(Espiritismo) - 12ª Parte
Atributos da Divindade
Apresentamos nesta edição o tema no 12 do
Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, que está sendo aqui apresentado, de
acordo com programa elaborado pela Federação Espírita Brasileira, estruturado
em seis módulos e 147 temas.
Se o leitor utilizar este programa para
estudo em grupo, sugerimos que as questões propostas sejam debatidas livremente
antes da leitura do texto que a elas se segue. Se destinado somente a uso por
parte do leitor, pedimos que o interessado tente inicialmente responder às
questões e só depois leia o texto referido. As respostas correspondentes às
questões apresentadas encontram-se no final da lição.
Questões para debate
1. Por que o homem não é capaz de
compreender a natureza íntima de Deus?
2. Qual foi o motivo que levou os homens à
crença na existência de muitos deuses?
3. Quais os principais atributos que
podemos reconhecer em Deus?
4. Por que é que se diz que Deus deve
possuir no grau supremo os seus atributos?
5. Em que consiste a doutrina panteísta e
por que Kardec a refutou?
Texto para leitura
A natureza íntima de Deus
1. O homem ainda não pode compreender a
natureza íntima de Deus, porque para isso um sentido lhe falta. Na infância da
Humanidade, o homem o confunde, freqüentemente, com a criatura, cujas
imperfeições lhe atribui. Mas, à medida que o senso moral se desenvolve, seu
pensamento penetra melhor o fundo das coisas e dele faz uma idéia mais justa,
embora sempre incompleta.
2. Sem o conhecimento dos atributos de
Deus, seria impossível compreender a obra da criação. Este é o ponto de partida
de todas as crenças religiosas e foi justamente por não se terem referido a
isso que a maioria das religiões errou em seus dogmas.
O politeísmo
3. Os que não atribuíram a Deus a
onipotência imaginaram muitos deuses. Os que não lhe atribuíram a soberana
bondade fizeram dele um Deus ciumento, colérico, parcial e vingativo. A
ignorância do princípio de que são infinitas as perfeições de Deus foi que
gerou o politeísmo.
4. Quando dizemos que Deus é eterno,
infinito, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom,
temos uma idéia mais ou menos completa dos seus atributos, do nosso ponto de
vista. Mas devemos saber que existem coisas acima da inteligência do homem mais
inteligente, as quais a nossa linguagem ainda não tem condições de expressar.
5. A razão nos diz que Deus deve ter essas
perfeições no supremo grau, porque se tivesse uma só de menos, ou não fosse de
um grau infinito, ele não seria superior a tudo, e por conseguinte não seria
Deus.
6. Deus é Espírito - o Supremo Espírito!
Absolutamente perfeito, não é comparável a quaisquer outros seres, estando
infinitamente acima de todos. Possuindo sabedoria e poder infinitos, paira,
onipresente, sobre todo o Universo, e a tudo comunica, onipotente, o seu
influxo e a sua vontade.
Atributos do Criador
7. Deus é eterno, isto é, não teve começo e
não tem fim. Se tivesse tido princípio, houvera saído do nada ou então teria
sido criado por outro ser anterior e, nesse caso, este ser é que seria Deus. Se
lhe supuséssemos um começo ou um fim, poderíamos conceber uma entidade
existente antes dele e capaz de lhe sobreviver, e assim por diante, ao
infinito.
8. Deus é imutável. Se estivesse sujeito a
mudanças, nenhuma estabilidade teriam as Leis que regem o Universo.
9. Deus é imaterial, isto é, a sua natureza
difere de tudo o que chamamos matéria. De outro modo, não seria imutável, pois
estaria sujeito às transformações da matéria.
10. Deus é onipotente. Se não possuísse o
poder supremo, sempre se poderia conceber uma entidade mais poderosa e assim
por diante, até chegar-se ao ser cuja potencialidade nenhum outro
ultrapassasse. Esse então é que seria Deus.
11. Deus é soberanamente justo e bom. Em
tudo e em toda parte aparecem a bondade e a justiça de Deus na providência com
que, através de leis perfeitas, assiste as suas criaturas. A sabedoria
providencial das leis divinas se revela, assim, nas mais pequeninas coisas,
como nas maiores, e essa sabedoria não permite se duvide nem da justiça nem da
bondade de Deus.
12. Deus é único. Não há deuses, mas um
Deus somente, soberano do universo, criador absoluto e incriado, infinito e
eterno. Se houvesse muitos deuses não haveria unidade de vistas, nem unidade de
poder na ordenação do Universo.
A doutrina panteísta
13. Deus não é, como pretende a doutrina
panteísta, a resultante de todas as forças e de todas as inteligências do
Universo reunidas. Se Deus fosse assim, não seria Deus, porque seria efeito e
não causa. Ora, Deus não pode ser ao mesmo tempo a causa e o efeito.
14. Com uma reflexão madura, a razão nos
fará ver quão absurdo é querermos encontrar a demonstração de alguns atributos
de Deus nas considerações dos panteístas, como esta: "Os mundos sendo
infinitos, Deus é, por isso mesmo, infinito; o vazio ou o nada não estando em
nenhuma parte, Deus está em toda parte; Deus estando por toda parte, uma vez
que tudo é parte integrante de Deus, ele dá a todos os fenômenos da Natureza
uma razão de ser inteligente."
15. Também, de acordo com o panteísmo,
"todos os corpos da Natureza, todos os seres, todos os globos do Universo
seriam partes da Divindade". Sobre tal afirmativa vejamos o comentário
feito por Allan Kardec: "Esta doutrina faz de Deus um ser material que,
embora dotado de suprema inteligência , seria em ponto grande o que somos em
ponto pequeno. Ora, transformando-se a matéria incessantemente, Deus, se fosse
assim, nenhuma estabilidade teria; achar-se-ia sujeito a todas as vicissitudes,
mesmo a todas as necessidades da Humanidade; faltar-lhe-ia um dos atributos
essenciais da Divindade: a imutabilidade".
16. Não sabemos tudo o que Deus é, mas
sabemos o que ele não pode deixar de ser, e esse sistema está em contradição
com as suas propriedades mais essenciais. A doutrina panteísta confunde o
criador com a criatura, absolutamente como se quisesse que uma máquina
engenhosa fosse uma parte integrante do mecânico que a concebeu.
Respostas às questões propostas
1. Por que o homem não é capaz de
compreender a natureza íntima de Deus?
R.: O homem ainda não pode compreender a
natureza íntima de Deus, porque para isso um sentido lhe falta. Na infância da
Humanidade, o homem o confunde, freqüentemente, com a criatura, cujas
imperfeições lhe atribui. Mas, à medida que o senso moral se desenvolve, seu
pensamento penetra melhor o fundo das coisas e dele faz uma idéia mais justa,
embora sempre incompleta.
2. Qual foi o motivo que levou os homens à
crença na existência de muitos deuses?
R.: Os homens que não atribuíram a Deus a
onipotência imaginaram muitos deuses. Os que não lhe atribuíram a soberana
bondade fizeram dele um Deus ciumento, colérico, parcial e vingativo. A
ignorância do princípio de que são infinitas as perfeições de Deus foi que
gerou o politeísmo.
3. Quais os principais atributos que
podemos reconhecer em Deus?
R.: Deus é eterno, imutável, imaterial,
onipotente, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom.
4. Por que é que se diz que Deus deve
possuir no grau supremo os seus atributos?
R.: A razão nos diz que Deus deve ter essas
perfeições no supremo grau, porque se tivesse uma só de menos, ou não fosse de
um grau infinito, ele não seria superior a tudo, e por conseguinte não seria
Deus.
5. Em que consiste a doutrina panteísta e
por que Kardec a refutou?
R.: A doutrina panteísta diz que Deus é a
resultante de todas as forças e de todas as inteligências do Universo reunidas.
Se Deus fosse assim, não seria Deus, porque seria efeito e não causa. Ora, Deus
não pode ser ao mesmo tempo a causa e o efeito.
Bibliografia:
"O Livro dos Espíritos", itens
10, 11, 13, 14, 15 e 16.
"A Gênese", itens 10 a 16.
Nenhum comentário:
Postar um comentário