A Crise da Morte
Ernesto Bozzano
(3ª Parte)
Continuamos a apresentar o texto condensado
do clássico "A Crise da Morte", de Ernesto Bozzano, de acordo com a
tradução feita por Guillon Ribeiro publicada em 1926 pela editora da Federação
Espírita Brasileira.
Questões preliminares
A. Quem é "Amicus" e que
revelações ele transmitiu?
R.: "Amicus" foi o nome usado pelo
Reverendo A. K. Stockwell, falecido mais de quarenta anos antes da mensagem
transcrita por Bozzano, na qual o comunicante disse que o meio que recebe o
desencarnado é determinado pelo grau de espiritualidade em que ele se acha, de
forma que, depois da morte, cada indivíduo ganha a morada espiritual que
preparou para si mesmo. (A Crise da Morte, pp. 43 a 47.)
B. Que informações colhemos no sexto caso?
R.: Extraído de um volume de revelações
transcendentais, devido à mediunidade da Sra. E. B. Duffey, intitulado Heaven
Revised, este caso revela-nos quatro pormenores interessantes a respeito da
vida no além-túmulo: 1.) o fato de a morta ignorar haver morrido; 2.) a
experiência da "visão panorâmica" dos acontecimentos de sua vida; 3.)
a circunstância de a morta achar-se em forma humana, no meio espiritual, onde
andava ou, antes, se transportava pairando a pequena distância do solo; 4.) o
reencontro com seus dois filhos desencarnados antes dela, os quais se haviam
tornado adultos. (Obra citada, pp. 48 a 58.)
C. De onde foi extraído o sétimo caso e que
é que ele nos revela?
R.: O caso foi extraído de uma série de
números do ano de 1922 da revista Light. Trata-se de uma coleção de
"revelações transcendentais" recebidas pela médium Mrs. Hope Hunter,
que ignorava inteiramente a doutrina espírita. O comunicante era o Espírito de
um irmão dela, falecido na Grande Guerra. Os detalhes contidos na série de
mensagens captadas pela Sra. Hunter são estes: a) a experiência da "visão
panorâmica" dos fatos da vida em que o falecido se comportara mal; b) o
reencontro com o pai desencarnado, que o conduziu à sua residência, onde passou
também a viver; c) o desconhecimento por parte de muitos de seus camaradas de
que se achavam mortos; d) a mudança na percepção visual do comunicante, que
passou a ver os encarnados como seres cada vez mais evanescentes. (Obra citada,
pp. 59 a 66.)
D. Que diz Bozzano sobre a formação da
memória integral?
R.: Ele diz que as informações dadas por um
dos guias espirituais concordam com as indicações dos psicólogos e
fisiologistas a respeito da memória fisiológica normal e da memória integral
subconsciente. Para explicar sua formação, eles falam de "vibrações"
do pensamento, que se gravariam de modo indelével na substância cerebral.
Apenas neste último detalhe existe discordância entre os psicólogos e o
Espírito-guia, segundo o qual as "vibrações" do pensamento se
gravariam no éter vitalizado que constitui o "corpo etéreo" e não no
cérebro físico. Como a memória integral sobrevive à morte do corpo físico, a
explicação do Espírito deve certamente ser verdadeira, visto que, doutro modo,
morto o corpo, não subsistiria a memória. (Obra citada, pág. 68.)
Texto para leitura
35. Quinto caso - Este caso foi extraído de
uma preciosa coleção de "revelações transcendentais" intitulada: The
Morrow of Death by "Amicus", devida à mediunidade do Sr. Ernest H.
Peckam. A Entidade comunicante, que usou o pseudônimo de "Amicus",
foi em vida o Reverendo A. K. Stockwell, falecido mais de quarenta anos antes.
(P. 43)
36. Stockwell revelou na mensagem,
transcrita no livro, que o meio que recebe o desencarnado é determinado pelo
grau de espiritualidade em que ele se acha. Com a morte, ganha a morada
espiritual que preparou para si mesmo. (P. 45)
37. Eis, segundo anotou Bozzano, os detalhes
gerais contidos na mensagem: a) a informação de que os Espíritos dos mortos,
salvo raras exceções, são acolhidos e reconfortados por seus familiares e amigos
desencarnados; b) a prova da "visão panorâmica" dos acontecimentos da
vida; c) a informação sobre os desencarnados que não percebem que já morreram;
d) a faculdade que têm os Espíritos de modelar e organizar, própria do
pensamento no meio espiritual; e) a informação sobre a "lei de
afinidade", que regula inexoravelmente os destinos humanos, sem a
necessidade de intervenção de um Juiz Supremo a condenar ou absolver cada
Espírito desencarnado. (PP. 46 e 47)
38. Sexto caso - Extraído de um precioso
volume de revelações transcendentais, devido à mediunidade da Sra. E. B.
Duffey, intitulado: Heaven Revised, este caso apresenta um conjunto orgânico,
muito complicado, de concordâncias muito diferentes, grandes e pequenas,
freqüentemente estranhas e inesperadas, em contraste com as tradições
religiosas assimiladas no curso da infância e da adolescência por toda a
humanidade cristã. (PP. 48 a 51)
39. A personalidade comunicante fora, em
vida, conhecida da médium. Era uma senhora distinta e de espírito muito culto,
que, de livre-pensadora que era, tornou-se espírita nos últimos anos de sua
vida. (P. 51)
40. Os detalhes gerais contidos na revelação
desse Espírito são: a) o fato de a morta ignorar haver morrido; b) a
experiência da "visão panorâmica" dos acontecimentos de sua vida; b)
a circunstância de a morta achar-se em forma humana, no meio espiritual, onde
andava ou, antes, se transportava pairando a pequena distância do solo; c) o
reencontro com seus dois filhos, que ela levara à sepultura anos antes, os quais
se haviam tornado adultos. (PP. 56 a 58)
41. A comunicante revela ainda que, quando
sua mentalidade vibrava em uníssono com as vibrações específicas do meio
terrestre, ela não percebia as vibrações infinitamente mais sutis do meio
espiritual e, por conseguinte, os Espíritos que estavam a seu lado. Contudo,
desde que seu pensamento se voltou para as coisas espirituais e vibrou em
uníssono com o meio espiritual, ela viu desaparecer diante de si o mundo em que
vivera, e se encontrou, como por encanto, no meio espiritual. (P. 58)
42. Sétimo caso - Este caso foi relatado
pela revista Light, numa série de números do ano de 1922. Trata-se de uma
coleção de "revelações transcendentais" recebidas por uma médium –
Mrs. Hope Hunter – de limitada cultura intelectual e que ignorava inteiramente
a doutrina espírita. (P. 59)
43. O comunicante era o Espírito de um irmão
da médium, morto na Grande Guerra, a quem ela estimava muito. Quando o jovem
militar se manifestou pela primeira vez, sucedeu o que quase sempre acontece
nessas circunstâncias: é que o Espírito, reabsorvendo fluidos humanos e
volvendo parcialmente às condições terrestres, não pôde deixar de ressentir e
transmitir ao médium os sintomas que lhe caracterizaram a agonia. (P. 61)
44. Os detalhes contidos na série de
mensagens captadas pela Sra. Hunter são estes: a) a experiência da "visão
panorâmica" dos fatos da vida em que o falecido se comportara mal; b) o
reencontro com o pai desencarnado, que o conduziu à sua residência, onde passou
também a viver; c) o desconhecimento por parte de muitos de seus camaradas de
que se achavam mortos; d) a mudança na percepção visual do comunicante, que
passou a ver os encarnados como seres cada vez mais evanescentes. (PP. 61 a 63)
45. O Espírito comunicante informou achar-se,
na vida espiritual, ativamente ocupado, e isso ocorria com todos. Quando se
sentem fatigados, eles distraem-se, mas ninguém na Terra pode imaginar em que
consistem esses descansos, que, da mesma forma que o cansaço, são diversos do
que conhecemos no mundo físico. (P. 64)
46. Falando sobre o fenômeno da morte, o
Espírito-guia da médium explicou que a crise da morte é, fundamentalmente, a
mesma para todos; contudo, no caso de um soldado morto de maneira quase
fulminante, as coisas diferem um pouco. Espíritos auxiliam o
recém-desencarnado, que se sente aturdido, desorientado, aterrado, e não
poderia ser de outro modo. (P. 64)
47. Aludindo à questão da visão
retrospectiva dos fatos da existência terrena, o guia da médium disse não lhe
ser possível explicar como o fato se produz; porém, a razão dele reside numa
circunstância natural da vida, durante a qual toda ação que executamos e todo
pensamento formulado ficam registrados indelevelmente no éter vitalizado que
nos impregna o organismo. Trata-se – diz ele – de um processo fotográfico. (P.
65)
48. O guia esclareceu também por que o
falecido, a princípio, não reconheceu o próprio pai, fato que com freqüência
ocorre. É que o aspecto dos desencarnados geralmente se modifica. Existe, no
plano espiritual, um desenvolvimento do "corpo etéreo": um bebê
cresce até chegar à maturidade; um velho alcança a idade viril, rejuvenescendo.
(P. 66)
49. Explicando a possibilidade que o
falecido tinha de ver o que seus camaradas pensavam, o guia espiritual informou
que o fato era possível, porque na vida espiritual a transmissão do pensamento
é a forma normal de conversação entre os Espíritos; depois, porque muitos
pensamentos se exteriorizam da fronte daquele que os formula, revestindo formas
concretas, correspondentes à idéia pensada, formas que todos os Espíritos
percebem. (P. 66)
50. Comentando as informações do
Espírito-guia, Bozzano diz que elas concordam com as indicações dos psicólogos
e fisiologistas a respeito da memória fisiológica normal e da memória integral
subconsciente. Para explicar a sua formação, eles falam de
"vibrações" do pensamento, que se gravariam de modo indelével na
substância cerebral. Apenas neste último detalhe existe discordância entre os
psicólogos e o Espírito-guia, segundo quem as "vibrações" do
pensamento se gravariam no éter vitalizado que constitui o "corpo
etéreo" e não no cérebro físico. (P. 68)
51. Como a memória integral sobrevive à
morte do corpo físico, a explicação do Espírito deve certamente ser verdadeira,
visto que, doutro modo, morto o corpo, não subsistiria a memória. (P. 68)
(Continua no próximo número.)
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