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quarta-feira, 1 de julho de 2015

A ALMA É IMORTAL

Obra de Gabriel Delanne, traduzida por Guillon Ribeiro. FEB, 6a  edição.

5a Reunião

Objeto do estudo: Capítulos I e II da 2a Parte.

Questões para debate

A. Podem os Espíritos de pessoas vivas, quando desdobrados, produzir efeitos físicos onde apareçam? (Págs. 139 a 142 do livro; itens 121 e 122 do texto de consulta.)

B. Que pesquisadores famosos dos fenômenos espíritas tiveram seus nomes ligados ao da fotografia transcendental? (Págs. 141 a 144 do livro; itens 123 a 126 do texto de consulta.)

C. Que tipo de fenômeno pioneiro foi possível obter com os médiuns Eglinton e Eusápia Paladino?  (Págs. 145 e

146 do livro; itens 127 e 128 do texto de consulta.)

D. Os Espíritos podem ver a si mesmos num espelho normalmente usado pelos encarnados? (Págs. 146 e 147 do livro; itens 129 e 130 do texto de consulta.)

E. Os pesquisadores dos fenômenos espíritas também relatam comunicações mediúnicas transmitidas por Espíritos encarnados? (Págs. 147 a 152 do livro; itens 131 a 134 do texto de consulta.)

F. Qual é o fenômeno que apresenta, segundo Delanne, o mais alto ponto de objetividade da ação extracorpórea do homem? (Págs. 152 a 155 do livro; itens 135 a 137 do texto de consulta.)

G. Que fato  que seria muito tempo depois confirmado pela fotografia kirlian  foi comprovado e descrito pelo Sr. de Rochas? (Págs. 156 a 161 do livro; itens 138 a 146 do texto de consulta.)

H. Quando o Sr. de Rochas fez a primeira fotografia de um sensitivo exteriorizado e que resultados obteve? (Págs. 162 a 164 do livro; itens 147 a 150 do texto de consulta.)

Texto para consulta

121. Na experiência seguinte, o duplo logrou provar a sua presença por uma ação física. Devemo-la à sra. Morgan, esposa do professor que escreveu o livro Da Matéria ao Espírito. Delanne transcreve ainda mais dois relatos que mostram que os Espíritos de vivos, quando desdobrados, podem produzir efeitos físicos onde apareçam. (Págs. 139 a 141)

122. Os fatos até aqui relatados, diz Delanne, firmam a realidade dos fantasmas de vivos, isto é, a possibilidade, em certos casos, do desdobramento do ser humano. Tais aparições, como vimos, reproduzem em todas as suas minúcias o corpo físico e manifestam, por vezes, a sua realidade por meio de deslocamentos de objetos e por meio da palavra. Há, porém, pessoas que insistem em explicá-los com a hipótese da alucinação telepática. (Págs. 141 e 142)

123. Se as razões até aqui apresentadas não puderam convencer todos os leitores, os fatos seguintes bastarão para mostrar, com verdadeiro rigor científico, que a alma é, efetivamente, a causa eficiente de todos esses fenômenos. Falamos da fotografia do Espírito fora do seu corpo, caso em que a chapa fotográfica é testemunho irrefutável da realidade do fenômeno. (Pág. 142)

124. Em sua obra Animismo e Espiritismo, o sr. Alexandre Aksakof apresenta numerosos exemplos de fotografias transcendentais, a que Delanne recorre amiúde na seqüência deste livro. (Pág. 142)

125. Eis alguns dos casos referidos por Aksakof: I) Fotografado pelo sr. Humber, o jovem médium Herrod apareceu na fotografia sentado numa cadeira, em estado de transe, tendo por detrás a sua imagem astral, em pé, quase de perfil. II) O sr. Glandinning assinalou, no Spiritualist, uma fotografia do duplo de um médium, no mesmo lugar que o médium ocupara minutos antes. III) W. T. Stead refere a fotografia do duplo da sra. A..., no momento em que ela, achando-se indisposta, dormia. Quando o sr. Z..., que fez a fotografia, viu o duplo entrar no seu gabinete à hora aprazada, pediu licença para fotografá-lo, depois de lhe cortar uma mecha de cabelos de modo a comprovar sua presença real. (Págs. 142 e 143)

126. Em seu livro sobre a iconografia do invisível, o dr. Baraduc reproduz uma fotografia obtida por telepatia entre o dr. Istrati e o dr. Hasdeu, de Bucareste. A 4 de agosto de 1893, à noite, o dr. Hasdeu evocou o Espírito de seu amigo. Após uma prece ao seu anjo protetor, o dr. Istrati adormeceu em Campana, manifestando o desejo firme de aparecer em casa do dr. Hasdeu. A aparição foi registrada por este último em sua máquina fotográfica. (Págs. 143 e 144)

127. Em que pese a importância da fotografia transcendental, diz Delanne que o ponto culminante da experimentação, no que concerne ao desdobramento, foi alcançado com o médium Eglinton, de quem os experimentadores obtiveram, em parafina, um molde exato do pé direito do seu duplo fluídico. O exemplo não é, porém, único. Nas experiências que o sr. Siemiradeski realizou com Eusápia Paladino, foram conseguidas muitas vezes, em Roma, impressões do seu duplo sobre superfícies enegrecidas com fumaça, que o sr. de Rochas relata no seu livro A Exteriorização da Motricidade. (Pág. 145)

128. Dada a prova científica do desdobramento do ser humano, torna-se fácil, diz Delanne, compreender-se a vasta gama de fenômenos que a alma pode produzir quando sai do seu corpo físico. É doutrina constante do Espiritismo que a alma, quando não está em seu corpo, goza de todas as faculdades de que dispõe quando na erraticidade. (Pág. 146)

129. Kardec consigna na Revista Espírita muitos exemplos de comunicações de pessoas vivas, como a do Espírito do dr. Vignal que, espontaneamente, deu por um médium escrevente pormenores sobre esse modo de manifestação. Descrevendo como percebia a luz, as cores e os objetos materiais, dr. Vignal informou que não podia ver a si mesmo num espelho, sem a operação pela qual o Espírito se torna tangível, e comprovou a sua individualidade pela existência do perispírito, que - embora fluídico - tinha para ele a mesma realidade que o seu envoltório material. (Págs. 146 e 147)

130. Em outra comunicação relatada pela Revista Espírita, a srta. Indermulhe, surda e muda de nascença, consegue exprimir com clareza seus pensamentos. Por certas particularidades características que estabelecem a sua identidade, um irmão a reconheceu. Pode-se, portanto, evocar o Espírito de um cretino ou o de um alienado e convencer-se experimentalmente de que o princípio pensante, o seu Espírito, não é louco. É o corpo que se acha enfermo  e não obedece por isso às volições da alma, donde dolorosa e horrível situação que constitui uma das mais temíveis provas. (Pág. 147)

131. Alexandre Aksakof também relata em sua obra acima citada numerosos casos de encarnados manifestando-se a amigos ou a estranhos pelos processos espiríticos. Eis alguns desses casos mencionados neste livro por Delanne: I) O conhecido escritor russo Wsevolod Solowiof conta que freqüentemente sua mão era presa de uma influência estranha à sua vontade e, então, escrevia com extrema rapidez e clareza, mas da direita para a esquerda, de sorte a não se poder ler o escrito senão colocando-o diante de um espelho ou por transparência. II) Um dia, sua mão escreveu o nome Vera, uma prima que o avisou de que teriam um encontro no dia seguinte, no Jardim de Verão. À família, a jovem disse ter visitado seu primo em sonho e anunciado o encontro que teriam, o que efetivamente se deu. III) A srta. Sofia Swoboda, julgando estar na presença de sua professora, a sra. W..., transmitiu-lhe, sem saber, uma mensagem, no momento em que a professora tomara do lápis para tentar um contato com seu defunto marido. No dia seguinte, Sofia reconheceu não só a sua caligrafia como o assunto que ficou registrado na mensagem psicografada pela professora. (Págs. 147 a 149)

132. Exemplos de Espíritos de pessoas vivas manifestando-se pela incorporação são referidos pela conhecida escritora Hardinge Britten e pelo sr. Damiani. (Pág. 151)

133. Conta a sra. Britten que, numa sessão realizada em casa do sr. Cuttler, em 1853, um médium feminino pôs-se a falar em alemão, embora ignorasse completamente esse idioma. A individualidade que por ela se manifestava dizia-se mãe da srta. Brant, jovem alemã que se achava presente. Passado algum tempo, um amigo da família, vindo da Alemanha, trouxe a notícia de que a sra. Brant, após prolongado sono letárgico decorrente de séria enfermidade, declarara, ao despertar, ter estado com a filha num aposento espaçoso, na América. (Pág. 151)

134. O sr. Damiani diz, a seu turno, que nas sessões da baronesa Cerrapica, em Nápoles, receberam-se muitas vezes comunicações provindas de pessoas vivas, como se deu com o dr. Nehrer, que vivia na Hungria e se comunicou com ele por intermédio da baronesa. (Págs. 151 e 152)

135. O capítulo é encerrado com o relato de vários casos de materializações de duplos de pessoas vivas, fenômeno esse que apresenta, segundo Delanne, o mais alto ponto de objetividade da ação extracorpórea do homem, visto que se traduz por efeitos intelectuais, físicos e plásticos. (Pág. 152)

136. Eis alguns dos casos relatados por Delanne: I) Nas experiências realizadas em presença do prof. Mapes, este pôde comprovar o desdobramento do braço e das mangas do médium. II) Diz o sr. Cox que, enquanto uma corrente elétrica permanecia jungida ao médium, uma forma humana completa foi vista por todos: era a forma da sra. Fay, integral, com sua cabeleira, seu porte, seu vestido de seda azul, seus braços nus até ao cotovelo, adornados com braceletes de finas pérolas. III) Nas experiências feitas com Eusápia Paladino foi possível comprovar-se materialmente o seu desdobramento. (Págs. 152 a 154)

137. A par das narrativas dos sonâmbulos e dos videntes, as comunicações dos Espíritos, confirmadas pelas fotografias e pelas materializações de vivos e de desencarnados, atestam que a alma tem sempre uma forma fluídica. (Pág. 155)

138. O Sr. de Rochas chegou a estabelecer a objetividade da luz ódica, que o barão de Reichenbach atribuía a todos os corpos cujas moléculas guardam uma orientação determinada. As experiências feitas até então indicavam que os eflúvios poderiam ser devidos unicamente às vibrações constitucionais dos corpos, transmitindo-se ao éter ambiente. (Pág. 156)

139. O corpo humano - segundo de Rochas - também emite eflúvios de coloração variável, conforme os pacientes. (Pág. 156)

140. Após reportar algumas experiências descritas pelo Sr. de Rochas, Delanne admite, por hipótese, que a característica essencial dos movimentos vibratórios é a interferência, isto é, a produção, por efeito da combinação das ondas, de faixas de movimentos, em que as vibrações são máximas, e faixas de repouso, nas quais o movimento vibratório é nulo, ou mínimo. (Pág. 158)

141. A força nervosa, em vez de se espalhar pelo ar  e dissipar-se, distribui-se em camadas concêntricas ao corpo. É preciso, pois, que uma força a retenha, porquanto, desde que normalmente ela se escoa pela extremidade dos dedos, do mesmo modo que a eletricidade pelas pontas, forçosamente se perderia no meio ambiente, se não existisse um envoltório fluídico para retê-la. (Pág. 159)

142. No estado normal, a força nervosa circula no corpo, pelos condutos naturais, os nervos, e chega à periferia pelas mil ramificações nervosas que se estendem por baixo da pele. Sob a influência do magnetismo, o perispírito se exterioriza mais ou menos, isto é, irradia em volta de todo o seu corpo e a força nervosa se espalha no envoltório fluídico e aí se propaga em movimentos ondulatórios. (Págs. 159 e 160)

143. Vimos que os fantasmas de vivos falam, o que implica a existência neles, além dos órgãos da palavra, de certa quantidade de força viva, cuja presença é também atestada por deslocamentos de objetos materiais, como o abrir e fechar uma porta, agitação de campainhas, etc. (Pág. 161)

144. É necessário, portanto, que eles tirem essa força de qualquer parte. Em tais casos, tiram-na provavelmente de seus corpos materiais, visto que, segundo ensina Kardec, a alma, quando se desprende, seja durante o sono, seja nos casos de bicorporeidade, permanece ligada sempre ao seu envoltório terreno por  um laço fluídico. (Pág. 161)

145. O Sr. de Rochas observou que, se se fizer que uma zona luminosa, isto é, sensível, de um paciente exteriorizado atravesse um copo d água, a água existente no copo se iluminará rapidamente em toda a sua massa, desprendendo-se dela, ao fim de algum tempo, uma espécie de fumaça luminosa. Ainda mais: tomando-se desse copo e transportando-o a certa  distância, ele observou que o paciente se conservava sensível, ou seja, que se ressentia de todos os toques feitos na água, embora àquela distância já não restassem vestígios de camadas sensíveis. (Pág. 161)

146. De Rochas pesquisou depois sobre quais substâncias armazenam a sensibilidade, verificando serem quase sempre as mesmas que guardam os odores: os líquidos, os corpos viscosos, sobretudo os de origem animal, como a gelatina e a cera, o algodão, os tecidos de malhas frouxas ou que se desfiam, como os veludos de lã, etc. (Pág. 161)

147. Foi a partir dessas experiências que ele teve a intuição de fotografar os sensitivos, primeiramente despertos, depois adormecidos, sem estarem exteriorizados, e por fim adormecidos e exteriorizados. A primeira fotografia ele a fez em 30-7-1892, utilizando na experiência uma chapa de bromo-gelatina e, como sensitiva, a Sra Lux. (Pág. 162)

148.  Na terceira situação - estando a Sra Lux adormecida e exteriorizada - a chapa utilizada permaneceu algum tempo em contacto com o corpo da sensitiva, dentro do chassis, antes de posta na máquina. Picando com um alfinete a primeira chapa, ela nada sentiu. Picando a segunda, sentiu um pouco. Na terceira, a sensitiva sentiu vivamente e tudo isso poucos instantes após a operação. Repetindo a experiência no dia 2 de agosto, de Rochas verificou que a primeira chapa nada produziu; a segunda produziu alguma coisa; mas a terceira chapa, embora já revelada, continuava tão sensível quanto no dia 30 de julho. Ao perfurar a chapa com dois golpes fortes na imagem de uma das mãos, a Sra Lux fez logo uma contração e soltou gritos de dor, embora estivesse a dois metros de distância e nada visse. (Pág. 162)

149. Comentando o assunto, Delanne atesta que as experiências do Sr. de Rochas foram verificadas também pelo Dr. Luys e pelo Dr. Paul Joire, tendo este concluído que a exteriorização da sensibilidade é um fenômeno real, de forma nenhuma dependente de sugestão, conforme fora insinuado pelo Dr. Mavroukakis. (Pág. 163)

150. Na seqüência, Delanne transcreve um caso em que a clarividente Adèle Maginot, ao ver  certa pessoa que se encontrava distante num país muito quente, sentiu no próprio rosto o efeito produzido pelo sol, um fato de repercussão sobre o corpo da ação exercida sobre o perispírito que, segundo Delanne, já fora observado inúmeras vezes. (Págs. 163 e 164)


Londrina, janeiro de 2004
Astolfo O. de Oliveira Filho
A alma é imortal

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