segunda-feira, 7 de junho de 2010
DESCONHECIMENTO
D. Villela
Para a imensa maioria da Humanidade o que acontece após a morte ainda constitui um grande mistério. Grande, por um lado, por sua dimensão moral, pois trata-se, para quem morre, do término da experiência material com toda a sua complexidade: ligações afetivas, bagagem intelectual, aspirações, esperanças... E mistério, por outro lado, porque há milênios convivemos com a religião, que afirma a continuidade da existência após o fim do corpo, sem, contudo, oferecer evidências desse prosseguimento e muito menos descrições confiáveis de suas características, acerca das quais, por sinal – e, sobretudo na tradição ocidental –, as informações disponibilizadas sempre foram extremamente simples e não raro fantasiosas e até assustadoras. A par disso, desenvolveu-se entre os seguidores mais amplamente beneficiados por facilidades materiais – que lhes permitiam contribuir com valores maiores para a hierarquia religiosa – a ilusão de que o destaque de que desfrutavam na Terra se reproduziria, de alguma sorte, na outra vida, na corte celeste, engano que a realidade desfazia bruscamente de vez que no plano espiritual prevalecem as condições vibratórias da individualidade que refletem sua posição íntima, situando-a naturalmente em regiões assinaladas pela alegria e a luz ou... Pelas condições opostas, de sombra e sofrimento, sempre, porém, em harmonia com sua realidade íntima. Profunda desilusão, desespero e não raro revolta costumam caracterizar os primeiros momentos dos que deixaram a Terra dominados por tais preconceitos de que muitos, apesar da mudança de plano, têm grande dificuldade em se libertar, como o atestam inúmeros depoimentos de desencarnados que observaram ou viveram pessoalmente tais situações.
Não nos deve surpreender que, dada a nossa imaturidade espiritual, um numeroso contingente não mostre qualquer interesse por tais questões prosseguindo inteiramente focado na experiência material, contudo, tendo já alcançado o nível de entendimento que nos faculta compreender a mensagem espírita com base no estudo de seus métodos e princípios – como fazemos, aliás, em outras áreas do conhecimento –, cresce a nossa responsabilidade quanto ao emprego do conjunto de informações e diretrizes disponibilizadas pela Doutrina Espírita, ante os quais não cabem mais a indiferença e a passividade que têm caracterizado a postura religiosa comum ao longo do tempo, com a possibilidade de uma religião social, eventualmente praticada no templo e distante do dia-a-dia.
O conhecimento espírita nos convida a considerar as pessoas – respeitando indistintamente a todas elas – por suas características morais e não como frequentemente ocorre, por seus haveres e títulos transitórios, situando-nos desde agora na perspectiva espiritual, a única verdadeira e que prevalece de modo absoluto após a morte do corpo.
“O Evangelho segundo o Espiritismo”
(capítulo 2, item 8).
SERVIÇO ESPÍRITA DE INFORMAÇÕES
Boletim Semanal editado pelo Lar Fabiano de Cristo
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Sábado, 16/5/2009 – no 2146
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