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domingo, 22 de novembro de 2015

Entre a Terra e o Céu_22_Irma Clara

Entre a Terra e o Céu_22_Irma Clara

Trechos do Capítulo:

Na noite imediata às experiências que descrevemos, o Ministro convidou-nos a visitar a Irmã Clara, a quem pediria socorro em favor do esclarecimento de Odila.
(...)
Por que motivo rogaria ele o concurso de outrem, quando se dirigira com tanto êxito à mente de Esteves e Armando, reencarnados? Não lhes favorecera o retrocesso da memória, até os recuados dias da luta no Paraguai? Porque não conseguiria doutrinar também a desditosa irmã enferma?
O Ministro ouviu-me, tolerante, e redargüiu:
_ Iludes-te. Nem sempre doutrinar será transformar. Efetivamente, guardo alguma força magnética suficientemente desenvolvida, capaz de operar sobre a mente de nossos companheiros em recuperação; no entanto, ainda não disponho de sentimento sublimado, suscetível de garantir a renovação da alma. Sem dúvida, dentro de minhas limitações, estou habilitado a falar à inteligência, mas não me sinto à altura de redimir corações. Para esse fim, para decifrar os complicados labirintos do sofrimento moral, é imprescindível haver atingido mais elevados degraus na humana compreensão.
(...)
A nossa anfitriã não morava num estabelecimento de ensino, entretanto, mantinha em casa um verdadeiro educandário, tão grandes e luzidas eram as assembléias instrutivas que sabia organizar.
(...)
Nosso orientador rogou excusas, pela nossa interferência no trabalho.
_ Não se incomodem _ (...) _, achamo-nos num curso rápido, acerca da importância da voz a serviço da palavra. Podem partilhá-lo conosco. Nossa aula é uma simples conversação.
(...)
_ Conforme estudamos na noite de hoje, a palavra, qualquer que ela seja, surge invariavelmente dotada de energias elétricas específicas, libertando raios de natureza dinâmica. A mente, como não ignoramos, é o incessante gerador de força, através dos fios positivos e negativos do sentimento e do pensamento, produzindo o verbo que é sempre uma descarga electromagnética, regulada pela voz. Por isso mesmo, em todos os nossos campos de atividade, a voz nos tonaliza a exteriorização, reclamando apuro de vida interior, de vez que a palavra, depois do impulso mental, vive na base da criação; é por ela que os homens se aproximam e se ajustam para o serviço que lhes compete e, pela voz, o trabalho pode ser favorecido ou retardado, no espaço e no tempo.
(...)
_ Mas, para que tenhamos a solução do problema, é indispensável jamais nos encolerizarmos?
_ Sim elucidou a instrutora, calma, indiscutivelmente, a cólera não aproveita a ninguém, não passa de perigoso curto-circuito de nossas forças mentais, por defeito na instalação de nosso mundo emotivo, arremessando raios destruidores, ao redor de nossos passos...
(...)
_ Em tais ocasiões, se não encontramos, junto de nós, alguém com o material isolante da oração ou da paciência, o súbito desequilíbrio de nossas energias estabelece os mais altos prejuízos à nossa vida, porque os pensamentos desvairados, em se interiorizando, provocam a temporária cegueira de nossa mente, arrojando-a em sensações de remoto pretérito, nas quais como que descemos quase sem perceber a infelizes experiências da animalidade inferior. A cólera, segundo reconhecemos, não pode e nem deve comparecer em nossas observações, relativas à voz. A criatura enfurecida é um dínamo em descontrole, cujo contacto pode gerar as mais estranhas perturbações.
(...)
_ E se substituíssemos o termo cólera pelo termo indignação?
(...)
_ Efetivamente, não poderíamos completar os nossos apontamentos, sem analisar a indignação como estado dalma, por vezes necessário. Naturalmente é imprescindível fugir aos excessos. Contrariar-se alguém a propósito de bagatelas e a todos os instantes do dia será baratear os dons da vida, desperdiçando-os, de modo inconseqüente, sem o mínimo proveito para si mesmo ou para os outros.Imaginemos a indignação por subida de tensão na usina de nossos recursos orgânicos, criando efeitos especiais à eficiência de nossas tarefas. Nos casos de exceção, em que semelhante diferença de potencial ocorre em nossa vida íntima, não podemos esquecer o controle da inflexão vocal. Assim como a administração da energia elétrica reclama atenção para a voltagem, precisamos vigiar a nossa indignação principalmente quando seja imperioso vertê-la através da palavra, carregando a nossa voz tão somente com a força suscetível de ser aproveitada porá aqueles a quem endereçávamos a carga de nossos sentimentos. É indispensável modular a expressão da frase, como se gradua a emissão elétrica...
(...)
_ Nossa vida pode ser comparada a grande curso educativo, em cujas classes numeráveis damos e recebemos, ajudamos e somos ajudados. A serenidade, em todas as circunstâncias, será sempre a nossa melhor conselheira, mas, em alguns aspectos de nossa luta, a indignação é necessária para marcar a nossa repulsa contra os atos deliberados de rebelião ante as Leis do Senhor. Essa elevada tensão de espírito, porém, nunca deve arrojar-se à violência e jamais deve perder a dignidade de que fomos investidos, recebendo da Divina Confiança a graça do conhecimento superior. Basta, dentro dela, a nossa abstenção dos atos que intimamente reprovamos, porque a nossa atitude é uma corrente de indução magnética. Em torno de nós, quem simpatiza conosco geralmente faz aquilo que nos vê fazer. Nosso exemplo, em razão disso, é um fulcro de atração. Precisamos, assim, de muita cautela com a palavra, nos momentos de tensão alta do nosso mundo emotivo, a fim de que a nossa voz não se desmande em gritos selvagens ou em considerações cruéis que não passam de choques mortíferos que infligimos aos outros, semeando espinheiros de antipatia e revolta que nos prejudicarão a própria tarefa.
(...)
_ Irmã Clara, como devemos interpretar as perturbações da voz, como, por exemplo, a gaguez e a diplofonia?
_ Sem dúvida (...) os órgãos vocais experimentam igualmente lutas e provações quando reclamam reajuste. Por intermédio da voz, praticamos vários delitos de tirania mental e, através dela, nos cabe reparar os débitos contraídos. As enfermidades dessa ordem compelem-nos ao trabalho de recuperação no silêncio, de vez que, sofrendo a alheia observação, aprendemos pouco a pouco a governar os próprios impulsos ao bem.
(...)

Questões iniciais para nosso estudo:

1. Qual a importância das palavras? Justificar.
 2. Relacione os ensinamentos dados no capítulo com as palavras de Lucas (6-45): ...Porque a sua boca fala o de que está cheio o coração.
3. De que forma as palavras, em nosso dia-a-dia, nos influem no intercâmbio entre nós e as demais pessoas?
4. Irmã Clara faz seu pequeno, e importante, ensinamento em sua própria residência. Wilson Garcia comenta sobre pequenos grupos familiares de estudos o seguinte: (...) que é o das relações e dos laços que se formam entre os membros dos grupos familiares de Espiritismo. O fato a chamar a atenção é que se essas relações são fraternas e intensas, elas não só estabelecem um grau de seriedade grande para a operação e os objetivos do grupo, como também mantêm um frutuoso e inigualável estado de informalidade, de liberdade de ação, onde o ambiente é sempre convidativo à prosa, às histórias do cotidiano, às situação que envolvem o mundo da vida e que os seres humanos sentem tanta necessidade de intracambiar, mas que a vida moderna quase nunca oferece espaço para que aconteça. Assim, comente ou relacione qual a importância de também se haver grupos familiares de estudos, englobando-se neles não só a família de parentesco, mas a família espiritual
5. Qual seu entendimento sobre o capítulo estudado?

Conclusão:

Um tema interessante é abordado neste capítulo: a palavra sua função, seu significado e suas conseqüências. Indo ao encontro de Irmã Clara, os benfeitores Clarêncio, André Luiz e Hilário a encontraram reunida em sua residência dirigindo um grupo de estudo, cujo tema estudado era a palavra. André Luiz nos relata alguns dos ensinamentos por ela transmitidos acerca do assunto.

QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO

1.- Qual a importância das palavras? Justificar.
Através do pensamento, o homem se sintoniza com o mundo invisível, emitindo ondas eletromagnéticas, que ganham o espaço através do fluido cósmico universal em que vivemos mergulhados. O pensamento se materializa e é levado ao destino que lhe endereçamos.
Conforme a sua natureza, estaremos nos sintonizando com faixas vibratórias levadas ou inferiores, que definirão o tipo de influência espiritual que receberemos. A palavra é a exteriorização do pensamento para o mundo material. Seu grau de alcance, portanto, vai além do plano invisível, onde ela chega antes mesmo de ser pronunciada, pelo simples ato de pensar. Repercute, também, no mundo físico.
De acordo com a explicação de Irmã Clara, a palavra é dotada de energias elétricas específicas, produzindo uma descarga eletromagnética, que é regulada pela voz. Podemos, assim, dividí-la em duas etapas: a primeira, corresponde ao período em que essa força está sendo gerada pela mente. Nessa fase, é definida a sua natureza - positiva ou negativa - conforme o sentimento que presidirá a sua formação; a segunda, ao ser exteriorizada para o mundo físico, é qualificada pela tonalidade da voz que a exprime. É uma fase tão importante quanto à de sua elaboração, pois a maneira como é exteriorizada pela voz pode até modificar o significado que se quis a ela imprimir.
Portanto, sua importância é enorme para o homem. Como frisou a benfeitora, é por ela que os homens se aproximam e se relacionam em sociedade, ajudando-o na busca da evolução  pelo trabalho. Pelo sentido que o homem a imprime, poderá ter o seu progresso adiantado ou atrasado. Influi, ainda, na conformação do organismo físico e espiritual do homem. Temos estudado nos capítulos anteriores as transformações por que passa o perispírito, por força da natureza dos nossos atos e pensamentos. A palavra, como veículo de exteriorização do que é produzido  pela  mente,  tem  o poder de sutilizar ou adensar o veículo perispiritual, com as repercussões inevitáveis no organismo físico.

2.- Relacione os ensinamentos dados no capítulo com as palavras de Lucas (6-45): " ... Porque a sua boca fala o  de que está cheio o coração."
Esse ensinamento evangélico reafirma o caráter da palavra como um veículo exteriorizador  dos  nossos  sentimentos.
Como disse o Evangelista, através do verbo deixamos transbordar a matéria que enche o nosso coração. A palavra não é algo autônomo, descompromissado. É o espelho do que sentimos, daquilo que está cheio o nosso coração.

3.- De que forma as palavras, em nosso dia-a-dia, nos influem no intercâmbio entre nós e as demais pessoas?
Sendo a materialização dos sentimentos, a palavra não é apenas um meio de os homens se comunicarem entre si. É, principalmente, o elemento definidor do estado de a harmonia ou desarmonia em que nos situaremos. Daí a importância de cultivá-la com atenção e carinho, evitando, não só a palavra que fere, que magoa e que humilha, mas também os conversações pouco edificantes, em torno de assuntos torpes ou mesquinhos.

4.- Irmã Clara faz seu pequeno e importante ensinamento, em sua própria residência. Wilson Garcia comenta, sobre pequenos grupos familiares de estudos, o seguinte:
"(...) que é o das relações e dos laços que se formam entre os membros dos grupos familiares de Espiritismo. O fato a chamar a atenção é que se essas relações são fraternas e intensas, elas não só estabelecem um grau de seriedade grande para a  operação  e  os  objetivos  do  grupo,  como  também  mantêm  um  frutuoso  e  inigualável  estado  de informalidade, de liberdade de ação, onde o ambiente é  sempre  convidativo  à  prosa,  às  histórias  do  cotidiano,  às situações que envolvem o mundo da vida e que os seres humanos sentem  tanta  necessidade  de  intracambiar,  mas que a vida moderna quase nunca oferece espaço para que aconteça."
Assim, comente ou relacione qual a importância de também se haver grupos familiares de estudos, englobando-se neles não só a família de parentesco, mas a família espiritual.
O estudo é valioso em qualquer situação. Sozinho, na casa espírita, no lar ou onde quer que ele se realize. Como se afirmou durante o estudo, Kardec recomendou que se formassem  pequenos  grupos  para  o  estudo  e  a  prática  do Espiritismo, pois nestes seria mais fácil se obter a harmonia entre seus membros do  que  em  grupo  mais  populosos.
Mais que o de qualquer outra ciência, o estudo do Espiritismo, requer um ambiente saudável, fraterno. A sintonia entre os participantes deve ser a mais positiva possível, para que a inspiração flua e os benfeitores espirituais possam atuar em benefício de todos, iluminando as mentes e os corações presentes.

5.- Qual seu entendimento sobre o capítulo estudado?
Podemos concluir que a palavra é um poderoso instrumento colocado pelo Criador  à  nossa  disposição,  para  que  a usemos em proveito da nossa evolução. Mostra-nos, o capítulo, a responsabilidade pelo uso que viermos a fazer desse instrumento. Ensina-nos que o grande poder transformador de mentes é o amor. Clarêncio, embora num alto patamar evolutivo, com grandes conhecimentos científicos sobre magnetismo e sobre os mecanismos  de funcionamento  da mente, não se sentia com força suficiente para operar a transformação da obsessora. Como frisou, não se considerava habilitado a falar aos corações.

O Espiritismo ensina que o processo obsessivo não deve ser combatido com práticas ritualísticas, como os exorcismos, mas com o esclarecimento, com o amor, com a compreensão.  Para tanto, Clarêncio ainda não havia adquirido as qualidades necessárias que envolvem esses sentimentos. Por isso, resolveu buscar o auxílio da Irmã Clara, espírito também elevado e que progredira um pouco mais que Clarêncio nos atributos do amor e da compreensão para com os erros do próximo.

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