nl04_11_Valiosa
Experiência
CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e
Estudo do Espiritismo
Sala Nosso Lar - Estudo das obras de
André Luiz
Livro em estudo: Libertação
Tema: Valiosa Experiência
Referência: Capítulo XI
Trechos do Capítulo
Atento à sugestão do médico amigo, no
dia imediato pela manhã dispôs-se Gabriel a conduzir a esposa ao exame de
afamado professor em ciências psíquicas, no intuito de conseguir-lhe cooperação
benfazeja.
Pude reparar, então, que a liberdade
dos homens , no terreno da consulta, é quase irrestrita, porquanto, de nosso
lado, Gúbio demonstrou profundo desagrado, asseverando-me, discreto, que tudo
faria por impedir a providência que somente seria profícua e aconselhável, a
seu parecer, através de autoridade diferente no assunto.
O professor indicado era, segundo a
opinião do nosso desvelado orientador, admirável expoente de fenômenos, portador
de dons medianímicos notáveis, mas não oferecia proveito substancial aos que se
acercassem dele, por guardar a mente muito presa aos interesses vulgares da
experiência terrestre.
_ Fazer psiquismo – falou-me o instrutor,
em voz quase imperceptível – é atividade comum, tão comum quanto qualquer
outra. O essencial é desenvolver trabalho santificante. Visitar medianeiros de
reconhecida competência no trato entre os dois mundos, senhores de faculdades
magníficas no setor informativo, é o mesmo que entrar em contacto com os donos
de soberba fortuna. Se o detentor de tão grandes bens não se acha interessado
em gastar os recursos de que dispõe, a favor da felicidade dos semelhantes, o
conhecimento e o dinheiro apenas lhe agravarão os compromissos no egoísmo
praticado, na distração inoperante ou na perda lamentável de tempo.
Apesar da oportuna observação, notamos que
o esposo da obsidiada não oferecia receptividade mental que nos favorecesse a
modificação desejável.
Todo nosso esforço sutil para colocá-lo
noutro caminho redundou em fracasso. Gabriel não sabia cultivar a meditação.
(...)
Mais três grupos de pessoas ali se
congregavam em ansiosa espera.
(...)
Reparei que os presentes se faziam seguidos
de grande número de desencarnados. Para definir corretamente, a casa inteira
mais se assemelhava a larga colméia de trabalhadores sem corpo físico.
Entidades de reduzida expressão
evolutiva iam e vinham, prestando pouca atenção à nossa presença.
(...)
Acercamo-nos de acolhedora poltrona, em que
um cavalheiro de idade madura, dando mostras de evidente moléstia nervosa,
permanecia ladeado por dois rapazes (...) Gúbio observava-o meticulosamente,
decerto nos preparando valiosos ensinamentos. Transcorridos alguns instantes ,
falou-nos, em voz sumida:
_ Vejamos a que calamidades fisiológicas
podem os distúrbios da mente conduzir um homem. Temos sob nosso olhar um
investigador da polícia em graves perturbações. Não soube deter o bastão da
responsabilidade. Dele abusou para humilhar e ferir. Durante alguns anos,
conseguiu manter o remorso à distância; todavia, cada pensamento de indignação
das vítimas passou a circular-lhe na atmosfera psíquica, esperando ensejo de
fazer-se sentir. Com a maneira cruel de proceder atraiu, não só a ira de muita
gente, mas também a convivência constante de entidades de péssimo comportamento
que mais lhe arruinaram o teor de vida mental. Chegado o tempo de meditar sobre
os caminhos percorridos, na intimidade dos primeiros sintomas de senectude
corporal, o remorso abriu-lhe grande brecha na fortaleza em que se
entrincheirava. As forças acumuladas dos pensamentos destrutivos que provocou
para si mesmo, através da conduta irrefletida a que se entregou levianamente,
libertadas de súbito pela aflição e pelo medo, quebraram-lhe a fantasiosa
resist6encia orgânica, quais tempestades que se sucedem furiosas, esbarrondando
a represa frágil com que se acredita conter o impulso crescente das águas.
Sobrevindo a crise, energias desequilibradas da mente em desvario
vergastaram-lhe os delicados órgãos do corpo físico. Os mais vulneráveis
sofreram consequências terríveis. Não apenas o sistema nervoso padece tortura
incrível: o fígado traumatizado inclina-se para a cirrose fatal.
(...)
_ Este amigo, no fundo, está perseguido por
si mesmo, atormentado pelo que fez e pelo que tem sido. Só a extrema
modificação mental para o bem poderá conservá-lo no vaso físico; uma fé
renovadora , com esforço de reforma persistente e digna da vida moral mais
nobre, conferir-lhe-á diretrizes superiores, dotando-o de forças
imprescindíveis à auto-restauração. (...) A memória é um disco vivo e
milagroso. Fotografa as imagens de nossas ações e recolhe o som de quanto falamos
e ouvimos... Por intermédio dela, somos condenados ou absolvidos, dentro de nós
mesmos.
(...)
Abeiramo-nos de um divã, em que respeitável
senhora se sentava ao lado de jovem clorótica, parecendo-me avó e neta.(...)
(...)
A matrona aflitivamente aguardava o
instante da consulta. A jovem que proferia disparates, não falava por si. Fios
tênues de energia magnética ligavam-lhe o cérebro à cabeça do irmão infeliz que
se lhe mantinha à esquerda. Achava-se absolutamente controlada pelos pensamentos
dele, à maneira de magnetizado e magnetizador. A doente ria sem propósito e
conversava a esmo, reportando-se a projetos de vingança, com todas as
caracterísitcas de idiotia e inconsciência.
(...)
_ Encontramos aqui doloroso drama do
passado. A vida não pode ser considerada na conta estreita de uma existência
carnal. Abrange a eternidade. É infinita nos séculos infinitos. Esta menina
comprometeu-se gravemente no pretérito. Desposou um homem e desviou-lhe o irmão
para vicioso caminho. O primeiro suicidou-se e o segundo asilou-se no fundo
vale da loucura. Ei-los, presentemente, ao lado dela para deplorável
vidima.(...) Permanece a pobrezinha satura de fluidos que lhe não
pertencem.(...)
(...)
_ Não me parece bem encaminhada – elucidou
o nosso dirigente, sem presunção. Exige renovação interior e, ao que acredito,
não obterá nesta casa senão ligeiro paliativo. Em casos de obsessão como este,
em que a paciente ainda pode reagir com segurança, faz-se indispensável o curso
pessoal de resistência. Não adianta retirar a sucata que perturba um ímã,
quando o próprio ímã continua atraindo a sucata.
(...)
Junto deles se encontrava uma entidade
desencarnada, de humilde aspecto. Tomei-a por parte integrante da vasta coleção
de Espíritos perturbados que ali funcionava; entretanto, com agradável surpresa
para mim, dirigiu-se a Gúbio, exclamando de maneira discreta;
_ Já lhes identifiquei , pelo tom
vibratório, a posição de amigos do bem.
Indicando o enfermo , acentuou:
_ Venho aqui na defesa deste amigo.
Segundo estarão informados, dispomos no recinto de vigoroso operador mediúnico,
sem iluminação interior de maior vulto. Assalariou ele algumas dezenas de
Espíritos desencarnados, de educação incipiente, que lhe absorvem as emanações
e trabalham cegamente sob suas ordens, tanto para o bem quanto para o mal.
Sorrindo, acrescentou:
_ Nesta casa, o enfermo não é amparado pelo
socorrista de que se vem valer e , sim, pela assistência espiritual edificante
de que possa desfrutar.
(...)
Logo à entrada do gabinete, percebi que a
oficina não inspirava segura confiança.
O professor pôs-se imediatamente a combinar
o preço do trabalho de que se encarregaria, exigindo adiantadamento de Gabriel
significativo pagamento. O intercâmbio ali, entre as duas esferas, se resumia a
negócio tão comum quanto outro qualquer.
Sem detença, reconheci que o médium, se
podia controlar, de algum modo, os Espíritos que se alimentavam de seu esforço,
era também facilmente controlado por eles.
O recinto jazia repleto de entidades em
fase primária de evolução.
(...)
Em razão disso, podíamos analisar os fatos,
em companhia de Gúbio, recolhendo preciosa lição.
Depois de visivelmente satisfeito no acordo
financeiro estabelecido, colocou-se o vidente em profunda concentração e notei
o fluxo de energias a emanarem dele, através de todos os poros, mas muito particularmente
da boca, das narinas, dos ouvidos e do peito. Aquela força, semelhante a vapor
fino e sutil, como que povoava o ambiente acanhado e reparei que as
individualidades de ordem primária ou retardatárias, que coadjuvavam o médium
em suas incursões em nosso plano, sorviam-na a longos haustos, sustentando-se
dela, quanto se nutre o homem comum de proteína, carboidratos e vitaminas.
(...)
_ Esta força não é patrimônio de
privilegiados. É propriedade vulgar de todas as criaturas, mas entendem-na e
utilizam-na somente aqueles que a exercitam através de acuradas meditações. É o
"spiritus subtilíssimus" de Newton, o "fluido magnético" de
Mesmer e a "emanação ódica" de Reichenbach. No fundo é a energia
plástica da mente que a acumula em si mesma, tomando-a ao fluido universal em
que todas as correntes da vida se banham e se refazem , nos mais diversos reinos
da natureza, dentro do Universo. Cada ser vivo é um transformador dessa força,
segundo o potencial receptivo e irradiante que lhe diz respeito. Nasce o homem
e renasce, centenas de vezes, para aprender a usá-la, desenvolvê-la,
enriquecê-la sublimá-la, engrandecê-la e divinizá-la. Entretanto, na maioria
das vezes, a criatura foge à luta que interpreta por sofrimento e aflição,
quando é inestimável recurso de auto-aprimoramento, adiando a própria santificação,
caminho único de nossa aproximação do Criador.
(...)
_ É forçoso convir, porém, que este vidente
é vigoroso na instrumentalidade. Permanece em perfeito contacto com os
espíritos que o assistem e que encontram nele sólido sustentáculo.
_ Sim - confirmou o orientador, sereno -
mas não vemos aqui qualquer sinal de sublimação na ordem moral. O professor de
relações com a nossa esfera, inabordável, por enquanto, ao homem comum,
sintoniza-se com as emissões vibratórias das entidades que o acompanham em
posição primitivista, pode ouvir-lhes os pareceres e registrar-lhes as considerações.
Entretanto, isto não basta. Desfazer-se alguém do veículo de carne não é
iniciar-se na divindade. Há bilhões de Espíritos em evolução que rodeiam os
homens encarnados, em todos os círculos de luta, muito inferiores, em alguns
casos, a eles mesmos e que, facilmente, se convertem em instrumentos passivos
dos seus desejos e paixões. Daí, o imperativo de muita capacidade de sublimação
para quantos se consagram ao intercâmbio entre os dois mundos, porque, se a
virtude é transmissível, os males são epidêmicos.
Nesse ínterim, reparamos que o médium,
desligado do corpo físico, se punha a ouvir, atencioso, justamente a
argumentação do assalariado mais inteligente, cuja cooperação Saldanha
requisitara.
(...)
Perante o quadro que nos era dado apreciar,
ousei dirigir-me discretamente a Gúbio, indagando:
_ Não nos achamos diante de autentica
manifestação espiritista?
_ Sim - confirmou em tom grave - à frente
de legítimo fenômeno dentro do qual uma individualidade encarnada recebe os
pareceres de outra, ausente do envoltório carnal. Entretanto, André, os
companheiros de ideal cristão, corporificados na Crosta da Terra, vão
compreendendo agora que o fenômeno em si é tão rebelde quanto o rio
encachoeirado que rola a esmo, sem comportas , sem disciplina. Jamais endossaremos
um Espiritismo dogmático e intolerante. É imprescindível, porém, que o clima da
prece, da renúncia edificante,, do espírito de serviço e fé renovadora, através
de padrões morais nobilitantes, constitua a nota fundamental de nossas
atividades no psiquismo transformador, a fim de que nos encontremos, realmente,
num serviço de elevação para o Supremo Pai. Temos aqui um médium de
possibilidades ricas e extensas que, pelo simples comércio vulgar a que reduziu
a movimentação de suas faculdades, não acorda impressões construtivas naqueles
que o buscam. Pode ser um cooperador valiosos em certas circunstâncias, mas não
é o trabalhador ideal, suscetível de provocar o interesse dos grandes
benfeitores da Vida Superior. Estes não se animariam a comprometer grandes
instruções por intermédio de servidores, bem intencionados embora, que não
vacilam em vender as essências divinas em troca de recursos amoedados da luta
comum. O caminho da oração e do sacrifício é, portanto, indispensável ainda a
quantos se propõem a dignificar a vida. A prece sentida aumenta o potencial
radiante da mente , dilatando-lhe as energias e enobrecendo-as, enquanto a renúncia
e a bondade educam a todos os que se lhes cercam da fonte, enraizada no Sumo
Bem. Não basta, dessa maneira, exteriorizar a força mental de que todos somos
dotados e mobilizá-la. É indispensável, acima de tudo, imprimir-lhe direção
divina. É por esta razão que pugnamos pelo Espiritismo com Jesus, única fórmula
de não nos perdermos em ruinosa aventura.
(“...)”
Questões
para o início de nosso estudo:
01) O que é receptividade mental? Qual a
importância da mente? Por quê?
02) Qual a importância da força do
pensamento?
03) O que é meditar? Qual sua finalidade?
Por que fazê-lo?
04) A que tipo de mediunidade (do
professor) o capítulo se refere? Justificar.
05) Qual a influência do médium sobre o
intercâmbio entre os dois mundos? Há alguma recomendação especial para que o
intercâmbio se dê? Qual? Por que? Justificar.
06) Qual deveria ser o papel da mediunidade?
07) Comentar, à luz da Doutrina
Espírita, as seguintes assertivas:
a) Fazer psiquismo – falou-me o instrutor,
em voz quase imperceptível – é atividade comum, tão comum quanto qualquer
outra. O essencial é desenvolver trabalho santificante
b) Vejamos a que calamidades fisiológicas
podem os distúrbios da mente conduzir um homem
c) A memória é um disco vivo e milagroso.
Fotografa as imagens de nossas ações e recolhe o som de quanto falamos e
ouvimos... Por intermédio dela, somos condenados ou absolvidos, dentro de nós
mesmos.
d) A jovem que proferia disparates, não
falava por si. Fios tênues de energia magnética ligavam-lhe o cérebro à cabeça
do irmão infeliz que se lhe mantinha à esquerda. Achava-se absolutamente
controlada pelos pensamentos dele, à maneira de magnetizado e magnetizador. A
doente ria sem propósito e conversava a esmo, reportando-se a projetos de
vingança, com todas as características de idiotia e inconsciência.
e) O professor pôs-se imediatamente a
combinar o preço do trabalho de que se encarregaria, exigindo adiantadamento de
Gabriel significativo pagamento. O intercâmbio ali, entre as duas esferas, se
resumia a negócio tão comum quanto outro qualquer
f) colocou-se o vidente em profunda
concentração e notei o fluxo de energias a emanarem dele, através de todos os
poros, mas muito particularmente da boca, das narinas, dos ouvidos e do
peito. Aquela força, semelhante a vapor fino e sutil, como que povoava o
ambiente acanhado e reparei que as individualidades de ordem primária ou
retardatárias, que coadjuvavam o médium em suas incursões em nosso
plano, sorviam-na a longos haustos, sustentando-se dela, quanto se
nutre o homem comum de proteína, carboidratos e vitaminas.
Esta força não é patrimônio de
privilegiados. É propriedade vulgar de todas as criaturas, mas
entendem-na e utilizam-na somente aqueles que a exercitam através de
acuradas meditações. É o "spiritus subtilíssimus" de Newton, o
"fluido magnético" de Mesmer e a "emanação ódica" de
Reichenbach. No fundo é a energia plástica da mente que a acumula em si
mesma, tomando-a ao fluido universal em que todas as correntes da vida se
banham e se refazem , nos mais diversos reinos da natureza, dentro do
Universo. Cada ser vivo é um transformador dessa força, segundo o
potencial receptivo e irradiante que lhe diz respeito.
g) Temos aqui um médium de possibilidades
ricas e extensas que, pelo simples comércio vulgar a que reduziu a movimentação
de suas faculdades, não acorda impressões construtivas naqueles que o buscam.
Bibliografia Sugerida:
- Leitura completa do capítulo XI do Livro
Libertação
- LE (O Livro dos Espíritos): Parte
primeira(Caps. II e IV); parte Segunda( Caps. I, VI e I
Conclusão:
André Luiz nos traz nesse capítulo um
exemplo de mau uso da mediunidade, em que o médium utilizava sua faculdade
mediúnica como objeto de comercialização. O resultado foi aquele que nos é
ensinado pela doutrina espírita, ou seja, o medianeiro apenas se acercava de
espíritos pouco evoluídos, que não estavam interessados em prestar auxílio ao
próximo. Também essas entidades ali estavam para atender a
suas necessidades materiais, presas que se encontravam, ainda, aos vícios
terrenos. Os que para lá se dirigiam em busca de melhora para suas dores saíam
sem obterem qualquer êxito, como foi o caso da enferma que era assistida pelos
benfeitores espirituais.
QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO
01) O que é receptividade mental?
Qual a importância da mente? Por que?
A receptividade mental é a capacidade que o
espírito tem, por meio da mente, de receber o pensamento de outro, em forma de
sugestão ou intuição. André Luiz utiliza-se dessa expressão para demonstrar que o
esposo da enferma não mantinha uma sintonia mental que lhe favorecesse e ao
instrutor Gúbio intuí-lo ou sugestioná-lo acerca dos procedimentos
mais adequados ao tratamento de Margarida. A mente funciona
como uma espécie de antena receptora e transmissora de pensamentos.
Quando transmite pensamentos elevados, o espírito recebe
pensamentos igualmente elevados. Propicia, aí, a intuição e a influência dos
bons espíritos, que igualmente mantêm a elevação de pensamento e
sempre se dispõem ao auxílio. Quando transmite
pensamentos pouco elevados, como temos visto ser o caso de Gabriel, o espírito
permite à mente apenas o acesso a espíritos com o mesmo padrão de pensamento,
que vibram em faixa de baixa evolução.
02) Qual a importância da força do
pensamento?
A força do pensamento é que vai atrair a
intuição sugerida pelos espíritos que nos influenciam. Daí a importância de
mantermos pensamentos elevados, em coisas dignificantes e sempre de
conformidade com as Leis Naturais, para que mantenhamos a nossa mente sempre
numa sintonia vibratória saudável e a força do nosso pensamento atraia a intuição
sugerida pelos bons espíritos.
03) O que é meditar? Qual sua
finalidade? Por que fazê-lo?
A meditação é importante para nos permitir
fazer uma reflexão a respeito das questões com que se nos deparamos na nossa
passagem terrena. É o meio de propiciar que os benfeitores espirituais atuem
sobre nós, intuindo-nos e inspirando-nos a tomarmos o caminho reto, que mais
convém às nossas necessidades de aprimoramento
espiritual, objetivo da reencarnação. Gabriel, o marido da enferma, como afirma
o Autor, não era dado à pratica da meditação e agia de acordo com os
impulsos e instintos que lhe advinham diante das situações que
exigiam uma decisão.
04) A que tipo de mediunidade (do
professor) o capítulo se refere? Justificar.
O chamado professor era dotado de farta
capacidade mediúnica, da qual deveria se utilizar em serviço de ajuda ao
próximo, no exercício da legítima caridade. Pelo relato de André Luiz, era
portador de mediunidade na forma de vidência. Além da vidência, também se
desdobrava, deixando o corpo físico e indo dialogar, por meio de seu
corpo perispiritual, com entidades do outro plano.
05) Qual a influência do médium sobre
o intercâmbio entre os dois mundos? Há
alguma recomendação especial para que o intercâmbio se dê? Qual?
Por que? Justificar.
Médium bom é aquele que expressa o
pensamento dos bons espíritos. Para isso, é necessário que o médium
tenha um padrão moral elevado, uma vida pública e particular reta, seguindo os
preceitos da Lei de Deus. Só assim se acercará de bons espíritos,
moralizados, que lhe permitirão colocar sua mediunidade à serviço do trabalho
de caridade ao próximo. A influência principal que
o médium exerce no intercâmbio mediúnico é, de
acordo com o seu comportamento moral, definir a qualidade das comunicações que
por seu intermédio chegarão do plano espiritual. Como disse Jesus, pela
árvore é que se conhecem os frutos.
06)
Qual deveria ser o papel da mediunidade?
A mediunidade tem como principal papel
contribuir para a transformação moral do homem. Deve ser praticada
à luz dos ensinamentos e Jesus e de Allan Kardec. O médium é um
tarefeiro, que recebeu a mediunidade como um compromisso de
trabalho e oportunidade de resgate, salvo, é claro, os
raríssimos casos de missionários, como Chico Xavier. Para bem cumprir
essa tarefa, deve se conscientizar da necessidade de servir
incondicionalmente. É um dos principais instrumentos de que se utilizam os
Espíritos Superiores para nos trazerem os ensinamentos que impulsionam o
progresso da humanidade. Foi o instrumento utilizado por eles para nos legarem
a Doutrina Espírita.
07) Comentar, à luz da Doutrina
Espírita, as seguintes assertivas:
a) "Fazer psiquismo – falou-me o
instrutor, em voz quase imperceptível – é atividade
comum, tão comum quanto qualquer outra. O essencial é
desenvolver trabalho santificante."
A atuação no campo do psiquismo é tarefa
comum, a que muitos se dedicam. O que importa, segundo o Instrutor Gúbio, é o
trabalho visando o bem do próximo. É o trabalhador colocar os seus talentos a
serviço dos que precisam.
b) "Vejamos a que calamidades
fisiológicas podem os distúrbios da mente conduzir um homem."
O corpo mental é a sede do pensamento do
espírito que, como sabemos, atua sobre o corpo físico através do seu veículo de
comunicação, que é o perispírito. Sendo assim, todo e qualquer
distúrbio da mente é transmitido pelo espírito para o
corpo fisiológico, que o somatiza em forma de enfermidade. Sendo o organismo diretor
do corpo físico, o espírito lhe imprime tanto a saúde como as doenças, conforme
a natureza boa ou má dos atos e pensamentos que a mente produz.
c) "A memória é um disco vivo e
milagroso. Fotografa as imagens de nossas ações e recolhe o som de quanto falamos
e ouvimos... Por intermédio dela, somos condenados ou absolvidos, dentro de nós
mesmos."
É o registro, em nossa consciência, daquilo
que falamos e ouvimos. Ao avaliar esses registros,
somos por ela julgados, absolvendo-o ou condenando-nos. A sentença,
portanto, é proferida por nós mesmos, que, na realidade, somos os juízes do que
falamos e ouvimos.
d) "A jovem que proferia disparates,
não falava por si. Fios tênues de energia magnética ligavam-lhe o cérebro à cabeça
do irmão infeliz que se lhe mantinha à esquerda. Achava-se absolutamente
controlada pelos pensamentos dele, à maneira de magnetizado e magnetizador. A
doente ria sem propósito e conversava a esmo, reportando-se a projetos de
vingança, com todas as características de idiotia e inconsciência."
André Luiz aqui descreve uma processo de
obsessão plenamente instalado, muito semelhante, inclusive, ao caso de
Margarida, a quem assistia. A jovem citada, tal e qual a assistida, mantinha
uma ligação mental com os seus obsessores que lhes permitia o domínio completo
de sua mente, que utilizavam como se fosse a deles.
Praticamente, encontrava-se desapossada de
seu livre-arbítrio e suas reações não mais lhe pertenciam,
pois expressavam a vontade das entidades que funcionavam como seus
algozes.
e) "O professor pôs-se imediatamente
a combinar o preço do trabalho de
que se encarregaria, exigindo adiantadamente de Gabriel
significativo pagamento. O intercâmbio ali, entre as duas esferas, se
resumia a negócio tão comum quanto outro qualquer."
"Dai de graça o que de graça
recebestes". Esse foi o ensinamento de Jesus, ao orientar seus apóstolos
para saírem a curar os enfermos. O professor em questão recebera os dons
mediúnicos como uma oportunidade de crescimento que deveria ser aproveitada.
Entretanto, derivando para a comercialização do trabalho mediúnico, deixou
escapar sem proveito o talento que Deus lhe concedera para impulsionar sua
evolução espiritual. Em se tratando de mediunidade, o profissionalismo
religioso é sempre utilizado pelas trevas para operar a queda do
médium. Mediunidade não é profissão. A ela o médium deve se dedicar por
idealismo, sem qualquer outro interesse que não o de
servir.
f) "colocou-se
o vidente em profunda concentração e notei o fluxo de energias a emanarem dele,
através de todos os poros, mas muito particularmente da boca, das
narinas, dos ouvidos e do peito. Aquela força,
semelhante a vapor fino e sutil, como que povoava o ambiente acanhado e reparei
que as individualidades de ordem primária ou retardatárias, que
coadjuvavam o médium em suas incursões em nosso plano, sorviam-na a longos
haustos, sustentando-se dela, quanto se nutre o homem comum de proteína,
carboidratos e vitaminas.
Esta força não é patrimônio de privilegiados.
É propriedade vulgar de todas as criaturas, mas
entendem-na e utilizam-na somente aqueles que a exercitam através de
acuradas meditações. É o "spiritus subtilíssimus" de Newton, o
"fluido magnético" de Mesmer e a "emanação ótica" de
Reichenbach. No fundo é a energia plástica da mente que
a acumula em si mesma, tomando-a ao fluido universal em que todas as
correntes da vida se
banham e se refazem, nos mais diversos reinos da natureza, dentro do
Universo. Cada ser vivo é um transformador dessa força, segundo o
potencial receptivo e irradiante que lhe diz respeito."
André Luiz descreve, nesse trecho, o
processo de desdobramento do médium, que deixou seu corpo físico e entrou em
contato com os espíritos desencarnados que o assistiam no trabalho. Como eram
entidades pouco evoluídas, absorviam as energias que emanavam do médium, das
quais eram carentes. Conforme esclarece o Autor, essas energias são
geradas pela mente, que as absorve do fluido cósmico universal em que
estamos mergulhados. Cada ser é um transformador dessa energia, na medida
de sua capacidade de recebê-la e irradiá-la.
g) "Temos aqui um médium de
possibilidades ricas e extensas que, pelo simples comércio vulgar a que reduziu
a movimentação de suas faculdades, não acorda impressões construtivas naqueles
que o buscam."
Praticando a mediunidade com objetivos
materiais, o médium em questão, ao invés de servir de instrumento aos
benfeitores espirituais, acercava-se de espíritos igualmente ainda apegados a interesses
subalternos. Há espíritos desencarnados disponíveis para toda espécie de
trabalho. Os sérios, mais esclarecidos e que apenas visam
a prática do auxílio ao próximo, somente se acercam de médiuns idôneos,
cuja única intenção seja também a de servir. Sendo
intermediário de espíritos ainda apegados aos vícios terrenos, o referido
professor não poderia jamais transmitir aos que o procuravam uma energia
saudável, que lhes trouxesse alívio às suas dores.
Por esse motivo, as consultas resultavam
sempre infrutíferas.
Um fraternal abraço a todos.
Equipe Nosso Lar
CVDEE