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sexta-feira, 4 de junho de 2010

82 – O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

- ALLAN KARDEC

CAPÍTULO IX: BEM-AVENTURADOS OS MANSOS E PACÍFICOS

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS - ITEM 9: A CÓLERA
Nos três primeiros parágrafos, o autor, que se nomeou Um Espírito Protetor, explica que a origem da cólera está no orgulho, que leva o homem a se julgar tão acima do que é, que o menor paralelo o irrita e o fere.
Há os orgulhosos do que possuem de bens materiais, há os orgulhosos de sua posição social, outros de sua “finura de espírito”, outros de sua capacidade intelectual, outros do nome de família...
Quem possui o orgulho, até mesmo, em situação quase miserável, encontra, em si, motivo para julgar-se melhor do que os outros.
O espiritismo nos mostra que o orgulho, juntamente com o egoísmo, vêm se desenvolvendo no homem, desde os primórdios de sua evolução, reconhecendo suas conquistas de inteligência, levando-o a considerar-se o “o rei da criação”.
E esse sentimento de superioridade, de orgulho das suas conquistas, esquecido de que suas capacidades estavam inseridas em seu ser, desde sua criação pela “Inteligência suprema e causa de todas as coisas”, fez o homem sentir-se um deus, que tudo pode, colocando-se no centro, ao redor do qual, os menos capazes ou os mais fracos existem para servi-lo.
E assim, através das inúmeras reencarnações, o homem foi desenvolvendo o orgulho, mantendo-o mesmo quando não existe um motivo aparente para esse sentimento materialista.
Um dos males que esse sentimento causa ao homem é a cólera, a irritação, sempre que se sente contrariado em algo, demonstrando-lhe o quanto ainda é dominado pelos instintos que lhe foram extremamente necessários, quando estagiava no reino animal.
Todavia, hoje, com a inteligência, com a capacidade de raciocínio e com o conhecimento que já possui da moral, embora muito menos evoluída do que aquela, deve o homem sublimar seus instintos, no controle dos mesmos, com o desenvolvimento dos sentimentos nobres.

“Procurai a origem desses acessos de demência passageira, que vos assemelham aos brutos, fazendo-vos perder o sangue-frio e a razão; procurai-a, e encontrareis quase sempre por base o orgulho ferido.”
Esses “acessos de demência passageira” surgem sempre que um conselho, ou uma observação relativa a uma atitude negativa, a uma imperfeição, fere o orgulho de quem se sente desnudado, por não admitir que outros o vejam de forma diferente da que ele se vê.
O homem colérico chega até ao ponto de agredir coisas inanimadas, jogando-as ao chão, quebrando-as, chutando portas, numa atitude totalmente irracional.
O espiritismo, nos mostrando que todos somos criados da mesma forma e todos temos o mesmo destino; que através das reencarnações, experenciamos, ora a posse de bens materiais, ora uma maior oportunidade de conhecimento intelectual, ora oportunidade maior de desenvolvimento das virtudes, ora ocupando posições importantes, ora posições consideradas humilhantes, faz desaparecer os motivos que poderiam explicar – não justificar – o orgulho.
Se as existências na Terra se constituem de pequenos períodos da vida eterna do Espírito, servindo para seu desenvolvimento espiritual, nas diferentes experiências, que a morte finda com todo valor material, orgulhar-se de quê?!
Precisamos eliminar de nós o orgulho, que com o egoísmo, se constituem nas duas chagas da humanidade, causa de todos os males, segundo Kardec.
A cólera pode ser sentida de duas maneiras: convulsiva e gritante e a íntima e surda.
“Ambas, definindo causas de efeitos diferentes, por trás de outros acontecimentos, têm reconduzido, antes da hora marcada, multidão de Espíritos encarnados à espiritualidade, através de mortes repentinas e inexplicadas, crises cardíacas e nervosas, paralisias e mudezes, acidentes e delitos de toda ordem.” (1)
“A cólera não resolve os problemas evolutivos e nada mais significa que um traço de recordação dos primórdios da vida humana em suas expressões mais grosseiras.
“A energia serena edifica sempre, na construção dos sentimentos purificadores; mas a cólera impulsiva, nos seus movimentos atrabiliários, é um vinho envenenado de cuja embriaguez a alma desperta sempre com o coração tocado de amargosos ressaibos”, ou seja, maus sabores do arrependimento, da vergonha. (2)
“Cólera, na maioria das vezes, pode ser definida por situação de calamidade no mundo íntimo.” (3)
Retornando ao autor, ele afirma que a cólera nada resolve, altera a saúde, compromete a própria vida, sendo o colérico, sua primeira vítima, tornando infelizes todos os que o cercam, podendo causar graves delitos, com graves conseqüências.
“A cólera não exclui certas qualidades de coração, mas impede que se faça muito bem e pode levar a fazer muito mal”.
Deve, pois, ser combatida na sua causa primeira, o orgulho, no esforço de desenvolver a humildade e o amor.
Bibliografia:
KARDEC, Allan - " O Evangelho Segundo o Espiritismo "
1 – Manuel Quintão- Seareiros de Volta, médium Waldo Vieira, página 162, 4ª edição FEB
2 – Emmanuel, O Consolador, médium F. C. Xavier, questão 181
3 - Emmanuel, Urgência, médium F. C. Xavier, pág. 32

Leda de Almeida Rezende Ebner
Março / 2008

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