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segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Entre a Terra e o Céu_13_Análise mental

Entre a Terra e o Céu_13_Análise mental

CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
Sala Virtual de Estudos Nosso Lar
Estudo das obras de André Luiz


Livro: Entre a Terra e o Céu
Capítulo XIII - Análise mental

Resumo do Capítulo


O relógio terrestre assinalava meia-noite e três quartos, quando tornamos ao singelo domicílio de Antonina.

A casinha dormia, calam Acocorado a um canto, o velho Leonardo mantinha-se na sala, Pensando... Pensando... Adensamo-nos, ante a visão dele, e, reconhecendo-nos, ergueu-se e começou a gritar:

- Ajudai-me, por amor de Deus! Estou preso! Preso!...

Clarêncio, bondoso, convidou-o a acomodar-se na poltrona simples e induziu-o à prece.

O velhinho, contudo, alegou total esquecimento das orações que formulara no mundo, crendo que apenas lhe serviriam as palavras decoradas, mas o orientador, elevando a voz, com o intuito evidente de sossegá-lo na confiança íntima, pronunciou comovente súplica à Divina Providência, implorando-lhe proteção e segurança para quem se mostrava tão desarvorado e tão infeliz.

Emocionados com aquela petição que nos renovava igualmente as disposições interiores, observamos que o avô de Antonina se aquietara, resignado.

Clarêncio, logo após a oração, começou a aplicar-lhe forças magnéticas no campo cerebral.

O paciente revelou-se mais intensamente abatido.

A cabeça pendeu-lhe sobre o peito, desgovernada e sonolenta.

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Assistido por nossos recursos, a memória dele regredirá no tempo, informando-nos quanto à causa que o retém junto da neta, aclarando-nos, ainda, sobre prováveis ligações que nos conduzirão à chave do socorro, a benefício dele mesmo.

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Cada existência de nossa alma, em determinada expressão da forma, é uma adição de experiência, conservada em prodigioso arquivo de imagens que, em se superpondo umas às outras, jamais se confundem.

Em obras assistenciais, qual a que desejamos movimentar, é preciso recorrer aos arquivos mentais, de modo a produzir certos tipos de vibração, não só para atrair a presença de companheiros ligados ao irmão sofredor que nos propomos socorre, como também para descerrar os escaninhos da mente, nas fibras recônditas em que ela detém as suas aflições e feridas invisíveis.

....................

- A mente, tanto quanto o corpo físico, pode e deve sofrer intervenções para reequilibrar-se. Mais tarde, a ciência humana evolverá em cirurgia psíquica, tanto quanto hoje vai avançando em técnica operatória, com vistas às necessidades do veículo de matéria carnal. No grande futuro, o médico terrestre desentranhará um labirinto mental, com a mesma facilidade com que atualmente extrai um apêndice condenado.

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Acariciou, ainda por alguns instantes, a cabeça do ancião e, em seguida, chamou-o, de manso:

- Leonardo, recorda! Volta ao Paraguai, onde adquiriste o remorso que hoje te retalha o coração! A dor, quase sempre é culpa sepultada dentro de nós...

Retrocedamos ao ponto inicial de teu sofrimento!... Recorda! Recorda!... O velhinho, diante de nossos intraduzível assombro, acordou de olhos transtornados.

Ergueu a fronte, mas seu rosto alterara-se de maneira sensível.

Sustentava, iniludívelmente, os traços fundamentais, mas fizera-se mais jovem.

Registrando a surpreendente transfiguração, Hilário interferiu, perguntando:

- Oh! Que força mágica será esta?

Nosso orientador fitou-o, sereno, e esclareceu:

- Não nos esqueçamos de que temos diante de nós o veículo espiritual, por excelência vibrátil. O corpo da alma modifica-se, profundamente, segundo o tipo de emoção que lhe flui do âmago. Isso, aliás, não é novidade. Na própria Terra, a máscara física altera-se na alegria ou no sofrimento, na simpatia ou na aversão. Em nosso plano, semelhantes transformações são mais rápidas e exteriorizam aspectos íntimos do ser, com facilidade e segurança, porque as moléculas do perispírito giram mais intensivos que as moléculas do corpo carnal. A consciência, por fulcros anímico, expressa-se, desse modo, na matéria sutil com poderes plásticos mais avançados.

......................

Repentinamente refeito, vigoroso e móbil, clamou:

- Lola! Lola! Estás aqui? Sinto-te a presença... Onde te ocultas? Ouve-me! Ouve-me!

Com inexprimível espanto, vimos dona Antonina escapar do aposento, no corpo espiritual com que a divisáramos na véspera.

Avançou ao nosso encontro, extremamente surpreendida, e, avistando o avô transfigurado, como se fosse tangida no imo da personalidade por misteriosa influência, estampou súbita alteração facial, renovando-se igualmente aos nossos olhos.

As linhas do semblante modificaram-se, de inopino, e vimo-la realmente mais bela, todavia, menos serena e menos espiritualizada.

...............

Aterrada, Antonina rojou-se de joelhos aos pés do ancião que se rejuvenescera ao influxo dos passes de Clarêncio e gritou:

- Leonardo!... Leonardo!...

Ele, porém, irradiando no olhar ódio e padecimento intraduzíveis, bradou:

- Enfim!...Enfim!...

E prorrompeu em prantos convulsos.

Estupefatos, ouvimos Clarêncio que nos informava, generoso:

- Repararam? Antonina é Lola Ibarruri reencarnada. Leonardo está vinculado a ela por laços de imenso amor. Ambos procedem de lutas enormes, na tela infinita do tempo. A mulher irresponsável de ontem, hoje é mãe amorosa e digna, à procura da própria regeneração. Tendo abandonado outrora o marido, foi induzida a desposar um homem animalizado, com quem se encontra igualmente enleada por laços do pretérito e que, em não a entendendo agora, relegou-a ao esquecimento. Recebeu, contudo, antigos associados de destino por filhos do coração, que conduz para o bem. Em contraposição, às facilidades delituosas do passado, atravessa atualmente aflitivos obstáculos para viver.

Simpatia incoercível inclinou-nos para aquela mulher em provas tão ríspidas.

O ensinamento que a vida ali nos ofertava era efetivamente sublime.

A voz do orientador, no entanto, era clara e segura a recomendar:

- Ajudemos. O momento determina auxiliar.


1 - Quais os benefícios que a cirurgia psíquica pode trazer, para nós, enquanto encarnados?

2 - Sabemos que, atualmente é usada a técnicas de regressão, por vários profissionais da psicologia, como aconteceu com o avô de Antonina. Em quais casos podemos nos beneficiar dessa técnica?

3 - Que tipo de sentimento envolve o avô de Antonina, para que justifique seu atual estado de espírito?

4 - Como podemos definir o espírito de Antonina em relação ao de Lola?

5 - Qual o sentimento que envolve Lola na hora que reconhece no seu avô seu marido abandonado?

Conclusão:

 De volta ao lar de Antonina, os benfeitores espirituais, orientados por Clarêncio, deram início ao tratamento do ancião lá haviam encontrado no dia anterior e que se denotava estar em grave estado de perturbação mental. O Ministro Clarêncio iria iniciar o que chamou de "cirurgia psíquica", objetivando atingir as camadas mais profundas do pensamento do enfermo e, assim, ter revelados os fatos do passado que originaram aquela situação  de  enfermidade mental por que passava.
                   
QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO

 1 - Quais os benefícios que a cirurgia psíquica pode trazer, para nós, enquanto encarnados?

O que Clarêncio denominou "cirurgia psíquica" equivale à técnica hoje conhecida como "regressão de memória".  É o mecanismo utilizado para se obter a revelação de fatos ocorridos no passado e que possam ter alguma influência no psiquismo da pessoa, numa encarnação posterior, a ponto de causar-lhe algum distúrbio psicológico.  Em se tratando do nosso mundo carnal, permite que o profissional que tenha formação específica na matéria  penetre  nas  camadas mais profundas do pensamento do paciente, a fim de localizar o fato gerador da distonia mental que o acomete.

 2 - Sabemos que, atualmente, é usada a técnica de regressão, por vários profissionais da psicologia, como aconteceu com o avô de Antonina. Em quais casos podemos nos beneficiar dessa técnica?

O processo de regressão de memória pode ser um método de tratamento bastante útil para as distonias mentais. Muitos casos de fobias, ansiedade e perturbação podem ser tratados com esse tipo de terapia.  Um fato ocorrido em uma experiência corporal do passado pode afetar o bem-estar físico ou mental do espírito numa posterior encarnação. Como todo tratamento terapêutico, deve ser recomendado e ministrado por profissional devidamente habilitado e, apenas, em determinados casos. A sua utilização para satisfazer curiosidade ou através de quem não esteja capacitado a fazê-lo, pode trazer conseqüências danosas à saúde mental do paciente.
               
 3 - Que tipo de sentimento envolve o avô de Antonina, para que justifique seu atual estado de espírito?

O grave estado de perturbação em que se encontrava o avô de Antonina era causado por um misto de remorso e ódio que o atormentava. Tendo matado Esteves, que lhe roubara o amor de Lola em encarnação passada, esse fato lhe era permanentemente lembrado por sua consciência, que o condenava, não lhe permitindo a paz. A constante presença do desafeto em seus pensamentos lhe causava perturbação. Por outro lado, ainda não conseguira se desvencilhar do ódio nutrido ao desafeto e à mulher que traíra sua confiança. A doença mental que o fazia padecer era resultado de tantos sentimentos negativos cultivados em seu psiquismo,

4 - Como podemos definir o espírito de Antonina em relação ao de Lola?

Lola, agora Antonina, já iniciara o processo de sua transformação moral. Antes irresponsável e indigna do amor que lhe era dedicado por Leonardo, era agora mãe extremosa e dedicada, cuidando com zelo e carinho dos filhos com quem foi deixada pelo marido. Por força da lei de causa e efeito, como resultado de seu comportamento  delituoso  do passado, fora, agora, casada com um homem de pouca moral, que a abandonou  em companhia  dos filhos,  tal  qual  fizera em relação a Leonardo, na personalidade de Lola.

5 - Qual o sentimento que envolve Lola na hora que reconhece no seu avô seu marido abandonado?

Antonina também experimentava o sentimento de remorso, em decorrência de seu reprovável gesto do passado.  Sua reação diante de Leonardo, no entanto, era diferente deste, que ainda lhe nutria ódio. Antonina, ao contrário, não lhe demonstrava ódio, mas arrependimento pelo ato impensado, ajoelhando-se diante do ex-marido, vítima de  sua  traição, como que a lhe dirigir um pedido de perdão. Sua condição espiritual, portanto, era melhor que a do avô, seu marido de outrora, que ainda se encontrava fortemente apegado aos acontecimentos do passado.

Muita paz a todos.

Sala Nosso Lar

CVDEE

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