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sexta-feira, 27 de março de 2015

MEDIUNIDADE *ESTUDO 8:
 O Papel do Médium nas Comunicações

O termo médium tem a sua origem na língua latina (médium) e é aquele que serve de instrumento entre os dois pólos da vida: física e espiritual.
                "Médium é o ser, é o indivíduo que serve de traço de união aos Espíritos, para que estes possam comunicar-se com os homens: Espíritos encarnados", conforme acentuou o espírito Erasto, em memorável comunicação sobre a mediunidade dos animais, inserta em "O Livro dos Médiuns", capítulo XXII, item 236.
                Desta forma o Espírito do médium é o interprete do Espírito comunicante, porque está ligado ao corpo que serve de comunicação e porque é necessária essa cadeia entre o médium e o os Espíritos, como é necessário um fio elétrico para transmitir uma notícia à distância, e na ponta do fio uma pessoa inteligente que a receba e a comunique. Daí entende-se que o papel do médium é sempre ativo nas comunicações, seja ele consciente ou inconsciente.
                Lembremo-nos do que são médiuns consciente ou inconsciente.
                - Consciente: o médium sabe o que o Espírito quer falar antes que o faça.  Há exteriorização do perispírito do médium de apenas alguns centímetros e a formação da atmosfera fluídica entre as suas irradiações perispirituais e as do Espírito comunicante. O Espírito emite o pensamento e tenta influir sobre o órgão material do médium; o médium sente essa influência e capta o pensamento do Espírito comunicante na origem, antes de falar, e pode transmiti-lo ou não.
Se concordar em falar, transmite a idéia conforme a entende e usando seu próprio estilo, vocabulário e construção de frases.
                - Inconsciente: exteriorização total do perispírito do médium e formação da atmosfera mediúnica ; inexiste ligação entre o cérebro do médium e a mente do manifestante e mesmo entre a sua própria mente perispiritual e o cérebro físico. Ocorre uma atuação mais direta do comunicante sobre o organismo mediúnico, através dos centros nervosos liberados. A mensagem é transmitida sem que o médium guarde consciência cerebral dela, em Espírito, porém o médium está consciente - desde que não esteja em processo obsessivo.
                Portanto, no aspecto funcional a influência do médium na comunicação pode ser:
Quanto à forma de expressão do pensamento: o espírito pode exprimir-se em língua que ele mesmo não conheceu em nenhuma de suas existências terrenas mas que é familiar ao médium porque o Espírito estará emitindo o pensamento e o médium "traduzindo" em um dos idiomas terrestres que conheça. O Espírito também pode fazer que o seu pensamento seja reproduzido em um idioma que lhe é familiar mas ao médium não - nem em outra existência; a dificuldade, neste caso, está em que terá de procurar os sons conhecidos pelo médium em outros idiomas e tentar reuni-los formando as palavras do idioma que quer empregar. A mesma resistência mecânica encontrará o Espírito quando quiser escrever por um médium analfabeto, desenhar por um médium que não possua técnica ou aptidão para isso.
Quanto ao conteúdo do pensamento a ser expresso: por processo análogo e com igual dificuldade, o Espírito poderá conseguir que o médium pouco desenvolvido intelectualmente, transmita comunicações de ordem elevada. Mas, comumente, o médium "interpreta" o pensamento do espírito. Se não compreender o alcance desse pensamento, não o poderá fazer com fidelidade. Se compreender o pensamento mas, por falta de simpatia ou outro motivo, não for passivo (isto é, se misturar suas idéias próprias com as do Espírito comunicante), deformará o pensamento comunicado.
Observação:
                 Não só o Espírito tem suas aptidões particulares, também o médium possui um "matiz" especial a colorir sua interpretação.
                Um único médium, por melhor que seja, não fornecerá boas comunicações em todos os gêneros de manifestações e conhecimentos. O Espírito preferirá o médium que menos obstáculos ofereça às comunicações usuais e de certa extensão, embora possa, na falta de instrumento melhor e ocasionalmente, servir-se do que tem à mão.
                Conclui-se, desta forma, que cabe ao médium desenvolver-se intelectualmente e moralmente, para oferecer extensa faixa de interpretação e forma mais fiel ao pensamento do Espírito comunicante.

Bibliografia
Kardec, Allan - O Livro dos Médiuns - Cap. XIX, q. 225, FEESP . 2ª ed. São Paulo, 1989
FRANCO, DIVALDO P. - Estudos Espíritas, pelo espírito Joanna de Ângelis, Lição 18 - Mediunidade, FEB, 4a. Ed. 1987.
Oliveira, Therezinha - Mediunidade, cap. 19, EME, 1ª Ed. 1994

Hérin Andreas / Tereza Cristina D'Alessandro  Fevereiro / 2002

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