Cerca de três mil pessoas se matam todos os dias no mundo, número que revela um aumento de 60% de casos nos últimos 50 anos, como apontou o último relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgado em 10 de setembro, Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. Naquele mesmo mês, reportagem publicada pela FolhaOnline, com o título Suicídio mata mais que Aids nos países da União Européia, assinada por Márcia Bizzotto, revelou que a cada ano cerca de 58 mil cidadãos da União Européia tiram a própria vida, número superior aos casos de morte por Aids e acidentes no trânsito.
No Brasil, o suicídio já é considerado problema de saúde pública, embora registre números considerados baixos em relação a outros países (3,9 a 4,5 para cada 100 mil habitantes). Mas, mesmo assim, o Brasil já se situa entre os dez países onde ocorrem mais suicídios, aproximadamente oito mil casos por ano. A fim de conter o problema, é que diversas instituições trabalham para combater o suicídio, instituições como o Centro de Valorização da Vida (CVV), que atende no Rio de Janeiro pelo telefone 141; e projetos, como o ComViver (www.projetocomviver.org.br), que dá apoio aos parentes e pessoas próximas de quem cometeu suicídio, em vários Estados.
São freqüentes os alertas do Mundo Maior sobre o equívoco do suicídio. Há, inclusive, vasta literatura a respeito, como o clássico Memórias de um suicida, recebido pela médium Yvonne dos Amaral Pereira, ou O martírio dos suicidas, de Almerindo Martins de Castro, publicados pela Federação Espírita Brasileira. Também é expressivo o número de páginas esparsas sobre o tema, como a inserida no livro Seareiros de volta, de autores diversos, psicografado por Waldo Vieira. A página, de autoria de Joaquim Murtinho, é intitulada Solução ideal:
Perdeste a fé em ti mesmo e pensas acabar com tudo?
Carregas tamanha desilusão, no tocante aos outros, que não mais encontras razão para viver?
Acalentas propósito oculto e absolutamente imanifesto, de desertar da existência?
Calma! Ainda não tentaste todos os recursos nos problemas que te espezinham.
Espera! Muitas equações existem que não foram lembradas.
Medita! A esperança não pode morrer assim.
Sofreia ímpetos, pacifica pensamentos, ventila o cérebro e desanuvia o coração.
Quem tem direito de desfazer-se da vida?
E, além disso, quem já usufruiu todos os encantos e arrebatamentos, lícitos e naturais, que a experiência humana pode oferecer?
Sempre há uma solução que ainda não foi aventada; uma idéia que ninguém teve; uma pessoa a que se não recorreu; uma saída até agora não entrevista.
Hás de convir que a tua vida na Terra nem sempre foi um caminho em fogo, como acontece agora, e concordarás em que já colheste momentos de júbilo inolvidável.
Impossível acreditar que não te recordes, com sincera saudade, de episódios felizes que a lembrança, de vez a vez, te induz a revisar na memória enternecida.
A romagem oscila sempre entre a dor e o prazer, a lágrima e o sorriso. Se presentemente troa a tempestade, logo mais se abrirá o horizonte na apoteose do arco-íris.
A ponderação, até hoje, onde aparece no mundo, consegue evitar o desastre. O teu caso não será exceção.
Jesus, tão discutido, tão mal-interpretado e, contraditoriamente, tão amado, é a fórmula ideal. E sua voz ainda nos ecoa aos ouvidos: Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei.
Ir a Jesus demanda atitudes específicas, nas trilhas do burilamento espiritual, como sustentar a esperança, reconhecer-se mais humilde, garantir a serenidade na resignação, não exagerar as próprias conveniências, sair de si mesmo, servir aos outros, perseverar no melhor.
Receberemos e receberás o alívio prometido por ele, através do reencontro contigo na íntima superação do desencanto e do desespero, pela rendição racional à paciência e ao erguimento do bem, quando achares a paz que supunhas fora de ti, a confiança momentaneamente eclipsada, a alegria a que te desabituaste e o anseio de viver que reabraçarás, exultante de regozijo.
Bem-aventurado és tu que choras, porque serás consolado.
O Evangelho, à luz do Espiritismo, tem aquilo que procuras.
Nas mágoas e provações que te alanceiam a alma, já usaste múltiplos remédios que não te minoraram a dor, porém, não exauriste a farmacopéia da vida.
Falta-te ainda a terapêutica essencial.
Experimenta Jesus.
SERVIÇO ESPÍRITA DE INFORMAÇÕES
Boletim Semanal
editado pelo
Lar Fabiano de Cristo
Diretor:
Danilo Carvalho Villel
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Sábado, 8/3/2008 no 2084
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