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segunda-feira, 7 de junho de 2010

O CONSOLADOR

José Walter de Figueiredo

“Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo” – Jesus (Mateus, 11: 28 a 30).
Imagino como é consolador ouvir ou ler essas palavras. E ainda mais ditas por quem tem tanto amor e autoridade para dizê-las. Elas exprimem o compromisso do Cristo conosco, de aliviar o nosso sofrimento e dar repouso à nossa alma, desde que O busquemos.
Sim, você que me lê neste momento, certamente deve ter suas angústias, suas dores, sejam físicas ou morais, suas preocupações, seus medos, suas incertezas, talvez suas mágoas, suas culpas, até mesmo seus rancores e tantos outros sentimentos que tornam essa vida amarga e difícil de levar. Eu lhe pergunto, então, o que seria você capaz de fazer para encontrar o alívio prometido pelo Cristo?
Por favor, eu lhe peço que não leia essas palavras com a superficialidade que costumamos usar, mas reflita realmente no seu caso, do que seria capaz para obter o resultado desejado. Se pensar no assunto, já terá dado um passo importante para sair da mesmice de todos os dias, quando lê mensagens lindas ditadas pelos Espíritos amigos, ouve palestras maravilhosas de pessoas famosas, ou toma passe e bebe água fluidificada em alguma Casa Espírita.
Não, não estou dizendo que essas coisas não sejam importantes. Eu só estou pedindo que você reflita sobre o que tem feito com tantos benefícios recebidos.
Talvez você esteja pensando que “isso é assim mesmo”, que “a evolução é demorada”, que “a natureza não dá saltos”.
Eu lhe digo que é bom tomar cuidado conosco mesmo, quando começamos a usar de jargões que expressam, sim, verdades conhecidas, para justificarmos as nossas ações ou, no caso, a nossa inação. O nosso ego é perito em esconder verdades que não deseja que saibamos. Por trás dessa defesa tão pronta e irrefutável, pode estar um comodismo de não querer mergulhar em si mesmo, para encarar as sombras que habitam nossos porões e que são, na verdade, a causa dos nossos sofrimentos.
E aí, você pode estar perguntando:
“E o que faço se for este o meu caso?”
Se eu tiver tido a ventura de provocar esses questionamentos, já terá valido muito ter escrito este artigo, pois você já deu, talvez, o passo mais importante em direção ao Cristo, que é começar a buscar em você mesmo a causa dos sofrimentos por que passa e, a partir daí, tomar conhecimento do remédio para curá-los, o qual está também em você.
A partir de agora, você mudou de rumo, começa a fazer o seu próprio caminho, coisa que ninguém pode fazer por você.
Conforme dizemos no trabalho à mesa mediúnica: “Coração no Cristo!”. Ele é o seu guia, a luz que iluminará o seu caminho, a fortaleza para o abrigo, o ombro amigo para o seu descanso, ou para o seu consolo...
A ascensão espiritual é subida íngreme, difícil, cujo caminho é pedregoso e cheio de perigos. Uma pisada em falso pode significar uma queda despenhadeiro abaixo, de consequências imprevisíveis. Normalmente não subimos em linha reta.
As curvas do caminho formam espirais que percorremos, onde subimos três degrause, ao tropeçarmos, descemos dois.
Mas não desista, você não está só. O Cristo caminha ao seu lado e sabe de suas dificuldades. Foi Ele quem nos disse: “Batei e a porta se abrirá!” Então, bata, toda vez que lhe faltar a coragem, que a dor parecer insuportável, que parecer que não vai dar mais para levar... Agora você está nas mãos de Deus. E quer lugar melhor do que esse?
Sim, porque há momentos em que ninguém nem nada deste mundo podem nos valer.
Estamos sós conosco mesmo e temos que encarar as nossas sombras. Esse é um momento solene, grave e decisivo. Se recuarmos, poderá significar uma chance perdida de difícil recuperação. Nessa hora é a fé que pode nos valer. Ela é o salto que nos permite voar em direção ao infinito. Se não tirarmos os pés do chão, não teremos como ultrapassar o abismo tenebroso que barra a nossa passagem.
Mas você deve estar se perguntando:
“Então, de que me valeu mudar de rumo, se os sofrimentos continuam e, pelo visto, piores ainda?” Eu não disse que não haveria mais sofrimentos. Foi o próprio Cristo quem nos disse que no mundo teríamos tribulações, inevitáveis em coletividades ainda governadas pelo egoísmo. A grande diferença é que, agora, você já não passa em vão pela dor, pois assimila os ensinamentos que ela traz; agora você começa a entender, de fato, o que diz o Evangelho; talvez, agora, já não saiba a sua mão esquerda o que a sua mão direita dá; agora as suas obras já podem testemunhar por você, perante o Senhor; agora, talvez, você encontre para beber a água viva que mata para sempre a sede de quem a bebe, pois esta é a sede de amor, que nenhuma água pode saciar.
Ah, sim, a sede de amor... Ela explica tantos desencontros, tantos sofrimentos...
Meu Deus! Quão terríveis devem ter sido as causas que ocasionaram tão grande hecatombe humana! A violência implacável, o sexo desenfreado, o consumismo insaciável, o egoísmo que separa, o apego que escraviza... E até mesmo o que chamamos de amor é um grito de socorro, uma forma de pedirmos o verdadeiro amor que nos falta. Cada um se expressa conforme o diapasão em que atua, mas a causa é a mesma para todos.
Ah! Quantas pessoas pelas estradas da vida são fantoches vivos que, como diz a canção, “precisam somente de um abraço bem forte e bem dado”... Então, você que já deu o primeiro passo, você que já não é uma vítima das circunstâncias do caminho, mas que faz o seu próprio caminho, você que já não torna tão pesada a cruz do Senhor mas que, como o Cireneu, ajuda a carregá-la, você já é capaz de entender e talvez perdoar todo aquele que é pedra de tropeço em seu caminho.
Agora você lerá as lindas mensagens dos Espíritos amigos com outros olhos; ouvirá as palestras maravilhosas com outros ouvidos; tomará os passes e beberá a água fluidificada com outra disposição; saberá realmente quão, de fato, é maravilhosa a Doutrina dos Espíritos, que revive em nossos dias o Consolador de outrora. Então, poderá dizer para você mesmo: “Sim, eu agora sou espírita”.
De “Kardebraile”, revista da Sociedade Pró-Livro Espírita em Braille (Rua Thomaz Coelho, 51 – Tijuca – CEP 20540-110 Rio de Janeiro, RJ – telefone [21] 2288-9844 e página www.spleb.org.br).
SERVIÇO ESPÍRITA DE INFORMAÇÕES
Boletim Semanal editado pelo Lar Fabiano de Cristo
Internet: http://www.lfc.org.br/sei
boletimsei@gmail.com

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