nl04_09_Perseguidores
invisíveis
Centro Virtual de Divulgação e Estudo do
Espiritismo - CVDEE
Sala Nosso Lar
Livro em estudo: Libertação
Tema: Perseguidores invisíveis
Referência: Capítulo IX
RESUMO DO CAPÍTULO
“No dia imediato, pela manhã, em companhia de
entidades ignorantes e transviadas, dirigimo-nos
para confortável residência, onde espetáculo inesperado nos
surpreenderia.
“Indiscutivelmente, aquela construção
residencial permanecia vigiada por carcereiros frios e impassíveis, a julgar
pelas sombras que os cercava.
Transpus o limiar, de alma opressa.
O ar jazia saturado de elementos
intoxicantes. Dissimulei, a custo, o mal-estar, recolhendo
impressões aflitivas e dolorosas.
Entidades inferiores, em grande
cópia, afluíram à sala de entrada, sondando-nos as intenções. De posse, porém,
das instruções do nosso orientador, tudo fazíamos para nos assemelharmos e
delinqüentes vulgares.
Reparei que o próprio Gúbio se fizera tão
escuro, tão opção na organização perispirítica, que de modo algum se faria
reconhecível, à exceção de nós que o seguíamos, atentos, desde a primeira hora.
“... Saldanha, o diretor da falange
operante, veio receber-nos. ...
- A jovem senhora vai cedendo, devagarinho
- esclareceu o singular personagem.
“Margarida, pelo corpo perispirítico, jazia
absolutamente presa, não só aos truculentos perturbadores que a assediavam, mas
também à vasta falange de entidades inconscientes, que se caracterizavam
pelo veículo mental, a se lhe apropriarem das forças,
vampirizando-a em processo intensivo.
Em verdade, já observara, por mim, grande
quantidade de casos violentos de obsessão, mas sempre dirigidos por paixões fulminatórias. Entretanto, ali
verificava o cerco tecnicamente organizado.
Evidentemente, as "formas
ovóides" haviam sido trazidas pelos hipnotizadores que senhoreavam o quadro."
“A vampirização era incessante. As energias
usuais do corpo pareciam transportadas às "formas
ovóides", que se alimentavam delas, automaticamente, num movimento
indefinível de sucção."
“Margarida demonstrava-se exausta e
amargurada.
Dominadas as vias do equilíbrio no
cerebelo e envolvidos os nervos óticos pela influência dos hipnotizadores, seus
olhos espantados davam idéia dos fenômenos alucinatórios que lhe
acometiam a mente, deixando perceber o baixo teor das
visões e audições interiores a que se via submetida."
“A meu ver, Gúbio conhecia todas as
particularidades do assunto, mas, no propósito evidente
de captar simpatia, interrogou:
- E o marido?
- Ora - esclareceu Saldanha com escarninho
sorriso -, o infeliz não tem a menor noção de vida moral. Não é mau homem;
todavia, no casamento foi apenas transferido de "gozador da vida"a
"homem sério". A paternidade constituir-lhe ia um trambolho e
filhinhos, se os recebesse, não passaria para ele de curiosos brinquedos. Hoje,
conduzirá a esposa à igreja.
E, reforçando a inflexão sarcástica,
acentuou:
- Vão à missa, na esperança de
melhoras."
“Descendo à porta de elegante santuário,
observei estranho espetáculo. A turba de desencarnados, em posição de
desequilíbrio, era talvez cinco vezes maior que a assembléia de crentes em
carne e osso. Compreendi, logo, que em maior parte ali se achavam com o
propósito deliberado de perturbar e iludir."
“Penetramos o templo onde se comprimiam
nada menos de sete a oito centenas de pessoas.
A algazarra dos desencarnados
ignorantes e perturbadores era de ensurdecer. A atmosfera pesava. A respiração fizera-se-me
difícil pela condensação dos fluidos semicarnais ali reinantes; todavia, ao
fixar os altares, confortante surpresa aliviou-me o coração. Dos adornos e
objetos do culto emanava doce luz que se espraiava pelos cimos da nave visitada
de sol: fazia-se perceptível a nítida linha divisória entre as energias da
parte inferior do recinto e as do plano superior. Dividiam-se os fluidos,
à maneira de água cristalina e azeite impuro, num grande recipiente."
“Contemplando a formosa claridade dos
nichos, perguntei ao nosso Instrutor:
- Que vemos? não reza o segundo mandamento,
trazido por Moisés, que o homem não deve fazer imagens
de escultura para representar a Paternidade Celeste?
- Sim - concordou o orientador -, e
determina o Testamento que ninguém se deve curvar diante delas. Efetivamente, pois,
André, é um erro criar ídolos de barro ou de pedra para simbolizar a
grandeza do Senhor, quando nossa obrigação
primordial é a de render-lhe culto na própria consciência; entretanto, a
Bondade Divina é infinita e aqui nos achamos perante apreciável quantidade de
mentes infantis.
E sorrindo, acrescentou:
- Quantas vezes, meu amigo,
a criança acalenta bibelôs, a fim de
preparar-se convenientemente para as responsabilidades da
vida madura? Ainda existem n Terra tribos primitivas que adoram o Pai na voz do
trovão e coletividades vizinhas da taba que fazem de vários animais objeto de
idolatria. Nem por isso o Senhor as abandona.
... Há quase um século, as preces
fervorosas d milhares deles aqui envolvem os nichos e apetrechos do culto. É natural
que resplandeçam, Através de semelhante material, os mensageiros celestes
distribuem dádivas espirituais com todos quantos sintonizem com o plano
superior. A luz que oferecemos ao Céu serve sempre de
base às manifestações do Céu para a Terra."
“Reconheci que os crente elegante, ainda
mesmo que desejassem orar com sinceridade, precisariam despender imenso
esforço.
... Procedendo de mais alto, três entidades
de sublime posição hierárquica se fizeram visíveis à santa mesa, com o evidente
propósito d ali semearem os benefícios divinos. Magnetizaram as
águas expostas, saturando-as de princípios salutares e
vitalizantes, como acontece nas sessões de Espiritismo Cristão, e, em seguida,
passaram a fluidificar as hóstias, transmitindo-lhes energias sagradas à fina
contextura."
“... Logo após, quando se
preparou a distribuir o alimento
eucarístico entre os onze comungantes que se prosternavam,
humildes, à mesa adornada de alvo linho, notei que as hóstias, no
prateado recipiente que as custodiava, eram autênticas
flores de farinha, coroadas de doce esplendor. Irradiavam luz com tanta
força que o magnetismo obscuro das mãos do ministro não
conseguia inutilizá-las. Todavia, à frente da boca que se dispunha a receber o
pão simbólico, enegreciam como por encanto. Somente uma senhora, ainda jovem,
cuja contrição era irrepreensível, recolheu a flor divina com a pureza
desejável. Vi a hóstia, qual foco de fluidos
luminescentes, atravessar a faringe, alojando-se-lhe a claridade em pleno
coração."
“- Aprendeste a lição? O celebrante, apesar
de consagrado para o culto, é ateu e gozador dos sentidos, sem esforço
interior de sublimação própria. A mente dele paira longe do altar. Acha-se
sumamente interessado em terminar a cerimônia com brevidade, de
modo a não perder uma alegre excursão em perspectiva. Quantos aos que
compareceram à mesa da eucaristia, cheios de sentimentos rasteiros e sombrios,
eles mesmos se incumbem de anular as dádivas celestes, antes que lhes
tragam benefícios imerecidos. Temos aqui grande quantidade de crentes
titulares, mas muito poucos amigos do Cristo e servidores do bem."
“Absorto em fundas reflexões, ante o que me
fora dado observar, acompanhei o nosso orientador e Elói,
para junto da enferma e do esposo, que se retiraram, de regresso ao lar,
cercados pelo mesmo séquito de entidades infelizes, sem a menor
alteração."
QUESTÕES PARA ESTUDO
1.- Como explicar a transformação sofrida
por Gúbio, espírito evoluído, de muita luz, incansável trabalhador
do plano espiritual, tornando-se "tão escuro, tão opaco na
organização perispirítica, que de modo algum se faria reconhecível"?
2.- André Luiz nos descreve um quadro em
que a enferma é dominada pelas forças obsessoras de
maneira absoluta. Como aceitarmos essa situação sem questionarmos os
atributos de justiça e bondade da divindade?
3.- Por que, apesar do ambiente sombrio da
igreja a que se dirigiu a enferma estar dominado
por entidades perversas, os adornos e objetos de culto
encontravam-se resplandecentes de luz?
4.- Com relação à hóstia que seria
oferecida no sacramento da comunhão, o Autor relata que também irradiavam luz
resplandecente. Qual a razão de se tornarem enegrecidas ao serem introduzidas
na boca dos comungantes?
5.- Concluindo o capítulo, André Luiz
afirma que a enferma e o marido retornaram ao lar acompanhados da mesma coletividade
de entidades trevosas. Por que a ida àquele culto religioso não produziu o
resultado esperado?
C O N C L U S Ã O
A equipe de benfeitores chega à casa de
Margarida. Encontram a enferma sob cerrado cerco das entidades obsessoras.
Inicialmente, Gúbio procurou tomar conhecimento da situação, constatando a gravidade
do quadro que encontrara. André Luiz afirma que jamais presenciara
algo semelhante. Buscando auxílio espiritual, a enferma,
acompanhada de seu marido, compareceram a um culto religioso católico, sempre acompanhada
das entidades perseguidoras que não a largavam. O trio de benfeitores também lá
foram, narrando-nos, o Autor, nesse capítulo, como se desenrolou o culto
e o seu resultado.
QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO
1.- Como explicar a transformação sofrida
por Gúbio, espírito evoluído, de muita luz, incansável trabalhador do
plano espiritual, tornando-se "tão escuro, tão opaco na organização
perispirítica, que de modo algum se faria reconhecível"?
O perispírito é matéria plástica,
amoldável, que pode ser manipulada pelo pensamento. O grau em que pode se
operar essa manipulação depende do estado evolutivo do espírito. Quanto mais
evoluído ele for, com mais facilidade e em maior grau poderá atuar sobre
o seu corpo perispiritual, dando-lhe a forma que desejar.
Gúbio, com temos visto nos capítulos
anteriores, é um espírito que se encontra em elevada posição na escala
evolutiva. É um benfeitor espiritual com muitos serviços prestados aos
semelhantes. Nesta condição, tinha ele plena capacidade para efetuar uma
transformação em seu perispírito, de modo a evitar que fosse revelada toda a
sua real condição espiritual. Isso se fazia necessário para ludibriar as
entidades obsessoras que se encontravam na casa de Margarida e ser aceito como
seu auxiliar no trabalho obsessivo que lá se desenvolvia. Uma vez inserido no
processo, atuaria no sentido de convencer aquelas entidades a modificarem suas
intenções.
2.- André Luiz nos descreve um quadro em
que a enferma é dominada pelas forças obsessoras de maneira absoluta. Como
aceitarmos essa situação sem questionarmos os atributos de justiça e bondade da
Divindade?
Temos visto no estudo dessa e das outras
obras do Autor que a obsessão é uma via de mão dupla, que depende de sintonia
entre obsessor e obsediado para se instalar. Como veremos nos capítulos
seguintes, a socorrida não mantinha uma sintonia espiritual saudável,
encontrando-se ainda presa a acontecimentos pretéritos da existência física, em
que foram prejudicados seus principais atuais algozes.
Os atributos de justiça e bondade da Divindade
são incontestáveis e ensinados pelos Espíritos. Todavia, é certo, também, que o
espírito tem o livre-arbítrio para gerir suas ações e seus pensamentos e que
tudo o que faz e pensa gera uma reação, boa ou má, dependendo da natureza
desses atos e pensamentos. Deus nos dá essa liberdade, mas, também, com
o fim de garantir a harmonia do
Universo, nos atribui responsabilidade pela maneira como a
usamos. Margarida estava colhendo o fruto do que plantara.
3.- Por
que, apesar do ambiente sombrio da igreja a que se dirigiu a enferma estar
dominada por entidades perversas, os adornos e objetos de culto encontravam-se
resplandecentes de luz?
A Espiritualidade Superior faz sempre a sua
parte. O local, destinado a preces, contava com a proteção dos benfeitores
espirituais, que lá trabalhavam para dar aos
participantes do culto todas as condições necessárias
ao melhor aproveitamento da reunião. Assim, os nichos, os adornos, os objetos de
um modo geral, que seriam utilizados para o culto, recebiam toda uma carga
energética de bons fluidos, que deveria ser absorvida pelos fiéis.
4.- Com relação à hóstia que seria
oferecida no sacramento da comunhão, o Autor relata que
também irradiavam luz resplandecente. Qual a razão de se tornarem
enegrecidas ao serem introduzidas na boca dos comungantes?
Apesar de estarem positivamente
fluidificadas as hóstias que seriam oferecidas aos freqüentadores, não eram
eles portadores de uma fé sincera, aquela vem do mais profundo do
ser. A começar pelo próprio celebrante do ato,
que, conforme narração de André Luiz, não estava compromissado com a função,
cumprindo suas tarefas mecanicamente, totalmente desconcentrado e com o
pensamento voltado às questões materiais.
Estando os comungantes no mesmo nível, à
exceção de uma senhora presente, as energias negativas que deles vibravam eram
transferidas à hóstia quando esta lhes era aproximada, maculando-a. A senhora
citada, a única que se dedicava ao culto com contrição e uma fé sincera,
recebeu a hóstia com fluidos luminiscentes, que clarearam seu coração, segundo
nos descreve o Autor.
5.- Concluindo o capítulo, André Luiz
afirma que a enferma e o marido retornaram ao lar acompanhados da mesma
coletividade de entidades trevosas. Por que a ida àquele culto religioso não produziu
o resultado esperado?
Conforme nos foi descrito por André Luiz,
tratava-se de um culto unicamente externo, meramente formal e ritualístico. O
sentimento de fé e a crença sincera em Deus não se faziam presentes. Apesar do
auxílio da Espiritualidade Superior, vibrando energias positivas sobre os
objetos do culto, os participantes não se sintonizavam com essas vibrações, não
fazendo por merecê-las e impossibilitando a sua ação sobre eles.
Os que lá compareceram, assim como o
próprio religioso celebrante, portavam-se como que cumprindo uma obrigação,
como se suas presenças no templo bastasse para lhes trazer o que almejavam.
Resta-nos, portanto, o exemplo de que o
culto externo, meramente formal e apenas atendendo a um ritual estabelecido,
sem um sentimento sincero de amor a Deus, nenhum valor tem e não traz qualquer
beneficio.
Conforme ensina a Doutrina Espírita, o
culto que agrada a Deus é o interno, através da adoração verdadeira, que é a
que vem do coração, manifestada por um sentimento que sai de dentro de nós,
impregnado de amor e gratidão ao Criador de todas as coisas.
Muita paz a todos.
EQUIPE NOSSO LAR
C V D E E
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