Segundo "O Livro do Espíritos", cap VII, a Reencarnação é uma necessidade para o Espírito.
É por meio dela que esse Espírito desenvolverá sua potencialidade chegando um dia, à Perfeição. As múltiplas existências, não são padronizadas, nem para um mesmo Espírito e nem entre todos, uma vez que cada um, através das escolhas que faz, das atitudes que toma, dos sentimentos e pensamentos que mantém, estabelece em regras gerais, o como, de que forma ou que situações necessita, para, trabalhando consigo, renovar, melhorar, crescer.
Em tese, participam os Espíritos do planejamento reencarnatório, onde lançando um olhar para o passado, desejando apressar esse reequilíbrio pessoal, pode pedir, aceitar, renascer em um corpo com limitações no campo físico, onde, pelos cerceamentos impostos, como que, conviverá, treinará, desenvolverá, educará a essência.
Desse modo as imperfeições, deste, são provas que o ajudam no seu adiantamento na proporção em que vencer os obstáculos.
Quando recebemos filhos ou alunos nessa característica, pais, professores, evangelizadores espíritas não podem deixar de entendê-los como Espíritos imortais, com passado, necessidades, história de vida. Aceitaram ou escolheram essas experiências, esperando vencer e contando com o apoio de todo um grupo que dele se ocupará ou conviverá.
A sociedade vê essas limitações como anormalidade, como algo que foge aos padrões, ao convencional, ao chamado " normal ". Quando porém, entendemos que os limites são físicos, trabalharemos com as potencialidades desse reencarnante. Buscaremos focalizar, desenvolver habilidades não nos detendo nas incapacidades. Trabalhar-se-á em planos, investimentos em interdependência dinâmica e educativa.
Esse Espírito, justamente, porque a disfunção está só no corpo, é pleno e compreende muito mais do que se imagina. Sentem, captam a vibração dos sentimentos percebendo quando aquele que se aproxima, o faz com enfado, indiferença, pena, irritação ou simpatia, respeito e amor.
Tais percepções instabilizam-no ou acalmam.
No adulto, naquele que convive com esse Espírito, os sentimentos acima normalmente exteriorizam preconceitos, constrangimentos, despreparo em tratar, lidar com essas exteriorizações.
Agrava-se tal proceder pelo fato que,mesmo sem perceber "contagiamos" outros filhos, se os temos; alunos se somos professores; evangelizandos no Centro Espírita.
A série de aulas que iniciaremos a partir deste artigo precedeu-se de estudos feitos aos evangelizadores por pedagoga espírita especializada em educação especial.
No Centro Espírita as classes de Infância, faixa 4-12 anos e as turmas de Mocidade, 13 a 21 anos entrarão em "Campanha" , isto é, estarão estudando o tema "Diferenças?", adequando-se, aprofundando-se ou não, segundo cada faixa etária. Se surgir interesse poderão se estender para outros temas como: raça, crença, etc,etc.
A "Escola de Pais" também será envolvida no mesmo objetivo de: despertar para entender que, no companheiro chamado "excepcional" exterioriza-se um Espírito "especial", corajoso, esperançoso, que necessita de cada qual com quem conviva, encontre ou se relacione esporadicamente, vibrações fraternas de estímulos, coragem, respeito, incentivo, investimento, para que essa encarnação, realmente preencha, atinja a finalidade que busca e a que se propôs.
Através de textos, histórias, questionamentos, discussão em grupo etc, etc, refletiremos juntos:
• porque não gosto dela/dele?
• em que sentido ela/ele me incomoda?
• se eu apresentasse limitações, como gostaria de ser tratado/a?
• você acha que esse Espírito é um corajoso ou um fraco? Porque?
• aceitaria eu, um corpo com limitações? Porque?
• quando, por algum motivo, alguém demonstra não gostar de você, o que sente? Porque?
Sob esses e outras situações, que sem dúvida surgirão, analisaremos os
fatos sob a ótica espírita, uma vez que, nossos Centros e Sociedades Espíritas, nossa Evangelização Infantil, Mocidade principalmente, precisa preparar-se para entender e receber, com o maior carinho, Espíritos "diferentes"que procurando a casa espírita, encontrem nela Evangelizadores educados na visão ampla daquele que transcende ao tempo e vê, trabalha, trata, investe, buscando marchar junto a um Espírito imortal.
Sem esse preparo e entendimento, da reencarnação, das bênçãos que se "escondem" nas diversas exteriorizações físicas, afastamos, do lugar onde necessitariam vir, estar e conviver, esses Espíritos tão necessitados do amor sem restrições, igual a cada um de nós, sem exceção.
Companheiros Evangelizadores ! Companheiros da Casa Espírita ! – pensemos nessa realidade !
Beatriz de Almeida Rezende
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