Pessoal,
segue continuação de nossos estudos.
Que
Jesus ilumine a todos para que possamos humildemente tentar transformar nosso
aprendizado teórico em práticas cotidianas.
Um
abraço a todos!
Livro em
estudo: Ação e reação
Tema:
Capítulo 6: No círculo de oração
Na
terceira noite de nossa permanência na casa, o Instrutor Druso convidou-nos
para o círculo de oração.
Silas
explicava-nos, generoso, que teríamos oportunidade para interessantes estudos.
O
serviço da prece em conjunto, duas vezes por semana, era realizado na Mansão em
local próprio e, no decurso das atividades que lhe eram afetas,
materializavam-se, habitualmente, um ou outro dos orientadores que, de esferas mais
altas, superintendiam a instituição. Nessas ocasiões, Druso e os assessores mais
responsáveis recolhiam ordens e instruções variadas, atinentes aos numerosos
processos de serviço em movimento.
Questões
eram respondidas, providências de trabalho eram, com segurança, indicadas. E,
decerto, mesmo nós, adventícios no estabelecimento, poderíamos apresentar
qualquer dúvida ou indagação para esclarecimento oportuno.
Regozijei-me.
Hilário,
algo preocupado, inquiriu se devíamos obedecer a algum programa especial,
informando o Assistente que nos cabia apenas manter no santuário próximo o coração
e a mente escoimados de quaisquer idéias ou sentimentos indignos da reverência
e da confiança que nos compete dedicar à Providência Divina e incompatíveis com
a fraternidade que devemos sinceramente uns aos outros.
Vali-me
de alguns instantes rápidos e roguei a inspiração de Jesus para que a minha
presença não fosse motivo de perturbação no ambiente amigo que se propunha
acolher-nos.
Logo
após, seguindo o companheiro, Hilário e eu tivemos acesso a uma sala simples,
em que Druso nos recebeu, sorridente e bondoso.
Vasta
mesa, ladeada de poltronas modestas em que se acomodavam dez pessoas
simpáticas, sete mulheres e três homens, apresentava cabeceira ampla, pondo em
destaque a grande poltrona em que o diretor da casa se sentaria.
Do
outro lado, à nossa frente, surgia larga tela translúcida, medindo
aproximadamente seis metros quadrados.
Fora do
círculo de pessoas que evidentemente emprestariam cooperação mais ampla à
tarefa em perspectiva, achavam-se três Assistentes, cinco Enfermeiros, duas
senhoras de aspecto humilde, Silas e nós.
Dispúnhamos,
ainda, de tempo para a conversação edificante e discreta.
Aproveitei
o ensejo para indagar do prestimoso amigo quanto às funções dos dez
companheiros que se formalizavam, em derredor do chefe da casa, como a lhe
robustecerem o pensamento.
Silas
não se fez rogado e aclarou, de pronto:
- São
amigos nossos que aprimoraram condições mediúnicas favoráveis à realização dos
serviços a se desdobrarem aqui.
Colaboram
com fluidos vitais e elementos radiantes, altamente sublimados, de que os
nossos Instrutores se servem com eficiência para se manifestarem.
Admirado,
meu colega considerou:
-
Podemos interpretá-los como sendo santos em atividade na Mansão?
- De
modo algum - obtemperou Silas, bem-humorado. – São trabalhadores prestimosos.
Tanto quanto nós, padecem ainda a pressão de reminiscências perturbadoras do
plano físico, carreando consigo as raízes dos débitos que adquiriram no passado,
para o justo resgate em porvir talvez próximo, na reencarnação. Ainda assim, pela
disciplina a que se afeiçoam no devotamento aos semelhantes, conquistam
simpatias providenciais que funcionam à maneira de valores expressivos a lhes
atenuarem dificuldades e provas nas lutas porvindouras.
- Isto
quer dizer...
A
palavra reticenciosa de Hilário, no entanto, ficou no ar, de vez que o nosso
amigo, apreendendo-lhe a inquirição, asseverou, otimista:
- Sim,
isso quer dizer que, nas zonas infernais, também dispomos de preciosas
oportunidades de trabalho, não somente vencendo as aflições purgatoriais
que estabelecemos em nós mesmos, como também preparando novos caminhos para o
céu interior que devemos edificar.
O
ensinamento resumia imensas consolações para nós.
A essa
altura do entendimento, Hilário centralizou a atenção nas duas damas presentes,
cuja apresentação exterior demonstrava singular diferença do meio a que nos
ajustávamos, pela extrema tristeza que lhes senhoreava a fisionomia, e perguntou,
respeitoso:
- Meu
caro Silas, quem são essas irmãs nossas que, francamente, se distanciam do tom
psíquico aqui reinante?
O
interpelado sorriu e informou:
- São
irmãs que, por mérito em serviço, receberam o direito de partilhar a reunião de
hoje, de modo a suplicarem auxílio na solução dos problemas que lhes tocam a
alma de perto.
Conheço-as
pessoalmente. São mulheres desencarnadas que primam pela abnegação, atuando em
socorro de Espíritos familiares que sofrem nestas regiões as duras
conseqüências dos delitos a que se entregaram, imprevidentes.
Após
lhes dirigir um olhar fraterno, aduziu:
-
Madalena e Sílvia desposaram na existência última dois irmãos consangüíneos que
se odiaram terrivelmente, desde a mocidade até a morte e, em razão dessas
desavenças, cometeram erros deliberados e clamorosos nos setores da política regional
em que estiveram situados. Nutriram vastas sementeiras de egoísmo e discórdia,
impedindo o progresso da coletividade que lhes cabia servir e alimentando a
cizânia e a crueldade entre os companheiros que lhes abraçavam os pontos de
vista. Muitos crimes foram postos em execução, incitados por eles ambos,
que estimavam acalentar a discórdia incessante entre os consócios de
arregimentação partidária, e, por essa razão, expiam nas linhas inferiores do
sofrimento os delitos de lesa-fraternidade que praticaram contra si próprios.
Pretendia
indagar em que consistiam as provações dos amigos infortunados a que nos
referíamos, mas a palavra de Druso se fez ouvida, concitando-nos à necessária
preparação.
Certamente
ajuizando quanto às faltas involuntárias em que poderíamos incorrer, pediu para
que nós outros, os que partilhávamos a prece, ali, pela primeira vez,
guardássemos plena abstenção de pensamentos menos dignos, abolindo quaisquer
recordações desagradáveis, para que não se verificassem interferências na
câmara cristalina, nome pelo qual designou o grande espelho à nossa frente,
durante a manifestação do venerável mensageiro, cuja visita aguardava.
Explicou
que as forças associadas dos médiuns presentes se caracterizariam por extremo
poder plástico e que uma simples idéia nossa, incompatível com a dignidade do
recinto, poderia materializar-se, criando imagens impróprias, não obstante temporárias,
na face do aparelho sob nossa vista.
Convidados
finalmente pelo generoso diretor a externar qualquer dúvida ou preocupação que nos
assomassem à mente, perguntei se poderíamos apresentar uma ou outra indagação
ao emissário prestes a chegar, ao que ele assentiu plenamente, recomendando-nos,
porém, conservar em qualquer assunto a nobreza espiritual de quem se
consagra ao bem de todos, sem se deter em perquirições ociosas, alusivas às
estreitas inquietações da esfera particular.
Logo
após, avisou que, através de dispositivos especiais, todos os recursos dos
medianeiros presentes seriam concentrados na câmara que, daquele minuto em diante,
estaria sensibilizada para os misteres da hora em curso.
Brando
silêncio passou a reinar sobre nós.
Em
atitude respeitosa e expectante, o diretor da instituição ergueu-se e orou
comovidamente:
"Mestre
Divino, digna-te abençoar-nos a reunião nesta casa de paz e serviço.
Por tua
bondade, em nome do Infinito Amor de Nosso Pai Celeste, recebemos a sublime
dádiva do trabalho regenerador.
Somos,
porém, nestas regiões atormentadas, vastas falanges de Espíritos extraviados no
sofrimento expiatório, depois dos crimes impensados em que chafurdamos a nossa
consciência.
Apesar
de prisioneiros, agrilhoados às penas que geramos para nós mesmos, saudamo-te a
glória divina, tocados de reconforto.
Concede-nos,
Senhor, a assistência de teus abnegados e sublimes embaixadores, a fim de que
não desfaleçamos nos bons propósitos.
Sabemos
que, sem o calor de tuas mãos compassivas, nos fenece a esperança, à maneira de
planta frágil sem a bênção do Sol!...
Mestre,
somos também tutelados teus, embora permaneçamos no cárcere de clamorosas
defecções, suportando as lamentáveis conseqüências de nossos crimes.
Destes
lugares tenebrosos partem angustiosos gemidos, em busca de tua piedade
incomensurável... Somos nós, os calcetas da penitência, que, muitas vezes,
soluçamos desarvorados, suspirando pelo retorno à paz...
Somos
nós, os homicidas, os traidores, os ingratos e perversos trânsfugas das Leis
Divinas que recorremos à tua intercessão, para que as nossas consciências, em
purgação dolorosa, se depurem e reergam ao teu encontro!
Compadece-te
de nós, que merecemos as dores que nos retalham os corações. Ajuda-nos para que
a aflição nos seja remédio salutar e socorre os nossos irmãos que, nas
trevas destes sítios, se entregam à irresponsabilidade e à indisciplina, dificultando
sua própria regeneração, por multiplicarem as lavas de desespero que
vertem, arrasadoras, de suas almas!..."
Nesse
ponto da rogativa, Druso fez longa pausa para enxugar as lágrimas que lhe
transbordavam dos olhos.
A
inflexão de suas palavras, repletas de dor, como se ele próprio fosse ali um
Espírito recluso em padecimentos amargos, impressionava-me vivamente. Não
conseguia desviar dele a atenção. Incoercível emotividade constringia-me o peito
e o pranto jorrou-me, irresistível.
"Confiaste-nos,
Senhor - prosseguiu ele, compungido -, a tarefa de examinar os problemas dos
irmãos desventurados que nos batem à porta... Somos, assim, compelidos a
sondar-lhes o infortúnio para, de algum modo, encaminhá-los ao reajuste.
Não
permitas, ó Eterno Benfeitor, que nosso coração se enrijeça, ainda mesmo diante
da suprema perversidade!... Não desconhecemos que as moléstias da alma são mais
aflitivas e mais graves que as doenças da carne... Enche-nos, desse modo, de
infatigável compaixão para que sejamos fiéis instrumentos de teu amor!...
Permite
que teus prepostos nos amparem as decisões nos compromissos por assumir.
Não nos
relegues à fraqueza que nos é peculiar.
Dá-nos,
Cristo de Deus, a tua inspiração de amor e luz!..."
Nesse
instante, ainda mesmo que o tom de voz não anunciasse o fim da oração, o
generoso amigo não conseguiria continuar, porque a emoção lhe estrangulava a
prece na garganta.
Todos
chorávamos, contagiados por suas lágrimas abundantes...
Quem
era Druso, afinal, para entregar-se daquele modo à oração, como se ele próprio
fosse, entre nós, o maior dos torturados?
Não
tive tempo para estender qualquer consideração, porquanto, respondendo ao apelo
ardente que ouvíramos, extensa massa de vaporosa neblina cobriu a face do
espelho próximo. Fixei-a, admirado, e pareceu-me identificar largo floco de
névoa primaveril a distender-se, alva e móvel.
Extáticos
e felizes, vimos emergir da leitosa nuvem a figura respeitável de um homem
aparentemente envelhecido na forma, revelando, porém, a mais intensa juvenilidade
no olhar.
Vasta
auréola de safirino esplendor coroava-lhe os cabelos brancos que nos infundiam
inexcedível respeito, a derramar-se em sublimes cintilações na túnica simples e
acolhedora que lhe velava o corpo esguio. No semblante nobre e calmo, bagava um
sorriso que não chegava a fixar-se. Após um minuto de silenciosa contemplação,
levantou a destra, que despediu grande jorro de luz sobre nós, e saudou;
- A paz do Senhor seja conosco.
Havia
tanta doçura e tanta energia, tanto carinho e tanta autoridade naquela voz, que
procurei manter o melhor governo das emoções para não cair de joelhos.
-
Ministro Sânzio - exclamou Druso, reverente -, bendita seja a sua presença
entre nós.
A
claridade a irradiar-se do venerável visitante e a dignidade com que se nos
revelava impunham-nos fervoroso respeito; entretanto, como querendo desfazer a
impressão de nossa inferioridade, o Ministro, surpreendentemente materializado,
mantendo o campo vibratório em que nos encontrávamos, avançou para nós,
estendeu-nos as mãos num gesto paternal e colocou-nos à vontade.
Não
desejava cerimônias - acrescentou, entre afetuoso e convincente.
Em
seguida, demonstrando o valor das horas, recomendou ao diretor apresentasse os
processos em estudo.
Com
admiração, vi Druso exibir os documentos solicitados: vinte e duas fichas de
largo tamanho, cada qual condensando a síntese das informações necessárias ao
socorro de vinte e duas entidades, recentemente internadas na instituição.
Naquele
momento, não pude ensaiar qualquer pergunta direta; todavia, mais tarde, Silas
me esclareceu que Sânzio, investido nas elevadas funções de Ministro da
Regeneração, tinha grandes poderes sobre aquela casa de reajuste, com o direito
de apoiar ou determinar qualquer medida, referente à obra assistencial, em benefício
dos sofredores, podendo homologar e ordenar providências de segregação e
justiça, reencarnação e banimento.
O
emissário, atento, examinou todos os autos ali expressos em rápidas súmulas,
das quais transpareciam, não apenas informes escritos, mas também
microfotografias e recursos de identificação que lembram os elementos
dactiloscópicos da Terra, aceitando ou não as sugestões de Druso, depois de ligeiras
considerações, em torno de cada caso particular, apondo em cada ficha o selo
que lhe assinalava a responsabilidade das decisões.
Adventícios
no ambiente, sentíamo-nos estranhos a todos os estudos e deliberações
efetuados, menos, porém, quanto ao derradeiro processo em lide, que se
reportava justamente a Antônio Olímpio, o internado da véspera, a cujo
despertar
assistíramos.
A
presteza com que os dados do ex-fazendeiro haviam sido relacionados era
de causar o maior espanto.
Convidados
pelo Instrutor a compulsá-los, porque percebia ele a importância de que o
assunto se revestia, nós, Hilário e eu, reconhecemos-lhe o retrato e a
legitimidade das declarações que prestara sob a influência magnética a que
fora
submetido.
Interessando-nos
vivamente pela solução do problema, ouvimos a palavra do Ministro, que
concordava com o parecer da casa quanto à conveniência de socorro imediato ao
irmão infeliz e breve reencarnação dele no círculo em que delinqüíra, a fim de
restituir, aos irmãos espoliados, os sítios de que haviam sido expulsos.
Acentuou,
contudo, que o criminoso, conforme as alegações dele mesmo, não desfrutava
qualquer atenuante para as culpas que lhe eram imputadas.
Antônio
Olímpio - concordou o dirigente da casa vivera para si, entregue a desvairada
egolatria. Não conhecera senão as suas conveniências. Conservara no mundo o
dinheiro e o tempo, sem benefícios para ninguém que não fosse ele próprio. Isolara-se
em prazeres perniciosos e, por isso, não trouxera ao campo espiritual a
gratidão alheia funcionando em seu favor, porquanto, em matéria de apoio
afetivo, dispunha somente da simpatia a nascer no quadro diminuto em que se lhe
encerrava o estreito mundo familiar. Era, pois, um companheiro realmente
complexo, com extremas dificuldades para ser auxiliado no retorno à experiência
física.
O
magnânimo mensageiro, entretanto, recordou que a esposa e o filho lhe eram
devedores de insuperável carinho. Esses dois corações surgiam, ali, segundo a
Lei, como valores benéficos para o delinqüente, porque todo bem
realizado, com quem for e seja onde for, constitui recurso vivo, atuando em
favor de
quem o
pratica.
Resumindo
as conclusões suscitadas, notificou à pequena assembléia que pediria o
comparecimento da irmã Alzira, para que se manifestasse com alusão às medidas
em andamento, abstendo-se de qualquer apelo imediato ao irmão Luís, o filho favorecido
pela fortuna indébita, por encontrar-se internado no corpo físico, apelo esse
que somente se justificaria em condições excepcionais.
Confiou-se
o Ministro à prece silenciosa e, respondendo-lhe à petição, notamos que a tênue
matéria justaposta ao espelho se movimentava, de leve, dando passagem agora a
uma figura suave de linda mulher. A irmã Alzira revelava-se-nos ao olhar.
Parecia
integrada na experiência da hora em curso, porquanto não demonstrava qualquer
surpresa.
Saudou-nos
com graciosa gentileza e, às primeiras interpelações de Sânzio, respondeu,
humilde:
-
Venerável benfeitor, compreendo a difícil posição de meu antigo companheiro nos
compromissos assumidos e ofereço-me de boa-vontade para coadjuvar-lhe o serviço
restaurador. Aliás, venho suspirando por essa possibilidade que significa para mim
valiosa bênção. Antônio Olímpio terá sido um carrasco dos próprios
irmãos, aniquilando-lhes o corpo para usurpar-lhes os haveres; contudo, para
meu filho e para mim foi sempre um amigo e um protetor, abnegado e queridíssimo.
Ajudá-lo a reerguer-se, para a minha alma não é apenas dever, mas também
inexprimível felicidade...
O
Ministro fitou-a, satisfeito, como se não lhe esperasse outra resposta, e
ponderou:
-
Sabes, no entanto, que os irmãos assassinados perseveram no ódio e
perseguiram-no, até agora, sem tréguas...
- Sim,
sei tudo isso - aclarou a simpática senhora -, conheço-lhes o poder vingador...
Arrebataram meu esposo da quietação do túmulo para se saciarem no desforço
terrível e nunca me permitiram qualquer aproximação com ele, no vale de trevas
em que se demoram por tantos anos... Além disso, ressarcindo meus débitos do
passado, sucumbi por minha vez às mãos deles dois, em tremenda obsessão, no
mesmo lago em que perderam o corpo físico. Isso, porém, não é motivo para
recuo. Estou pronta para o serviço em que possa ser útil.
Meditou
Sânzio alguns instantes rápidos e aduziu:
- A
recuperação de Olímpio, para a reencarnação, exigirá tempo. Contudo, podes, com
o auxílio deste pouso, iniciar a obra socorrista...
E, à
frente da atitude expectante da esposa abnegada, continuou:
- As
vitimas de ontem, hoje transformadas em verdugos enrijecidos, moram na herdade
que lhes foi arrebatada pelo irmão fratricida, alimentando o ódio contra os
seus descendentes e conturbando-lhes a vida. É necessário que vás em
pessoa suplicar-lhes melhores disposições mentais para que se habilitem ao
amparo de nossa organização, preparando-se para o renascimento físico em época
oportuna. Conseguida essa fase inicial de assistência, colaborarás na volta de
Olímpio ao lar do próprio filho, e, por tua vez, tornarás à carne, logo após, a
fim de que de novo te consorcies com ele, em abençoado futuro, para que recebas
nos braços Clarindo e Leonel, por filhos do coração, aos quais Olímpio restituirá
a existência terrestre e os haveres...
Um
sorriso de ventura brilhou no semblante da sublime mulher e, talvez porque
enunciasse pensamentos de temor, Sânzio acudiu-a, exclamando:
- Não
desfaleças. Serás sustentada por esta Mansão, em todos os teus contactos com os
nossos amigos fixados na vingança e atenderemos pessoalmente a todos os
assuntos que se refiram à transferência de tuas atividades para este sitio,
perante as autoridades a que te subordinas. Nossos irmãos infortunados não
estarão insensíveis aos teus rogos...
Sofreste-lhes
impiedosos golpes nos derradeiros dias de tua permanência no mundo e a
humildade dos que sofrem é fator essencial na renovação dos que fazem sofrer...
A digna
criatura, em lágrimas de jubiloso reconhecimento, osculou-lhe a destra e
afastou-se.
A cena
tocante e simples emocionara-nos, fundamente.
Senti o
incomensurável amor de Deus alicerçando os fundamentos de Sua Justiça
indefectível e, no imo d_alma, bradei para os meus próprios ouvidos: - Louvado
sejas Tu, Pai de Infinita Bondade, que semeias a esperança e a alegria até nos
infernos do crime, como desabotoas rosas de beleza e perfume no seio doa
sarçais!...
Autorizadas
por Druso, Madalena e Silvia aproximaram-se do Ministro, implorando-lhe a
intercessão para que os esposos fossem atendidos naquele estabelecimento de paz
e fraternidade, para a reconstrução do destino à frente do porvir. Sânzio
acolheu-lhes as súplicas com benevolência e carinho, determinando o
recolhimento de ambos os infelizes no clima do instituto e prometendo
facilitar-lhes a reencarnação para breve.
Ligeiro
sinal do diretor fez-nos sentir que o instante era agora livre para os
entendimentos educativos; assim, impressionados com o que víramos e
observáramos, Hilário e eu acercamo-nos do venerável mensageiro, com o
propósito de ouvi-lo, a fim de aproveitarmos aquela hora de conversação rara e
bela.
Questões
para estudo:
1) No
início do capítulo aborda-se o processo da "prece em conjunto"
realizada na Mansão. Qual a relação deste evento que ocorre na Espiritualidade
com o Culto do Evangelho no Lar que é realizado pelos encarnados ?
2) Qual
o papel dos dez colaboradores que se situavam em derredor ao chefe da casa ?
3) Qual
a importância do controle dos pensamentos no sentido de proporcionar um melhor
aproveitamento quer seja nas audiência da "câmara cristalina", quer
seja na manifestação do mensageiro que estava prestes a chegar?
4)
Quais características da prece de Druso que propiciaram a devida elevação do
ambiente?
5)
Comente a frase: "(...) todo bem realizado, com quem for e seja onde for,
constitui recurso vivo, atuando em favor de quem o pratica."
Alexandre
Paoli Fernandes
Questões
para estudo:
1) No
início do capítulo aborda-se o processo da "prece em conjunto"
realizada na Mansão. Qual a relação deste evento que ocorre na Espiritualidade
com o Culto do Evangelho no Lar que é realizado pelos encarnados ?
Na
definição dos Espíritos, a prece é um ato de adoração e de pensamento a Deus.
A prece
traça fronteiras vibratórias e, além da fronteira vibratória, ela nos predispõe
a uma mudança de hábito, pois ao nos colocarmos em prece, buscamos uma posição
mais elevada, possibilitando entrever nossos erros e buscar a melhor forma de
reparação.
A prece
é uma projeção do pensamento, a partir do qual irá se estabelecer uma corrente
fluídica cuja intensidade dependerá do teor vibratório de quem ora, e nisto
reside o seu poder e o seu alcance, pois nesta relação fluídica o homem atrai
para si a ajuda dos Espíritos Superiores a lhe inspirar bons pensamentos.
Assim,
ambos são muito parecidos. Eles tem dias e horas determinados.
Quaisquer
que sejam as condições dos espíritos, encarnados ou desencarnados, reunidos com
propósitos elevados, são reuniões feitas em nome de Jesus.
No
Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXVIII, itens 4 e 5 nos falam sobre
Reuniões Espíritas, e encontramos a seguinte citação do Evangelho de Mateus:
"Porque onde se acham dois ou três congregados em meu nome, aí estou eu no
meio deles. (Mt 28: 20). Desse modo, podemos concluir que ambas as
reuniões são feitas em nome de Jesus, com propósitos elevados, porém os motivos
das reuniões são diferentes. O Culto do Evangelho no Lar tem o propósito
maior de unir os membros da família em torno do Evangelho de Jesus, trazendo
como consequência o crescimento do conhecimento evangélico, do equilíbrio e da
paz familiar, atraindo Espíritos Benfeitores que irão iluminar aquele lar.
Esta
reunião do capítulo em estudo tem outros propósitos, que é a consulta ao Mentor
Espiritual como se vê na seguinte frase: "Nessas ocasiões, Druso e
os assessores mais responsáveis recolhiam ordens e instruções variadas,
atinentes aos numerosos processos de serviço em movimento. Questões eram
respondidas, providências de trabalho eram, com segurança, indicadas..."
2) Qual
o papel dos dez colaboradores que se situavam em derredor ao chefe da
casa ?
São
trabalhadores, médiuns de sustentação, doando energias que serão utilizadas
para a materialização dos Instrutores. Conforme explicação de Silas, são
espíritos ainda em evolução, com capacidade mediúnica, que colaboram na doação
de suas energias, mesmo no plano espiritual.
Lembrando
que a colonia é situada numa zona muito próximo a crosta, onde nós habitamos,
por isso ainda se faz necessário o nosso auxílio neste processo materializador.
3) Qual
a importância do controle dos pensamentos no sentido de proporcionar um
melhor aproveitamento quer seja nas audiência da "câmara
cristalina", quer seja na manifestação do mensageiro que estava prestes a
chegar ?
Um dos
assuntos mais importantes que a Doutrina Espírita enfatiza e esclarece é a
questão do PENSAMENTO. Vimos em estudos anteriores a importância do
equilíbrio mental e da força do pensamento largamente explicados em toda a obra
de André Luiz. Sabemos, portanto, que as ondas mentais emitidas por nós são
energias que irão afetar o ambiente em que nos encontramos, positiva ou
negativamente, dependendo da qualidade dos pensamentos emitidos. O próprio
Assistente esclarece sobre o poder plástico das vibrações mentais do grupo
reunido e do perigo representado por uma "simples ideia nossa,
incompatível com a dignidade do recinto, poderia materializar-se, criando
imagens impróprias, não obstante temporárias, na face do aparelho sob nossa
vista".
4)
Quais características da prece de Druso que propiciaram a devida elevação
do ambiente ?
A prece
é a expressão de um sentimento que sempre alcança a Deus, quando ditada pelo
coração de quem ora.
A
emoção pela qual ele fez vibrar o ambiente e pela eloqüência de suas humildes
mas magnéticas palavras. Pois o importante não é o que dizemos, mas o que
vibramos no momento de dizer certas palavras, isso conta muito e faz com que
pequenas palavras se tornem gigantes vibratoriamente.
5)
Comente a frase: "(...) todo bem realizado, com quem for e seja onde
for, constitui recurso vivo, atuando em favor de quem o pratica."
O bem
que se faz retorna para nós mesmos, pois é essa a recompensa de fazer a
caridade, mas a caridade de coração e não aquele ato intencional, pensando na
vantagem que terá posteriormente. Uma frase diz: "Ajude e será
ajudado."
"A
verdadeira caridade é aquela que você não exige nada em troca."
Dúvida
surgida durante o estudo:
Neste
parágrafo: - São amigos nossos que aprimoraram condições mediúnicas favoráveis
à realização dos serviços a se desdobrarem aqui. Colaboram com fluidos
vitais e elementos radiantes, altamente sublimados, de que os nossos
Instrutores se servem com eficiência para se manifestarem.
A minha
dúvida é: ESPÍRITOS DESENCARNADOS POSSUEM FLUÍDOS VITAIS? ESSE TIPO DE
FLUÍDOS NÃO É PRÓPRIO DE ESPÍRITOS ENCARNADOS?
Resp: A
Função principal do fluido vital é a de unir o espírito, através de seu
perispírito, ao corpo de carne, animalizando a matéria. O fluido vital é
extraído do fluido cósmico universal, do qual se constitui modificação; ou seja,
o fluido vital constitui o chamado corpo vital, também conhecido como
corpo etérico.
Este
fluido, que é originado pelo fluido cósmico universal, é absorvido pelas
moléculas orgânica e confere o atributo da vida.
Podemos
dizer que o principio vital é o agente do fluido vital. Podemos dizer que no
principio vital existe a energia em potencial e no fluido vital esta energia
está em ação (movimento).
Ele
pode se desgastar através de vícios, de obsessão , de doenças e também pelo
suicídio.
Com as
enfermidades e o falecimento dos órgãos não há mais fixação do fluido vital, o
desprendimento progressivo do mesmo determina a morte ou seja o desligamento do
corpo astral do corpo físico.
Quanto
ao fluido vital, conforme nos ensina o Livro dos Espíritos, após a desencarnação,
ele retorna à sua origem, que é o fluido universal. Em alguns casos, como nos
suicidas, por ação da lei de causa e efeito, ele fica ainda muito impregnado
entre o perispirito e o corpo físico, fazendo o espírito sentir com muita
intensidade o processo de decomposição do corpo físico. Existem também espíritos,
ainda muito materializados que tentam vampirizar estas energias, mas tudo
depende da proteção espiritual que temos.
Assim no
parágrafo "São amigos nossos que aprimoraram condições mediúnicas
favoráveis à realização dos serviços a se desdobrarem aqui. "
Podemos entender que há a presença de espíritos encarnados em desdobramento em
trabalho/estudo no plano espiritual e, assim, doam eles seus fluidos vitais
para a materialização.
Equipe
André Luiz CVDEE - eqpal@cvdee.org.br
Coordenação:
Sérgio e Lu
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