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quarta-feira, 23 de setembro de 2015

ceuinferno_042_2a. partecap. III - Espíritos em Condiçoes Medianas - Sra. Hélène Michel.txt

TEXTO PARA ESTUDO

Jovem de 25 anos, morta subitamente em alguns minutos, em sua casa, sem sofrimento e sem causa anterior conhecida. Era rica, um pouco frívola, e, em conseqüência da leviandade do seu caráter, ocupava-se mais das futilidades da vida que das coisas sérias; apesar disso, seu coração era bom: ela era serena, benevolente e caridosa. 
Evocada 3 dias depois de sua morte, por pessoas que a conheceream, exprimiu-se assim:

"Não sei onde estou... que perturbação me cerca! Me chamaram, eu vim... Não compreendo porque não estou em minha casa... choram minha ausência e estou lá, e não posso me fazer reconhecer por eles... Meu corpo não me pertence mais, e todavia sinto-o frio e gelado... Quero deixá-lo e estou presa lá; a ele retorno sempre... Sou duas pessoas... Quando compreenderei o que me ocorre? É necessário ainda que eu vá ali... meu outro EU, em que se tornará, eu ausente? Adeus."

O sentimento da dualidade, que ainda não está destruído por uma separação completa, é aqui evidente. Caráter pouco sério, sua posição de fortuna, permitindo-lhe satisfazer seus caprichos, devia favorecer as suas tendências à leviandade. Não é, pois, de se admirar que o seu desligamento foi pouco rápido, e que, 3 dias depois da sua morte, ela se sentisse ainda ligada ao seu envoltório corpóreo. Mas, como nela não havia nenhum vício sério, e o fundo era bom, essa situação não tinha nada de muito penosa, e não durou muito tempo. Evocada de novo depois de alguns dias, suas idéias já tinham mudado muito. Eis o que ela disse:

"Obrigada por terem orado por mim. Reconheço a bondade de Deus que me poupou os sofrimentos e a apreensão do momento da separação de meu corpo e de meu Espírito. Minha pobre mãe terá muita dificuldade para resignar-se; ela, porém, será sustentada, e o que, aos seus olhos é uma terrível infelicidade, era indispensável, a fim de que as coisas do céu se tornassem para ela o que devem ser: tudo. Estarei junto dela até o fim de sua prova terrestre e a ajudarei a suportá-la. Não sou infeliz, mas tenho ainda muito a fazer para avançar até a morada feliz. Pedirei a Deus permitir-me retornar a esta Terra, porque tenho a reparar o tempo que aí perdi nesta existência. Que a fé vos sustente, meus amigos; tende confiança na eficácia da prece, quando ela parte verdadeiramente do coração. Deus é bom. "

P. Tiveste muito tempo para vos reconhecer? 
R. Compreendi a morte no mesmo dia em que orastes por mim. 

P. Esse estado de perturbação era sofrimento?
R. Não, eu não sofria; acreditava sonhar e esperava o despertar. Minha vida não foi isenta de dores, mas todo ser encarnado, nesse mundo, deve sofrer; resignei-me com a vontade de Deus, e isso me levou em conta. Eu vos sou reconhecida pelas preces que me ajudaram a reconhecer-me. Obrigada; sempre retornarei com prazer. Adeus. "

                                                               Hélène

QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO

1. Por que na primeira comunicação Hélène estava tão perturbada acerca do seu desencarne? Por que sua situação penosa não durou por muito tempo?

2. O que ajudou Hélène a melhorar no plano espiritual?

3. O seu estado de perturbação era de sofrimento?

CONCLUSÃO

1. Existia ainda um sentimento de dualidade. Caráter pouco sério, sua posição de fortuna, permitindo-lhe satisfazer seus caprichos, devia favorecer as suas tendências à leviandade. Não é, pois, de se admirar que o seu desligamento foi pouco rápido e que, três dias depois de sua morte, ela se sentisse ainda ligada ao seu envoltório corpóreo. Mas, como nela não havia nenhum vício cério, e o fundo era bom, essa situação não tinha nada de muito penosa, e não durou muito tempo. Evocada de novo depois de alguns dias, suas idéias eram outras. 

2. As preces feitas com o coração ao seu favor. Essas preces a ajudaram a reconhecer a bondade de Deus e a sua situação no mundo espiritual. 

3. Não: ela acreditava sonhar e esperava acordar a qualquer momento. 

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