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segunda-feira, 16 de março de 2015

ESTUDO 4: PRINCÍPIOS BÁSICOS DA DOUTRINA ESPÍRITA

ESPIRITISMO E MEDIUNIDADE

O Espiritismo é a nova ciência que vem revelar aos homens por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e suas relações com o mundo material. Ele nos mostra esse mundo, não mais como sobrenatural, mas, pelo contrário, como uma das forças vivas e incessantemente atuantes da natureza, como a fonte de uma infinidade de fenômenos até então incompreendidos e por essa razão rejeitados para o domínio do fantástico e do maravilhoso. É a essas relações que o Cristo se refere em muitas circunstâncias, e é por isso que muitas coisas que Ele disse ficaram ininteligíveis ou foram falsamente interpretadas. O Espiritismo é a chave que nos ajuda a tudo explicar com facilidade.
O Espiritismo é a Terceira Revelação da Lei de Deus. Não está personificado em ninguém, porque ele é produto do ensinamento dado, não por um homem, mas pelos Espíritos que são as vozes do céu, em todas as partes da terra e por inumerável multidão de intermediários.
Da mesma maneira que disse o Cristo: “Eu não venho destruir a Lei, mas dar-lhe cumprimento", também o Espiritismo nada ensina contrário ao ensinamento do Cristo, mas o desenvolve completa e explica, em termos claros para todos, o que foi dito sob forma alegórica. Ele vem cumprir na época predita, o que o Cristo anunciou e preparar o cumprimento das coisas futuras. Ele é, portanto, obra do Cristo, que o preside, assim como preside as que igualmente anunciou: a regeneração que se opera e que prepara o Reino de Deus sobre a Terra.
A Doutrina Espírita, assentada em tríplice aspecto, científico, filosófico e religioso, está estabelecida em princípios fundamentais que constituem o seu alicerce.
Os princípios que dão autoridade à Doutrina são:
Existência de Deus
Imortalidade do Espírito
Pluralidade das existências
Comunicabilidade entre encarnados e desencarnados
Pluralidade dos mundos habitados
 Foram revelados pelos Espíritos, firmados na Codificação por Allan Kardec. Resultam da observação e constatação dos fatos que deram a conhecer a existência do mundo espiritual e suas leis, as quais regem as relações com o Mundo Material.
 Percebe-se o verdadeiro espírita quando, através da compreensão desses princípios e conseqüente aplicação nas próprias experiências, o Homem transforma-se desencadeando em si o processo da auto-educação. Ao assimilar o conteúdo decorrente da crença nesses fundamentos, o Espírito melhora-se social, intelectual e moralmente, renovando sentimentos e ações.
Existência de Deus
  O "O Livro dos Espíritos" começa pela definição de Deus, quando então os Espíritos afirmam: "Deus é a Inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas". A seguir trata dos atributos de Deus, de Suas relações com o mundo e com os homens.
Parte de um axioma: a existência de Deus; mas este axioma se evidencia na afirmação lógica que há na questão 14 quando esclarece: “Deus existe e não o podeis duvidar e isso é essencial". Analisando essa assertiva encontramos o seguinte:
1º) a afirmação pura e simples de Deus , como verdade suprema, que antecede a nossa razão e a ela se impõe;
2º) a afirmação de um atributo de Deus, que é a sua existência, ou seja, a sua imanência;
3º) a afirmação que não podemos duvidar dele e de sua existência, não porque estejamos proibidos de fazê-lo, mas porque há uma impossibilidade lógica de duvidar;
4º) a afirmação de que "isso é essencial", ou seja, de que, no nosso estado atual de evolução, não precisamos de mais do que essa compreensão, que nos basta.
            Mergulhando aos poucos na certeza da existência de Deus, o Homem, estimulado pelas vicissitudes, necessidades e desigualdades, vê aflorar a compreensão de uma Justiça Superior que o conduzirá certamente, a um destino Feliz; sente-se então merecedor de um tempo maior para que, através de suas múltiplas experiências atinja o estado de Perfeição para o qual foi criado; descobre-se então imortal, a fim de bem compreender a causa de tudo o que lhe acontece.
                 Imortalidade
Preexistência, existência e sobrevivência da alma: - recursos imprescindíveis para quem foi criado por um Pai Justo, Amoroso e Misericordioso, com livre-arbítrio para tudo experimentar e dentro de mecanismos norteadores e educadores -- Lei de Causa e Efeito -- aprender a escolher melhor, percebendo em si mesmo as conseqüências da própria ação.
                Reencarnação
Significa o retornar do espírito ao corpo tantas vezes quantas se tornem necessárias para o autoburilamento, libertando-se das paixões e adquirindo experiências superiores, sublimando as expressões do instinto ao tempo em que desenvolve a inteligência e penetra nas potencialidades transcendentes da intuição.
É o renascimento no corpo físico representando a oportunidade de desenvolver as perfeições contidas em gérmen "... Criou-nos Deus em potência, como sementes que têm em si mesmas todas as potencialidades futuras. Assim, criou-nos perfeitos...". Cabe a cada qual, desenvolver essas potencialidades, transformá-las em ato como seres espirituais. A continuidade desse processo pedagógico só acontece através da imortalidade nas vidas sucessivas.
O Livro dos Espíritos, questões 166 e 167:
“Como pode a alma, que não alcançou a perfeição durante a vida corpórea, acabar de depurar-se?”
 "Sofrendo a prova de uma nova existência."
  a) Como realiza essa nova existência? Será pela sua transformação como Espírito?
 "Depurando-se, a alma indubitavelmente experimenta uma transformação, mas para isso necessária lhe é a prova da vida corporal."
  "b) A alma passa então por muitas existências corporais?
  "Sim, todos contamos muitas existências. Os que dizem o contrário pretendem manter-vos na ignorância em que eles próprios se encontram. Esse o desejo deles.”
   c) Parece resultar desse princípio que alma, depois de haver deixado um corpo, toma outro, ou, então, que reencarna em novo corpo. É assim que se deve entender?
     “Evidentemente”.
     "Qual o fim objetivado com a reencarnação?
    “Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isto, onde a Justiça?
  Comunicabilidade
Intercâmbio entre os dois mundos, a comunicabilidade ou mediunidade, revelou ao homem a existência do Mundo Espiritual, donde todos procedemos e para onde, após o fenômeno morte, todos retornamos.
Mais difundido o exercício da mediunidade através das comunicações dos desencarnados com os encarnados, tal faculdade se faz a porta por meio da qual se abrem os horizontes da Imortalidade, propiciando amplas possibilidades para evidenciar a indestrutibilidade da vida, não obstante o desgaste do transitório corpo físico. Será objeto dos nossos estudos em seus desdobramentos.
Pluralidade dos mundos habitados
É uma decorrência da existência de Deus que cria Espíritos simples e ignorantes para fazerem seu desenvolvimento até alcançarem a perfeição e a felicidade, dando-lhe para isso mundos materiais, mais ou menos densos e mundos mais "espiritualizados" para os Espíritos mais evoluídos. Representa a continuidade de educação do Espírito sob os mais variados estímulos, para que seu potencial perfectível ecluda e possa ser trabalhado.
 A crença nesses princípios leva o homem a um estado de constante aperfeiçoamento, a expressar-se através de sentimentos, pensamentos e ações cada vez mais cristãos. A ação desses fundamentos naqueles que os assimilam, configura o objetivo da Doutrina Espírita que é a renovação moral da humanidade através da renovação moral do homem que a constitui.
Bibliografia:
ALLAN KARDEC - O Livro dos Espíritos - Livro Primeiro - cap I -EME -Edição Especial.1997
A Gênese - Cap. I e II- FEB -2ª ed. Brasília/DF 1984
FRANCO, DIVALDO P./JOANNA DE ÂNGELIS - Estudos Espíritas - cap. 1, 8 e 18 FEB -4ª ed. Brasília/DF,1987
PIRES, J. HERCULANO - O Espírito e o Tempo, III Parte- Doutrina Espírita cap. IV Religião em Espírito e Verdade - EDICEL.- 7ª ed. Sobradinho - DF
No próximo estudo: Mediunidade
Tereza Cristina D'Alessandro
Setembro / 2001

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