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sábado, 14 de fevereiro de 2009

70- O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

CAPÍTULO VII; BEM-AVENTURADOS OS POBRES DE ESPÍRITO
INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS: ITEM 13
MISSÃO DO HOMEM INTELIGENTE NA TERRA
O autor dessa mensagem assinou Fernando, Espírito protetor e ela foi psicografada em Bordeaux, em 1862.
O princípio espiritual, imortal, criado simples e ignorante, com um imenso potencial de qualificações, tem de fazer sua evolução intelectual e moral, em mundos materiais, em um longo período, nos reinos chamados inferiores, guiados pelo determinismo divino de desenvolver-se sempre.
Quando nada mais tem a desenvolver no reino animal, torna-se um Espírito, que vai pouco a pouco, tomando consciência de si mesmo, de suas possibilidades, nas lutas pela sobrevivência.
Assim, sua inteligência vai se desenvolvendo, gradativamente, através das experiências do viver.
Evidentemente, que esse desenvolvimento se faz para que o homem evolua, aperfeiçoando-se e sendo feliz.
Todavia, como tal não aconteceu para a humanidade, como um todo, até hoje, visto que com todo o desenvolvimento espiritual, o sofrimento faz parte da vida dessa humanidade, que não conseguiu ser feliz, essa mensagem é muito atual e é dirigida, pelo seu autor ao homem inteligente da Terra.
Inicia, conclamando-o a não orgulhar-se do que sabe, considerando que o desenvolvimento da inteligência trouxe-lhe um imenso conhecimento sobre as leis que regem tanto o mundo físico como o mundo espiritual, mas ainda, conhecimento limitado pela própria condição de imperfeição pessoal e do mundo no qual vive.
E é essa própria inteligência que lhe mostra o quanto ainda não sabe em relação a ele próprio, à Terra e ao Universo.
Não deve, pois, o homem inteligente orgulhar-se do que já sabe, porque há muito mais coisas desconhecidas do que conhecidas; e esse orgulho que o faz sentir-se superior aos demais, sendo estimulado constantemente, o tem levado a entrar por atalhos, que retardam seu processo evolutivo, pelos erros e omissões, trazendo-lhe existências de grandes e atrozes sofrimentos.
A inteligência é um dom de Deus, inerente ao Espírito, desde sua criação. O fato de ser desenvolvido por ele, na sua trajetória evolutiva, não é motivo de orgulho, visto que todos os homens a estão desenvolvendo, e todos eles têm a possibilidade de continuar desenvolvendo-a, através das reencarnações.
Se nada do que se tem, ou se possui, deve ser motivo de orgulho, ser mais inteligente ou ter mais conhecimentos ou habilidades também não deve propiciar orgulho, pois a inteligência é patrimônio de todos.
Aquele que se apresenta com menos inteligência, em uma existência, pode estar em uma prova expiatória, para aprender, nas dificuldades desse viver, humildade, simplicidade e discernimento, sentindo o sofrimento que causou a outros com sua capacidade intelectual sem a moral, e retornar, numa nova, inteligente como antes, mas, mais moralizado, direcionado-a para o benefício de outros.
Pode também não tê-la bem desenvolvida, por ser um Espírito mais novo, com menos tempo de vivência na raça humana. Isso não é desdouro, pois, todos passam por isso e sempre há os que sabem mais, os mais experientes, com os quais os mais novos podem e devem aprender.
Deve sim, levar o homem inteligente a reflexões, como: - Se Deus me fez nascer ou me deu condições de viver em um meio que favoreceu meu desenvolvimento intelectual, o que Ele espera de mim? O que Ele quer que eu faça?
O Espírito Protetor Fernando responde a essas perguntas, em sua mensagem: “... é uma missão que Ele vos dá, pondo em vossas mãos o instrumento com o qual podeis desenvolver, ao vosso redor, as inteligências retardatárias e conduzi-las a Deus.”
Afirma o autor que a natureza do instrumento indica sempre o uso que dele se deve fazer. Faz uma belíssima comparação com a enxada do jardineiro, que serve para cavar, mas que ele pode usar para atacar seu patrão ou alguém, contrariando a finalidade do instrumento.
Assim também, o homem inteligente age contrariando a finalidade da inteligência, que é construtora, reformadora, criadora, dada por Deus a seus filhos para ser usada no seu aperfeiçoamento, e no aperfeiçoamento dos que lhe estão ao seu redor, quando é usada para destruir, provocar sofrimentos nos outros e em si mesmo.
O mundo já estaria muito melhor se a inteligência humana já estivesse aliada à moralidade - o que acontecerá, por ser um determinismo divino - se ela fosse usada sempre no bem e não no mal, para construir e não para destruir, para exaltar e não para humilhar.

Leda de Almeida Rezende Ebner

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