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sexta-feira, 20 de março de 2015

NO RUMO DO AMANHÃ - PALAVRAS DE VIDA ETERNA – Estudo 6


Francisco C. Xavier – pelo Espírito Emmanuel

“Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?”
Jesus (Marcos, 8:36)
Rumo: caminho; direção.
Amanhã: a época vindoura; o futuro.
            A questão apresentada por Jesus aos discípulos é hoje lembrada por Emmanuel, no sentido de levar-nos a refletir que o ser humano ainda não despertou para o significado existencial, no sentido real da vida. Continua, com raras exceções, na visão distorcida da realidade, na falsa atribuição de valores que o leva a dar maior importância à aparência, a exterioridade, deixando fora de consideração o que realmente importa para a vida do Espírito imortal.
             A ilusão gerada pelo mundo faz o homem tomar como essencial tudo aquilo que o impressiona mais e melhor satisfaz seus desejos. Achando-se mergulhado nas sensações é mais facilmente atingido pelo que lhe toca os sentidos; não registra as mensagens da vida e os convites para o crescimento interior. Por isso busca o prazer, a comodidade em detrimento da renovação, do trabalho para a edificação moral. Situado nesse plano físico, equivocadamente cultiva idéias de perenidade, volta-se para os valores objetivos, imediatos, negligenciando as responsabilidades morais, transferindo a execução dos deveres espirituais. Mostra preocupação exagerada com o triunfo dos negócios, posse, posição, poder, como se fossem finalidade exclusiva e única.
             Sabendo que a reencarnação é uma experiência de breve curso, isto é, reconhecendo a fragilidade da organização física em que transita e a relatividade do tempo terrestre na sua realidade eterna, o cristão deve ter outra meta na vivência dos acontecimentos comuns do dia-a-dia, usá-los como fator de auto-aprimoramento moral através de um programa espiritual, buscando formar hábitos melhores que renovem a conduta, fixando sentimentos enobrecedores.

Deve conscientizar-se de que o maior bem que pode conseguir em sua vida é em relação às próprias imperfeições, superando-se, vivendo esse Bem na mente e no coração.
             Portanto, viver sim, as experiências e circunstâncias objetivas da matéria sem perder ou esquecer a finalidade espiritual. Este o sentido apresentado por Jesus aos discípulos e que Emmanuel traz neste estudo dizendo:
             "Lembra-te de viver conquistando a glória eterna do Espírito.
             Diariamente retiram-se da Terra criaturas cujo passo se imobiliza nos angustiosos tormentos da frustração...
             Estendem os braços para o ouro que amontoaram, contudo... esse ouro apenas lhes assegura o mausoléu ( ... ).
             Alongam a lembrança para o nome em que se ilustraram nos eventos humanos, todavia... ( ... ) a fulguração pessoal de que se viram objeto apenas lhes acorda o coração para a dor do arrependimento tardio (...).
             Contemplam o campo de luta em que desenvolveram transitório domínio, mas... Não enxergam senão a poeira da desilusão (...).
             Sim, em verdade, passaram no mundo em carros de triunfo, na política, na fortuna, na ciência, na religião, no poder...
             No entanto incapazes do verdadeiro serviço aos semelhantes, enganaram tão somente a si próprios no culto do egoísmo e ao orgulho, intemperança e à vaidade que lhes devastaram a vida.
             E despertaram, além da morte, sem recolher-lhe a renovadora luz".
             Do texto reafirma-se que devemos considerar a vida, sendo natural que centralizemos nossa atenção nesses interesses altamente significativos já que a vida é bênção de importância imensurável, só por meio dela o Espírito se depura e aprimora. Sendo objetivo o aperfeiçoamento convém observar até que ponto nossa atenção está voltada aos ganhos materiais em detrimento dos valores espirituais. Atender aos afazeres e exigências da vida física, mas acima de todas as ocupações e atrações da vida terrena estão as nossas necessidades como Espíritos e que precisam ser atendidas.
            Quando Jesus ensina em Lucas 10, 34-42 "Que uma só coisa é necessária", refere-se justamente aos valores espirituais aos quais devemos priorizar pois que trabalhados em função dessa imortalidade, auto-alimentam-se abrindo continuamente perspectivas e horizontes novos, propiciadores e motivadores para que o ser não se detenha no tédio, no vazio, no medo ou no desejo de parar.
             Se já temos conhecimento da espiritualidade e aspirações superiores, buscar recurso e tempo para cuidar do aprimoramento espiritual, transformando a vida física numa contínua vivência dos aspectos espirituais.
             Assim, urge treinemos desprendimento, desapego das pessoas e bens, enriquecendo-nos de amor e bondade no contato com a matéria, recebendo cada dia como se fosse o último, preparando-nos para o amanhecer perene na outra dimensão da vida, mas que tem de iniciar-se hoje no Bem vivido.
             A esse respeito, ensina Joanna de Ângelis:
             "No rio do tempo o hoje é vital.
             Vivê-lo com elevação e nobreza é a forma feliz de anular o ontem e programar o amanhã ( ... ).
             Deste modo, constrói-o em luz e em paz, mesmo que estejas caminhando entre sombras e sobre espículos que te ferem os pés. Não desfaleças, e segue adiante no rumo do amanhã que começa hoje".
             Encerrando, Emmanuel completa:
             " ( ... ), procura enquanto é hoje enriquecer o próprio Espírito para o amanhã que te aguarda, porque consoante o ensino do Senhor, nada vale reter por fora o esplendor de todos os impérios do mundo, conservando a treva por dentro do coração".
             Bibliografia.
Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 1a Edição. Editora Nova Fronteira.
Carlos Toledo Rizzini. Evolução para o Terceiro Milênio. Parte IV. Capítulo 9. A Doutrina Evangélica. Editora Cultural Espírita Edicel Ltda. 9a Edição.
Divaldo P. Franco; pelo Espírito Joanna de Ângelis. No Rumo da Felicidade. Definindo Rumos; Desconhecimento do Futuro. Centro Espírita Dr. Bezerra de Menezes. Santo André, SP. 1a Edição. 2001.
Iracema Linhares Giorgini Dezembro / 2001

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