F. C. Xavier / Emmanuel
Tiago escreveu essa carta aos cristãos que se achavam entre os judeus dispersos (nome que se dava aos judeus que habitavam fora da Terra Santa), com o objetivo de corrigir os erros e condenar os pecados a que estavam sujeitos os primeiros judeus convertidos ao cristianismo e, animar os crentes convertidos a sofrer as provações a que estavam sujeitos.
Fé é a confiança que se tem no cumprimento de algo, certeza de atingir um fim para o qual se tende procurando os meios para atingir.
Do ponto de vista religioso, fé é a crença nos dogmas particulares que constituem as diferentes religiões.
Emmanuel, no livro O Consolador, pergunta 354, elucida: "Ter fé é guardar no coração a luminosa certeza em Deus, certeza que ultrapassa o âmbito da crença religiosa, fazendo o coração repousar numa energia constante de realização divina da personalidade".
Significando luta, trabalho incansável para se alcançar objetivos e fins.
Existe a fé cega, que não examina nada, aceita sem controle o falso, o verdadeiro, e se choca, a cada passo, contra a evidência e a razão.
Allan Kardec, no Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XIX, item 7, ensina que" não há fé inabalável senão aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da humanidade". Para ser portanto, proveitosa deve ser ativa, e não se prender aos cultos exteriores da religião a que nos afeiçoamos.
Fé verdadeira, é não mais dizer eu creio, mas afirmar " eu sei ", com todos os valores da razão tocados pela luz do sentimento.
Fé e obras se completam em nossas relações com a Vida, onde viver representará certezas tanto nos aspectos materiais quanto nos espirituais.
O exemplo de nossas obras mostra o mérito da fé que temos. Acreditar e nada fazer, crer e desanimar, ter fé e desesperar são paradoxos. Nossa forma de ser, agir, falar tem que exteriorizar as certezas que possuímos onde as obras serão contagiantes, envolvendo o outro em tranqüilidade, calma, paz, que só a segurança daquele que sabe por onde caminha, para onde vai proporciona.
Serviço é condição que a lei estabelece para todas as criaturas, a fim de que o Criador lhes responda.
A criatura que apenas trabalhasse, sem método, sem descanso, acabaria desesperada, em horrível secura de coração; aquela que apenas se mantivesse genuflexa, estaria ameaçada de sucumbir pela paralisia e ociosidade.
Em se tratando de religião, cada crente possui razões respeitáveis e detém preciosas possibilidades que devem ser aproveitadas no engrandecimento da vida e do tempo, glorificando o Pai.
Quando percebemos as bênçãos de Deus e nada realizamos de bom, em favor dos semelhantes e de si mesma, assemelhamo-nos ao avarento que passa sede e fome, com a intenção de esconder, a riqueza que Deus lhe emprestou. Por esta razão a fé que não ajuda, não instrui e nem consola, não constrói obras e não passa de escura vaidade e enganos do coração.
"O Reino Divino guarda o imperativo da ação por ordem fundamental. Sigamos para diante e propaguemos a verdade salvadora, através dos pensamentos, das palavras, das obras e de nossas próprias vidas. O Todo-Sábio criou a semente para produzir com o infinito. Desce do alto a claridade do Sol cada dia para extinguir as sombras da Terra. Esse é o objetivo do Evangelho. Amar, servindo, é venerar o Pai, acima de todas as coisas; e servir, amando, é amparar o próximo como a nós mesmos".
A fé sem obras é como a lâmpada que não clareia - é inútil.
Bibliografia:
O Evang. Seg. o Espiritismo - A.K. - XIX
À luz da oração - F.C.Xavier/Emmanuel
O Consolador - F.C.Xavier/Emmanuel - perg.354
Jesus no lar - F.C.Xavier/Neio Lúcio - lições 32 e 45
Márcia Casadio / Maria Ap. F. Lovo Novembro / 2001
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