Pinga Fogo
Richard Simonetti
1 Diante das revelações dramáticas da Doutrina Espírita sobre o sofrimento dos suicidas, o que podem os familiares e amigos fazer por eles?
Em primeiro lugar, considerar que os suicidas não perderam a filiação divina, nem estão irremediavelmente confinados em recôndito inferno. Deus faz-se presente junto deles, representado por mensageiros do Bem, que os observam e amparam, ainda que, em sua confusão mental e nos tormentos que os afligem, não tenham consciência disso. E aprendem uma lição amarga, mas necessária inútil e comprometedor atentar contra a própria existência. Somos seres imortais e, fatalmente, colheremos funestas conseqüências.
2 Algo mais, além de confiar em Deus?
É preciso fazer cessar o fluxo das lembranças amargas. Deixar de projetar, na tela mental as imagens e circunstâncias relacionadas com sua morte. Se ele pôs fogo no corpo, por exemplo, evitar vê-lo a debater-se, sendo devorado pelas chamas. Interpor entre ambos a figura de Jesus, rogando seu amparo.
3 Isso tem alguma relação com a situação do suicida?
Como acontece com todos os recém-desencarnados e, particularmente com o suicida, ele permanece ligado aos familiares, e é afetado pela natureza de seus pensamentos e emoções, que podem aliviar ou exacerbar seus padecimentos, de conformidade com sua natureza.
4 Não lhe parece difícil essa postura, principalmente da parte dos familiares, ainda sob o impacto do acontecimento? Não se afiguram naturais, essas lembranças?
Sem dúvida, mas, diante da morte, principalmente, quando envolva suicídio, é preciso pensar naquele que partiu, nas suas dificuldades, nos seus sofrimentos, calando lamúrias, lembranças dolorosas e questionamentos perturbadores, para livrá-lo da carga adicional de nossas amarguras no fardo de suas culpas.
5 A oração ajuda?
É o melhor recurso. Dizem Espíritos suicidas que a oração em seu benefício é o refrigério de suas almas.
Quando oramos por eles, nossas vibrações lhes proporcionam brando alívio. A dor lhes é menos intensa, os remorsos menos abrasivos.
6 E o que mais?
A prática do Bem, envolvendo nossos esforços em favor do próximo. Atendamos necessitados, socorramos aflitos, amparemos carentes de todos os matizes em seu nome, vinculando-nos a instituições que se dedicam a esse mister, onde o trabalho será mais produtivo.
Nossos gestos resultarão em luzes que iluminarão os caminhos do suicida, amenizando e abreviando seus padecimentos.
7 O que o Centro Espírita pode fazer pelos suicidas?
Vários recursos podem ser mobilizados. Há o trabalho de vibrações, nas reuniões mediúnicas, em que o grupo mentaliza o suicida, endereçando-lhe vibrações de amor.
Há, também, a possibilidade de sua manifestação nesses grupos. O contato com as energias do ambiente mediúnico funciona para eles como um tônico poderoso, revitalizando-os e ajudando-os a superar as dores mais intensas. É no Centro Espírita que a família recebe as orientações necessárias em favor do próprio refazimento, mudando sua postura em relação ao acontecido e
habilitando-se a ajudá-lo de forma efetiva.
8 Como conseguir o concurso do Centro Espírita?
Centros Espíritas bem organizados possuem o serviço de atendimento fraterno, em dias específicos.
Os interessados podem conversar com os companheiros encarregados desse serviço, que tomarão as providências necessárias.
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Jornalista Responsável
DANIELA BOCHEMBUZO - MTb 26260
Página Infantil (Seção Serelepe)
Ano XXXIII, nº 391
Outubro de 2005
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