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sábado, 11 de julho de 2015

ESTUDANDO O CRISTIANISMO 7

 7  ASPECTOS POLÍTICOS

A vinda de Jesus ocorreu no ano 749 da era romana  João  disse-lhe o Mestre - lembras-te do meu aparecimento na Terra? - Recordo-me, Senhor. Foi no ano 749 da era romana, apesar da arbitrariedade de Frei Dionísio, que calculando no século VI da era cristã, colocou erradamente o vosso natalício em 754. Humberto de Campos  Item 15  A Ordem do Mestre, 20 de dezembro de 1934, página 89 do livro.

Interrompemos por um instante a nossa narrativa, para fazermos um breve histórico político daquela época, onde César Augusto era Imperador e Herodes   O grande era rei da Judéia.

Pompeu, por seus grandes êxitos no oriente, foi por algum tempo o homem mais poderoso do mundo romano, mas logo foi forçado a se curvar diante de outro ambicioso comandante romano, Júlio César, em Farsalo, na Grécia, em 48 a.C..

Completamente vencido Pompeu fugiu para o Egito, onde foi assassinado por ordens do rei do país.

Em perseguição a Pompeu, que não sabia estar morto, Júlio César desembarcou em Alexandria, no Egito. Um grande exército egípcio, ajudado por uma multidão de cidadãos, caiu sobre ele, quando reforços chegaram em seu socorro. O contingente mais eficaz foi o de três mil homens comandados por Antípatro, um ativo Idumeu, salvando Júlio César do embaraço, senão da morte, acabando em um grande bem para si mesmo com seu aparecimento oportuno.

Os resultados do choque de César e Pompeu logo se fizeram sentir na Judéia. Antípatro conseguiu induzir o agradecido César a reconhecer Hircano oficialmente como Sumo Sacerdote hereditário e confirmá-lo como etnarca, ou regente, da Judéia. Ao mesmo tempo Antípatro recebeu cidadania romana, imunidade pessoal de impostos e o cargo de administrador da Judéia. Embora Hircano continuasse nominalmente como chefe do pequeno país, quem exercia o poder era Antípatro. Prova imediata deste fato, foi que em 47 a.C., nomeou seu filho mais velho, Fasael, governador, ou tetrarca da Judéia, ao norte da Palestina, enquanto o outro filho, Herodes, de vinte e cinco anos, se tornava tetrarca da Galiléia, ao sul da Palestina, e quase imediatamente iniciava sua marcha para a fama.

Antípatro também induziu César a conceder aos judeus condições mais favoráveis do que as gozadas por qualquer outra comunidade vassala. A pequena nação foi isentada de tributo, retiraram-se as guarnições romanas e foi-lhe garantida a liberdade religiosa. Também foi permitido aos judeus reconstruírem os muros de Jerusalém, que foram arrasados por Pompeu, e Jope foi acrescentada à Judéia, a qual ganhou assim um porto no Mediterrâneo.

A Situação começava a mostrar mais promissora e Antípatro fazia o melhor que podia para que os judeus estivessem contentes com sua posição razoavelmente favorável como povo autônomo dentro do vasto império Romano. Mas a aristocracia judia fazia o máximo para anular os seus esforços. Típico de sua estratégia foi a tentativa de atacar o pai por intermédio do  filho Herodes.- O moço fizera um ótimo trabalho, livrando todo o norte da Palestina dos bandos de salteadores, que havia muito, eram um flagelo na região. Para isto, ele executou Ezequias, o chefe dos bandidos, e certo número de seu bando de malfeitores. É que o poder de infligir a pena capital era exclusivo do conselho eclesiástico e judicial judeu, o Sinédrio, o qual era muito cioso de seus direitos e prerrogativas. E assim Herodes foi intimado a comparecer perante essa aristocrática assembléia, que aproveitou a ocasião para demiti-lo do cargo e bani-lo.

Herodes ingressou no exército romano e se fez nomear governador militar da Síria inferior. Nesse importante posto romano ele estava em condições de causar muito mal aos seus antigos adversários e de reforçar enormemente a autoridade de seu pai.

Em 15 de março de 44 a.C., César foi morto no Senado, por homens que temiam, desnecessariamente, que ele quisesse acabar com a forma republicana de governo e proclamar-se rei.

Marco Antônio, um dos lugares-tenentes e dedicado amigo de César, estava decidido a vingar seu antigo comandante, acabando com Cássio, um dos assassinos e novo procônsul da Síria, e todos os outros conspiradores. Assim, ele e Otávio, sobrinho e herdeiro do poderoso César, forçaram Cássio a dar-lhes batalha nas planícies de Filipos, na Macedônia, onde, diante da derrota, Cássio se suicidou. O mundo romano ficou assim à disposição destes dois impetuosos moços.

Na Palestina, Antígono, filho mais jovem de Aristóbulo, guindou-se à posição de Sumo Sacerdote e rei de Jerusalém, após aprisionar o seu tio Hircano, que teve as orelhas cortadas, o que o desqualificava para o posto sacerdotal, e Fasael, irmão de Herodes, que se suicidou quando foi preso.

Em 40 a.C., Herodes, então com trinta e dois anos, foi recebido em Roma com todos os testemunhos de confiança e apoio, como filho do homem que havia ajudado César no Egito. Otávio e Antônio prometeram-lhe auxílio, e por um decreto do Senado, Herodes foi nomeado rei da Judéia.

O novo Rei Herodes marchou sobre Jerusalém. Seus partidários eram poucos, para que ele pudesse por cerco às sólidas fortificações da cidade. Herodes foi obrigado a dar tempo ao tempo e esperar a ajuda dos romanos. Caio Sósio, nomeado legado da Síria, foi incumbido da tarefa de providenciar para que Herodes, amigo de Antônio, fosse imediatamente posto no trono. Então no Dia da Expiação, o dia mais sagrado do ano, de 37 a.C., depois de cinco meses de resistência, cai Jerusalém.

A hostilidade de Cleópatra, rainha do Egito, para com Herodes concorreu para o bem dele. Marco Antônio, que sempre defendeu Herodes, foi impedido por Cleópatra, de aceitar seu apoio, quando do seu rompimento com Otávio, herdeiro de César. Em resultado disto, Herodes não tomou parte ativa na batalha de Áccio, em 2 de setembro de 31 a.C., que tornou Otávio  que alguns anos depois se chamaria César Augusto  senhor absoluto do crescente império romano.

Depois dos suicídios de Marco Antônio e Cleópatra, em Alexandria, em 30 a.C., Herodes apressou-se a ir ao Egito dar os parabéns a Otávio, que havia confirmado seu posto de rei da Judéia, quando do encontro dos dois em Rodes, e foi generosamente recompensado por sua gentileza. Recebeu de presente a guarda pessoal de Cleópatra, composta de oitocentos gálatas escolhidos e foi restaurado grande parte do território que fora tirado de seus domínios.

Os filhos de Herodes com Mariana, Alexandre e Aristóbulo, que tinham sido educados em Roma, já eram homens, bem como o seu primogênito, Antípatro. Herodes não parecia mostrar simpatia por ele, favorecendo Alexandre e Aristóbulo, que foram tratados por algum tempo, como principais herdeiros. Isto fez nascer um violento ciúme em Antípatro, que começou uma campanha junto ao pai contra os irmãos. Com a ajuda de alguns partidários da corte, ele conseguiu de tal maneira envenenar o espírito de seu pai, que os filhos, antes favoritos, foram condenados à morte. Antípatro, então, foi nomeado seu sucessor, com outro filho, chamado Herodes, em segundo lugar.

Antípatro, foi jogado na prisão e executado, após tentar novas intrigas, agora contra Salomé, irmã de seu pai e de dois outros meio-irmãos, Arquelau e Ântipas. Herodes não sabia em quem confiar.  Durante algum tempo Ântipas ocupou o primeiro lugar no espírito do velho rei, depois foi rebaixado em favor de seu irmão Arquelau.

O reino de Herodes, em virtude do seu testamento, ratificado e modificado depois por Augusto, foi dividido entre seus filhos, que ainda viviam. O título de rei, por herança, devia passar para Arquelau, o filho de Maltace samaritana. A ele era atribuído também o governo da Judéia ( com a Iduméia) e da Samaria. Augusto não quis que Arquelau recebesse a dignidade real, mas somente a de etnarca. Herodes Antipas, também filho de Maltace, com o título de tetrarca (soberano de uma quarta parte do reino) recebeu o governo da Galiléia e da Peréia. Filipe, filho de Cleópatra hierosolimitana, foi tetrarca da Batanéia, com a Auranítide, a Traconítide e uma parte da Ituréia ( a região de Panion e do lago de Hule) e a Gaulanítide. Um outro filho ( de uma certa Mariamne alexandrina) chamado Herodes Filipe (que se tornaria marido legítimo de Herodíades: Mc 6,17) não recebeu nenhum poder, mas passou a vida em Roma como cidadão privado. Por determinação de Augusto, as cidades (com território) de Hipos, Gádara e Gaza voltaram a ser livres. Assim as cidades de Hipo e Gádara em conjunto com as outras cidades livres da Transjordânia: Filadelfia (Amã), Gérasa, Péla, Abila, Dium, com Citópolis (Betsã) nas Cisjordânia, com Cânata e provavelmente Ráfana, no território de Filipos, formaram uma região com estatuto especial chamada Decápole, à qual se acrescentaram, pelo menos por um certo período, Adraá e Damasco. À Salomé, irmã de Herodes, Augusto concedeu em dote pessoal os territórios de Fasaélis, Jâmnia e Azoto, que após a morte dela, passaram para Lívia, esposa de Augusto, e sucessivamente para Tibério, como propriedade pessoal do imperador.

Enquanto Antipas e Filipe governaram os seus territórios durante todo o tempo da vida de Jesus e mais além, Arquelau depois de dez anos de governo marcado por revoltas e repressões cruéis, em 6 d.C., foi acusado de tirania junto de Augusto, que o destituiu e o exilou em Viena nas Gálias. Seu território foi anexado à província da Síria, mas governado de forma especial por um procurador, que residia normalmente em Cesaréia (com título de praefectus Iudaeae). Durante a vida pública de Jesus, o procurador era Pôncio Pilatos, que governou de 26 a 36 d.C.


Sigmar Gama

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