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quarta-feira, 25 de março de 2015

I  INTRODUÇÃO COEM II
CENTRO DE ORIENTAÇÃO
E
EDUCAÇÃO MEDIÚNICA

CURSO DE ORIENTAÇÃO E EDUCAÇÃO MEDIÚNICA  COEM II
1ª PARTE - PROGRAMA E MANUAL DE APLICAÇÃO

I  INTRODUÇÃO

A FALSA IDÉIA DO PAPEL DO MÉDIUM
Pensa-se, incorretamente, que o médium, sendo instrumento dos Espíritos, não tem, por isso, necessidade de estudar, pois os fenômenos sendo provocados por eles, as mensagens transmitidas pelo médium são elaboradas exclusivamente pelos próprios Espíritos que se manifestam. O médium seria mero instrumento passivo.

A FALTA DE INFRA-ESTRUTURA DOUTRINÁRIA E DE PROGRAMA DOS CENTROS ESPÍRITAS
Os Centros Espíritas não exigem dos médiuns um estudo doutrinário metódico. Primeiro, porque os próprios Centros são carentes de trabalhos dessa natureza; segundo, porque a mentalidade dominante em geral é mais fenomenologista.
O que importa normalmente é "receber espíritos" para doutriná-los e encaminhá-los, muitas vezes com falsa noção da complexidade das condições em que se operam essas manifestações.

A QUESTÃO DA VICIAÇÃO MEDIÚNICA
Com base no desejo exagerado, espontâneo ou provocado de ser médium para contatar com os Espíritos e ser instrumento de fenômenos espetaculares, provocando mesmo o fanatismo ou a idolatria em grupos que se concentram em torno de certos médiuns, promovendo trabalhos de características duvidosas, quer sob o ponto de vista doutrinário, quer pelas possibilidades que permitem a infiltração de Espíritos mistificadores que engodam os incrédulos e prodigalizam a fascinação das mentes sem base doutrinária.

OS TRABALHOS PRÁTICOS COM SISTEMAS PERSONALISTAS
O problema dos trabalhos práticos, monopolizados por pessoas que se cristalizaram em suas funções com sistemas ingênuos e viciados que marcam médiuns com chavões, estampas e estereotipias muitas vezes até pitorescas ou anedóticas, dominando ambientes de Centros Espíritas com critérios pessoais de trabalho que colidem frontalmente com o bom senso e as orientações da Doutrina Espírita.

A INOBSERVÂNCIA DAS CONDIÇÕES FAVORÁVEIS AO MEDIUNISMO CRITERIOSO
O mediunismo ingênuo, condicionado às chamadas "sessões de luz apagada" e, ainda, exposto à apreciação de assistentes que, na maioria dos casos, não têm a mínima informação doutrinária para atenderem e cooperarem nos trabalhos.
Isto tudo constitui, como se pode concluir, um conjunto de fatores nocivos e desfavoráveis à prática mediúnica à luz do Espiritismo e uma deturpação mesmo de uma faculdade tão delicada e tão preciosa para o progresso da Humanidade. Além disso, este quadro concorre enormemente para o "animismo exagerado", para condicionamentos e viciações mediúnicas, obstáculos espirituais e psicológicos ao progresso do próprio médium.
Por outro lado, a mediunidade sendo uma faculdade natural inerente ao homem, poder-se-ía concluir que a própria natureza encarregar-se-ía de controlá-la.
Porém, não podemos olvidar que o que a faz equilibrada ou nociva é o seu emprego, o seu uso. E o uso é de responsabilidade de quem a possui, isto é, do médium.
Se esta responsabilidade existe é porque o uso da mediunidade está subordinado ao livre arbítrio do médium, tornando-se, portanto, uma faculdade moral, assim como o uso da inteligência pelo homem lhe dá a responsabilidade de seu emprego bom ou mau.
De tudo isso, podemos deduzir a necessidade premente de se valorizar a mediunidade, mormente nos Centros Espíritas que representam a Doutrina Espírita, legítima defensora dessa faculdade dentro de postulados absolutamente superiores; que destaca a sua função progressista e moralizadora da Humanidade pelos ensinos que pode verter; que estabelece o primado do estudo e do esclarecimento, para que as consciências se iluminem e para que o livre arbítrio do homem se subordine às Leis Divinas, através da conscientização das verdades superiores.
Ressentem-se os Centros Espíritas da necessidade de organizarem uma orientação metódica, fundamentada e criteriosa para a preparação de pessoas que apresentem predisposições mediúnicas acentuadas ou que se interessem pelo exercício dessa faculdade.
Esse trabalho, genuinamente espírita, deveria enfeixar na sua orientação o esclarecimento teórico fundamental da mediunidade, associado a uma orientação prática segura e gradativa que, enquanto proporcionasse aos interessados as condições de sentirem suas próprias possibilidades medianímicas, os motivasse também para o estudo constante do assunto e os levasse à conscientização da responsabilidade que tal empreitada exige, destacando-se "ipso facto" a necessidade de uma formação cristã íntegra, direcionada para a conquista incessante do Bem.
Foi com estes elevados propósitos e a partir das necessidades desafiadoras ao progresso do Movimento Espírita no campo mediúnico, que surgiu o CENTRO DE ORIENTAÇÃO E EDUCAÇÃO MEDIÚNICA.
Foi uma empresa difícil, mas ao mesmo tempo despretensiosa, calcada, sobretudo, no sincero desejo de valorizar a mediunidade, dignificar a função do médium, preservar-lhe a integridade psíquica e espiritual e, acima de tudo, ressaltar e excelência da Doutrina Espírita, como bandeira de vanguarda cristã na orientação da mediunidade.


LUCAS DE ALMEIDA MAGALHÃES

CENTRO ESPÍRITA LUZ ETERNA  CELE
Avenida Desembargador Hugo Simas, 137 Bom Retiro
80520-250  Curitiba  Paraná  Brasil
www.cele.org.br cele@cele.org.br
REDAÇÃO: Equipe do CELE

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