Powered By Blogger

Pesquisar este blog

Páginas

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Definindo Terapia

DEFININDO TERAPIA
 
As consultas com os outros dois pacientes agendados para o dia transcorreram sem maiores problemas, verificando que, de fato, retomando as minhas atividades médicas, eu estava me submetendo a indispensável reciclagem profissional.
Mais tarde, tendo oportunidade de avistar-me com o Dr. Inácio [Ferreira], entabulei com ele rápido diálogo que me haveria de ser muito útil no campo do atendimento psiquiátrico.
Zaqueu  ponderou , até certo ponto, era compreensível que, sobre a Terra, omitíssemos a relevante questão da Reencarnação, porque, afinal, ficávamos à disposição de pacientes de diversos credos religiosos. E, depois, aprendemos com a Doutrina [Espírita] a não promover o chamado proselitismo de arrastamento. Agora, no entanto, não mais se justificam os nossos escrúpulos neste sentido, mesmo porque, em essência, não se trata de converter a quem quer que seja. Graças a Deus, já superamos essa fase sectária que, durante séculos, escravizou-nos. A verdade, porém, é que, sem a chave da Reencarnação, todo o trabalho que levamos a efeito, no auxílio que pretendemos aos nossos pacientes,  não cuidará da causa profunda dos problemas existenciais que os atormentam.  
Concordo.  falei.
Não devemos, pois, continuar omitindo o nosso ponto de vista  não doutrinário, mas científico! Não se trata de pregar o Espiritismo! Mesmo no mundo, a tese da Reecarnação vem sendo considerada plausível por eminentes pesquisadores, que, infelzimente, ainda têm esbarrado na força do fanatismo, mormente na que emana das religiões ortodoxas.
Doutor, mas não somente da parte da Igreja Católica  ajuntei.
Correto  observou.  Os nossos irmãos da chamada Igreja Reformada, em suas várias ramificações, têm, igualmente, oferecido extrema resistência aos avanços da Ciência, como, por exemplo, nos Estados Unidos da América do Norte, onde os criacionistas se opõem, terminantemente, à Teoria da Evolução das Espécies.
Doutor  falei , quando eu ainda lecionava na Faculdade de Medicina, dois alunos da minha turma  um rapaz e uma moça  eram evangélicos  não me recordo, porém, a que igreja eles se encontravam filiados. Quando eu citava as teorias de Freud, era comum que eles me contestassem em plena aula; a discussão apenas não seguia adiante porque, evidentemente, eu procurava contornar o problema. 
Isso é algo ainda muito preocupante, Zaqueu, porque não ignoramos que os evangélicos vêm se multiplicando em número e, infelizmente, salvo exceções, são tão apegados à letra que, no futuro, temo que venham a recorrer a expedientes extremos para impor-se em sua fé.
O Chico [Xavier], por vezes, manifestava certa preocupação com o crescimento do Islamismo, que hoje, praticamente, toma conta de quase um terço da Humanidade... Segundo as estatísticas, superaram os católicos!
Observa-se que, como não poderia deixar de ser, foi providencial que o Espiritismo imigrasse para o Brasil  comentou com lucidez o médico amigo.  Na atualidade, na Europa, não haveria espaço para que a Doutrina se expandisse  pelo menos, não de maneira formal. Sabemos que, nos bastidores do mundo científico, alguns dos Princípios do Espiritismo, como Reencarnação e Vida nas diferentes Dimensões, vêm sendo pesquisados com seriedade  até mesmo a Mediunidade, com o rótulo de Percepções Extrassensoriais, tem sido objeto de estudos acadêmicos. 
Creio que, neste sentido, em nenhuma outra parte do mundo, o Espiritismo Cristão talvez pudesse se aclimatar como vem se aclimatando no Brasil, mormente após a tarefa missionária de Chico Xavier!
Aqui, porém, meu caro, na Vida Espiritual, embora as muitas dificuldades que, possivelmente, tenhamos que enfrentar, não mais devemos omitir as nossas convicções.
Que coisa, hem, Doutor?! Quando eu poderia supor que mesmo aqui, na Vida após a morte, ainda tivéssemos que lutar em defesa da Verdade. Como o senhor disse, não se trata de religião, mas da realidade...  
O nosso testemunho, Zaqueu, não deve continuar se restringindo a convicções de natureza íntima ou às atividades que, durante anos a fio, eram mantidas a portas fechadas nos grupos espíritas. Principalmente atuando como médicos psiquiatras, sabemos quão inócuas têm sido as teorias, por mais avançadas, destinadas a explicar os conflitos psicológicos da criatura  esteja ela no corpo carnal ou não. Sem descermos à causa profunda dos desequilíbrios emocionais, viveremos a trocar de rótulos para nomear as doenças de implicação espiritual  como, no consultório, muitas vezes, permanecíamos na expectativa de que algum Laboratório lançasse um novo medicamento no mercado, capaz de fazer pelo médico e pelo paciente o que o paciente e o médico juntos necessitam fazer na obtenção da cura. 
Então, o senhor me aconselha?...
...a abrir o jogo!  respondeu como é de seu feitio.  Não deixe, claro, de considerar os efeitos, porque, sem dúvida, temos o dever do alívio imediato da dor de quem nos procura, mas, logo que a dor seja minimizada, busque conduzir o raciocínio de seu paciente  estou me referindo ao paciente suficientemente lúcido para tanto!  na análise das causas determinantes da patologia que apresenta.
 
Livro:  Eu Também Voltei
          Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Irmão Zaqueu
          LEEPP  Livraria Espírita Edições Pedro e Paulo

Nenhum comentário:

Postar um comentário