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sábado, 14 de fevereiro de 2015

DAR - DE - DEDO

Sérgio Lourenço

“A verdade é como jóia que, no peito, nos cabelos e nas mãos, enfeita, mas, atirada ao rosto, fere.”
“Não uses a verdade apenas para exibir a tua superioridade ou pelo simples prazer de ferir.”
Emmanuel
Dar-de-dedo é uma expressão popular. Costuma-se empregá-la quando alguém, mais exaltado ao expor suas idéias, no calor da discussão, pretende, sem vigilância, advertir ou admoestar o seu interlocutor. É o mesmo que se chamar asperamente, a atenção de alguém por algum fato, procedimento ou mesmo quando divergente de alguma tese que se discute. Isso acontece comumente com aquele que, não muito preparado espiritualmente, jacta-se de ter o pavio curto...
Para as pessoas cujo pavio está muito perto da bomba, ou, que costumam dar-de-dedo em seu semelhante, convém lembrar, sempre, que a Verdade é um conceito íntimo e que ninguém é dono dela. Jesus, quando inquirido sobre o que era a Verdade, calou-se, numa demonstração de que defini-la, seria impróprio e sem proveito.
No entanto, embora todas essas advertências que recebemos, tanto das experiências da vida, quanto dos Iluminados Espíritos do Senhor, ainda ficam muitas pessoas proprietárias da verdade por inteiro e prontos, se necessário, a dar-de-dedo para impô-la a quem ousa discordar de seus ponto-de-vista.
Isso é lamentável no geral. Muito pior é no particular. E, no particular, para nós, é o arraial espiritista. E isso tem sido observado em nosso meio até com certa freqüência, principalmente por aqueles que, um pouco mais dotados de cultura, lideram grupos de aprendizes. Também, por aqueles que, veteraníssimos no Espiritismo, fazem, desse tempo, o direito absoluto da verdade.
É bom, sempre, uma auto-análise de comportamento e de convivência. É bom, periodicamente, parar, pensar, repensar e verificar se o comportamento não está fugindo da tolerância, do amor, da compreensão e, principalmente, da mansidão do Evangelho.
Observa-se, ainda, aqueles que, para fugir da responsabilidade, mas nunca admitindo seu possível engano, usam, como saída, a clássica expressão: “Os espíritos me disseram..E então, ficam livres para impor e agredir como quiserem.
Nem sempre o que é bom e correto para um, o é para outro. Que bom seria se todos tivessem o comportamento e o entendimento que queremos No entanto, a mais pura expressão Cristã está exatamente em aceitar os outros como eles são e não como gostaríamos que fossem.
E isto se aplica para todos, como medida de mais fácil convivência e compreensão. Até para os médiuns e seus mentores. Nenhum Espírito Superior obriga ou exerce coação. Exatamente por isso ele é Superior.
Embora sejam discordantes as opiniões, precisam ser respeitadas. O ato de se defender um conceito não implica, ao espírita, a necessidade de exaltar-se. A mais perfeita e correta técnica de convencer alguém de alguma coisa, é estar preparado e consciente de ser convencido, também.



SIMONETTI, Richard; LOURENÇO, Sérgio e OLIVEIRA, Terezinha. Dar-de-dedo. In.: Em busca do homem novo. 4. ed. Capivari:EME, 1992.

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