Powered By Blogger

Pesquisar este blog

Páginas

sexta-feira, 31 de julho de 2015

 UNIÃO ESPÍRITA MINEIRA 
ÁREA DE ORIENTAÇÃO MEDIÚNICA

Dirigente Reunião Mediúnica

3.5 Atribuições e responsabilidades

Disseram-lhe os discípulos: Aonde queres que vamos fazer os preparativos para comer a páscoa? (Marcos 14:12).

A pergunta direcionada ao Mestre nos remete à idéia do cuidado que devemos ter acerca de tudo relativo à nossa competência. Segundo o livro Luz Imperecível, o que se prepara e se trabalha com zelo e interesse, observando-se os mínimos aspectos, apresenta maior correspondência com as finalidades, tornando-se mais perfeito. Na passagem destacada acima, os discípulos se posicionaram, de acordo com as ordens dadas; e se predispuseram ao trabalho, aos arranjos, para que tudo pudesse sair a contento.56

Quanto às atribuições e às responsabilidades do dirigente, é de fundamental importância examinar a necessidade da incorporação dessa atitude sábia para melhor cumprimento dos deveres assumidos perante Jesus. A exemplo dos discípulos, devemos indagar a nós mesmos se estamos conscientes da tarefa que nos cabe, dentro do grupo ao qual nos associamos. Para atingir as propostas estabelecidas pelo plano espiritual, é necessário convencermo-nos de que o trabalho e a realização pertencem a todos e que é imprescindível se movimente cada qual no serviço edificante que lhe compete.57

3.6 Afastamento ou ausência do dirigente

Por vezes o dirigente poderá se deparar com situações que impeçam a sua presença em determinados dias. Por este motivo, para que não haja qualquer prejuízo na realização de uma reunião mediúnica é importante que o dirigente prepare um companheiro para auxiliá-lo e substituí-lo em seus impedimentos.58 Entretanto, será necessário guardar a vigilância e a oração, além do bom senso, no exame de cada situação, de modo a dar a cada uma o seu peso justo. Essa medida evitará que tais impedimentos se tornem constantes e injustificáveis, representando, muitas vezes, armações daqueles irmãos que desejam deter-nos a marcha ou fragilizar a equipe.

A respeito desse assunto, recomenda André Luiz que o dirigente, na posição de médium esclarecedor mais responsável, designe dois a três companheiros, sob a orientação dele próprio, a fim de que se lhe façam assessores em serviço e o substitua nos impedimentos justificados.59

4 EVANGELHO E MEDIUNIDADE

Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina. (Tito, 2:1)

Não defraudando, antes mostrando toda a boa lealdade, para que em tudo sejam ornamento da doutrina de Deus, nosso Salvador. (Tito, 2:10)

Temos, no Evangelho, a maior demonstração oferecida por Jesus, quando Ele dialogava com entidades das mais diferentes condições evolutivas, proporcionando-nos ensinamentos práticos sobre como falar aos irmãos que às reuniões se apresentam, sejam eles Espíritos elevados ou sofredores.

Evidentemente não podemos esperar de alguém a conquista da perfeição moral para ajudar o irmão que sofre; mas o importante é estarmos atentos às nossas necessidades íntimas, buscando, através do esforço e do trabalho perseverante no bem, a renovação espiritual de que carecemos.60 Sendo assim, as considerações aqui trazidas objetivam demonstrar, por meio do Evangelho, os procedimentos de Jesus, os quais nos possibilitam uma ilação com a postura do dirigente de reuniões mediúnicas.

Encontramos, na epístola de Paulo a Tito - capítulo 3, versículo 8 - alguns ensinamentos que podem orientar o dirigente de reuniões mediúnicas no desempenho de sua função. Afirma o apóstolo: Fiel é a palavra e isto quero que deveras afirmes, para os que crêem em Deus procurem aplicar-se às obras ... Do versículo transcrito, podemos depreender que a fidelidade ao Cristo deve estar presente em todas as palavras dos dirigentes de reuniões. Palavra fiel é a que exprime a verdade ensinada por Jesus. Entendemos, pois, que toda palavra, dita por um dirigente de reunião deve estar em perfeito acordo com os ensinamentos evangélicos a fim de que ele possa cumprir o seu compromisso.

Além da palavra fiel, existe um fator da maior importância para os dirigentes. Esse fator é a vivência das palavras pelo cultivo da fé e das obras condizentes com aquilo que eles dizem, já que a fé, se não tiver obras, é morta em si. Na realidade, nós acreditamos é no que fazemos porque se nossas ações não forem condizentes com o que falamos, nós não estaremos acreditando em nossas palavras, mesmo que sejam elas verdadeiras ou fiéis a Deus.

Deve, assim, o dirigente de uma reunião mediúnica estar voltado para a vivência evangélica em razão das palavras que dirige aos Espíritos sofredores. Caso contrário, elas não serão por eles ouvidas, pois lhes faltam a verdade e a fidelidade a Jesus. Isso se relaciona com a autoridade moral que é conferida a quem procura viver com dignidade e segundo os princípios do Evangelho. Jesus é o exemplo vivo da autoridade, como é possível verificar no final do Sermão da montanha, de acordo com o texto de Mateus, no capítulo 7, versículos 28 e 29: Concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina; porquanto os ensinava como tendo autoridade.

Dessa maneira, torna-se necessário registrar a importância da autoridade moral para os dirigentes de reuniões mediúnicas, para que as suas palavras encontrem eco nos corações daqueles que os ouvem conforme disse Jesus, no capítulo 8, versículo 51 do Evangelho de João: Em verdade, em verdade vos digo que se alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte.. Ao guardar estas palavras do Mestre no coração e ao colocá-las em prática no dia a dia, estaremos com a consciência em paz, tendo a vida em abundância.

Ainda nessa linha de reflexão, gostaríamos de registrar alguns pontos que devem constituir motivo de atenção por parte dos que dirigem reuniões mediúnicas, ao tratarem diretamente com irmãos sofredores ou em desequilíbrio, necessitados, assim, de muito amor, a fim de que possam receber o auxílio.

No capítulo 23 do Evangelho de Mateus, em que Jesus censura os escribas e fariseus, encontramos, nos versículos 8 e 9, o seguinte registro:

Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos.

E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é vosso Pai, o qual está nos céus.

Esses versículos nos remetem ao orgulho e à vaidade, presentes na intimidade do ser, desde o período primitivo de sua existência. Cabe ao dirigente de reunião estar atento à necessidade de vencer suas imperfeições morais que, muitas vezes, o impedem de realizar melhor o seu trabalho. Com relação ao orgulho, O Livro dos Médiuns registra: Todas as imperfeições morais são outras tantas portas abertas ao acesso dos maus Espíritos. A que, porém, eles exploram com mais habilidade é o orgulho, porque é a que a criatura menos confessa a si mesma.61

No versículo 8, do capítulo em estudo, a expressão não queirais ser chamado de Rabi apresenta-se de acordo com a época de Jesus mas pode perfeitamente adequar-se aos dias de hoje. A expressão significa que não devemos cultivar a vaidade e o orgulho existentes em nós, reconhecendo ser Jesus nosso Mestre e Senhor, conforme está registrado no capítulo 13, versículo 13, do Evangelho de João: Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. Podemos deduzir que todos somos irmãos diante de Deus, não havendo razão, portanto, para nos considerarmos superiores a ninguém. Esse aspecto é um incentivo para que cultivemos a humildade em nossos corações.

Já no versículo 9, a expressão vosso pai, ao apresentar a palavra pai escrita com letra minúscula, relaciona-se com aquilo que elegemos como o ponto central dos nossos interesses pessoais, nem sempre cristãos. Quando, porém, nos voltamos a Deus através dos ensinamentos do Cristo, tornando-nos melhores, considerando-O como nosso Pai que está em toda parte, prevalece o bem, e o amor se faz presente.

Tais exemplos são demonstrações, presentes no Evangelho, para aqueles que se dedicam aos trabalhos de direção de reuniões mediúnicas, de modo a ensejar o crescimento dos dirigentes e a melhoria das reuniões nas quais atuam.

56 Cf. GRUPO ESPÍRITA EMMANUEL. Luz Imperecível, cap. 130, p. 364

57 EMMANUEL. Pão Nosso, cap. 1, p. 14

58 SCHUBERT.Obsessão/ Desobsessão, cap. 5, p. 140.

59 Cf. ANDRÉ LUIZ. Desobsessão, cap. 13.

60 Para melhor compreensão do estudo que relaciona Evangelho e mediunidade, as considerações apresentadas se baseiam na Apostila de Estudo Minucioso do Evangelho. Cf. UNIÃO ESPÍRITA MINEIRA. Apostila de Estudo Minucioso do Evangelho, unidades I e II.

61 KARDEC. O Livro dos Médiuns, cap. XX, item 228.

Nenhum comentário:

Postar um comentário