COEM II-
SEOB
COEM II - Sociedade Espírita Obreiros do Bem
14 PERISPÍRITO
UNIDADE TEÓRICA 14
PERISPÍRITO
1. Histórico: Kardec provando a constituição
ternária do homem, admitiu a existência de um mediador entre o corpo e a alma.
Envolvendo o gérmen do fruto há o perisperma; por comparação criou o
codificador do espiritismo criou o termo perispírito para definir o envoltório
fluídico, semi-material, que envolve o Espírito, estruturando um corpo para
este.
2. Natureza do perispírito: O perispírito ou
corpo fluídico é um dos mais importantes produtos do Fluido Cósmico universal;
é uma condensação desse fluido em torno de um foco de inteligência ou alma. O
corpo físico também tem origem no FCU condensado e transformado em matéria
tangível. No perispírito a transformação molecular se opera de forma diferente,
porquanto o fluido conserva sua imponderabilidade e suas qualidades etéreas. O
corpo perispirítico e o corpo físico têm pois, origem no mesmo elemento
primitivo; ambos são matéria, ainda que em estados diferentes (A Gênese, cap.
XIV, item 7).
3. Formação do perispírito: Cada mundo tem o
seu ambiente fluídico peculiar e é deste que o Espírito retira os elementos
para a formação de seu perispírito, que varia, pois, conforme o mundo em que
ele se encarna.
Por outro lado, a constituição do
perispírito está sempre em relação com o grau de adiantamento moral do Espírito.
Assim, nos Espíritos inferiores, embora se mantenha etéreo e imponderável se
comparado à matéria tangível, ele é por demais pesado a tal ponto
grosseiro que alguns Espíritos chegam a confundi-lo com o corpo físico, razão
pela qual continuam a crer-se vivos. Esses Espíritos continuam próximos aos
encarnados, julgando-se entregues às suas ocupações entre eles, dado o seu grau
de inferioridade, não podem mudar de envoltório à vontade e não podem portanto,
passar de um mundo para outro quando desejarem.
Como todos os mundos, a Terra tem sua
atmosfera fluídica própria. Esta não écontudo homogênea. Assim, ao retirar
desse meio o seu perispírito, os Espíritos que aqui encarnam atraem para si as
partes mais puras ou mais grosseiras, conforme o grau de evolução moral de cada
um.
Resulta disso que a constituição íntima do
perispírito não é idêntica em todos os Espíritos encarnados ou desencarnados
que povoam a terra ou o espaço que a circunda.
Assim o perispírito modifica-se com o
progresso moral que realiza em cada encarnação, embora ele encarne no mesmo
meio; que os Espíritos superiores, encarnando excepcionalmente em uma missão,
num mundo inferior, têm perispírito menos grosseiro que os naturais desse mundo
(A Gênese, cap. XIV, item 8, 9 e 10).
4. Propriedades e Funções do Perispírito:
4.1 Expansão Suscetibilidade à ação sobre o
corpo físico - o perispírito não se acha encerrado nos limites do corpo como
numa caixa. Por sua natureza fluídica ele éexpansível, irradia para o exterior
e forma em torno do corpo uma espécie de atmosfera, que o pensamento e a força
de vontade podem dilatar mais ou menos (Obras Póstumas, Manifestações... item 1
1). Assim ao mesmo tempo em que pela união íntima com o corpo desempenha
preponderante papel no organismo, pela sua expansão o perispírito põe o
Espírito encarnado em relação direta com os Espíritos livres e ainda com outros
Espíritos encarnados.
Sabemos, também, que como acontece com os
pensamentos dos Espíritos, o pensamento do encarnado atua sobre os fluidos
espirituais. Assim como estes se modificam pela projeção dos pensamentos do
Espíritos, o perispírito, que é parte constituinte do seu ser e que recebe de
modo mais direto e permanente a impressão de seus pensamentos, há ainda mais de
guardar suas qualidades boas ou más.
Além disso, sendo o perispírito de natureza
idêntica à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma
esponja se embebe de um líquido. Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma
ação tanto mais direta quanto, por sua expansão e sua irradiação, o perispírito
com eles se confundem.
Atuando esses fluidos sobre o perispírito,
este reage sobre o organismo material com que se acha em contato molecular. Se
os eflúvios são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar, se são
maus, a impressão é penosa. Se permanentes, energéticos, os eflúvios podem
causar desordens físicas; não é outra a acusa das enfermidades (A Gênese, cap.
XIV, item 18).
4.2 Manifestações visuais Por sua
natureza e em seu estado normal, o perispírito é invisível e tem isto de comum
com uma imensidade de fluidos que sabemos existir, sem que, entretanto, jamais
os tenhamos visto. Mas, também, do mesmo modo que alguns desses fluidos podem
sofrer modificações que os tomem perceptíveis à vista, quer por meio de uma
espécie de condensação, quer por meio de uma mudança de disposição das
moléculas. aparecendo-nos, então, sob uma forma vaporosa.
A condensação (não literalmente, mas por
falta de opção para descrever o fenômeno), pode ser tal que o perispírito
adquira propriedades de um corpo sólido, tangível, conservado porém, a
possibilidade de retornar instantaneamente a seu estado etéreo e invisível.
4.2.1 Aparições: Os diferentes estados do
perispírito resultam da vontade do Espírito e não de uma causa física exterior,
como se dá com os nossos gases. Quando o Espírito nos aparece, é que pôs seu
perispírito em estado próprio a torná-lo visível. Mas, para isto não basta a
sua vontade, porquanto a modificação do perispírito se opera mediante sua
combinação com o fluido peculiar do médium. Ora, esta combinação nem sempre é
possível, o que explica não ser generalizada a visibilidade dos Espíritos.
Assim, não basta que o Espíritos queiram mostrar-se; não basta. tampouco, que
uma pessoa queira vê-lo; é necessário que os dois fluidos possam combinar-se,
que entre eles haja uma espécie de afinidade, e também, porventura, que a
emissão do fluido da pessoa seja suficientemente abundante para operar a
transformação do perispírito e, provavelmente, que se verifiquem ainda outras
condições que desconhecemos. E necessário, enfim, que o Espírito tenha
permissão de se fazer visível a tal pessoa, o que nem sempre lhe é concedido,
ou só o é em certas circunstâncias por motivos que não podemos apreciar. (Livro
dos Médiuns - Cap. VI, item 105).
4.3 Bicorporiedade e transfiguração
São variedades do fenômeno das manifestações visuais. O Espírito, quer
encarnado ou não, traz sempre o envoltório semi-material que pelas causas que
já tratamos pode se tornar visível e tangível. (ldem -Cap. Vil, iteml 14).
Isolado do corpo o Espírito de um vivo pode,
como de um morto, mostrar-se com todas as aparências da realidade, adquirindo
também tangibilidade. Esse fenômeno é conhecido por bicorporiedade, foi o que
deu azo às histórias de indivíduos que estavam em dois lugares ao mesmo tempo.
A transfiguração, em certos casos pode
originar-se de uma simples contração muscular, capaz de dar à fisionomia
expressão muito diferente da habitual, a ponto de tornar-se quase
irreconhecível a pessoa. No fenômeno que nos ocupamos a teoria do perispírito
nos vai esclarecer. Está admitido que o Espírito pode dar ao perispírito toda
as aparência; que mediante uma modificação na estrutura da matéria pode dar-lhe
visibilidade, tangibilidade e, conseqüentemente opacidade. Admite-se, ainda,
que O perispírito de. uma pessoa encarnada, isolada do corpo, é passível dessas
transformações através da combinação de fluidos.
Figuremos agora o perispírito, de um
encarnado, não isolado, mas irradiando-se em volta do corpo, de maneira a
envolvê-lo numa espécie de vapor. Nesse estado, passível se torna das mesmas
modificações de que o seria, se o corpo estivesse separado. Perdendo a sua
transparência o corpo pode desaparecer, ficando velado, como se mergulhado numa
bruma. Poderá então o perispírito mudar de aspecto, fazer-se brilhante, se tal
for a vontade do Espírito e se este dispuser de poder para tanto.
Um outro espírito, combinando seus fluidos
com os do primeiro, poderá a essa combinação de perispírito, imprimir a
aparência que lhe é própria, de tal sorte, que o corpo real desapareça sob um
envoltório fluídico exterior, cuja aparência pode variar àvontade do Espírito.
Esta parece ser a verdadeira causa do estranho e raro fenômeno da
transfiguração (Idem, item 123)
4.4. Penetrabilidade outra propriedade
do perispírito inerente à sua natureza éa penetrabilidade. Matéria nenhuma lhe
opõe obstáculo; ele atravessa todas como luz atravessa corpos transparentes.
Daí vem não haver obstáculo capaz de impedir a entrada dos Espíritos. Eles
visitam o prisioneiro no calabouço, com a mesma facilidade que visitam uma
pessoa em pleno campo (ldem - Cap. VI, n o 106).
4.5. Perispírito e comunicação mediúnica
Um Espírito só consegue se manifestar em nosso meio através da combinação
de seus fluidos perispiríticos com os fluidos do médium, que passam a formar
uma espécie de atmosfera fluídico-espiritual, comum às suas individualidades,
atmosfera essa (avorável à transmissão de pensamentos. Esta se faz assim de
Espírito para alma e, se exterioriza ao corpo o conteúdo desse pensamento pelos
diferentes tipos de faculdades mediúnicas (psicofonia, psicografia...)
4.6. Alteração transitória da forma do
perispírito Enquanto em planos espirituais mais próximos os Espíritos
conservam a forma perispiritual humana. André Luiz apresenta-nos, no entanto
casos de perda ou modificação dessa forma, com efeito de viciação da mente do
próprio Espírito ou da submissão deste às ações magnéticas de Espíritos
inferiores altamente inteligentes.
Essas modificações, que levam o perispírito
a assumir, temporariamente formas exóticas ou a perder, provisoriamente, sua
forma definida são possíveis em virtude da extrema plasticidade desse
envoltório fluídico e de sua suscetibilidade à ação mental. Os casos
apresentados são, sempre, deformidades resultantes do envolvimento no mal, da
transgressão da Lei e, por isso mesmo, se corrigem através da modificação moral
do próprio Espírito, com o concurso de Espíritos superiores.
5. União
do princípio espiritual a matéria encarnação do Espírito: O espiritismo
ensina de que maneira se opera a união do Espírito com o corpo na encarnação.
Quando o Espírito tem de encarnar num corpo humano em vias de formação, um laço
fluídico, que mais não é do que uma expansão do seu perispírito, o liga ao
gérmen que o atrai por uma força irresistível, desde o momento da concepção.
Sob a influência do princípio vito-material
do gérmen, o perispírito, que possui certas propriedades materiais, une-se
molécula a molécula. ao corpo em formação, donde pode-se dizer que o Espírito
por intermédio do perispírito, se enraíza nesse germen, como uma planta na
terra. Quando o gérmen chega ao seu desenvolvimento pleno, completa-se a união;
nasce então o ser para a vida exterior.
Um fenômeno particular, que a observação
igualmente assinala acompanha sempre a encarnação do Espírito. Desde que este é
apanhado no laço fluídico que o prende ao gérmen, entra em estado de
perturbação, que aumenta à medida que o laço se aperta, perdendo o Espírito
toda consciência de si próprio. (A Gênese - Cap. Xl, itens 17,18 e20)
ROTEIROS: PERISPÍRITO
ALLAN KARDEC, A Gênese - Cap. Xl, itens li,
18 e 20 Cap. XIV itens 7 ai 1 e 18;
ALLAN KARDEC, OBRAS PÓSTUMAS, 1 a
Manifestações dos Espíritos;
ALLAN
KARDEC, OBRAS PÓSTUMAS, 2 a Manifestações Visuais;
ALLAN
KARDEC, Obras Póstumas, 3 a Transfiguração Invisibilidade;
ALLAN
KARDEC, Obras Póstumas, 5 a Bicorporiedade;
LEON
DENIS, Cristianismo e Espiritismo, Nota complementar n o9
GABRIEL
DELANNE, A Alma é Imortal, 3 a parte, Cap. 1;
GABRIEL
DELANNE, Evolução Mímica, Cap. 1;
GABRIEL
DELANNE, O Papel Psicológico do Perispírito
ANDRÉ
LUIZ, Missionários da Luz, Cap. 13
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