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sábado, 18 de julho de 2015

18 = UNIÃO ESPÍRITA MINEIRA
ÁREA DE ORIENTAÇÃO MEDIÚNICA
Dirigente Reunião Mediúnica

ANEXOS

O TRABALHO DOS BENFEITORES ESPIRITUAIS NO GRUPO MEDIÚNICO

3.  Diálogo com os Espíritos

O verbo comunicar vem do latim, communicare, que pode ser entendido por: tornar comum, partilhar, transmitir, divulgar. A comunicação é a capacidade de trocar ou discutir idéias, de dialogar com vistas ao bom entendimento entre pessoas.

         Apesar das diferenças intelecto-morais não representarem uma divisão absoluta entre os Espíritos, em O Livro dos Espíritos, Kardec define três ordens para os Espíritos, considerando os caracteres gerais, já que [...] não há linhas de demarcação traçadas como barreiras, de sorte que as divisões podem ser multiplicadas ou restringidas livremente. (Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, questões 97 e 100)

Assim sendo, temos, resumidamente, os caracteres gerais apresentados pelo Codificador:

Terceira ordem  Espíritos imperfeitos - predominância da matéria sobre o Espírito; propensão ao mal [...] 

Segunda ordem  Bons Espíritos- predominância do espírito sobre a matéria; desejo do bem [...] Primeira ordem  Espíritos puros- não sofrem influência da matéria; - superioridade intelectual e moral absoluta em relação às outras ordens. [...] Segundo seus caracteres mais acentuados, as comunicações podem ser grosseiras, frívolas, sérias e instrutivas. (Allan Kardec: O Livro dos Médiuns, cap. X, item 136)

3.1 Natureza e Identidade dos Espíritos

 Como diz o crivo socrático, se for bom, útil e verdadeiro, então, não importa que quem dê o ensinamento se chame Pedro ou Paulo. A esse respeito, temos o conselho dado por São Luís:

Qualquer que seja a confiança legítima que vos inspirem os Espíritos que presidem aos vossos trabalhos, há uma recomendação que nunca será demais repetir, e que deveríeis ter presente sempre na vossa lembrança quando vos entregais a vossos estudos: é a de pesar e meditar, é a de submeter ao cadinho da razão mais severa todas as comunicações que receberdes; é a de não deixardes de pedir as explicações necessárias a formardes opinião segura, desde que um ponto vos pareça suspeito, duvidoso ou obscuro. (Op. Cit., cap.XXIV, 2ª.Parte, item 266)

No entanto conforme o Livro dos Médiuns item 262

   Se a identidade absoluta dos Espíritos é, em muitos casos, uma questão acessória e sem importância, o mesmo já não se dá com a distinção a ser feita entre bons e maus Espíritos. Pode ser-nos indiferente a individualidade deles; suas qualidades, nunca.

 3.2 Diálogo/Doutrinação

Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Peço-te que não me atormentes. E perguntou-lhe Jesus, dizendo: Qual é o teu nome? E ele disse: Legião. (Lucas; 8: 28-30)

A palavra, qualquer que ela seja, conforme nos relata André Luiz, aparece carregada de energias elétricas específicas, libertando raios de natureza dinâmica. Assim descreve o autor espiritual:

A mente, como não ignoramos, é o incessante gerador de força, através dos fios positivos e negativos do sentimento e do pensamento, produzindo o verbo que é sempre uma descarga eletromagnética, regulada pela voz. Por isso mesmo, em todos os nossos campos de atividade, a voz nos tonaliza a exteriorização, reclamando apuro de vida interior, de vez que a palavra, depois do impulso mental, vive na base da criação. (Francisco C. Xavier/André Luiz: Entre a Terra e o Céu, cap. 22, p. 137)

* Conceito

Segundo o Dicionário Aurélio, dialogar significa um grupo de duas ou mais pessoas ou entidades travarem ou manterem entendimento com vistas à solução de problemas comuns; significa ainda entender-se; comunicar-se. Doutrinar é instruir numa doutrina, ensinar. O Espírito Emmanuel, interrogado sobre a diferença entre doutrinar e evangelizar, assim se expressa:

Há grande diversidade entre ambas as tarefas. Para doutrinar, basta o conhecimento intelectual dos postulados do Espiritismo; para evangelizar é necessário a luz do amor no íntimo. Na primeira, bastarão a leitura e o conhecimento; na segunda é preciso vibrar e sentir com o Cristo. Por estes motivos, o doutrinador muitas vezes não é senão o canal dos ensinamentos, mas o sincero evangelizador será sempre o reservatório da verdade, habilitado a servir às necessidades de outrem, sem privar-se da fortuna espiritual de si mesmo. (Francisco C Xavier/Emmanuel: O Consolador, questão 237)

* Finalidade

Os Instrutores Espirituais, quando responderam à pergunta abaixo, mostraram que a moralização do ser é o caminho para o progresso:

Não se pode combater a influência dos maus espíritos, moralizando-os?

Sim, mas é o que não se faz e é o que não se deve descurar de fazer, porquanto, muitas vezes, isto constitui uma tarefa que vos é dada e que deveis desempenhar caridosa e religiosamente. Por meio de sábios conselhos, é possível induzi-los ao arrependimento e apressar-lhes o progresso. (Allan Kardec: O Livro dos Médiuns, cap. XXIII, item 254, questão 5)

3.3 Doutrinador/ Dialogador

Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes. (Tito; 1:9).

O doutrinador/dialogador, como todos nós, desempenha papel importante, porém sem privilégios dentro do grupo. O êxito do seu trabalho dependerá do entrosamento, da afinidade e da sintonia entre toda a equipe mediúnica. No momento em que se dá a manifestação do Espírito necessitado, todos os componentes do grupo manifestam o desejo de ajudá-lo. Nesse instante, o dialogador será o [...] pólo centralizador desse conjunto de emoções positivas, estabelecendo-se uma corrente magnética que envolve o comunicante e que ajuda, concomitantemente, ao que esclarece. (Suely C. Schubert: Obsessão / Desobsessão, cap. 6, p. 142)

André Luiz alerta em Os Mensageiros (cap. 11/12 ): [...] a missão do doutrinador é muitíssimo grave [...] e o dever de amparar as organizações mediúnicas requer muita vigilância e discernimento para não perder o foco do trabalho, muitas vezes prejudicado pela vaidade e pelo apego à posição de comando. O doutrinador deve estar ciente de que sua função no grupo não é a de [...] estimular fenômenos, mas colaborar na iluminação de companheiros encarnados e desencarnados.

O doutrinador/dialogador não pode dispensar o esforço por adquirir as qualidades ou aptidões básicas ao bom desempenho do trabalho. Tais aptidões podem ser extraídas, resumidamente, das colocações de Hermínio Miranda, no livro Diálogo com as Sombras. Segundo ele, o doutrinador necessita de formação doutrinária muito sólida, apoiada nos imprescindíveis livros da Codificação Kardequiana; familiaridade com o Evangelho de Jesus; autoridade moral; fé; amor.

O doutrinador/dialogador deve se atentar para observar algumas qualidades, a serem usadas como recursos terapêuticos no trato com os Espíritos:

* amor - essencial na hora de dialogar;

* saber ouvir - paciência caridosa, para melhor compreender as dores dos irmãos;

* humildade/naturalidade - firmeza necessária, sem tom agressivo nem palavras difíceis. Não se esquecer da fragilidade em que se encontram os irmãos;

* lógica com amor - sem qualquer ameaça ou censura - convite à reflexão dos seus dramas;

* prece - bálsamo na hora da dor;

* controle emocional - quem chora, ao lado de um amigo em posição perigosa, desorganiza-lhe a resistência. (Francisco C. Xavier/Emmanuel: Pão Nosso, cap. 119, p. 250)

* ponderação e consistência - na tarefa de dialogar é preciso, acima de tudo, consolar, saber dosar as informações no momento propício; pois não podemos precipitar-nos com colocações inadequadas ao momento e à circunstância;

* aguardar o tempo - Ninguém aguarde êxito imediato, ao procurar amparar os que se perderam na desorientação. (Francisco C. Xavier/Emmanuel: Caminho, Verdade e Vida, cap. 146, p. 307)

Também não podemos esquecer, conforme orientação de Kardec, as duas coisas a considerar nas palavras dirigidas aos Espíritos: a forma e o fundo.

Pelo que toca à forma, devem ser redigidas com clareza e precisão, evitando as questões complexas. Mas, outro ponto há não menos importante: a ordem que deve presidir à disposição das perguntas. (...). O fundo da questão exige atenção ainda mais séria, porquanto é, muitas vezes, a natureza da pergunta que provoca uma resposta exata ou falsa.  (Allan Kardec: O Livro dos Médiuns, cap. XXVI, item 286)

O dialogador, bem como os outros componentes do grupo mediúnico, não podem desprezar nenhum dos irmãos que aí comparecem, pois, além de nos proporcionarem o ensejo de ação no bem, resgatando as nossas próprias faltas, os dramas morais que eles vivem servem de advertências para nós outros, que ainda nos situamos no campo de luta da matéria. Segundo Yvonne Pereira, [...] cada obsidiado que se nos depare [...] constituirá um tratado de ricas possibilidades de instrução e aprendizado, visando à cura, quando a cura seja possível. (Yvonne Pereira: Recordações da Mediunidade, cap.10)

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