D. Villela
A mediunidade é milenarmente conhecida, pois espíritos e homens sempre conviveram na Terra embora, geralmente, sem que os últimos tivessem consciência desse fato. Isto, aliás, fez com que esse relacionamento, que é geral e permanente, fosse, equivocadamente, considerado raro e excepcional como ocorre ainda hoje, ou até inexistente, como supõem os materialistas. As civilizações antigas referiam-se a espíritos bons ou malfazejos capazes de influenciar nossas vidas, e a religião tinha como uma de suas principais finalidades o trato com tais entidades, não raro consideradas deuses. Os médiuns, por uma disposição própria, podem perceber essa influenciação que neles se manifesta de forma muito variada conforme suas características pessoais, mas evidenciando de maneira inequívoca a presença, junto deles, de uma outra individualidade.
Como é compreensível, a ignorância, a superstição e o egoísmo por muito generalizados entre nós, não deixaram de desvirtuar essa faculdade – como ocorreu com todas as demais possibilidades humanas – imaginando que os espíritos estariam dispostos a isentar-nos do trabalho (revelando-nos, por exemplo, a localização de tesouros escondidos), a decidir por nós o que fazer em determinadas situações ou até a prejudicar nossos adversários e desafetos.
Sempre houve, contudo, quem compreendesse o fenômeno e o empregasse nobremente apesar de incompreensões e perseguições, por vezes cruéis.
Com a Doutrina Espírita a mediunidade foi pela primeira vez estudada sistematicamente definindo-se então suas variedades, o papel do medianeiro e, sobretudo, estabelecendo-se com segurança a sua finalidade que é a comprovação da vida espiritual com todas as conseqüências dessa constatação, entre elas o funcionamento da Lei de causa e efeito no campo moral, conforme sempre afirmaram as religiões. Entre os pontos então esclarecidos figura a inexistência de quaisquer sinais ou características que permitam dizer de antemão se alguém possui ou não mediunidade, o que só a experiência poderá mostrar. Tal experimentação, por outro lado, devia ser realizada com respeito, cuidado e objetivo sério, dispondo-se o candidato a colaborar na extensão do bem. Por isso recomendou o Codificador que esse convite à espiritualidade para que se comunicasse devia sempre ser feito em nome de Deus, providência esta que, em sua simplicidade definia toda uma orientação para o trabalho, a ser realizado em segurança sob a supervisão de generosos amigos espirituais.
Consoante a Doutrina Espírita, o desenvolvimento mediúnico consiste num processo de conhecimento pessoal durante o qual quem possua sensibilidade mediúnica aprende a controlá-la, observando o que se passa consigo durante o fenômeno, com vistas a poder atuar convenientemente no intercambio com os desencarnados.
Modernamente aquela recomendação do Codificador continua a ser aplicada nas Casas Espíritas, onde o desenvolvimento da mediunidade se processa sob a supervisão de companheiros mais experientes, depois de adquirir o interessado conhecimentos básicos da Doutrina Espírita e da própria mediunidade, mas, sempre, em nome de Deus, e segundo as suas leis de Amor e Justiça.
Oportuno lembrar por fim outro detalhe interessante. Algumas pessoas, sobretudo na Europa, admirando embora o Espiritismo devido à sua racionalidade e embasamento na observação, têm dificuldade em aceitar seu aspecto religioso contra o qual se posicionam devido aos graves desvios religiosos do passado. Mas, como vemos mais uma vez, é muito clara a atitude de Kardec: em nome de Deus, sempre, evidenciando o caráter também religioso da Doutrina.
“O Livro dos Médiuns” (Segunda Parte, capítulo 17, item 203).
“Pela força do exemplo, vencerás.”
“No portal da luz” Emmanuel
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Sábado, 15/3/2008 – no 2085
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