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quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Estudo sobre o passe 5 MECANISMOS DO PASSE

FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA
            CAMPO EXPERIMENTAL DE BRASÍLIA

Estudo sobre o passe: o passe nas reuniões mediúnicas

                      Marta Antunes Moura


                    5.  MECANISMOS DO PASSE
     
Pela sua união íntima com o corpo, o perispírito desempenha preponderante papel no organismo. Pela sua expansão, põe o Espírito encarnado em relação mais direta com os Espíritos livres e também com os Espíritos encarnados. O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como o dos desencarnados, e se transmite de Espírito a Espírito pelas mesmas vias e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientes. Desde que estes se modificam pela projeção dos pensamentos do Espírito, seu invólucro perispirítico, que é parte constituinte do seu ser e que recebe de modo direto e permanente a impressão de seus pensamentos, há de, ainda mais, guardar a de suas qualidades boas ou más. Os fluidos viciados pelos eflúvios dos maus Espíritos podem depurar-se pelo afastamento destes, cujos perispíritos, porém, serão sempre os mesmos, enquanto o Espírito não se modificar por si próprio. Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um líquido. Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma ação tanto mais direta, quanto, por sua expansão e sua irradiação, o perispírito com eles se confunde. Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno, reage sobre o organismo material com que se acha em contato molecular. Se os eflúvios são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar; se são maus, a impressão é penosa. Se são permanentes e enérgicos, os eflúvios maus podem ocasionar desordens físicas; não é outra a causa de certas enfermidades. Os meios onde superabundam os maus Espíritos são, pois, impregnados de maus fluidos que o encarnado absorve pelos poros perispiríticos, como absorve pelos poros do corpo os miasmas pestilências com que se acha em contato molecular. (3)

Estabelecido o clima de confiança, qual acontece entre o doente e o médico preferido, cria-se a ligação sutil entre o necessitado e o socorrista e, por semelhante elo de forças, ainda imponderável no mundo, verte o auxílio da Esfera Superior, na medida dos créditos de um e outro. Ao toque da energia emanante do passe, com a supervisão dos benfeitores  desencarnados, o próprio enfermo, na pauta da confiança e do merecimento de que dá testemunho, emite ondas mentais características, assimilando os recursos vitais que recebe, retendo-os na própria constituição fisiopsicossomática, através das várias funções do sangue. O socorro, quase sempre hesitante a princípio, corporifica-se à medida que o doente lhe confere atenção, porque, centralizando as próprias radiações sobre as províncias celulares de que se serve, lhes regula os movimentos e lhes corrige a atividade, mantendo-lhes as manifestações dentro de normas desejáveis, e, estabelecida a recomposição, volve a harmonia orgânica possível, assegurando à mente o necessário governo do veículo em que se amolda. (31)

São extremamente variados os efeitos da ação fluídica sobre os doentes, de acordo com as circunstâncias. Algumas vezes é lenta e reclama tratamento prolongado, como no magnetismo ordinário; doutras vezes é rápida, como uma corrente elétrica. Há pessoas dotadas de tal poder, que operam curas instantâneas nalguns doentes, por meio apenas da imposição das mãos, ou, até, exclusivamente por ato da vontade. Entre os dois pólos extremos dessa faculdade, há infinitos matizes. Todas as curas desse gênero são variedades do magnetismo e só diferem pela intensidade e pela rapidez da ação. O princípio é sempre o mesmo: o fluido, a desempenhar o papel de agente terapêutico e cujo efeito se acha subordinado à sua qualidade e a circunstâncias especiais. (6) 

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CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
Sala Nosso Lar - Estudo das obras de André Luiz

Livro em estudo: Libertação
Tema: Valiosa Experiência
Referência: Capítulo XI

Trechos do Capítulo

 Atento à sugestão do médico amigo, no dia imediato pela manhã dispôs-se Gabriel a conduzir a esposa ao exame de afamado professor em ciências psíquicas, no intuito de conseguir-lhe cooperação benfazeja.
 Pude reparar, então, que a liberdade dos homens , no terreno da consulta, é quase irrestrita, porquanto, de nosso lado, Gúbio demonstrou profundo desagrado, asseverando-me, discreto, que tudo faria por impedir a providência que somente seria profícua e aconselhável, a seu parecer, através de autoridade diferente no assunto.
 O professor indicado era, segundo a opinião do nosso desvelado orientador, admirável expoente de fenômenos, portador de dons medianímicos notáveis, mas não oferecia proveito substancial aos que se acercassem dele, por guardar a mente muito presa aos interesses vulgares da experiência terrestre.
_ Fazer psiquismo – falou-me o instrutor, em voz quase imperceptível – é atividade comum, tão comum quanto qualquer outra. O essencial é desenvolver trabalho santificante. Visitar medianeiros de reconhecida competência no trato entre os dois mundos, senhores de faculdades magníficas no setor informativo, é o mesmo que entrar em contacto com os donos de soberba fortuna. Se o detentor de tão grandes bens não se acha interessado em gastar os recursos de que dispõe, a favor da felicidade dos semelhantes, o conhecimento e o dinheiro apenas lhe agravarão os compromissos no egoísmo praticado, na distração inoperante ou na perda lamentável de tempo.
Apesar da oportuna observação, notamos que o esposo da obsidiada não oferecia receptividade mental que nos favorecesse a modificação desejável.
Todo nosso esforço sutil para colocá-lo noutro caminho redundou em fracasso. Gabriel não sabia cultivar a meditação.
(...)
Mais três grupos de pessoas ali se congregavam em ansiosa espera.
(...)
Reparei que os presentes se faziam seguidos de grande número de desencarnados. Para definir corretamente, a casa inteira mais se assemelhava a larga colméia de trabalhadores sem corpo físico.
 Entidades de reduzida expressão evolutiva iam e vinham, prestando pouca atenção à nossa presença.
(...)
Acercamo-nos de acolhedora poltrona, em que um cavalheiro de idade madura, dando mostras de evidente moléstia nervosa, permanecia ladeado por dois rapazes (...) Gúbio observava-o meticulosamente, decerto nos preparando valiosos ensinamentos. Transcorridos alguns instantes , falou-nos, em voz sumida:
_ Vejamos a que calamidades fisiológicas podem os distúrbios da mente conduzir um homem. Temos sob nosso olhar um investigador da polícia em graves perturbações. Não soube deter o bastão da responsabilidade. Dele abusou para humilhar e ferir. Durante alguns anos, conseguiu manter o remorso à distância; todavia, cada pensamento de indignação das vítimas passou a circular-lhe na atmosfera psíquica, esperando ensejo de fazer-se sentir. Com a maneira cruel de proceder atraiu, não só a ira de muita gente, mas também a convivência constante de entidades de péssimo comportamento que mais lhe arruinaram o teor de vida mental. Chegado o tempo de meditar sobre os caminhos percorridos, na intimidade dos primeiros sintomas de senectude corporal, o remorso abriu-lhe grande brecha na fortaleza em que se entrincheirava. As forças acumuladas dos pensamentos destrutivos que provocou para si mesmo, através da conduta irrefletida a que se entregou levianamente, libertadas de súbito pela aflição e pelo medo, quebraram-lhe a fantasiosa resist6encia orgânica, quais tempestades que se sucedem furiosas, esbarrondando a represa frágil com que se acredita conter o impulso crescente das águas. Sobrevindo a crise, energias desequilibradas da mente em desvario vergastaram-lhe os delicados órgãos do corpo físico. Os mais vulneráveis sofreram consequências terríveis. Não apenas o sistema nervoso padece tortura incrível: o fígado traumatizado inclina-se para a cirrose fatal.
(...)
_ Este amigo, no fundo, está perseguido por si mesmo, atormentado pelo que fez e pelo que tem sido. Só a extrema modificação mental para o bem poderá conservá-lo no vaso físico; uma fé renovadora , com esforço de reforma persistente e digna da vida moral mais nobre, conferir-lhe-á diretrizes superiores, dotando-o de forças imprescindíveis à auto-restauração. (...) A memória é um disco vivo e milagroso. Fotografa as imagens de nossas ações e recolhe o som de quanto falamos e ouvimos... Por intermédio dela, somos condenados ou absolvidos, dentro de nós mesmos.
(...)
Abeiramo-nos de um divã, em que respeitável senhora se sentava ao lado de jovem clorótica, parecendo-me avó e neta.(...)
(...)
A matrona aflitivamente aguardava o instante da consulta. A jovem que proferia disparates, não falava por si. Fios tênues de energia magnética ligavam-lhe o cérebro à cabeça do irmão infeliz que se lhe mantinha à esquerda. Achava-se absolutamente controlada pelos pensamentos dele, à maneira de magnetizado e magnetizador. A doente ria sem propósito e conversava a esmo, reportando-se a projetos de vingança, com todas as caracterísitcas de idiotia e inconsciência.
(...)
 _ Encontramos aqui doloroso drama do passado. A vida não pode ser considerada na conta estreita de uma existência carnal. Abrange a eternidade. É infinita nos séculos infinitos. Esta menina comprometeu-se gravemente no pretérito. Desposou um homem e desviou-lhe o irmão para vicioso caminho. O primeiro suicidou-se e o segundo asilou-se no fundo vale da loucura. Ei-los, presentemente, ao lado dela para deplorável vidima.(...) Permanece a pobrezinha satura de fluidos que lhe não pertencem.(...)
(...)
_ Não me parece bem encaminhada – elucidou o nosso dirigente, sem presunção. Exige renovação interior e, ao que acredito, não obterá nesta casa senão ligeiro paliativo. Em casos de obsessão como este, em que a paciente ainda pode reagir com segurança, faz-se indispensável o curso pessoal de resistência. Não adianta retirar a sucata que perturba um ímã, quando o próprio ímã continua atraindo a sucata.
(...)
Junto deles se encontrava uma entidade desencarnada, de humilde aspecto. Tomei-a por parte integrante da vasta coleção de Espíritos perturbados que ali funcionava; entretanto, com agradável surpresa para mim, dirigiu-se a Gúbio, exclamando de maneira discreta;
_ Já lhes identifiquei , pelo tom vibratório, a posição de amigos do bem.
Indicando o enfermo , acentuou:
 _ Venho aqui na defesa deste amigo. Segundo estarão informados, dispomos no recinto de vigoroso operador mediúnico, sem iluminação interior de maior vulto. Assalariou ele algumas dezenas de Espíritos desencarnados, de educação incipiente, que lhe absorvem as emanações e trabalham cegamente sob suas ordens, tanto para o bem quanto para o mal.
Sorrindo, acrescentou:
_ Nesta casa, o enfermo não é amparado pelo socorrista  de que se vem valer e , sim, pela assistência espiritual edificante de que possa desfrutar.
(...)
Logo à entrada do gabinete, percebi que a oficina não inspirava segura confiança.
O professor pôs-se imediatamente a combinar o preço do trabalho de que se encarregaria, exigindo adiantadamento de Gabriel significativo pagamento. O intercâmbio ali, entre as duas esferas, se resumia a negócio tão comum quanto outro qualquer.
Sem detença, reconheci que o médium, se podia controlar, de algum modo, os Espíritos que se alimentavam de seu esforço, era também facilmente controlado por eles.
O recinto jazia repleto de entidades em fase primária de evolução.
(...)
Em razão disso, podíamos analisar os fatos, em companhia de Gúbio, recolhendo preciosa lição.
Depois de visivelmente satisfeito no acordo financeiro estabelecido, colocou-se o vidente em profunda concentração e notei o fluxo de energias a emanarem dele, através de todos os poros, mas muito particularmente da boca, das narinas, dos ouvidos e do peito. Aquela força, semelhante a vapor fino e sutil, como que povoava o ambiente acanhado e reparei que as individualidades de ordem primária ou retardatárias, que coadjuvavam o médium em suas incursões em nosso plano, sorviam-na a longos haustos, sustentando-se dela, quanto se nutre o homem comum de proteína, carboidratos e vitaminas.
(...)
_ Esta força não é patrimônio de privilegiados. É propriedade vulgar de todas as criaturas, mas entendem-na e utilizam-na somente aqueles que a exercitam através de acuradas meditações. É o "spiritus subtilíssimus" de Newton, o "fluido magnético" de Mesmer e a "emanação ódica" de Reichenbach. No fundo é a energia plástica da mente que a acumula em si mesma, tomando-a ao fluido universal em que todas as correntes da vida se banham e se refazem , nos mais diversos reinos da natureza, dentro do Universo. Cada ser vivo é um transformador dessa força, segundo o potencial receptivo e irradiante que lhe diz respeito. Nasce o homem e renasce, centenas de vezes, para aprender a usá-la, desenvolvê-la, enriquecê-la sublimá-la, engrandecê-la e divinizá-la. Entretanto, na maioria das vezes, a criatura foge à luta que interpreta por sofrimento e aflição, quando é inestimável recurso de auto-aprimoramento, adiando a própria santificação, caminho único de nossa aproximação do Criador.
(...)
_ É forçoso convir, porém, que este vidente é vigoroso na instrumentalidade. Permanece em perfeito contacto com os espíritos que o assistem e que encontram nele sólido sustentáculo.
_ Sim - confirmou o orientador, sereno - mas não vemos aqui qualquer sinal de sublimação na ordem moral. O professor de relações com a nossa esfera, inabordável, por enquanto, ao homem comum, sintoniza-se com as emissões vibratórias das entidades que o acompanham em posição primitivista, pode ouvir-lhes os pareceres e registrar-lhes as considerações. Entretanto, isto não basta. Desfazer-se alguém do veículo de carne não é iniciar-se na divindade. Há bilhões de Espíritos em evolução que rodeiam os homens encarnados, em todos os círculos de luta, muito inferiores, em alguns casos, a eles mesmos e que, facilmente, se convertem em instrumentos passivos dos seus desejos e paixões. Daí, o imperativo de muita capacidade de sublimação para quantos se consagram ao intercâmbio entre os dois mundos, porque, se a virtude é transmissível, os males são epidêmicos.
Nesse ínterim, reparamos que o médium, desligado do corpo físico, se punha a ouvir, atencioso, justamente a argumentação do assalariado mais inteligente, cuja cooperação Saldanha requisitara.
(...)
Perante o quadro que nos era dado apreciar, ousei dirigir-me discretamente a Gúbio, indagando:
_ Não nos achamos diante de autentica manifestação espiritista?
_ Sim - confirmou em tom grave - à frente de legítimo fenômeno dentro do qual uma individualidade encarnada recebe os pareceres de outra, ausente do envoltório carnal. Entretanto, André, os companheiros de ideal cristão, corporificados na Crosta da Terra, vão compreendendo agora que o fenômeno em si é tão rebelde quanto o rio encachoeirado que rola a esmo, sem comportas , sem disciplina. Jamais endossaremos um Espiritismo dogmático e intolerante. É imprescindível, porém, que o clima da prece, da renúncia edificante,, do espírito de serviço e fé renovadora, através de padrões morais nobilitantes, constitua a nota fundamental de nossas atividades no psiquismo transformador, a fim de que nos encontremos, realmente, num serviço de elevação para o Supremo Pai. Temos aqui um médium de possibilidades ricas e extensas que, pelo simples comércio vulgar a que reduziu a movimentação de suas faculdades, não acorda impressões construtivas naqueles que o buscam. Pode ser um cooperador valiosos em certas circunstâncias, mas não é o trabalhador ideal, suscetível de provocar o interesse dos grandes benfeitores da Vida Superior. Estes não se animariam a comprometer grandes instruções por intermédio de servidores, bem intencionados embora, que não vacilam em vender as essências divinas em troca de recursos amoedados da luta comum. O caminho da oração e do sacrifício é, portanto, indispensável ainda a quantos se propõem a dignificar a vida. A prece sentida aumenta o potencial radiante da mente , dilatando-lhe as energias e enobrecendo-as, enquanto a renúncia e a bondade educam a todos os que se lhes cercam da fonte, enraizada no Sumo Bem. Não basta, dessa maneira, exteriorizar a força mental de que todos somos dotados e mobilizá-la. É indispensável, acima de tudo, imprimir-lhe direção divina. É por esta razão que pugnamos pelo Espiritismo com Jesus, única fórmula de não nos perdermos em ruinosa aventura.
(“...)”

Questões para o início de nosso estudo:

01) O que é receptividade mental? Qual a importância da mente? Por quê?

02) Qual a importância da força do pensamento?

03) O que é meditar? Qual sua finalidade? Por que fazê-lo?

04) A que tipo de mediunidade  (do professor)  o capítulo se refere? Justificar.

05) Qual a influência do médium sobre o intercâmbio entre os dois mundos? Há alguma recomendação especial para que o intercâmbio se dê? Qual? Por que? Justificar.

06) Qual deveria ser o papel da mediunidade?

07)  Comentar, à luz da Doutrina Espírita, as seguintes assertivas:

a) Fazer psiquismo – falou-me o instrutor, em voz quase imperceptível – é atividade comum, tão comum quanto qualquer outra. O essencial é desenvolver trabalho santificante

b) Vejamos a que calamidades fisiológicas podem os distúrbios da mente conduzir um homem

c) A memória é um disco vivo e milagroso. Fotografa as imagens de nossas ações e recolhe o som de quanto falamos e ouvimos... Por intermédio dela, somos condenados ou absolvidos, dentro de nós mesmos.

d) A jovem que proferia disparates, não falava por si. Fios tênues de energia magnética ligavam-lhe o cérebro à cabeça do irmão infeliz que se lhe mantinha à esquerda. Achava-se absolutamente controlada pelos pensamentos dele, à maneira de magnetizado e magnetizador. A doente ria sem propósito e conversava a esmo, reportando-se a projetos de vingança, com todas as características de idiotia e inconsciência.

e) O professor pôs-se imediatamente a combinar o preço do trabalho de que se encarregaria, exigindo adiantadamento de Gabriel significativo pagamento. O intercâmbio ali, entre as duas esferas, se resumia a negócio tão comum quanto outro qualquer

f) colocou-se o vidente em profunda concentração e notei o fluxo de energias a emanarem dele, através de todos os poros, mas muito  particularmente da boca, das narinas, dos ouvidos e do peito. Aquela  força, semelhante a vapor fino e sutil, como que povoava o ambiente  acanhado e reparei que as individualidades de ordem primária ou  retardatárias, que coadjuvavam o médium em suas incursões em nosso  plano, sorviam-na a longos haustos, sustentando-se dela, quanto se  nutre o homem comum de proteína, carboidratos e vitaminas.
Esta força não é patrimônio de privilegiados. É propriedade vulgar  de todas as criaturas, mas entendem-na e utilizam-na somente aqueles  que a exercitam através de acuradas meditações. É o "spiritus  subtilíssimus" de Newton, o "fluido magnético" de Mesmer e  a "emanação ódica" de Reichenbach. No fundo é a energia plástica da  mente que a acumula em si mesma, tomando-a ao fluido universal em que  todas as correntes da vida se banham e se refazem , nos mais diversos  reinos da natureza, dentro do Universo. Cada ser vivo é um  transformador dessa força, segundo o potencial receptivo e irradiante  que lhe diz respeito.

g) Temos aqui um médium de possibilidades ricas e extensas que, pelo simples comércio vulgar a que reduziu a movimentação de suas faculdades, não acorda impressões construtivas naqueles que o buscam.

Bibliografia Sugerida:

- Leitura completa do capítulo XI do Livro Libertação

- LE (O Livro dos Espíritos): Parte primeira(Caps. II e IV); parte Segunda( Caps. I, VI e I

Conclusão:

André Luiz nos traz nesse capítulo um exemplo de mau uso da mediunidade, em que o médium utilizava sua faculdade mediúnica como objeto de comercialização. O resultado foi aquele que nos é ensinado pela doutrina espírita, ou seja, o medianeiro apenas se acercava de espíritos pouco evoluídos, que não estavam interessados em prestar auxílio ao próximo. Também essas entidades ali estavam para  atender  a  suas necessidades materiais, presas que se encontravam, ainda, aos vícios terrenos. Os que para lá se dirigiam em busca de melhora para suas dores saíam sem obterem qualquer êxito, como foi o caso da enferma que era assistida pelos benfeitores espirituais.

QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO

01)  O que é receptividade mental? Qual a importância da mente? Por que?
A receptividade mental é a capacidade que o espírito tem, por meio da mente, de receber o pensamento de outro, em forma de sugestão ou intuição. André Luiz utiliza-se dessa expressão para demonstrar que o esposo da enferma não mantinha uma sintonia mental que lhe favorecesse e ao instrutor Gúbio  intuí-lo  ou sugestioná-lo acerca dos procedimentos mais adequados ao tratamento de Margarida.  A  mente  funciona como uma espécie de antena receptora e transmissora de pensamentos.  Quando  transmite  pensamentos elevados, o espírito recebe pensamentos igualmente elevados. Propicia, aí, a intuição e a influência dos bons espíritos, que igualmente mantêm a elevação de pensamento  e  sempre  se  dispõem  ao  auxílio. Quando transmite pensamentos pouco elevados, como temos visto ser o caso de Gabriel, o espírito permite à mente apenas o acesso a espíritos com o mesmo padrão de pensamento, que vibram em faixa de baixa evolução.

02)  Qual a importância da força do pensamento?
 A força do pensamento é que vai atrair a intuição sugerida pelos espíritos que nos influenciam. Daí a importância de mantermos pensamentos elevados, em coisas dignificantes e sempre de conformidade com as Leis Naturais, para que mantenhamos a nossa mente sempre numa sintonia vibratória saudável e a força do nosso pensamento atraia a intuição sugerida pelos bons espíritos.

03)  O que é meditar? Qual sua finalidade? Por que fazê-lo?
 A meditação é importante para nos permitir fazer uma reflexão a respeito das questões com que se nos deparamos na nossa passagem terrena. É o meio de propiciar que os benfeitores espirituais atuem sobre nós, intuindo-nos e inspirando-nos a tomarmos o caminho reto, que mais  convém  às  nossas  necessidades  de aprimoramento espiritual, objetivo da reencarnação. Gabriel, o marido da enferma, como afirma o Autor, não era dado à pratica da meditação e agia de acordo com os impulsos  e  instintos que lhe advinham diante das situações que exigiam uma decisão.

04)  A que tipo de mediunidade (do professor) o capítulo se refere? Justificar.
O chamado professor era dotado de farta capacidade mediúnica, da qual deveria se utilizar em serviço de ajuda ao próximo, no exercício da legítima caridade. Pelo relato de André Luiz, era portador de  mediunidade na forma de vidência. Além da vidência, também se desdobrava, deixando o corpo físico e indo dialogar,  por meio de seu corpo perispiritual, com entidades do outro plano.
     
05)  Qual a influência do médium sobre o intercâmbio  entre  os  dois  mundos?  Há  alguma  recomendação especial para que o intercâmbio se dê? Qual? Por que? Justificar.
Médium bom é aquele que expressa o pensamento dos bons espíritos. Para isso, é  necessário  que  o médium tenha um padrão moral elevado, uma vida pública e particular reta, seguindo os preceitos da  Lei  de Deus. Só assim se acercará de bons espíritos, moralizados, que lhe permitirão colocar sua mediunidade à serviço do trabalho de caridade ao próximo.  A  influência  principal  que  o  médium  exerce  no  intercâmbio mediúnico é, de acordo com o seu comportamento moral, definir a qualidade das comunicações que por seu intermédio chegarão do plano  espiritual. Como disse Jesus, pela árvore é que se conhecem os frutos.

06)  Qual deveria ser o papel da mediunidade?
A mediunidade tem como principal papel contribuir para a transformação moral do  homem.  Deve ser praticada à luz dos ensinamentos e Jesus e de Allan Kardec.  O médium é um tarefeiro,  que  recebeu  a mediunidade como um compromisso de trabalho e oportunidade de resgate, salvo,  é  claro,  os  raríssimos casos de missionários, como Chico Xavier. Para bem cumprir essa tarefa, deve se conscientizar da necessidade  de servir incondicionalmente. É um dos principais instrumentos de que se utilizam os Espíritos Superiores para nos trazerem os ensinamentos que impulsionam o progresso da humanidade. Foi o instrumento utilizado por eles para nos legarem a Doutrina Espírita.

 07)  Comentar, à luz da Doutrina Espírita, as seguintes assertivas:

a)  "Fazer psiquismo – falou-me o instrutor, em voz quase imperceptível  –  é  atividade  comum,  tão  comum quanto qualquer outra. O essencial é desenvolver trabalho santificante."
A atuação no campo do psiquismo é tarefa comum, a que muitos se dedicam. O que importa, segundo o Instrutor Gúbio, é o trabalho visando o bem do próximo. É o trabalhador colocar os seus talentos a serviço dos que precisam.

b) "Vejamos a que calamidades fisiológicas podem os distúrbios da mente conduzir um homem."
O corpo mental é a sede do pensamento do espírito que, como sabemos, atua sobre o corpo físico através do seu veículo de comunicação, que é o perispírito. Sendo assim, todo e  qualquer  distúrbio  da  mente  é transmitido pelo espírito para o corpo fisiológico, que o somatiza em forma de enfermidade. Sendo o organismo diretor do corpo físico, o espírito lhe imprime tanto a saúde como as doenças, conforme a natureza boa ou má dos atos e pensamentos que a mente produz.

c) "A memória é um disco vivo e milagroso. Fotografa as imagens de nossas ações e recolhe o som de quanto  falamos e ouvimos... Por intermédio dela, somos condenados ou absolvidos, dentro de nós mesmos."
É o registro, em nossa consciência, daquilo que falamos e ouvimos.  Ao  avaliar  esses  registros,  somos por ela julgados, absolvendo-o ou condenando-nos. A sentença, portanto, é proferida por nós mesmos, que, na realidade, somos os juízes do que falamos e ouvimos.

d) "A jovem que proferia disparates, não falava por si. Fios tênues de energia magnética ligavam-lhe o cérebro à cabeça do irmão infeliz que se lhe mantinha à esquerda. Achava-se absolutamente controlada pelos pensamentos dele, à maneira de magnetizado e magnetizador. A doente ria sem propósito e conversava a esmo, reportando-se a projetos de vingança, com todas as características de idiotia e inconsciência."
André Luiz aqui descreve uma processo de obsessão plenamente instalado, muito semelhante, inclusive, ao caso de Margarida, a quem assistia. A jovem citada, tal e qual a assistida, mantinha uma ligação mental com os seus obsessores que lhes permitia o domínio completo de sua mente, que utilizavam como se fosse  a  deles.
Praticamente, encontrava-se desapossada de seu livre-arbítrio e suas reações não  mais  lhe  pertenciam,  pois expressavam a vontade das entidades que funcionavam como seus algozes.

e) "O professor pôs-se imediatamente  a  combinar  o  preço  do  trabalho  de  que  se  encarregaria, exigindo adiantadamente de Gabriel significativo pagamento. O intercâmbio ali, entre as duas esferas,  se  resumia  a negócio tão comum quanto outro qualquer."
"Dai de graça o que de graça recebestes". Esse foi o ensinamento de Jesus, ao orientar seus apóstolos para saírem a curar os enfermos. O professor em questão recebera os dons mediúnicos como uma oportunidade de crescimento que deveria ser aproveitada. Entretanto, derivando para a comercialização do trabalho mediúnico, deixou escapar sem proveito o talento que Deus lhe concedera para impulsionar sua evolução espiritual.  Em se tratando de mediunidade, o profissionalismo religioso é sempre utilizado pelas trevas para operar a queda do médium. Mediunidade não é profissão. A ela o médium deve se dedicar por  idealismo,  sem  qualquer  outro interesse que não o de servir.

f) "colocou-se o vidente em profunda concentração e notei o fluxo de energias a emanarem dele,  através  de todos os poros, mas muito particularmente da boca, das narinas,  dos  ouvidos  e  do  peito.  Aquela força, semelhante a vapor fino e sutil, como que povoava o ambiente acanhado e reparei  que as individualidades de ordem primária ou retardatárias, que coadjuvavam o médium em suas incursões em nosso plano, sorviam-na a longos haustos, sustentando-se dela, quanto se nutre o homem comum de proteína, carboidratos e vitaminas.
Esta força não é patrimônio de privilegiados. É propriedade  vulgar  de  todas  as  criaturas, mas entendem-na e utilizam-na somente aqueles  que a exercitam através de acuradas meditações. É o "spiritus subtilíssimus" de Newton, o "fluido magnético" de Mesmer e  a "emanação ótica" de Reichenbach.  No fundo  é  a  energia plástica da mente que a acumula em si mesma, tomando-a ao fluido universal em que  todas as correntes  da  vida  se banham e se refazem, nos mais diversos  reinos da natureza, dentro do Universo. Cada ser vivo é um transformador dessa força, segundo o potencial receptivo e irradiante  que lhe diz respeito."
André Luiz descreve, nesse trecho, o processo de desdobramento do médium, que deixou seu corpo físico e entrou em contato com os espíritos desencarnados que o assistiam no trabalho. Como eram entidades pouco evoluídas, absorviam as energias que emanavam do médium, das quais eram carentes. Conforme esclarece o Autor, essas energias são geradas pela mente, que as absorve do fluido cósmico universal em  que  estamos mergulhados. Cada ser é um transformador dessa energia, na medida de sua capacidade de recebê-la e irradiá-la.

g) "Temos aqui um médium de possibilidades ricas e extensas que, pelo simples comércio vulgar a que reduziu a movimentação de suas faculdades, não acorda impressões construtivas naqueles que o buscam."
Praticando a mediunidade com objetivos materiais, o médium em questão, ao invés de servir de instrumento aos benfeitores espirituais, acercava-se de espíritos igualmente ainda apegados a interesses subalternos.  Há espíritos desencarnados disponíveis para toda espécie de trabalho. Os sérios, mais esclarecidos  e  que  apenas visam  a prática do auxílio ao próximo, somente se acercam de médiuns idôneos,  cuja  única  intenção  seja também a de servir. Sendo intermediário de espíritos ainda apegados aos vícios terrenos, o referido professor não poderia jamais transmitir aos que o procuravam uma energia saudável, que lhes trouxesse alívio às suas dores.
Por esse motivo, as consultas resultavam sempre infrutíferas.


Um fraternal abraço a todos.

Equipe Nosso Lar

CVDEE

Céu inferno_049_2ª parte cap. IV - Espíritos Sofredores - Auguste Michel

Céu inferno_049_2ª parte cap. IV - Espíritos Sofredores - Auguste Michel

TEXTO PARA ESTUDO

(Havre, março de 1863)

Era um moço rico, boêmio, gozando larga e exclusivamente a vida material.

Conquanto inteligente, o indiferentismo pelas coisas sérias era-lhe o traço característico.

Sem maldade, antes bom que mau, fazia-se estimar por seus companheiros de pândegas, sendo apontado na sociedade por suas qualidades de homem mundano.

Não fez o bem, mas também não fez o mal. Faleceu em conseqüência de uma queda da carruagem em que passeava. Evocado alguns dias depois da morte por um médium que indiretamente o conhecia, deu sucessivamente as seguintes comunicações:

8 de março de 1863. - "Por enquanto apenas consegui desprender-me e dificilmente vos posso falar. A queda que me ocasionou a morte do corpo perturbou profundamente o meu Espírito.

"Inquieta-me esta incerteza cruel do meu futuro. O doloroso sofrimento corporal experimentado nada é comparativamente a esta perturbação. Orai para que Deus me perdoe.

"Oh! que dor! oh! graças, meu Deus! que dor! Adeus."

18 de março. - "Já vim a vós, mas apenas pude falar dificilmente.

Presentemente, ainda mal me posso comunicar convosco. Sois o único médium, ao qual posso pedir preces para que a bondade de Deus me subtraia a esta perturbação.

Por que sofrer ainda, quando o corpo não mais sofre? Por que existir sempre esta dor horrenda, esta angústia terrível? Orai, oh! orai para que Deus me conceda repouso...

Oh! que cruel incerteza! Ainda estou ligado ao corpo. Apenas com dificuldade posso ver onde devo encontrar-me; meu corpo lá está, e por que também lá permaneço sempre? Vinde orar sobre ele para que eu me desembarace dessa prisão cruel... Deus me perdoará, espero. Vejo os Espíritos que estão junto de vós e por eles posso falar-vos.

Orai por mim.

6 de abril. - "Sou eu quem vem pedir que oreis por mim.

"Será preciso irdes ao lugar em que jaz meu corpo, a fim de implorar do Onipotente que me acalme os sofrimentos?

"Sofro! oh! se sofro! Ide a esse lugar - assim é preciso - e dirigi ao Senhor uma prece para que me perdoe.

"Vejo que poderei ficar mais tranqüilo, mas volto incessantemente ao lugar em que depositaram o que me pertencia."

Nota - O médium, não dando importância ao pedido que lhe faziam de orar sobre o túmulo, deixara de atender. Todavia, indo aí, mais tarde, lá mesmo recebeu uma comunicação.

11 de maio. - "Aqui vos esperava. Aguardava que viésseis ao lugar em que meu Espírito parece preso ao seu invólucro, a fim de implorar ao Deus de misericórdia e bondade acalmar os meus sofrimentos. Podeis beneficiar-me com as vossas preces, não o esqueçais, eu vo-lo suplico. Vejo quanto a minha vida foi contrária ao que deveria ser; vejo as faltas cometidas.

"Fui no mundo um ser inútil; não fiz uso algum proveitoso das minhas faculdades; a fortuna serviu apenas à satisfação das minhas paixões, aos meus caprichos de luxo e a minha vaidade; não pensei senão nos gozos do corpo, desprezando os da alma e a própria alma. Descerá a misericórdia de Deus até mim, pobre Espírito que sofre as conseqüências das suas faltas terrenas? Orai para que Ele me perdoe, libertando-me das dores que ainda me pungem. Agradeço-vos o terdes vindo aqui orar por mim."

8 de junho. - "Posso falar e agradeço a Deus que mo faculta.

"Compreendi as minhas faltas e espero que Deus me perdoe.

"Trilhai sempre na vida de conformidade com a crença que vos alenta, porque ela vos reserva de futuro um repouso que eu ainda não tenho. Obrigado pelas vossas preces. Até outra vista."

Nota - A insistência do Espírito, para que se orasse sobre o seu túmulo, é uma particularidade notável, mas que tinha sua razão de ser se levarmos em conta a tenacidade dos laços que ao corpo o prendiam, à dificuldade do desprendimento, em conseqüência da materialidade da sua existência. Compreende-se que, mais próxima, a prece pudesse exercer uma espécie de ação magnética mais poderosa no sentido de auxiliar o desprendimento. O costume quase geral de orar junto aos cadáveres não provirá da intuição inconsciente de um tal efeito? Nesse caso, a eficácia da prece alcançaria um resultado simultaneamente moral e material.

Questões para estudo

1. Por que este espírito sofria tanto? Por que precisava _ e pedia _ tanto de uma prece?

2. Qual o efeito que pode ter a prece para um espírito sofredor?

3. Que se pode entender por _Não fez o mal, mas também não fez o bem?

CONCLUSÃO

1. Por que este espírito sofria tanto? Por que precisava – e pedia – tanto de uma prece?

Porque, ao desencarnar ele se deu conta do engano em que viveu na sua encarnação e estava sentindo muita dificuldade em se desprender e seguir seu caminho. Era um espírito muito materialista.

2. Qual o efeito que pode ter a prece para um espírito sofredor?
Funciona como um bálsamo, um remédio que vai apaziguar seus anseios e ajudá-lo a encontrar seu caminho.

3. Que se pode entender por “Não fez o mal, mas também não fez o bem?


Não fazer o mal apenas não basta. Ou seja, é necessário que se pratique o bem além de não fazer o mal. Ficar neutro é como colocar fora a oportunidade de mais uma encarnação.

Emergência

EMERGÊNCIA
 
       Perfeitamente discerníveis as situações em que resvalamos, imprevidentemente, para o domínio da perturbação e da sombra.
       Enumeremos algumas delas com as quais renteamos claramente, com o perigo da obsessão:
       cabeça desocupada;
       mãos improdutivas;
       palavra irreverente;
       conversa inútil;
       queixa constante;
       opinião desrespeitosa;
       tempo indisciplinado;
       atitude insincera;
       observação pessimista;
       gesto impaciente;
       conduta agressiva;
       comportamento descaridoso;
       apego demasiado;
       decisão facciosa;
       comodismo exagerado.
       Sempre que nós, os lidadores encarnados e desencarnados com serviço na renovação espiritual, nos reconhecermos em semelhantes fronteiras do processo obsessivo, proclamemos o estado de emergência no mundo íntimo e defendamo-nos contra o desequilíbrio, recorrendo à profilaxia da prece.

Emmanuel  (Chico Xavier)
(De Estude e Viva, de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, pelos Espíritos de Emmanuel e André Luiz)

terça-feira, 29 de setembro de 2015

COEM II - Sociedade Espírita Obreiros do Bem 16 CONCENTRAÇÃO, ABSTRAÇÃO, ELEVAÇÃO E MANUTENÇÃO VIBRATÓRIA

COEM II - Sociedade Espírita Obreiros do Bem 16 CONCENTRAÇÃO, ABSTRAÇÃO, ELEVAÇÃO E MANUTENÇÃO VIBRATÓRIA 

COEM II - Sociedade Espírita Obreiros do Bem
COEM II- SEOB
UNIDADE TEÓRICA 16

CONCENTRAÇÃO, ABSTRAÇÃO, ELEVAÇÃO E MANUTENÇÃO VIBRATÓRIA

Para que haja concentração e esta se faça sem desgastes alguns passos são importantes. O primeiro é o relaxamento físico para a liberação da musculatura e permitir um contato maior com níveis ampliados de consciência.

Seguindo o relaxamento físico é imprescindível que haja um relaxamento mental. Entendemos por relaxamento mental o asserenar dos pensamentos, acalmar o fluxo, ir lentamente permitindo que a mente se libere dos pensamentos costumeiros para tornar vazia ou seja, abstrair.

Os dicionários trazem como sinônimos para abstrair palavras como: distrair-se, alhear-se, separar, apartar.

Em nosso estudo vemos que todos esses significados de alguma forma se relacionam com o ato de abstrair. Realmente o que acontece no processo da abstração é um distrair a mente consciente que nos prende ao cotidiano, ao barulho do momento, ao dia a dia. Esta abstração vai levando a pessoa a alhear-se do aqui e agora, para que com a consciência ampliada possa alargar os horizontes de percepção numa separação gradual entre a mente consciente e inconsciente.

Como fazer isso se estamos sempre pensando? Se pensamentos intrusos povoam nossa mente, principalmente quando não os queremos?

E preciso técnica e treino. Algumas técnicas ajudam nessa educação mental e com a continuidade o processo de abstrair-se se torna fácil.

Um cuidado importante nesse momento: Nossa mente não deverá estar atenta ao que não deve fazer ( vamos esquecer os problemas do dia, não vamos agora lembra das dificuldades) porque para saber o que não é para fazer ela precisa pensar primeiro no que são essas coisas e portanto já estará ligada a elas. Nossa mente deverá estar atenta ao objetivo que é deixar a mente livre, aberta, limpa como uma tela em branco.

Existem várias técnicas. Podemos citar duas como exemplo. Uma delas é deixar a mente como se ela fosse um espelho. Todos os pensamentos que ocorrem chegarão a este espelho e voltarão de onde vieram. Outra técnica é deixar a mente como se ela fosse um rio. Todos os pensamentos que surgirem deverão ser levados pela correnteza deste rio até que não haja mais nenhum.

Há ainda a possibilidade de se abrir a mente para sentir uma qualidade como: serenidade, bondade, calma etc, e em seguida ser a serenidade, a bondade, a calma, elevando desta forma o padrão mental, o que vai permitir a criação de uma atmosfera fluídica importante para o desenvolvimento do trabalho mediúnico.

Lentamente a mente vai ficando mais serena, sem pensamentos intrusos e já se pode passar a uma outra fase do processo de concentração.

Concentrar: Fazer convergir para um centro; reunir em um mesmo ponto; tornar-se mais denso, mais forte.

Concentração:- convergência. Como a própria palavra diz nesta fase do processo toda ação mental vai estar concentrada em um objetivo. É importante que a mente esteja livre para então direcionar o pensamento para o objetivo que se deseja (sem esforço). Em relaxamento, o pensamento deve permanecer como se repousasse neste ponto, neste lugar, neste objetivo que se estabeleceu.

A primeira vista pode parecer tarefa fácil mas na verdade a mente, sem mesmo nos darmos conta está sempre ativa, isto porque o espírito jamais está inativo

Se pararmos um pouco e fizermos uma observação perceberemos a velocidade, o ritmo e o encadeamento de nossos pensamentos . dificilmente paramos para perceber esse padrão, vamos pensando em pronto. Estes padrões de mudança contínua são difíceis de serem modificados. Como é difícil concentrar o pensamento em um coisa só. Parece que o pensamento foge para outras tantas situações e quanto mais se esforça menos se consegue.
É importante no processo não criar tensões e obrigações. O pensamento deverá fluir numa direção e lá permanecer tranqüilamente, é importante também estar ciente que com o contínuo exercício tudo vai acontecendo de forma mais fácil e natural. O ponto de convergência dos pensamentos em um trabalho mediúnico é a elevação do padrão vibratório e a manutenção deste padrão durante o tempo de trabalho.

A manutenção vibratória é fundamental para que o ambiente se mantenha pleno de elementos fluídicos, favorecendo desta forma o desenvolvimento de trabalhos e o intercâmbio com o plano espiritual. A posição mental neste momento será para manter a concentração nos objetivos propostos para o trabalho, doação fluídica necessária aos atendimentos que se realizam, vibrações amorosas para os companheiros do grupo bem como para as entidades espirituais que porventura estejam no recinto.

A mente poderá se manter como um foco de irradiação de pensamentos elevados que se modulam conforme a necessidade do momento.

Quando o processo da concentração e da manutenção vibratória vai se tornando natural pela prática contínua, ele não cansa, ao contrário proporciona a quem o exercita um bem estar profundo.

Como diz Emmanuel no livro Caminho, Verdade e Vida: Nossa mente tem sede de paz, como a terra tem necessidade de água fria. Ele ainda recomenda: Vem a um lugar à parte no país de ti mesmo, a fim de repousardes um pouco. E entre outras orientações sugere que se faça uma ligação com o cristo para que com ele possa escalar, sem cansaço a montanha da luz.

ROTEIRO: CONCENTRAÇÃO, ABSTRAÇÃO, ELEVAÇÃO E MANUTENÇÃO VIBRATÓRIA

Etapas no processo de concentração

Relaxamento Abstração  Elevação

Concentração

Manutenção Vibratória


LE Cap. VIII; CW, pág. 351

Em serenidade

Em Serenidade

A serenidade é pedra angular das edificações morais e espirituais da criatura humana, sem a qual muito difíceis se tornam as realizações. Resulta de uma conduta correta e uma consciência equânime, que proporcionam a visão real dos acontecimentos, bem como facultam a identificação dos objetivos da vida, que merecem os valiosos investimentos da existência corporal.
Na atormentada busca do prazer, desperdiça-se o tesouro da cultura, que se converte em serva das paixões inferiores, perturbadoras, de conseqüências negativas. Quanto mais se frui do gozo, mais necessidade surge de experimentá-lo, renovando sensações que se disfarçam de emoções.
A serenidade é o estado de anuência entre o dever e o direito, que se harmonizam a benefício do indivíduo.
Quando se adquire a consciência asserenada, enfrenta-se toda e qualquer situação com equilíbrio, nunca se permitindo desestruturar. As ocorrências, as pessoas e os fenômenos existenciais são considerados nos seus verdadeiros níveis de importância, não se tornando motivo de aflição, por piores se apresentem.
A pessoa serena é feliz, porque superou os apegos e os desapegos, a ilusão e os desejos, mantendo-se em harmonia em qualquer situação. Equilibrada, não se faz vítima de extremos, elegendo o caminho do meio com decisão firme, inquebrantável.
A serenidade não é quietação exterior, indiferença, mas plenitude da ação, destituída de ansiedade ou de receio, de pressa ou de insegurança.
Jesus, no fragor de todas as batalhas, na eloqüente epopéia das bem-aventuranças ou sendo crucificado, manteve a serenidade, embora de maneiras diferentes, impertérrito e seguro de si mesmo, com irrestrita confiança em Deus.
Buda, meditando em Varanasi, onde apresentou as suas Quatro Nobres Verdades ou açodado por terríveis perseguições que lhe moveram os brâmanes, seus inimigos apaixonados, permaneceu em serenidade, totalmente entregue à paz.
Jan Huss, pregando a desnecessidade de intermediários entre Deus e os homens, ou ardendo nas chamas implacáveis da fogueira a que foi condenado, manteve-se fiel, sereno, sabendo que ninguém o poderia aniquilar.
Os mártires conheceram a serenidade que o ideal lhes deu, em todas as áreas nas quais pugnaram, e, por isso mesmo, não foram atingidos pela impiedade, nem pela perseguição dos maus.
A serenidade provém, igualmente, da certeza, da confiança no que se sabe e se faz e se é.
Âncora de segurança, finca-se no solo e sustenta a barca da existência, dando-lhe tempo para preparar-se e seguir adiante.
Age sempre conforme a consciência lúcida, a fim de não caíres em conflito, perdendo a serenidade.
Estuda-te e ama-te, elegendo o melhor, o duradouro para os teus dias, e nunca recuarás. No entanto, se errares, se te comprometeres, se te arrependeres, antes que te perturbe a culpa, recompõe- te, refaze o equívoco, recupera-te e reconquista a serenidade. Sem ela experimentarás sofrimentos que poderias evitar e te impedem o avanço.
Serenidade é vida.

FRANCO, Divaldo Pereira. Momentos de Saúde. Pelo Espírito Joanna de Ângelis.

C B - Aula 15 - Ação E Reação(1) 2

C B - Aula 15 - Ação E Reação(1) 2

15 - LEI DE AÇÃO E REAÇÃO

OBJETIVO DA AULA

Fazer com que os alunos tenham noção desta Lei, mostrando fatos das nossas vidas e exemplos claros de situações do mundo.

Demonstrar como se processa esta lei e propiciar então uma aula participativa e dinâmica.

Normalmente as duvidas são muitas, o que torna necessária esta abertura.

REFLEXÃO

Com a medida com que medirdes, sereis medidos

BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL

O Evangelho Segundo o Espiritismo  (Allan Kardec) Capitulo
O Livro dos Espíritos  (Allan Kardec) Parte III - Questões
Entendendo o Espiritismo - Diversos 15

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

Ação E Reação (André Luiz / F C Xavier)  .
Respondendo e Esclarecendo - (Edgard Armond)  35 - 52
Iniciação Espírita - (Diversos) 5ª Edição Editora Aliança .
Espiritismo e a Próxima Renovação  (Edgard Armond) IV  5 e 7
Enquanto é Tempo - (Edgard Armond)  44  45 – 47

EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAPITULO V - ITENS 6 À 10

Causas Anteriores Das Aflições
6. Mas, se há males dos quais o homem é a causa primeira nesta vida, há outros, pelo menos na aparência, que lhe são completamente estranhos, e que parecem atingi-lo como por fatalidade. Tal é, por exemplo, a perda de seres queridos e a de arrimos de família; tais são, ainda, os acidentes que nenhuma providência poderia impedir; os reveses de fortuna que frustram todas as medidas de prudência; os flagelos naturais e as enfermidades de nascimento, sobretudo aquelas que tiram aos infelizes os meios de ganhar sua vida pelo trabalho, como as deformidades, a idiotia, o cretinismo, etc.
Aqueles que nascem em semelhantes condições, seguramente, nada fizeram nesta vida para merecer uma sorte tão triste, sem compensação, que não podiam evitar, impotentes para mudarem por si mesmos, e que os coloca à mercê da comiseração pública. Por que, pois, seres tão infelizes, ao passo que ao seu lado, sob o mesmo teto, na mesma família, outros são favorecidos sob todos os aspectos?
Que dizer, enfim, dessas crianças que morrem em tenra idade e não conheceram da vida senão o sofrimento? Problemas que nenhuma filosofia pôde ainda resolver, anomalias que nenhuma religião pôde justificar, e que seriam a negação da bondade, da justiça e da providência de Deus, na hipótese de ser a alma criada ao mesmo tempo que o corpo, e sua sorte estar irrevogavelmente fixada após uma estada de alguns instantes na Terra. Que fizeram, essas almas que acabam de sair das mãos do Criador, para suportar tantas misérias neste mundo, e merecer, no futuro, uma recompensa, ou uma punição qualquer, quando não puderam fazer nem o bem nem o mal?
Entretanto, em virtude do axioma de que todo efeito tem uma causa, essas misérias são efeitos que devem ter uma causa e, desde que se admita um Deus justo, essa causa deve ser justa. Ora, a causa precedendo sempre o efeito, uma vez que não está na vida atual, deve ser anterior a ela, quer dizer, pertencer a uma existência precedente. Por outro lado, Deus não podendo punir pelo bem que se fez, nem pelo mal que não se fez, se somos punidos, é porque fizemos o mal; se não fizemos o mal nesta vida, o fizemos numa outra. É uma alternativa da qual é impossível escapar, e na qual a lógica diz de que lado está a justiça de Deus.
O homem, pois, não é sempre punido, ou completamente punido na sua existência presente, mas não escapa jamais às consequências de suas faltas. A prosperidade do mau não é senão momentânea, e se ele não expia hoje, expiará amanhã, ao passo que aquele que sofre, está expiando seu passado. A infelicidade que, à primeira vista, parece imerecida tem, pois, sua razão de ser, e aquele que sofre pode sempre dizer: "Perdoai-me, Senhor, porque pequei."
7. Os sofrimentos por causas anteriores são, frequentemente, como os das faltas atuais, a consequência natural da falta cometida; quer dizer, por uma justiça distributiva rigorosa, o homem suporta o que fez os outros suportarem; se foi duro e desumano, ele poderá ser, a seu turno, tratado duramente e com desumanidade; se foi orgulhoso, poderá nascer em uma condição humilhante; se foi avarento, egoísta, ou se fez mau uso da sua fortuna, poderá ser privado do necessário; se foi mau filho, poderá sofrer com os próprios filhos, etc.
Assim se explicam, pela pluralidade das existências, e pela destinação da Terra como mundo expiatório, as anomalias que apresenta a repartição da felicidade e da infelicidade entre os bons e os maus neste mundo. Essa anomalia não existe em aparência senão porque considerada sob o ponto de vista presente; mas se se eleva, pelo pensamento, de maneira a abranger uma série de existências, ver-se-á que cada um recebe a parte que merece, sem prejuízo da que lhe é dada no mundo dos Espíritos, e que a justiça de Deus jamais é interrompida.
O homem não deve jamais perder de vista que está sobre um mundo inferior, onde não é mantido senão pelas suas imperfeições. A cada vicissitude, deve dizer-se que se pertencesse a um mundo mais elevado, isso não ocorreria, e que depende dele não mais retornar a este mundo, trabalhando pelo seu aperfeiçoamento.
8. As tribulações da vida podem ser impostas aos Espíritos endurecidos, ou muito ignorantes para fazerem uma escolha com conhecimento de causa, mas são livremente escolhidas e aceitas pelos Espíritos arrependidos, que querem reparar o mal que fizeram e tentar fazer melhor. Tal é aquele que, tendo feito mal sua tarefa, pede para recomeçá-la a fim de não perder o benefício do seu trabalho. Essas tribulações, pois, são, ao mesmo tempo, expiações pelo passado que elas punem e provas para o futuro, que elas preparam. Rendamos graças a Deus que, na sua bondade, concede ao homem a faculdade da reparação e não o condena irrevogavelmente pela primeira falta.
9. Entretanto, não seria preciso crer que todo sofrimento suportado neste mundo seja, necessariamente, o indício de uma falta determinada; são, frequentemente, simples provas escolhidas pelo Espírito para acabar sua depuração e apressar seu adiantamento. Assim, a expiação serve sempre de prova, mas a prova não é sempre uma expiação; mas provas ou expiações, são sempre sinais de uma inferioridade relativa, porque o que é perfeito não tem mais necessidade de ser provado. Um Espírito pode, pois, ter adquirido um certo grau de elevação, mas, querendo avançar ainda, solicita uma missão, uma tarefa a cumprir, da qual será tanto mais recompensado se sai vitorioso, quanto a luta tenha sido mais penosa. Tais são, mais especialmente, essas pessoas de instintos naturalmente bons, de alma elevada, de nobres sentimentos inatos que parecem não ter trazido nada de mau de sua precedente existência, e que suportam, com uma resignação toda cristã, as maiores dores, pedindo a Deus para as suportar sem lamentações. Podem-se, ao contrário, considerar como expiações as aflições que excitam as queixas e compelem o homem à revolta contra Deus.
O sofrimento que não excita lamentações pode, sem dúvida, ser uma expiação, mas é o indício de que ele foi antes escolhido voluntariamente do que imposto, e a prova de uma forte resolução, o que é um sinal de progresso.

10. Os Espíritos não podem aspirar à felicidade perfeita senão quando são puros; toda mancha lhes interdita a entrada nos mundos felizes. Tais são os passageiros de um navio atingido pela peste, aos quais a entrada de uma cidade é interditada até que estejam purificados. É nas suas diversas existências corporais que os Espíritos se despojam, pouco a pouco, de suas imperfeições. As provas da vida adiantam, quando bem suportadas; como expiações, elas apagam as faltas e purificam; é o remédio que limpa a chaga e cura o enfermo; quanto mais grave é o mal, mais o remédio deve ser enérgico. Aquele, pois, que sofre muito, deve dizer-se que tem muito a expiar, e se regozijar de ser logo curado; depende dele, pela sua resignação, tornar esse sofrimento proveitoso, e de não perder-lhe os frutos pelas lamentações, sem o que estaria por recomeçar.