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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

ESPIRITISMO E MEDIUNIDADE

ESTUDO 3: AS MANIFESTAÇÕES ESPÍRITAS

A manifestações ostensivas de Espíritos produzindo fenômenos, "assombrando”, causando sustos, podem ser encontradas em todas as épocas da história dos diferentes povos.
Significa isso, que sendo a mediunidade faculdade humana, sempre se exteriorizou produzindo consciente ou inconscientemente acontecimentos materiais, movimentos de corpos inertes, ruídos etc.

Esses médiuns, esses seres produziam e produzem esses fenômenos, são classificados na Literatura Espírita, em médiuns de efeitos físicos que para melhor entendimento são divididos em:

* Médiuns involuntários: são os que exercem sua influência sem querer. Não têm nenhuma consciência do seu poder e quase sempre o que acontece de anormal ao seu redor não lhes parece estranho.

* Médiuns facultativos: são os que têm consciência do seu poder e produzem fenômenos espíritas pela própria vontade. Essa faculdade, embora inerente à espécie humana , não se manifesta em todos no mesmo grau.

Colocados nessa ordem, ressalta-se a importância de transitar o médium da condição de medianeiro involuntário do Plano Espiritual, para conscientemente colocar-se à disposição para que o Bem possa estar entre todos. Para isso, era necessário que o Tempo, elemento imprescindível nesse processo, favorecesse o despertar da Consciência, tornando-a apta à assimilação de novos conhecimentos que do Mundo Espiritual seriam derramados sobre a Terra.

A intervenção ostensiva do Plano Espiritual, no Plano Físico, pode ser admitida como embaixada portadora de metas decisivas, a definir-se em três períodos essenciais: aviso, chegada e entendimento.

Após o preparo, a Terra recebe o Aviso da existência do mundo espiritual. A seguir, a Chegada, por meio da qual os Espíritos se materializaram perante nossos sentidos e o Homem usando seu livre-arbítrio, necessitou acionar o seu Entendimento, dando início ao processo de espiritualização que lhe permitirá ascender aos mundos superiores.

O primeiro período caracterizado como Aviso, acontece a partir de 1744 quando então Emmanuel Swendenborg, um homem extraordinário, de vastos conhecimentos, desenvolve a própria mediunidade, estabelecendo franco contato com o mundo espiritual. Outros fatos viriam através de Edward Irving, o pastor escocês, do curioso episódio dos "shakers" nos Estados Unidos, Andrew Jackson Davis, mostrando fenômenos independentes entre si , porém seguindo um grande plano, que no dizer de Arthr Conan Doyle, era uma invasão organizada. Esta, como que fizera o papel de "batedores" das patrulhas de reconhecimento e preparação de terreno.

Estes homens viam, ouviam, escreviam , falavam de um outro mundo onde os que lá chegavam através da morte, eram recebidos por seres que os encaminhavam na nova vida. A morte a ninguém mudava, não existia pena eterna, enfim, novas idéias, nas quais o homem comum não percebia a revelação espiritual aí contida.

Ainda nesse período, em 31 de março de 1848, Andrew J. Davis escreve em seu diário: "Esta madrugada um sopro quente passou pela minha face e ouvi uma voz suave e forte dizer - Irmão, um grande trabalho foi começado. Olha, surgiu uma demonstração viva! Fiquei pensando o que queria dizer esta mensagem".

Exatamente nessa madrugada começavam os fenômenos na casa da família Fox, com as filhas do metodista John Fox e que marcaram o início das investigações espíritas no mundo.

Era a Chegada, e no vilarejo de Hydesville(Estado de Nova York, Estados Unidos), inicia-se publicamente a chegada dos comandos de sobrevivência. São os ruídos, as pancadas, batidas e palmas convencionadas, através das quais perguntas formuladas pelas meninas Fox, eram inteligentemente respondidas. Por esse "método", o Espírito Charles Rosna, o mascate, relata como ali havia sido morto e sepultado. A imprensa, o público, a curiosidade é tão intensa que a família Fox se vê forçada a mudar para a cidade realizando agora as sessões públicas no Hotel Barnum em Nova York.
Entre 1853 e 1855, a "dança das mesas", que se levantavam sobre um dos pés, rodando, respondendo perguntas através de batidas combinadas, elevando-se no ar, projetando-se em direção ao solo, constituem-se um inusitado passatempo, uma diversão obrigatória. Chega a ser considerada " o maior acontecimento do século".

Muitos já percebiam ali a demonstração da possibilidade de comunicação com seres de outro plano. As elaborações mentais buscavam respostas sem identificar por onde começar e seguir.

Ouvem-se batidas surpreendentes aqui e ali, mãos luminosas acenam por a toda parte, vozes ressoam entre lábios selados, mensagens rápidas são transmitidas, de maneira direta, e entidades materializam-se ante os experimentadores, tomados de assombro.
Iniciava-se o terceiro período, o do Entendimento , que é obra encetada com Allan Kardec, que esclarece a posição da doutrina e do fenômeno, como quem separa o trigo da vestimenta de palha, estabelecendo rumos, criando obrigações e definindo responsabilidades.

Assim, o prof. Hippolyte Léon Denizard Rivail, através de um trabalho criterioso e bem conduzido, amparado pelo bom senso e mente lúcida, estrutura a Doutrina Espírita a partir da análise dos fenômenos que aconteciam sob a orientação do Mundo Espiritual, descobrindo o véu que mantinha a humanidade distanciada da Verdade, solidificando o Espiritismo como a Terceira Revelação, o Consolador Prometido por Jesus, que viria quando o Homem tivesse desenvolvimento intelectual preparado para o Entendimento.

Essa a importante revelação de nossa época. Mostra a possibilidade de comunicação com os seres do mundo espiritual , dando a conhecer o mundo invisível que nos cerca e em cujo meio vivemos sem suspeitar, mostrando leis que o regem, a natureza e o estado dos seres que o habitam e consequentemente, o destino do homem após a morte.

Tendo aparecido numa época de emancipação e madureza intelectual, onde o homem queria saber o porquê e o como da cada coisa, o Espiritismo surgiu, através de um ensino direto, mas também como fruto do trabalho e do livre exame, deixando ao homem o direito de tudo submeter ao cadinho da razão.

Pelo método aplicado na observação dos fatos, pelas respostas que oferece às indagações do Espírito humano, com reflexos inevitáveis no modo de proceder das criaturas, dizemos que o Espiritismo é uma doutrina de tríplice aspecto - científico, filosófico e religioso..

“... O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os Espíritos; como filosofia, compreende todas as conseqüências morais que dimanam dessas mesmas relações". (I)

Ciência: No estudo dos fenômenos que concorreram para a codificação do Espiritismo, Kardec da mesma forma que nas ciências positivas, aplicou o método experimental. Não criou nenhuma teoria pré-concebida e nem apresentou como hipótese a existência e a intervenção dos Espíritos, concluindo pela existência destes quando ela foi evidenciada pela observação dos fatos.

A parte experimental do Espiritismo está contida em "O Livro dos Médiuns" editado em 1861, que segundo Allan Kardec, “... contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo”.

Filosofia: As bases da Doutrina Espírita foram estabelecidas pelo Codificador através da análise e seleção das comunicações dos Espíritos, usando os critérios da universalidade e concordância do ensino dos Espíritos, à luz da razão.

Tereza Cristina D'Alessandro

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