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domingo, 8 de fevereiro de 2009

O HOMEM SER PREDESTINADO À EVOLUÇÃO

Estudo 5 - As Civilizações e a cultura
• Civilização é o conjunto de caracteres próprios da vida social, política econômica e cultural de um país ou região – é o aperfeiçoar as condições materiais e culturais em que vive um povo – é o desenvolvimento a que chegam certas sociedades identificadas pelas suas culturas.
• Cultura é o complexo dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições e de outros valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente e característicos de uma sociedade. O aprimoramento dos valores morais e materiais constitui o progresso para a sociedade. Será decorrente do esforço individual,a exteriorizar-se no esforço coletivo pelo aprimoramento desses valores.

As sociedades primitivas foram, relativamente, efêmeras; restringiam-se a limites geográficos de pouca extensão, com limites estreitos, vivenciadas por um contingente pequeno de seres humanos.

Uma cultura merece o conceito de civilização quando atinge um nível de progresso em que a escrita tem largo uso, em que as artes e as ciências alcançam certo grau de adiantamento e as instituições políticas, sociais e econômicas se desenvolvem suficientemente para resolver alguns dos problemas de ordem, segurança e eficiência que existem numa sociedade complexa.

A esta altura vamos deixar de considerar as culturas primitivas para considerarmos algumas das sucessivas civilizações, frutos do trabalho e da evolução que os Espíritos encarnados na Terra conseguiram desenvolver.

A Civilização Egípcia realizou progressos muito rápidos ao criar padrões mais complexos de cultura. Baseados no conhecimento da escrita foram criados os calendários.

A Religião, o Estado e outras instituições desenvolveram-se no mais alto grau de até então. Houve avanço extraordinário nas Ciências, no comércio bem como o início de um processo industrial. Essas realizações lançaram alicerces de grande parte do trabalho para outros povos.

Os ramos da Ciência que primeiro ocuparam a atenção desses povos foi a Astronomia e a Matemática. Lançaram os fundamentos da Aritmética e da Geometria.
Inventaram o Relógio de Sol e o de água; o fabrico do papel e do vidro.

Desenvolveram sua primeira forma de escrita através de três tipos separados de caracteres: pictográficos (grafia em forma de expressão através da pintura, do desenho), silábicos (relativo às sílabas, isto é, reunião de fonemas que se pronunciam numa só emissão de voz; som articulado; aprendizado da leitura que consiste em ler logo sílabas) e alfabéticos (disposição convencional das letras de uma língua; o conjunto dessas letras: a - b - c, qualquer série convencional). Foram os primeiros nas comunicações escritas. Os fenícios que usaram um sistema independente de escrita 1.500 anos depois das descobertas dos Egípcios. Consta ainda o alfabeto cirílico ou eslavo do século IX, do qual resultou o moderno alfabeto usado na Russa, na Bulgária e em outros países eslavos. Alfabeto gótico, composto pelo bispo Úfilas no século IV com características da escrita livresca maiúscula latina, com o arredondamento de várias letras e a existência de algumas minúsculas, mais formas gregas e rúnicas.

Alfabeto ideográfico - o que representa o som pelo desenho ou pintura das idéias.

Alfabeto Morse - ideado pelo norte americano Samuel Morse (1791-1872) inventor do telégrafo sem fio e no qual as letras do alfabeto comum são representados por conjunto de pontos e trações suscetíveis de ser transmitidos pelo telégrafo, lampejos, apitos, etc.

Na educação,a civilização do Egito mantinhas escolas públicas e,ao que parece, a instrução era mantida gratuitamente pelo governo, dada a necessidade vital de homens bem preparados. O fim da educação não era um processo de formação, mas, simplesmente o preparo prático para manter o domínio.

A civilização egéia, apesar de ter tido uma influência limitada, tem importância pela existência de Creta. Esta foi uma das nações dos antigos tempos que asseguraram, mesmo aos cidadãos mais humildes, uma razoável parcela de bem estar e prosperidade.

Viviam livres da tirania de um Estado despótico do clero insidioso e astuto. Conseguiram apresentar um sistema social com igualdade virtual entre as classes sociais e a nobilitação da mulher. Os artistas não se gloriavam em representar a destruição dos exércitos ou o saque das cidades, mas em retratar paisagens floridas, festas alegres, emocionantes exibições de proezas atléticas, próprias de uma existência livre e pacífica. Isso é claramente exemplificado pelo gosto e amor à vida e à coragem de submeter tudo à experiência.

No primeiro período da Idade Média (período histórico compreendido entre o começo do século V e meado do século XV), Clemente de Alexandria e Orígenes, os mais eminentes filósofos cristãos da época podem ser apontados como representativos da tradição nacionalista. Longe de desprezar o conhecimento humano, julgavam que os melhores pensadores gregos tinham, na realidade, antecipado os ensinamentos de Jesus e que o Cristianismo lucrava ao ser posto em harmonia com os ensinamentos pagãos. Reconheceram a importância da razão como base fundamental do conhecimento, que religioso quer secular.

Rejeitavam o Fatalismo (atitude ou doutrina que admite que o curso da vida humana está previamente fixado, sendo a vontade ou inteligência impotentes para dirigi-lo ou altera-lo) e insistiam em que o homem modela o curso de sua ação, enquanto na Terra, pelo livre-arbítrio. Nem o Universo, nem qualquer coisa nele contida foram criados no tempo, diziam eles. Pelo contrário, o processo de criação é eterno, sendo as velhas coisas suplantadas, pelas novas, numa sucessão sem fim.

Afirmavam que o matrimônio e a procriação são necessários não somente ao bem da sociedade, mas também à perfeição do próprio homem. Ainda mais, acreditavam que o fim de toda punição futura é a purificação e não a vingança. Se assim não fosse, Deus não poderia ser um Deus de bondade e de misericórdia.

O mais erudito e talvez o mais original dos grandes pensadores daqueles tempos foi Agostinho, mais conhecido como Santo Agostinho.

Como filósofo, acreditava na verdade absoluta e eterna, e, no conhecimento instintivo que Deus implanta no Espírito do homem.

Afirmava existirem certos conceitos básicos que não são próprios do pensamento humano, mas que já existem no Espírito desde sua criação como reflexos da verdade eterna.

Com esses conceitos, podiam confiar em padrões de justiças e direito.

Santo Agostinho desenvolveu sua famosa concepção de história humana como o desdobramento da vontade divina. Tudo que já aconteceu ou que acontecerá no futuro representa somente um episódio na realização do plano divino.

Os grandes filósofos em síntese constituíam-se como Espíritos altamente evoluídos que viveram encarnados na Terra, para lançarem as idéias que, no nosso século, o Espiritismo desenvolve e coloca accessíveis ao entendimento dos Espíritos encarnados na Terra.

Ultrapassando muitas outras civilizações, com grandes contribuições para a criação e desenvolvimento das Ciências e dos critérios políticos e sociais, podemos esperar chegar aos tempos modernos.

Por volta dos anos de 1.300 a 1.500, a História revela o declínio do feudalismo (regime resultante de um enfraquecimento do poder central e que une estreitamente autoridade e propriedade da terra, estabelecendo entre vassalos e soberanos uma relação de dependência) e a ascensão do capitalismo (sistema social fundando na influência ou predomínio do capital. Os meios de produção constituem propriedade privada e pertencem aos capitalistas).

No período da Renascença (movimento artístico e científico dos séculos XV e XVI que pretendia ser um retorno à antiguidade clássica. Caracterizava-se por abundantes ornatos dourados, largo emprego de arcos e florões) a invenção da imprensa em meados do século XV teve importância imensurável no desenvolver da cultura da época.

A maioria dos benefícios dessa invenção só se fará sentir depois de finda a Renascença.

Na Itália se assentará os alicerces de quase todos os descobrimentos importantes dos séculos XV e XVI. Isso ocorreu, em particular, nos campos da Astronomia, da Matemática, da Física e da Medicina.
Entre os físicos da Renascença estão, em primeiro plano, Leonardo da Vinci e Galileu. A participação desses homens no campo da Física destacar-se-á no setor da Hidráulica e da Hidrostática. Em conseqüência do desenvolvimento dessas descobertas foi inventado o barco mergulhador, máquina à vapor, o carro de guerra blindado e uma serra para cortar mármore. É preciso considerar a importância das artes especialmente na pintura com a tela da Mona Lisa.

O ambiente político desenvolveu-se também na Itália, Inglaterra, França, Espanha e Alemanha.

O Iluminismo (ponto culminante da Revolução Intelectual em filosofia. A manifestação suprema do Iluminismo verificou-se na França com destacada importância no século XVIII. Foi um movimento historio que teve efeitos profundos no sentido de moldar o pensamento dos homens e de orientar o curso de suas ações - a razão é o único guia infalível da sabedoria - o universo é uma máquina governada por leis inflexíveis que o homem não pode ignorar - a melhor estrutura da sociedade é a mais simples e a mais natural - não existe o pecado original; o homem não é congenitamente depravado mas é levado a cometer atos de crueldade. Sir Isaac Newton e John Locke são expressões do Iluminismo caracterizando as idéias fundamentais desse grande movimento filosófico e altamente significativos para a história do pensamento), por volta do século XVIII, se reveste de grande importância e foi o ponto culminante da Revolução Intelectual em Filosofia.

A manifestação suprema do Iluminismo vai verificar-se na França. A maior expressão é Voltaire, com sua primeira obra filosófica "Cartas Inglesas". Voltaire fica conhecido como um campeão da liberdade individual.
D’Alembert sustentava que as verdades da razão e da ciência deviam ser ensinadas às massas, na esperança de que um dia o mundo inteiro pudesse libertar-se do obscurantismo e da tirania.

Holbach foi além de qualquer um dos seus companheiros, extraindo deduções lógicas da teoria do Mecanicismo. Ensinava que o Universo nada mais é do que matéria perpetuamente em movimento, que nunca teve começo e jamais terá fim. Cada objeto e cada organismo nele contido adquire corpo e forma contínuo fluxo da matéria.

Rousseau afirmava que "adorar a Razão como guia infalível da conduta e da verdade é agarrar-se a um caniço quebrado". A Razão tem a sua utilidade, mas não vale como resposta completa. Nos problemas realmente vitais da existência é mais seguro confiar nos sentimentos, seguir os nossos instintos e emoções. Esses são os caminhos da natureza , e por isso levam mais facilmente à felicidade. Não obstante o seu desprezo pela Razão, em outros aspectos concordava inteiramente com o Iluminismo. Interessava-se muito mais pela liberdade e igualdade das massas do que os outros reformadores do seu tempo. Considerava a origem da propriedade privada como fonte principal dos infortúnios sociais.

Rousseau é considerado o pai do Romantismo (conjunto do movimento intelectual que, a partir do final do século XVIII, fizeram prevalecer o sentimento sobre a razão e a imaginação sobre a análise crítica. A essência do Romantismo era a glorificação dos instintos e emoções em oposição ao culto do intelecto. Expressava profunda veneração pela natureza, o desprezo ao formalismo, o amor sentimental aos humildes e, muitas vezes, o zelo ardoroso de reformar o mundo. Rousseau é um dos principais representantes do Romantismo. O Romantismo, no início do século XIX (1830), floresceu rapidamente atingindo a literatura, a pintura, a música, a poesia e toda a ação no campo social. Shelley nunca esqueceu o ódio à injustiça nem abandonou as esperanças numa aurora dourada de ventura e liberdade. Byrson personificou, para a época, o espírito do homem romântico), seus dogmas da igualdade e da soberania popular tornaram-se as divisas dos revolucionários e de milhares de adversários mais moderados do regime dominante.

O Iluminismo tentou separar por completo a Ética da Religião e encontrar uma base racionalista e psicológica para a conduta humana.

Axhley Cooper (1671-1713) afirmava que todo ser humano é dotado, pela natureza, de um senso inato de decência, o qual é suficiente para capacita-lo a julgar com acerto as questões fundamentais sobre o que é direito ou errado. Esse senso moral inerente ao homem desenvolve-se no Espírito do indivíduo antes que este tenha amadurecido o bastante para ter uma idéia muito definida sobre Deus ou sobre a vida. Deve existir uma moral básica independente das sanções sobrenaturais.

Com o desenvolvimento das faculdades racionais do homem, na era do Iluminismo, essa moral básica se amplia e passa a abranger todo o campo do julgamento ético.
O século XVIII foi, em particular, uma época de elegância requintada e de vida amena, em franca discrepância com os tabus ascéticos da igreja.
Teve também seus aspectos violentos e brutais que, em grande parte, eram sobrevivência renascentes dos dias turbulentos da Renascença.
É preciso observar, no entanto, que o quadro das condições sociais do século XVIII não era totalmente tenebroso. Houve melhoria no padrão de vida da classe média e pobre.

Luiza de Campos Freire Favareto
Próximo Estudo: "A Revolução Industrial dos Séculos XIX e XX"

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