mover um corpo sólido?
— Combinando uma porção do fluido universal com o fluido que se desprende do médium apropriado a esses efeitos.
9. Os Espíritos erguem a mesa com a ajuda dos braços, de alguma maneira solidificados?
— Esta resposta não te dará ainda o que desejas. Quando uma mesa se move é porque o Espírito evocado tira do fluido universal o que é necessário para dar à mesa uma vida factícia. Assim preparada, o Espírito a atrai e a move sob a influência do seu próprio fluido, emitido pela sua vontade. Quando a massa que se deseja mover é muito pesada para ele, pede a ajuda de outros Espíritos da sua mesma condição. Por sua natureza etérea, o Espírito, propriamente dito, não pode agir sobre a matéria grosseira sem intermediário, ou seja, sem o liame que o liga à matéria. Esse liame, que chamas perispírito, oferece a chave de todos os fenômenos materiais. Creio me haver explicado com bastante clareza para fazer-me compreender.
Nota — Chamamos a atenção para a primeira frase: "Esta resposta não te dará ainda o que desejas". O Espírito compreendera perfeitamente que todas as questões anteriores só tinham por fim chegar a essa. E se refere ao nosso pensamento, que esperava, com efeito, outra resposta, que confirmasse a nossa idéia sobre a maneira por que o Espírito movimenta as mesas (nota de Allan Kardec).
10. Os Espíritos que ele chama para ajuda-lo são inferiores a ele? Estão sob as suas ordens?
— Quase sempre são seus iguais e acodem espontaneamente.
11. Todos os Espíritos podem produzir esses fenômenos?
— Os Espíritos que produzem esses efeitos são sempre Espíritos inferiores, ainda não suficientemente livres das influências materiais.
12. Compreendemos que os Espíritos superiores não se ocupem dessas coisas, mas perguntamos se, sendo mais desmaterializados teriam o poder de fazê-lo, se o quisessem?
— Eles possuem a força moral como os outros possuem a força física. Quando precisam desta força, servem-se dos que a possuem. Já não dissemos que eles se servem dos Espíritos inferiores como vós dos carregadores?
Nota — A densidade do perispírito, se assim se pode dizer, varia de acordo com a natureza dos mundos, como já foi ensinado, (O Livro dos Espíritos, nº 94 e 187). Parece variar também no mesmo mundo, segundo os indivíduos. Nos Espíritos moralmente adiantados ele é mais sutil e se aproxima do perispírito dos Espíritos elevados; nos Espíritos inferiores, aproxima-se da matéria e é isso que determina a persistência das ilusões da vida terrena nas entidades muito inferiores, que pensam e agem como se ainda estivessem na vida física, tendo os mesmos desejos e quase poderíamos dizer, a mesma sensualidade. Esta densidade maior do perispírito, estabelecendo maior afinidade com a matéria, torna os Espíritos inferiores mais aptos às manifestações físicas. É pela mesma razão que um homem refinado, habituado aos trabalhos intelectuais, de corpo frágil e delicado , não pode suspender fardos pesados como um carregador. A matéria de seu corpo é, de certa maneira, menos compacta, os órgãos menos resistentes; o fluido nervoso menos intenso. O perispírito é para o Espírito o que o corpo é para o homem. Sua densidade está na razão da inferioridade do Espírito. Essa densidade, portanto, substitui nele a força muscular, dando-lhe maior poder sobre os fluidos necessários às manifestações do que o possuem os de natureza mais etérea. Se um Espírito elevado quer produzir esses efeitos, faz o que fazem as pessoas delicadas: chama para executá-los um Espírito carregador (nota de Allan Kardec).
Ver estudos referentes aos meses:
estudo 17: Ação dos Espíritos sobre a matéria:
estudo 18: item 57 - Formação do Perispírito: Os Fluidos
estudo 19: item 57 - Formação do Perispírito:
estudo 20: item 56 - Propriedades do Perispírito:
estudo 21: item 56 - Funções do Perispírito:
estudo 22: itens 58 e 59 - Ação dos Espíritos sobre a matéria:
13. Se bem compreendemos o que disseste, o princípio vital provém do fluido universal. O Espírito tira deste fluido o envoltório semimaterial do seu perispírito, e é por meio desse fluido que ele age sobre a matéria inerte. É isso?
— Sim, quer dizer que ele anima a matéria de uma vida factícia, artificial: a matéria se impregna da vida animal. A mesa que se move sob vossas mãos vive como animal e obedece por si mesma ao ser inteligente. Não é o Espírito que a empurra como se fosse um fardo. Quando ela se eleva, não é o Espírito que a ergue com os braços: é a mesa que obedece à impulsão dada pelo Espírito.
14. Qual o papel do médium nesse fenômeno?
— Eu já disse que o fluido próprio do médium se combina com o fluido universal do Espírito. E necessária a união desses dois fluidos, isto é, do fluido animalizado e do fluido universal para dar vida à mesa. Mas, não se deve esquecer que essa vida é apenas momentânea, extinguindo-se com a mesma ação, e muitas vezes antes que a ação termine, quando a quantidade de fluido já não é mais suficiente para animar a mesa.
15. O Espírito pode agir sem o concurso do médium?
— Pode agir à revelia do médium. Isto quer dizer que muitas pessoas ajudam os Espíritos na realização de certos fenômenos, sem o saberem. O Espírito tira dessas pessoas, como de uma fonte, o fluido animal de que necessita. Assim é que o concurso de um médium, tal como o entendeis, nem sempre é necessário, o que acontece, sobretudo nos fenômenos espontâneos.
16. A mesa animada age com inteligência? Pensa?
— Pensa tanto quanto a bengala com que fazes um sinal inteligente. Não pensa, mas a vitalidade de que está animada lhe permite obedecer ao impulso de uma inteligência. É bom saber que a mesa em movimento não se torna Espírito e não tem pensamento nem vontade.
Nota — Servimo-nos, freqüentemente, de uma expressão semelhante na linguagem usual: de uma roda, que gira com velocidade dizemos que está animada de um movimento rápido (nota de Allan Kardec).
17. Qual a causa preponderante na produção deste fenômeno: o Espírito ou o fluido?
— O Espírito é a causa e o fluido é o seu instrumento: ambos são necessários.
18. Qual o papel da vontade do médium?
— Chamar os Espíritos e ajudá-los a impulsionar o fluido.
a) É sempre indispensável à ação da vontade?
— Ela aumenta a potência, mas nem sempre é necessária, desde que pode haver o movimento, malgrado ou contra a vontade do médium, o que é uma prova da existência de uma causa independente.
Nota — Nem sempre é necessário o contato das mãos para mover um objeto. Ele basta, quase sempre, para dar o primeiro impulso. Iniciado o movimento, o objeto pode obedecer à vontade sem contato material. Isso depende da potência mediúnica ou da natureza dos Espíritos. Aliás, o primeiro contato nem sempre é necessário: temos a prova disso nos movimentos e deslocamentos espontâneos, que ninguém pensou em provocar (nota de Allan Kardec).
19. Por que motivo não podem todos produzir o mesmo efeito e todos os médiuns não têm a mesma potência?
— Isto depende do organismo e da maior ou menor facilidade na combinação dos fluidos, e ainda da maior ou menor simpatia do médium com os Espíritos que encontram nele a força fluídica necessária. Essa potência, como a dos magnetizadores, é maior ou menor. Encontramos, nesse caso,pessoas inteiramente refratárias, outras em que a combinação só se verifica pelo esforço da sua própria vontade, e outras , enfim, em que ela se dá tão natural e facilmente que nem a percebam, servindo de instrumentos sem o saberem, como já dissemos.
Nota — O magnetismo é, não há dúvida, o princípio desses fenômenos, mas não geralmente como se pensa. Temos a prova disso na existência de poderosos magnetizadores que não movimentam uma mesinha de centro e de pessoas que não sabem magnetizar, até mesmo crianças, que bastam pousar os dedos numa mesa pesada para que ela se agite. Logo, se a potência mediúnica não depende da magnética, é que tem outra causa.
20. As pessoas qualificadas de elétricas podem ser consideradas médiuns?
— Essas pessoas tiram de si mesmas o fluido necessário à produção do fenômeno e podem agir sem auxílio do Espírito. Não são propriamente médiuns, no sentido exato da palavra. Mas pode ser também que um Espírito as assista e aproveite as suas disposições naturais.
Nota — Essas pessoas seriam como os sonâmbulos, que podem agir com ou sem o auxílio de Espíritos.
21. Ao mover os corpos sólidos, os Espíritos penetram na substância dos mesmos ou permanecem fora dela?
— Fazem uma coisa e outra. Já dissemos que a matéria não é obstáculo para os Espíritos, que tudo penetram. Uma porção do seu perispírito se identifica, por assim dizer, com o objeto em que penetra.
Concluindo esse estudo inicial do capítulo IV, entendemos pelas respostas apresentadas à Allan Kardec pelo Espírito São Luis, que os Espíritos podem fazer tudo o que fazemos, mas pelos meios correspondentes ao seu organismo. Continuaremos nossas reflexões no próximo estudo
BIBLIOGRAFIA
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap. IV - 2ª Parte - itens 72 a 74 - 1 a 21
Tereza Cristina D'Alessandro
Agosto / 2003
O Livro dos Espíritos Estudo 19
Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita
VII a - A Ciência e o Espiritismo
1 - Fatos que motivaram as reflexões contidas nesse item - Explicação da Ciência para os fenômenos espíritas
Vejamos o que se passava: - os Srs. Schiff, Jobert e Velpeau, comunicaram a Academia de Ciências na sua sessão de 19 de Abril de 1859 o seguinte:
- Srta. X, 14 anos, forte, bem constituída é acometida desde os 6 anos, de movimentos involuntários regulares do pequeno músculo perônio lateral direito e por batidas, que podem ser escutadas por detrás do tornozelo com a regularidade do pulso. Apareceram pela primeira vez a noite acompanhados de forte dor. Depois de algum tempo, em menor intensidade, o mesmo passa a acontecer na outra perna. A dor provoca hesitação na marcha e produz quedas. A jovem declara que a compressão exercida chega ao ponto de paralisar-lhe o pé que também sente dor e fadiga.
Após cada contração, apresentava-se batimento regular, saliência passageira, levantamento das partes moles da região, ruídos secos que eram ouvidos, no leito, fora dele e até a considerável distância do lugar onde a moça repousava ou acompanhava-a por toda parte.
Examinado o pé e a perna, distinguia-se um choque que percorria todo o trajeto do músculo, assemelhando-se a um golpe, que se transmite de uma a outra extremidade de uma viga. Ora se assemelhava a um atrito porém, quando menos intensas, parecia uma raspagem. Repetiam-se estando a moça de pé, sentada, deitada, a qualquer hora do dia ou da noite.
1.1- Comentam os Srs. Citados, que os charlatães se apoderaram desses fenômenos e os relacionaram com a intervenção de uma causa sobrenatural da qual se servem para explorar a credulidade pública, atribuindo-os a Espíritos batedores. As observações sobre a Srta. X, levam os pesquisadores afirmar que sob influência da contração muscular, os tendões deslocados, no momento em que entram nas goteiras ósseas, podem produzir esses fenômenos. Ainda, com exercício, qualquer pessoa pode produzi-los a vontade, com batimentos que são ouvidos à distância. A sede desses ruídos está no próprio doente e não exteriormente.
O próprio Sr. Schiff é capaz de executar ruídos voluntários, regulares, harmoniosos, com ou sem sapatos, em pé ou deitado perante cerca de 50 pessoas.
O Sr. Velpeau acresce que esses barulhos podem inclusive ser produzidos e ouvidos através de outras regiões como quadris, ombro e face interna do pé.
Explicam-nos pelo atrito ou sobressalto dos tendões nas ranhuras ou contra os bordos de superfícies sinoviais. São, desse modo possíveis de acontecer numa infinidade ou nas vizinhanças de uma porção de órgãos, de modo claro, sonoro, surdo, obscuro, úmido ou seco, variando na intensidade.
Apoiando essas observações surge o testemunho do Sr. Jules Cloquet, contando o caso de uma jovem de 16 ou 18 anos, examinada por ele no Hospital São Luís, numa época em que os Srs. Velpeau e Jobert eram ali internos. O pai da moça, espécie de saltimbanco, pretendia tirar partido da filha exibindo-a publicamente. A jovem apresentava no ventre, o movimento de um pêndulo. Por ligeiro movimento de rotação na região lombar da coluna vertebral, ela produzia estalos muito fortes, mais ou menos regulares, segundo o ritmo dos movimentos que imprimia à parte inferior do tronco.
Esses sons anormais eram ouvidos distintamente a relativa distância.
Considerações relatos com detalhes eram publicadas em "L'Abeille Medicale", sob ponto de vista científico e o jornal "La Mode" de 1º de maio de 1859 publica:
- "A academia de Medicina continua a cruzada dos espíritos positivos contra todo gênero de maravilha.
Depois de ter, com justa razão, mas um tanto desajeitadamente, fulminado o famoso doutor negro, pelo órgão do Sr. Velpeau, eis que acaba de ouvir o Sr. Jobert (de Lamballe) o qual revela em pleno Instituto, o segredo daquilo que se chama "a grande comédia dos Espíritos Batedores", representada com tanto sucesso nos dois hemisférios".
Segundo o célebre cirurgião, todo "toc-toc", todo "pan-pan" que faz arrepiar aqueles que os escutam e que são entendidos como ..."precursores da chegada, sinais certos da presença de habitantes do outro mundo, são simplesmente o resultado de um movimento imprimido a um músculo, um nervo, um tendão! Trata-se de uma bizarria da natureza, habilmente explorada para produzir, sem que o possa constatar, essa música misteriosa que encantou e seduziu tanta gente. A sede da orquestra e na perna. É o tendão do perônio tocando na bainha, que faz todos esses ruídos, que são ouvidos sob as mesas ou à distância, à vontade do prestidigitador"....
As afirmações nesse teor continuam, concluindo que essa crença ou aceitação dos Espíritos faz parte da...“sede do maravilhoso que devora nossa época”...
Recorde-se que datado de 1854, havia sido publicado matéria assinada pelo Dr. Rayer célebre clínico, que na época, apresentou ao Instituto um alemão produzindo esses barulhos pelo deslocamento de um dos tendões musculares da perna chamado o grande perônio. Esse fato consta em o “Constitutionel” que fecha na seguinte conclusão: ...“enfim os cientistas se posicionaram e o mistério foi esclarecido”...
A referida conclusão impediu que o “mistério” persistisse, aumentasse, apesar da Ciência se negar a fazer experiências, contentando-se com explicações simplórias e sem profundidade.
2- Reflexões – Nesses primeiros poucos anos de Espiritismo, espalhara-se ele pelas várias classes sociais, contando em suas fileiras pessoas simples letradas, às quais se atribuem as luzes do bom senso e por isso questionavam as afirmações acima.
Entendiam que a função da Ciência é descobrir a causa de um fenômeno tornando-a conhecida. Deve portanto, fazer desaparecer o mistério de um efeito.
As apreciações dos Srs. Schiff, Velpeau são verídicas, mas constituem-se como observação única de um acontecimento de muitas faces, cabendo examinar todas as circunstâncias, para que nenhum fato desconhecido, venha contradizer.
Analise-se que:
- esse fato singular, até aqui excepcional, caso patológico, de repente se torna comum.
- é acompanhado de dor, fadiga, no entanto alguém se dispõe a fazê-lo estalar por 2 ou 3 horas seguidas, em qualquer lugar e hora, sem nenhum lucro, com o fim único de divertir pessoas.
- os tendões deslocados não batem apenas nas goteiras ósseas, mas também nas portas, paredes, teto à vontade ou em pontos designados. Esse músculo que range tem o poder de levantar uma mesa sem a tocar, fazê-la bater com os pés, andar pela sala, manter-se no espaço sem ponto de apoio, abri-la, fechá-la, deixá-la cair partindo-se na queda obedecendo à ordem de mocinhas e crianças.
- os Srs. em apreço ao fazer os estudos agiram com independência? estavam isentos de prevenção? ao pesquisar partiram do fato ou das idéias que já possuíam? giraram os estudos num sentido amplo ou num campo exclusivo, deduzindo teoria também exclusiva, que explicavam o que viam, mas não o que não viam, porque seu pensamento se detinha em um detalhe da verdade. Frente a isso, o mais, ou não existia era falso ou não merecia exame.
Não percebiam que os efeitos revelavam uma causa inteligente (e que o perônio por si não o é): imitava a serra, o martelo, batia sinais de atenção ou o compasso de uma música, enfim, o que lhes pedisse. Respondia ou produzia efeitos que o médium desconhecia, revela pequenos “segredos”, faz versos embora o médium jamais os tenha feito; é poliglota, músico, compõe faz tocar o piano em belas sonatas.
“Confessamos nossa ignorância junto a esses Srs., aceitamos a sua sábia demonstração e a tomamos muito a sério. Pensávamos que certos fenômenos fossem produzidos por seres invisíveis que se diziam Espíritos. Vá lá que nos tenhamos enganado. Como procuramos a verdade, não temos a tola pretensão de emperrar numa idéia, que de modo tão peremptório nos demonstram ser falsa. Do momento em que o Sr. Jobert, por uma incisão subcutânea, cortou cerce os Espíritos, já não há mais Espíritos. Uma vez que ele diz que todos os ruídos vêm do perônio, é preciso crê-lo e admiti-lo, em todas as circunstâncias. Assim, quando as batidas são dadas na parede ou no teto, ou o perônio lhes corresponde ou a parede tem um perônio; quando ditam versos por uma mesa que bate com o pé, das duas uma: ou a mesa é poetisa ou tem um perônio”...
A Ciência vulgar repousa sobre as propriedades da matéria que pode ser manejada à vontade; os fenômenos produzidos têm como agentes forças materiais. Os do Espiritismo têm seus agentes como forças inteligentes, livres, independentes com arbítrio que lhes faculta não submeter-se a caprichos dos outros; escapam aos processos anatômicos de laboratório, dos cálculos e assim fogem, escapam do campo da Ciência propriamente dita.
A partir da idéia fixa, pré-concebida conclui-se pela negativa.
Os fatos, porém, continuam a suceder: os crentes são chamados de loucos, tal qual aqueles que no passado acreditavam que a Terra girava, negativa que, não a impediu de continuar no seu movimento.
2.1- Todos os cientistas agiram assim?
Não. Nem todos se fecharam em idéias pré-concebidas.
Raciocinaram:-
- não há efeito sem causa
- vulgares efeitos podem abrir solução a grande problemas
- muita gente se ocupa desses fatos; muitos os estudam em pesquisas, logo algo deve existir.
Nesse pensar, ilustrado doutor em medicina, incrédulo nesse momento, escreve:
“Dizem que seres invisíveis se comunicam. Por que não? Antes da invenção do microscópio, suspeitávamos da existência desses milhares de animálculos que causavam tanta devastação em nossa economia? Onde a impossibilidade material que haja no espaço seres que escapam aos nossos sentidos? Se esses invisíveis que nos cercam são inteligentes, por que não se comunicariam conosco? Se estão em relação com os homens, devem representar um papel. Quem sabe se não serão uma das potências da natureza, uma dessas forças ocultas que não suspeitamos? A descoberta de um mundo invisível seria muito diversa da dos infinitamente pequenos. Seria mais que uma descoberta: seria toda uma revolução nas idéias”...
Reflexões estas que falam da mente científica esclarecida, aberta, que estuda, busca, reflete seriamente, sem posições fixadas, abertos à possibilidade da existência de seres, para nós invisíveis que povoam espaços.
Quem no passado, pensaria que na límpida gota d’água contendo milhares de seres vivos de pequenez capaz de confundir qualquer imaginação?
2:2- Questionam os adversários – por que os Espíritos, que têm a preocupação de fazer prosélitos, não agem de melhor modo, convencendo pessoas cuja opinião tem grande influência?
Não se trata de convencer os céticos que por antecipação negam evidências, aos quais nada convencem. Não se obriga ninguém a crer. O que responder àqueles que enxergam em diferente tudo engodo, charlatanismo, ilusão?... é preciso deixá-los tranqüilos, livres para afirmar que nada viram”...
Ao lado desses céticos endurecidos, acresça-se, os que querem ver a seu modo, não compreendendo que há fenômenos que não obedecem à vontade.
Se os Espíritos não se mostram interessados em convencê-los por meio de prodígios é que no momento, aparentemente, pouco interesse têm em convencer pessoas, cuja importância medem de modo diverso por que elas próprias o fazem.
- “ os Espíritos têm um modo próprio de julgar as coisas nem sempre concordante com o nosso: vêem, pensam e agem de acordo com outros elementos;
- enquanto nossa vida é circunscrita pela matéria, limitada pelo estreito círculo em cujo meio nos achamos, eles abarcam o conjunto;
- o tempo, que nos parece tão longe, é para eles um instante e a distância apenas um passo;
- certos detalhes, que nos afiguram de importância extrema, a seus olhos não passam de infantilidades. Por outro lado julgam importantes certas coisas cujo alcance não apreendemos;
- para compreender, é necessário, elevarmo-nos pelo pensamento, acima do nosso horizonte material e moral e nos colocarmos em seu ponto de vista;
- não cabe a eles Espíritos, descer até nós: nós é que devemos subir até eles, o que só se conseguirá pelo estudo e pela observação – gostam dos observadores assíduos e conscienciosos. Para estes multiplicam as fontes de luz;
- não é a dúvida originária da ignorância, que os afasta: é a fatuidade dos pretensos observadores e que querem crivá-los de perguntas e manobrá-los como bonecos. Para estes nada fazem e não se preocupam com o que possam dizer ou pensar, porque a vez deles chegará. ”
2:3– Os adversários estão sempre em tais condições?
De modo geral, querem o fenômeno às suas ordens e os Espíritos não lhes obedecem ao comando – é necessário esperar sua boa vontade. Não basta dizer-lhes: - mostrem-me tal fato e acreditarei – é – necessário vontade perseverante, deixar que os fatos se produzam espontaneamente, sem forçá-los ou querer dirigi-los.
Aos olhos do observador atento, ativo multiplicam-se os fenômenos, confirmando-se reciprocamente.
Aquele que pensa bastar fazer girar uma manivela como ligar uma máquina, não só se engana como nada conseguirá.
- “Que faz o naturalista que quer estudar os costumes de um animal? Ordena-lhe faça isso ou aquilo, observando-o à vontade e segundo suas conveniências? Não. Sabe que não será obedecido. Ele “espia”, analisa, compara, etc. as manifestações espontâneas do seu instinto. O simples bom senso mostra que, com mais forte razão, assim deve ser com os Espíritos, inteligências independentes, livres, com personalidade, individualidade própria, vontade soberana. ”
Continua em nosso próximo estudo.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec - Introdução XVII
Revista Espírita – Allan Kardec – Edicel
Item 1a 2:2 - junho – 1859
Item 3 ---- - maio – 1859
Item 4 ---- - fevereiro – 1859
Item 5 – 5:1 - janeiro – 1858
Item 6 – 6:1 - julho - 1859
Item 7 ---- - outubro – 1862
Item 8 ---- - abril - 1860 - O principiante Espírita - Allan Kardec – 1ª parte
Item 9 – R. E. Julho - 1859
Leda Marques Bighetti
Janeiro / 2003
VII a - A Ciência e o Espiritismo
1 - Fatos que motivaram as reflexões contidas nesse item - Explicação da Ciência para os fenômenos espíritas
Vejamos o que se passava: - os Srs. Schiff, Jobert e Velpeau, comunicaram a Academia de Ciências na sua sessão de 19 de Abril de 1859 o seguinte:
- Srta. X, 14 anos, forte, bem constituída é acometida desde os 6 anos, de movimentos involuntários regulares do pequeno músculo perônio lateral direito e por batidas, que podem ser escutadas por detrás do tornozelo com a regularidade do pulso. Apareceram pela primeira vez a noite acompanhados de forte dor. Depois de algum tempo, em menor intensidade, o mesmo passa a acontecer na outra perna. A dor provoca hesitação na marcha e produz quedas. A jovem declara que a compressão exercida chega ao ponto de paralisar-lhe o pé que também sente dor e fadiga.
Após cada contração, apresentava-se batimento regular, saliência passageira, levantamento das partes moles da região, ruídos secos que eram ouvidos, no leito, fora dele e até a considerável distância do lugar onde a moça repousava ou acompanhava-a por toda parte.
Examinado o pé e a perna, distinguia-se um choque que percorria todo o trajeto do músculo, assemelhando-se a um golpe, que se transmite de uma a outra extremidade de uma viga. Ora se assemelhava a um atrito porém, quando menos intensas, parecia uma raspagem. Repetiam-se estando a moça de pé, sentada, deitada, a qualquer hora do dia ou da noite.
1.1- Comentam os Srs. Citados, que os charlatães se apoderaram desses fenômenos e os relacionaram com a intervenção de uma causa sobrenatural da qual se servem para explorar a credulidade pública, atribuindo-os a Espíritos batedores. As observações sobre a Srta. X, levam os pesquisadores afirmar que sob influência da contração muscular, os tendões deslocados, no momento em que entram nas goteiras ósseas, podem produzir esses fenômenos. Ainda, com exercício, qualquer pessoa pode produzi-los a vontade, com batimentos que são ouvidos à distância. A sede desses ruídos está no próprio doente e não exteriormente.
O próprio Sr. Schiff é capaz de executar ruídos voluntários, regulares, harmoniosos, com ou sem sapatos, em pé ou deitado perante cerca de 50 pessoas.
O Sr. Velpeau acresce que esses barulhos podem inclusive ser produzidos e ouvidos através de outras regiões como quadris, ombro e face interna do pé.
Explicam-nos pelo atrito ou sobressalto dos tendões nas ranhuras ou contra os bordos de superfícies sinoviais. São, desse modo possíveis de acontecer numa infinidade ou nas vizinhanças de uma porção de órgãos, de modo claro, sonoro, surdo, obscuro, úmido ou seco, variando na intensidade.
Apoiando essas observações surge o testemunho do Sr. Jules Cloquet, contando o caso de uma jovem de 16 ou 18 anos, examinada por ele no Hospital São Luís, numa época em que os Srs. Velpeau e Jobert eram ali internos. O pai da moça, espécie de saltimbanco, pretendia tirar partido da filha exibindo-a publicamente. A jovem apresentava no ventre, o movimento de um pêndulo. Por ligeiro movimento de rotação na região lombar da coluna vertebral, ela produzia estalos muito fortes, mais ou menos regulares, segundo o ritmo dos movimentos que imprimia à parte inferior do tronco.
Esses sons anormais eram ouvidos distintamente a relativa distância.
Considerações relatos com detalhes eram publicadas em "L'Abeille Medicale", sob ponto de vista científico e o jornal "La Mode" de 1º de maio de 1859 publica:
- "A academia de Medicina continua a cruzada dos espíritos positivos contra todo gênero de maravilha.
Depois de ter, com justa razão, mas um tanto desajeitadamente, fulminado o famoso doutor negro, pelo órgão do Sr. Velpeau, eis que acaba de ouvir o Sr. Jobert (de Lamballe) o qual revela em pleno Instituto, o segredo daquilo que se chama "a grande comédia dos Espíritos Batedores", representada com tanto sucesso nos dois hemisférios".
Segundo o célebre cirurgião, todo "toc-toc", todo "pan-pan" que faz arrepiar aqueles que os escutam e que são entendidos como ..."precursores da chegada, sinais certos da presença de habitantes do outro mundo, são simplesmente o resultado de um movimento imprimido a um músculo, um nervo, um tendão! Trata-se de uma bizarria da natureza, habilmente explorada para produzir, sem que o possa constatar, essa música misteriosa que encantou e seduziu tanta gente. A sede da orquestra e na perna. É o tendão do perônio tocando na bainha, que faz todos esses ruídos, que são ouvidos sob as mesas ou à distância, à vontade do prestidigitador"....
As afirmações nesse teor continuam, concluindo que essa crença ou aceitação dos Espíritos faz parte da...“sede do maravilhoso que devora nossa época”...
Recorde-se que datado de 1854, havia sido publicado matéria assinada pelo Dr. Rayer célebre clínico, que na época, apresentou ao Instituto um alemão produzindo esses barulhos pelo deslocamento de um dos tendões musculares da perna chamado o grande perônio. Esse fato consta em o “Constitutionel” que fecha na seguinte conclusão: ...“enfim os cientistas se posicionaram e o mistério foi esclarecido”...
A referida conclusão impediu que o “mistério” persistisse, aumentasse, apesar da Ciência se negar a fazer experiências, contentando-se com explicações simplórias e sem profundidade.
2- Reflexões – Nesses primeiros poucos anos de Espiritismo, espalhara-se ele pelas várias classes sociais, contando em suas fileiras pessoas simples letradas, às quais se atribuem as luzes do bom senso e por isso questionavam as afirmações acima.
Entendiam que a função da Ciência é descobrir a causa de um fenômeno tornando-a conhecida. Deve portanto, fazer desaparecer o mistério de um efeito.
As apreciações dos Srs. Schiff, Velpeau são verídicas, mas constituem-se como observação única de um acontecimento de muitas faces, cabendo examinar todas as circunstâncias, para que nenhum fato desconhecido, venha contradizer.
Analise-se que:
- esse fato singular, até aqui excepcional, caso patológico, de repente se torna comum.
- é acompanhado de dor, fadiga, no entanto alguém se dispõe a fazê-lo estalar por 2 ou 3 horas seguidas, em qualquer lugar e hora, sem nenhum lucro, com o fim único de divertir pessoas.
- os tendões deslocados não batem apenas nas goteiras ósseas, mas também nas portas, paredes, teto à vontade ou em pontos designados. Esse músculo que range tem o poder de levantar uma mesa sem a tocar, fazê-la bater com os pés, andar pela sala, manter-se no espaço sem ponto de apoio, abri-la, fechá-la, deixá-la cair partindo-se na queda obedecendo à ordem de mocinhas e crianças.
- os Srs. em apreço ao fazer os estudos agiram com independência? estavam isentos de prevenção? ao pesquisar partiram do fato ou das idéias que já possuíam? giraram os estudos num sentido amplo ou num campo exclusivo, deduzindo teoria também exclusiva, que explicavam o que viam, mas não o que não viam, porque seu pensamento se detinha em um detalhe da verdade. Frente a isso, o mais, ou não existia era falso ou não merecia exame.
Não percebiam que os efeitos revelavam uma causa inteligente (e que o perônio por si não o é): imitava a serra, o martelo, batia sinais de atenção ou o compasso de uma música, enfim, o que lhes pedisse. Respondia ou produzia efeitos que o médium desconhecia, revela pequenos “segredos”, faz versos embora o médium jamais os tenha feito; é poliglota, músico, compõe faz tocar o piano em belas sonatas.
“Confessamos nossa ignorância junto a esses Srs., aceitamos a sua sábia demonstração e a tomamos muito a sério. Pensávamos que certos fenômenos fossem produzidos por seres invisíveis que se diziam Espíritos. Vá lá que nos tenhamos enganado. Como procuramos a verdade, não temos a tola pretensão de emperrar numa idéia, que de modo tão peremptório nos demonstram ser falsa. Do momento em que o Sr. Jobert, por uma incisão subcutânea, cortou cerce os Espíritos, já não há mais Espíritos. Uma vez que ele diz que todos os ruídos vêm do perônio, é preciso crê-lo e admiti-lo, em todas as circunstâncias. Assim, quando as batidas são dadas na parede ou no teto, ou o perônio lhes corresponde ou a parede tem um perônio; quando ditam versos por uma mesa que bate com o pé, das duas uma: ou a mesa é poetisa ou tem um perônio”...
A Ciência vulgar repousa sobre as propriedades da matéria que pode ser manejada à vontade; os fenômenos produzidos têm como agentes forças materiais. Os do Espiritismo têm seus agentes como forças inteligentes, livres, independentes com arbítrio que lhes faculta não submeter-se a caprichos dos outros; escapam aos processos anatômicos de laboratório, dos cálculos e assim fogem, escapam do campo da Ciência propriamente dita.
A partir da idéia fixa, pré-concebida conclui-se pela negativa.
Os fatos, porém, continuam a suceder: os crentes são chamados de loucos, tal qual aqueles que no passado acreditavam que a Terra girava, negativa que, não a impediu de continuar no seu movimento.
2.1- Todos os cientistas agiram assim?
Não. Nem todos se fecharam em idéias pré-concebidas.
Raciocinaram:-
- não há efeito sem causa
- vulgares efeitos podem abrir solução a grande problemas
- muita gente se ocupa desses fatos; muitos os estudam em pesquisas, logo algo deve existir.
Nesse pensar, ilustrado doutor em medicina, incrédulo nesse momento, escreve:
“Dizem que seres invisíveis se comunicam. Por que não? Antes da invenção do microscópio, suspeitávamos da existência desses milhares de animálculos que causavam tanta devastação em nossa economia? Onde a impossibilidade material que haja no espaço seres que escapam aos nossos sentidos? Se esses invisíveis que nos cercam são inteligentes, por que não se comunicariam conosco? Se estão em relação com os homens, devem representar um papel. Quem sabe se não serão uma das potências da natureza, uma dessas forças ocultas que não suspeitamos? A descoberta de um mundo invisível seria muito diversa da dos infinitamente pequenos. Seria mais que uma descoberta: seria toda uma revolução nas idéias”...
Reflexões estas que falam da mente científica esclarecida, aberta, que estuda, busca, reflete seriamente, sem posições fixadas, abertos à possibilidade da existência de seres, para nós invisíveis que povoam espaços.
Quem no passado, pensaria que na límpida gota d’água contendo milhares de seres vivos de pequenez capaz de confundir qualquer imaginação?
2:2- Questionam os adversários – por que os Espíritos, que têm a preocupação de fazer prosélitos, não agem de melhor modo, convencendo pessoas cuja opinião tem grande influência?
Não se trata de convencer os céticos que por antecipação negam evidências, aos quais nada convencem. Não se obriga ninguém a crer. O que responder àqueles que enxergam em diferente tudo engodo, charlatanismo, ilusão?... é preciso deixá-los tranqüilos, livres para afirmar que nada viram”...
Ao lado desses céticos endurecidos, acresça-se, os que querem ver a seu modo, não compreendendo que há fenômenos que não obedecem à vontade.
Se os Espíritos não se mostram interessados em convencê-los por meio de prodígios é que no momento, aparentemente, pouco interesse têm em convencer pessoas, cuja importância medem de modo diverso por que elas próprias o fazem.
- “ os Espíritos têm um modo próprio de julgar as coisas nem sempre concordante com o nosso: vêem, pensam e agem de acordo com outros elementos;
- enquanto nossa vida é circunscrita pela matéria, limitada pelo estreito círculo em cujo meio nos achamos, eles abarcam o conjunto;
- o tempo, que nos parece tão longe, é para eles um instante e a distância apenas um passo;
- certos detalhes, que nos afiguram de importância extrema, a seus olhos não passam de infantilidades. Por outro lado julgam importantes certas coisas cujo alcance não apreendemos;
- para compreender, é necessário, elevarmo-nos pelo pensamento, acima do nosso horizonte material e moral e nos colocarmos em seu ponto de vista;
- não cabe a eles Espíritos, descer até nós: nós é que devemos subir até eles, o que só se conseguirá pelo estudo e pela observação – gostam dos observadores assíduos e conscienciosos. Para estes multiplicam as fontes de luz;
- não é a dúvida originária da ignorância, que os afasta: é a fatuidade dos pretensos observadores e que querem crivá-los de perguntas e manobrá-los como bonecos. Para estes nada fazem e não se preocupam com o que possam dizer ou pensar, porque a vez deles chegará. ”
2:3– Os adversários estão sempre em tais condições?
De modo geral, querem o fenômeno às suas ordens e os Espíritos não lhes obedecem ao comando – é necessário esperar sua boa vontade. Não basta dizer-lhes: - mostrem-me tal fato e acreditarei – é – necessário vontade perseverante, deixar que os fatos se produzam espontaneamente, sem forçá-los ou querer dirigi-los.
Aos olhos do observador atento, ativo multiplicam-se os fenômenos, confirmando-se reciprocamente.
Aquele que pensa bastar fazer girar uma manivela como ligar uma máquina, não só se engana como nada conseguirá.
- “Que faz o naturalista que quer estudar os costumes de um animal? Ordena-lhe faça isso ou aquilo, observando-o à vontade e segundo suas conveniências? Não. Sabe que não será obedecido. Ele “espia”, analisa, compara, etc. as manifestações espontâneas do seu instinto. O simples bom senso mostra que, com mais forte razão, assim deve ser com os Espíritos, inteligências independentes, livres, com personalidade, individualidade própria, vontade soberana. ”
Continua em nosso próximo estudo.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec - Introdução XVII
Revista Espírita – Allan Kardec – Edicel
Item 1a 2:2 - junho – 1859
Item 3 ---- - maio – 1859
Item 4 ---- - fevereiro – 1859
Item 5 – 5:1 - janeiro – 1858
Item 6 – 6:1 - julho - 1859
Item 7 ---- - outubro – 1862
Item 8 ---- - abril - 1860 - O principiante Espírita - Allan Kardec – 1ª parte
Item 9 – R. E. Julho - 1859
Leda Marques Bighetti
Janeiro / 2003
86 – O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAPÍTULO X: BEM – AVENTURADOS OS MISERICORDIOSOS
ITENS 7 E 8: O SACRIFÍCIO MAIS AGRADÁVEL A DEUS
“Portanto, se estás fazendo a tua oferta diante do altar, e te lembrar aí que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali a tua oferta diante do altar, e vai te reconciliar primeiro com teu irmão, e depois virás fazer a tua oferta”. (Mateus, V: 23 e 24)
Lembremo-nos de que Jesus nada deixou escrito. Seus ensinos deveriam se fixar nas mentes e nos corações dos homens. Foi um ensino informal, ao sabor das circunstâncias, dos usos e dos costumes dos judeus, a fim de serem, mais facilmente, fixados na memória, mesmo sem o entendimento maior das lições.
Os judeus, como todos os demais povos da época, ofereciam sacrifícios materiais, como animais para serem mortos, conforme os ritos adequados, para agradarem e homenagearem a Deus.
O espiritismo nos ensina que, se estamos na Terra para espiritualizar nossos sentimentos, nossas emoções, nossos pensamentos e ações, a fim de desenvolvermos as qualificações divinas que trazemos em nós, Deus, “Inteligência suprema e causa primária de todas as coisas”, Absoluto em tudo, não precisa de sacrifícios materiais, mas quer que todos nos tornemos inteligentes e bons.
Assim, Jesus, aproveitando um costume religioso da época, deixou o ensinamento de que o sacrifício que devemos fazer, por ser o mais agradável a Deus, é o sacrifício de eliminar o orgulho, através do esforço do perdão, da reconciliação, sempre que houver alguma ofensa, mágoa ou ressentimento.
Os tempos passaram, usos e costumes se transformaram, mas os ensinos do Mestre Jesus, continuam sempre atuais, desafiando nossa inteligência, conclamando-nos ao sacrifício da eliminação dos nossos vícios morais, das nossas enfermidades espirituais.
Não adianta considerarmo-nos cristãos, aceitar seus princípios, se não houver o esforço para vivenciar esses ensinos no dia-a-dia, se não houver uma melhoria de sentimentos, pensamentos e ações, se não houver a transformação para uma melhor pessoa.
Uma das maiores dificuldades está no perdoar, visto que o orgulho ainda predomina, sob diversas maneiras, nos corações e nas mentes dos homens.
Todavia, sempre que nos voltamos para Deus, no altar da nossa consciência, numa prece de louvor, ou de agradecimento, ou para pedir, em qualquer lugar, devemos, pelo menos nesse instante, estar com o coração puro, sem ressentimentos, sem sentimentos negativos, com a confiança, a simplicidade e a humildade de uma criança: “Deixai vir a mim os pequeninos, e não os embaraceis, porque o reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham”. Mateus V: 8)
Em assim fazendo, com a vontade de ter, um dia, uma consciência tranqüila e paz no coração, vamos, como podemos, manter essa atitude de não nos sentirmos ofendidos, magoados com alguém, não somente quando em oração, mas o mais freqüente possível, porque esse é o sacrifício mais agradável a Deus e o mais benéfico para nós, homens da Terra e Espíritos em desenvolvimento.
Bibliografia:
KARDEC, Allan -“ O Evangelho Segundo o Espiritismo”
Leda de Almeida Rezende Ebner
Julho / 2008
ITENS 7 E 8: O SACRIFÍCIO MAIS AGRADÁVEL A DEUS
“Portanto, se estás fazendo a tua oferta diante do altar, e te lembrar aí que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali a tua oferta diante do altar, e vai te reconciliar primeiro com teu irmão, e depois virás fazer a tua oferta”. (Mateus, V: 23 e 24)
Lembremo-nos de que Jesus nada deixou escrito. Seus ensinos deveriam se fixar nas mentes e nos corações dos homens. Foi um ensino informal, ao sabor das circunstâncias, dos usos e dos costumes dos judeus, a fim de serem, mais facilmente, fixados na memória, mesmo sem o entendimento maior das lições.
Os judeus, como todos os demais povos da época, ofereciam sacrifícios materiais, como animais para serem mortos, conforme os ritos adequados, para agradarem e homenagearem a Deus.
O espiritismo nos ensina que, se estamos na Terra para espiritualizar nossos sentimentos, nossas emoções, nossos pensamentos e ações, a fim de desenvolvermos as qualificações divinas que trazemos em nós, Deus, “Inteligência suprema e causa primária de todas as coisas”, Absoluto em tudo, não precisa de sacrifícios materiais, mas quer que todos nos tornemos inteligentes e bons.
Assim, Jesus, aproveitando um costume religioso da época, deixou o ensinamento de que o sacrifício que devemos fazer, por ser o mais agradável a Deus, é o sacrifício de eliminar o orgulho, através do esforço do perdão, da reconciliação, sempre que houver alguma ofensa, mágoa ou ressentimento.
Os tempos passaram, usos e costumes se transformaram, mas os ensinos do Mestre Jesus, continuam sempre atuais, desafiando nossa inteligência, conclamando-nos ao sacrifício da eliminação dos nossos vícios morais, das nossas enfermidades espirituais.
Não adianta considerarmo-nos cristãos, aceitar seus princípios, se não houver o esforço para vivenciar esses ensinos no dia-a-dia, se não houver uma melhoria de sentimentos, pensamentos e ações, se não houver a transformação para uma melhor pessoa.
Uma das maiores dificuldades está no perdoar, visto que o orgulho ainda predomina, sob diversas maneiras, nos corações e nas mentes dos homens.
Todavia, sempre que nos voltamos para Deus, no altar da nossa consciência, numa prece de louvor, ou de agradecimento, ou para pedir, em qualquer lugar, devemos, pelo menos nesse instante, estar com o coração puro, sem ressentimentos, sem sentimentos negativos, com a confiança, a simplicidade e a humildade de uma criança: “Deixai vir a mim os pequeninos, e não os embaraceis, porque o reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham”. Mateus V: 8)
Em assim fazendo, com a vontade de ter, um dia, uma consciência tranqüila e paz no coração, vamos, como podemos, manter essa atitude de não nos sentirmos ofendidos, magoados com alguém, não somente quando em oração, mas o mais freqüente possível, porque esse é o sacrifício mais agradável a Deus e o mais benéfico para nós, homens da Terra e Espíritos em desenvolvimento.
Bibliografia:
KARDEC, Allan -“ O Evangelho Segundo o Espiritismo”
Leda de Almeida Rezende Ebner
Julho / 2008
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