Powered By Blogger

Pesquisar este blog

Páginas

terça-feira, 8 de setembro de 2015

A Crise da Morte (4ª Parte)

A Crise da Morte

Ernesto Bozzano

(4ª Parte)

Damos seqüência à apresentação do texto condensado do clássico "A Crise da Morte", de Ernesto Bozzano, de acordo com a tradução feita por Guillon Ribeiro publicada em 1926 pela editora da Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Que revelações nos traz o oitavo caso?

R.: Ditadas por um jovem soldado morto logo no início da Grande Guerra, as comunicações que compõem o oitavo caso contêm, entre outros, os seguintes detalhes: a) a ignorância em que muitos se encontram a respeito da própria morte; b) o sono reparador, que acomete os desencarnados, sobretudo quando acham que a morte era o aniquilamento total da criatura humana; c) o fato de, após despertar desse sono, o desencarnado sentir-se um outro ser e entender que se encontra num meio espiritual e que é um Espírito; d) a informação de que os que desencarnam com a convicção de que existe uma vida de além-túmulo não necessitarem dormir, a menos que cheguem ao mundo espiritual esgotados por longa enfermidade ou deprimidos por uma vida de tribulações; e) a circunstância de os Espíritos muito inferiores, que permanecem ligados à Terra, não gozarem do benefício do sono reparador e, por isso, perseverarem na ilusão de que continuam encarnados. (A Crise da Morte, pp. 70 a 75.)

B. Como os Espíritos satisfazem os hábitos voluptuosos que trazem da última existência?

R.: Mencionando expressamente o livro "Raymond", escrito pelo professor Oliver Lodge, Bozzano diz que os Espíritos recém-desencarnados não encontram no meio espiritual a mesma satisfação de antes, nos hábitos voluptuosos adquiridos no mundo dos vivos, e até os perdem. Todavia, quando chegam ao mundo espiritual, influenciados pelas tendências que os dominavam na Terra, há os que pedem de comer e outros que querem um gole de uísque. Existe, porém, um meio de contentá-los, fornecendo-se-lhes qualquer coisa que se assemelhe ao que reclamam. Desde, porém, que hajam saboreado uma ou duas vezes a coisa desejada, não mais sentem dela necessidade e a esquecem. (A Crise da Morte, p. 78.)

C. Que ensinamentos extraímos do nono caso?

R.: Este caso foi tirado do livro de mensagens transcendentais intitulado A Heretic in Heaven. O médium-narrador é o Sr. Ernesto H. Peckham, e o comunicante, que fora membro do mesmo círculo experimental do Sr. Peckham, valeu-se de um pseudônimo – "Daddy" – para assinar as mensagens. Eis os detalhes contidos nas mensagens: a) embora morto, o Espírito se sentia mais vivo do que antes; b) os acessos de soluço, a asma e outros sintomas bronquiais, que o atormentaram no momento da morte, continuaram a afligi-lo na vida espiritual; c) sua mãe, que morrera havia muitos anos, e sua esposa foram visitá-lo em sua nova morada; d) seguiu-se depois disso um prolongado período de sono. (A Crise da Morte, pp. 84 a 91.)

D. O advento da Nova Revelação veio na época certa?

R.: Sim. Segundo Bozzano, as manifestações mediúnicas se produziram no momento exato em que estavam maduros os tempos para serem compreendidas, apreciadas e assimiladas. Se as "pancadas" de Hydesville se houvessem produzido um século antes, teriam passado despercebidas e infecundas. "Cumpre, pois, se reconheça que a Nova Ciência da Alma nasceu na hora precisa, no seio dos povos civilizados", afirma Bozzano. (A Crise da Morte, pp. 91 e 92.)

Texto para leitura

52. Oitavo caso - Extraído também da revista Light, edição do ano de 1925, trata-se de comunicações ditadas em maio e junho de 1918 por um jovem soldado morto logo no início da Grande Guerra. (PP. 69 e 70)

53. Eis os detalhes contidos nas mensagens do jovem soldado: a) a ignorância em que muitos se encontram a respeito da própria morte; b) o sono reparador, que acomete os desencarnados, sobretudo quando acham que a morte era o aniquilamento total da criatura humana; c) após despertar desse sono, o desencarnado se sente um outro ser e entende que se encontra num meio espiritual e que é um Espírito; d) os que desencarnam com a convicção de que existe uma vida de além-túmulo não necessitam dormir, a menos que cheguem ao mundo espiritual esgotados por longa enfermidade ou deprimidos por uma vida de tribulações; e) os Espíritos muito inferiores, que permanecem ligados à Terra, não gozam do benefício do sono reparador e, por isso, perseveram na ilusão de que continuam encarnados; f) o meio espiritual apresenta ao visitante "coisas" que parecem da mesma natureza que as que ele conhecia na Terra, mas elas são reais, absolutamente reais; g) os desencarnados não demoram a descobrir que podem transformar certas "coisas" que vêem em torno deles, unicamente pelo desejo de que elas se transformem. (PP. 70 a 75)

54. A propósito do último detalhe, diz o Espírito que, vendo a seus pés uma agulha de madeira, ele pode transformá-la, pela força de sua vontade, em uma agulha de aço; mas não pode transformar os objetos volumosos e, ainda menos, o meio em que vive. A razão é que a paisagem que o rodeia não é somente "cenário" dele; é o "cenário" de todos os Espíritos que ali residem. Pode, pois, transformar apenas as coisas pequenas e quando isso a ninguém aborreça ou prejudique. (P. 75)

55. Após repetidas experiências desta natureza, informa a Entidade, entende-se que o meio espiritual é, na realidade, constituído unicamente de "formas de pensamento" e de "projeções da memória", e que tudo isto está organizado com o fim de tornar mais fácil, aos Espíritos recém-desencarnados, o período de transição decorrente da morte corpórea. (P. 75)

56. A respeito das percepções espirituais, diz o comunicante que, a princípio, pensa-se que os Espíritos conversam da mesma maneira que o faziam quando encarnados; mas, desde o começo, experimenta-se a curiosa sensação de compreender-se muito mais do que o que se formula verbalmente. (P. 75)

57. Com o tempo, percebe-se que a conversação por meio da palavra não constitui mais do que uma espécie de superestrutura artificial, substancialmente inútil para a permuta das idéias, a qual, na realidade, se opera diretamente, pela transmissão dos pensamentos. (P. 75)

58. Citando o livro "Raymond", escrito pelo professor Oliver Lodge, Bozzano lembra que os Espíritos recém-desencarnados não encontram no meio espiritual a mesma satisfação de antes, nos hábitos voluptuosos adquiridos no mundo dos vivos, e até os perdem. Todavia, quando chegam ao mundo espiritual, influenciados pelas tendências que os dominavam na Terra, há os que pedem de comer e outros que querem um gole de uísque. Existe, porém, um meio de contentá-los, fornecendo-se-lhes qualquer coisa que se assemelhe ao que reclamam. Desde, porém, que hajam saboreado uma ou duas vezes a coisa desejada, não mais sentem dela necessidade e a esquecem. (P. 78)

59. As projeções do pensamento no meio espiritual são consideradas efêmeras, apenas do ponto de vista da evolução ulterior do Espírito. São, contudo, substanciais no meio em que elas se produzem. Com efeito, admitida a existência de um meio espiritual, cuja densidade específica seja constituída de "éter vitalizado" – num mundo assim a paisagem geral, assim como as projeções particulares devem ser consideradas reais, absolutamente reais, pois que teriam a mesma consistência que o organismo espiritual dos seres que o habitam e seriam constituídas do mesmo elemento. (P. 81)

60. Nono caso - Este caso foi tirado do livro de mensagens transcendentais intitulado A Heretic in Heaven. O médium-narrador é o Sr. Ernesto H. Peckham, autor do belo livro The Morrow of Death, e o comunicante, que fora membro do mesmo círculo experimental do Sr. Peckham, valeu-se de um pseudônimo – "Daddy" – para assinar as mensagens. (PP. 84 e 85)

61. Eis os detalhes contidos nas mensagens de "Daddy": a) embora morto, o Espírito se sentia mais vivo do que antes; b) os acessos de soluço, a asma e outros sintomas bronquiais, que o atormentaram no momento da morte, continuaram a afligi-lo na vida espiritual; c) sua mãe, que morrera havia muitos anos, e sua esposa foram visitá-lo em sua nova morada; d) seguiu-se depois disso um prolongado período de sono. (PP. 86 a 88)

62. Além de outros episódios constantes das mensagens de "Daddy", Bozzano comenta o fato de ter o Espírito anunciado sua morte a um amigo encarnado, que então a ignorava. Como o fato realmente ocorreu nas condições de meio indicadas pelo comunicante, é forçoso concluir que se trata de um dos fenômenos comuns – ora visuais, ora auditivos – de manifestação dos mortos, fenômenos a que os metapsiquistas ortodoxos chamam "telepatia diferida". (P. 90)

63. O autor assinala ainda nas citadas mensagens: 1o) o interessante fenômeno segundo o qual os objetos afastados não parecem diminuídos à percepção espiritual, pela distância, enquanto todo objeto é simultaneamente percebido por todos os seus lados e no seu próprio interior, indo a visão além do objeto; 2o) a observação concernente ao pensamento do Espírito, logo percebido por outro Espírito distante e que intervém, auxiliando o primeiro com um conselho que lhe transmite no mesmo instante. (P. 91)

64. Bozzano diz que os "raios Roentgen" (raios X) e a "telegrafia sem fio" são conquistas científicas que nos permitem compreender perfeitamente a viabilidade dos dois fenômenos acima referidos, que pareceriam absurdos se revelados duas gerações antes da sua. "Esta observação – adverte o autor – deveria aconselhar a todos prudência, antes de proclamarem absurdas e impossíveis outras informações análogas, constantes das mensagens do Além e que ainda não estão confirmadas pela ciência terrestre." (PP. 91 e 92)

65. O fato indica ainda que as manifestações mediúnicas se produzem no momento exato em que parecem maduros os tempos, para serem compreendidas, apreciadas e assimiladas. Se as "pancadas" de Hydesville se houvessem produzido um século antes, teriam passado despercebidas e infecundas. "Cumpre, pois, se reconheça que a Nova Ciência da Alma nasceu na hora precisa, no seio dos povos civilizados", acrescenta Bozzano. (P. 92)


66. O autor considera também detalhe fundamental a revelação mediúnica acerca das modalidades sob as quais se manifesta a visão espiritual, que requer um certo tempo para que se desenvolva inteiramente nos Espíritos recém-chegados, o que explica por que são em número reduzido os Espíritos desencarnados que a ela aludem. (PP. 92 e 93) (Continua no próximo número.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário