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[26/5 12:15] JCesar NGomes: 3 - XXII COMEERJ
Pólo IV Cafarnaum
8º CRE Nova Friburgo
A Pedagogia e a Didática de Jesus
Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo?
Jesus.
Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque sendo Ele o mais puro de quantos tem aparecido na Terra, o Espírito Divino o animava.
(O Livro dos Espíritos Questão 625)
Falo-lhes por parábolas, porque não estão em condições de compreender certas coisas. Eles vêem, olham, ouvem, mas não entendem. Fora, pois, inútil tudo dizer-lhes, por enquanto. Digo-o, porém, a vós, porque dado vos foi compreender estes mistérios. Jesus procedia com o povo, como se faz com crianças, cujas idéias ainda se não desenvolveram. Desse modo, indica o verdadeiro sentido da sentença: Não se deve por a candeia debaixo do alqueire, mas sobre o candeeiro, a fim de que todos os que entrem a possam ver. Tal sentença não significa que se deva revelar inconsideradamente todas as coisas. Todo ensinamento deve ser proporcionado à inteligência daquele a quem queira-se instruir, porquanto há pessoas a quem uma luz demais viva deslumbraria, sem as esclarecer.
(O Evangelho Segundo o Espiritismo Capítulo XXIV, item 4)
Quando o jovem rico perguntou a Jesus:
- Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
Jesus, segundo narrativa de Lucas, respondeu:
- Por que me chamas bom?
- Ninguém é bom senão um só, que é Deus. (Mt.: 19,17).
Nesta passagem observamos que Jesus descarta o adjetivo, mantendo, porém, o substantivo, pois sabia Ele ser essa a sua missão a de mestre -, porque conforme registra o Prof. Aurélio B.H. Ferreira em seu dicionário, MESTRE é o homem que ensina e o homem superior e de muito saber.
Em outra passagem evangélica, vamos encontrar diversos personagens tratando-o de Mestre, como aconteceu com Maria de Magdala ao reconhecer naquela visão a figura inolvidável do Raboni, que quer dizer mestre em hebraico. Os próprios escribas e fariseus assim o chamaram, quando levaram a sua presença a mulher adúltera.
Neste sentido, Jesus foi um mestre por excelência. Sabia dosar suas palavras, usando formas diferentes quando falava aos apóstolos e ao povo:
- A Vós outros é dado conhecer os mistérios do reino de Deus; aos mais fala-se por parábolas.
E é exatamente quando fala ao povo que Jesus se revela o Mestre por excelência. Utiliza o recurso de pequenas estórias, como forma de transmitir mensagem aos outros. Por isso, Jesus falava ao povo através de parábolas, para que uma idéia que parecia complicada pudesse tornar-se mais fácil de ser entendida, pois ela era expressa através de um exemplo ou de uma comparação.
Nestas parábolas, Jesus utilizava a linguagem que o povo conhecia:
- O semeador saiu a semear...
- O bom samaritano.
- O filho pródigo.
- Os trabalhadores da vinha.
- O fariseu e o cobrador de impostos.
- A ovelha perdida.
Eram situações vivenciadas pelos judeus; representavam suas aspirações imediatas, nas quais Jesus acrescentava o ensino moral.
Não esperava situações, nem locais especiais para transmitir seus ensinamentos. Aproveitava o momento e suas salas de aulas foram a casa de Simão Pedro, o barco, a praça pública e a montanha, de onde transmitiu o mais belo de seus ensinamentos: O Sermão do Monte.
Ensinou aos mais idosos, aos jovens e pediu:
- Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus.
Nada deixou escrito, mas suas lições transcendentais venceram os tempos e são tão atuais, como nos momentos em que foram pronunciadas.
Este é o Mestre que, segundo a questão 625 de O Livro dos Espíritos, é o modelo e guia que Deus tem oferecido à Humanidade.
Quando a Terra se ajustar
Aos preceitos de Jesus,
Então, liberta de trevas,
Será um mundo de luz!
José Fuzeira
(Do livro Trovas de Sombra e de Luz).
Do Livro: A Educação à Luz do Espiritismo.
- Lydienio Barreto de Menezes.
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Quem é o Educador?
Não se espantem os adeptos com esta palavra ensino. Não constitui ensino unicamente o que é dado do púlpito ou da tribuna. Há também o da simples conversação. Ensina todo aquele que procura persuadir a outro, seja pelo processo das explicações, seja pelo das experiências.
(O Livro dos Médiuns Capítulo III, item 18)
A tarefa não é tão difícil quanto possa parecer. Não exige o saber do mundo. Podem desempenhá-la assim o ignorante, como o sábio, e o Espiritismo lhe facilita o desempenho, dando a conhecer a causa das imperfeições da alma humana.
(O Evangelho Segundo o Espiritismo Capítulo XIV, item 9)
Ao abordarmos o tema Educação à luz da Doutrina Espírita, o fazemos com base nas palavras de Allan Kardec acima transcritas, tendo em vista que elas encerram um ensinamento bem profundo a respeito do assunto.
Apesar das palavras ensinar e educar terem significados diferentes e de Ter o codificador usado a palavra ensino no seu significado real, isto é, Transmissão de conhecimentos, de informações ou de esclarecimento úteis ou indispensáveis à educação, ou ainda, esforço orientado para a formação ou modificação da conduta humana, vimos que uma coisa leva a outra, por isso, servimo-nos do texto para falar do papel do educador.
Seguindo o raciocínio de Kardec, o educador não é somente aquele que fala do púlpito (sacerdotes e religiosos) ou da tribuna (oradores, professores ou intelectuais), mas qualquer pessoa que, pelo processo das explicações ou das experiências, procura passar ensinamentos úteis para outrem e neste sentido estão incluídos os pais, avós ou quaisquer outras que tenham a paciência necessária para, descendo até o nível de entendimento do educando, transmitir algum ensinamento que possa formar ou modificar a sua conduta. Para tanto, não é necessário ocasião especial, pois o processo a ser utilizado deve ser o da simples conversação e neste trabalho educacional, principalmente na primeira infância, entra o papel da mãe, como primeira educadora, por estar em maio contato com a criança; não excluindo o pai e mais modernamente os avós, já que grande parte das crianças passam parte do dia com eles, em virtude de muitas mulheres, nos dias atuais, trabalharem fora do lar.
O que queremos acentuar é que, para ensinar, não há necessidade de se Ter uma formação acadêmica, visto que a experiência de vida é um patrimônio inalienável dos mais idosos. Os indígenas e algumas civilizações orientais bem o sabem, dando importância muito grande à sabedoria dos anciãos. Entretanto, a experiência não tem valor, se não se aprende com ela.
Citamos novamente a orientação abalizada do educador espírita Vinícius, quando em seu livro O Mestre na Educação afirma: O ensino por autoridade, impondo princípios e doutrinas, avilta o caráter e neutraliza as melhores possibilidades individuais. Cria a domesticidade e escravatura espiritual, regime ignóbil onde se estiolam as mais nobres aspirações e onde se oficializam a hipocrisia, o vício e o crime.
O ensino por autoridade é a educação às avessas: oblitera a vontade, mecaniza e anquilosa (1) a alma do educando.
O ensino que se funda no processo de despertar os poderes latentes do Espírito é o único que realmente encerra e resolve o problema da educação.
Baseando-se o ensino no apelo constante à razão e ao bom-senso, gera-se a confiança própria, estimula-se a vontade, esclarece-se a mente numa palavra consegue-se que o educando faça a independência própria em todo o terreno, o que representa a verdadeira nobreza de caráter.
Neste esforço orientado, devem os responsáveis pela educação de uma criança atentar para o seguinte:
1º - que haja sempre diálogo e que este seja informal, franco e oportuno;
2º - que neste diálogo, a criança se sinta a vontade para expressar seus pensamentos, insto é, que exista um espaço aberto para ela falar;
3º - que as experiências sejam sempre aquelas relacionadas com o momento;
4º que o educador esteja sempre atento às atividades e atitudes da criança para que, a partir delas, possam sair as informações úteis à sua educação;
5º que nos momentos em que a criança denote suas más tendências, a correção seja feita na hora, com muito tato, sabedoria e carinho, mas demonstrando firmeza nas palavras, procurando sempre ressaltar o lado positivo e nunca o negativo. O mal não merece ser comentado é a recomendação do Espírito André Luiz.
O professor Rubens Romanelli, no livro Primado do Espírito, ao fazer referências à Carência de Educação Moral, assim se expressa: A primeira preocupação, pois, de quantos se impuseram a sublime e árdua tarefa de educar deve ser a de concentrar a atenção do homem num elevado ideal de espiritualidade e dar-lhe a consciência de que o seu labor é tanto mais fecundo em resultados positivos, quanto mais desinteressado for o móvel de suas pesquisas e mais alta for a meta de suas aspirações. A História demonstra-nos, à saciedade, que as mais preciosas conquistas da civilização nunca as empreendeu o homem, inspirado por fins utilitários, ou movido de sentimentos subalternos, mas impelido por um desejo, em cujo fundo latejam sempre o instinto do Bem e a
intuição da Verdade.
Quem possui altos estudos
É pessoa instruída,
Mas não há curso completo
Sem a experiência da vida!
José Fuzeira
(Do livro Trovas de Sombra e de Luz).
Do Livro: A Educação à Luz do Espiritismo.
- Lydienio Barreto de Menezes.
1- Anquilosa ou ancilosa (do verbo ancilosar): diminui a possibilidade de movimentos.
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Quem é o Educando?
Os Espíritos não ocupam perpetuamente a mesma categoria. Todos se melhoram passando pelos diferentes graus da hierarquia espírita. Esta melhora se efetua por meio da encarnação, que é imposta a uns como expiação, a outros como missão. A vida material é uma prova que lhes cumpre sofrer repetidamente, até que hajam atingido a absoluta perfeição moral.
(O Livro dos Espíritos Introdução, item VI)
A passagem dos Espíritos pela vida corporal é necessária para que eles possam cumprir, por meio de uma ação material, os desígnios cuja execução Deus lhes confia. É-lhes necessária, a bem deles, visto que a atividade que são obrigados a exercer lhes auxilia o desenvolvimento da inteligência.
(O Evangelho Segundo o Espiritismo Capítulo ICV, item 25)
Quando falamos em Educação, não podemos deixar de mencionar a Filosofia Educacional, porque é esta que orienta o processo, atendendo aos objetivos que se propõe atingir. Por isso, cada país ou cada cultura possui uma Filosofia Educacional, criada para tender as peculiaridades de cada povo ou cultura.
Dentre essas filosofias, destacamos três, que pela importância que representam, nortearam, norteiam ou nortearão os procedimentos educacionais, tendo em vista esta pergunta: Quem é o educando?
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