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terça-feira, 17 de março de 2015

ESTUDO 5: CLASSIFICAÇÕES

M E D I U N I D A D E

“Todo aquele que sente num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium...”
 Nesta definição, o verbo “sentir” expressa à idéia básica sobre a mediunidade: um sentido psíquico, de ordem paranormal, capaz de ampliar a capacidade do ser humano assegurando -lhe condições de servir de instrumento para a comunicação do Mundo Espiritual com o Mundo Material.
Allan Kardec também registrou:
“... Essa faculdade é inerente ao homem. Por isso mesmo não constitui privilégio e são raras as pessoas que não a possuem pelo menos em estado rudimentar. Pode-se dizer, pois, que todos são mais ou menos médiuns..."
 A capacidade mediúnica é considerada uma percepção inerente à estrutura psíquica das criaturas; por isso é que a encontramos nos mais diferentes níveis de consciência da humanidade. Ela não é moral, mas a moral do médium é que responde pelo seu uso. Ela é simplesmente uma das funções psicofisiológicas do Homem, podendo ser enquadrada como um dos sentidos que o Espírito encarnado utiliza a fim de manifestar-se e desenvolver-se, gradativamente, para a plenitude da Vida.
Continuando, Kardec faz uma ressalva:
 “... Usualmente, porém, essa qualificação se aplica somente aos que possuem uma faculdade mediúnica bem caracterizada, que se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que depende de uma organização mais ou menos sensitiva..."
 Através desta definição foi estabelecida uma linha demarcatória entre os indivíduos capazes de agir no campo objetivo, favorecendo a expressão do pensamento e da intenção dos Espíritos e aqueles que atuam num campo subjetivo, expressando a manifestação dos Espíritos de forma imprecisa, indefinida.
 Há, portanto, dois níveis funcionais bem caracterizados: um, ostensivo, explícito, em que os pensamentos dos Espíritos comunicantes, apesar da influência do médium, podem sobrepor-se ao deste; e, outro, discreto, velado, a manifestar-se no campo da inspiração, em que o pensamento do Espírito se mescla com o do médium, se diluindo no conjunto de suas idéias.
 Além dessa divisão funcional (de uso, serventia), o Codificador ao estudar os fenômenos mediúnicos, os classificou em duas grandes áreas bem diferenciadas: a mediunidade de efeitos físicos e a mediunidade de efeitos inteligentes.
  É necessário ressaltar que toda essa divisão tem efeito metodológico, visando facilitar nosso entendimento, pois a mediunidade é uma só, um todo, mas pode ser analisada em seus vários aspectos funcionais, caracterizados como formas variadas de manifestação.          Apresentamos abaixo as divisões fenomênicas e funcionais, identificadas por Allan Kardec ao estudar a faculdade mediúnica, e que se encontram catalogadas em “O Livro dos Médiuns”:
1. Fenômenos psíquicos:
1.1 - manifestações anímicas: o próprio médium se manifestando
1.2- manifestações mediúnicas: O Espírito desencarnado se manifestando através de um médium.
2. Manifestações mediúnicas:
2.1- manifestações de efeito físico: que tem poder de provocar efeitos materiais ou as manifestações ostensivas (sensíveis aos cinco sentidos).
2.2- manifestações de efeitos inteligentes: são mais aptas a transmitir e receber as      comunicações inteligentes.
3. Quanto à função / uso da mediunidade:
3.1 - generalizada
3.2 - ostensiva ( mediunato )
4. Quanto aos médiuns:
4.1 - de efeitos físicos:
São os mais aptos, especialmente, à produção de fenômenos materiais, como o movimento de corpos inertes, os ruídos, o deslocamento, o levantamento e a translação de objetos etc. Estes fenômenos podem ser espontâneos ou provocados. Em todos os casos, exigem o concurso voluntário ou involuntário de médiuns dotados de faculdades especiais. Em geral, têm por agentes Espíritos de ordem inferior, uma vez que os Espíritos elevados só se preocupam com comunicações inteligentes e instrutivas.
4.2 - de efeitos intelectuais:
Os que são mais especialmente aptos a receber e a transmitir as comunicações inteligentes.
 Analisando os diversos fenômenos produzidos sob influência mediúnica, percebe-se que há em todos um efeito físico e que aos efeitos físicos se junta quase sempre um efeito inteligente.
 É, às vezes, difícil estabelecer o limite entre ambos, mas isso não acarreta nenhuma dificuldade. Pode-se incluir na classificação de médiuns de efeitos intelectuais os que podem mais especialmente servir de instrumentos para as comunicações regulares e contínuas.
 Podem ser divididos em médiuns facultativos e médiuns involuntários.
Os médiuns facultativos têm consciência do seu poder e produzem fenômenos espíritas pela própria vontade.
Os médiuns involuntários ou naturais são os que exercem a sua influência sem querer. Não tem nenhuma consciência do seu poder e quase sempre o que acontece de anormal ao seu redor não lhes parece estranho, porque essas coisas fazem parte da sua própria maneira de ser.
 Através dessas divisões identificamos a seguinte realidade: - Quantos não são médiuns sem o saber? Quantos estão criando, produzindo inconscientemente boas ou más obras? Se tal inconsciência se prolonga, aumentam as chances de manipulação e assédio dos Espíritos imperfeitos. Sabemos que é necessária a conquista do ascendente moral como barreira ao assédio, bem como passar da condição de médium involuntário para facultativo, através da conscientização que decorre do estudo e do viver adequado. A mediunidade deve ser consentida, lúcida, forma de adesão ao trabalho da vida, para que produza bons frutos em prol dos famintos do caminho.
  A condição para o progresso é a consciência, e daí perceber-se o quão importante se faz compreender a mediunidade por meio do estudo, do exercício equilibrado, entendendo que, se não pode furta-se à influência dos Espíritos, necessário é tornar-se consciente da existência dela, a fim de tornar-se seletivo, escolhendo as companhias espirituais adequadas, transformando-se no que Allan Kardec classificou como sendo o Bom Médium!
B i b l i o g r a f i a
KARDEC, ALLAN - O Livro dos Médiuns, Cap. XIV, XV e XVI - FEESP. 2ª ed. São Paulo. 1989. pág. 177 a 218
NEVES, J.; AZEVEDO, G.; CALAZANS, N.; FERRAZ, J. In "Vivência Mediúnica - Projeto Manoel P. de Miranda", Cap. 1 - Conceitos. LEAL. 1ª edição. Salvador. 1994. Pág. 16 - 23
Tereza Cristina D'Alessandro
Outubro / 2001

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