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sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Allan Kardec, sua vida, sua obra e seu método - ESTUDO 4a PARTE

ESTUDO 4a PARTE

Allan Kardec, sua vida, sua obra e seu método

Apresentamos nesta edição o 3o tema do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita que será aqui apresentado semanalmente, de acordo com programa elaborado pela Federação Espírita Brasileira, estruturado em seis Módulos e 147 temas.

Se o leitor utilizar este programa para estudo em grupo, sugerimos que as questões propostas sejam debatidas livremente antes da leitura do texto que a elas se segue. Se destinado somente a uso por parte do leitor, pedimos que o interessado tente inicialmente responder às questões e só depois leia o texto referido. As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final da lição.


Questões para debate


1. Qual foi o nome de batismo do Codificador do Espiritismo?

2. Em que data e cidade ele nasceu e quando faleceu?

3. Como se chamou sua esposa?

4. Quais são os principais livros espíritas de sua autoria?

5. Em que consistiu o chamado método kardequiano?


Texto para leitura


1. Na cidade de Lyon (França), na Rua Sala 76, nasceu a 3 de outubro de 1804 aquele que se celebrizaria sob o pseudônimo Allan Kardec, de tradicional família francesa de magistrados e professores, filho de Jean Baptiste Antoine Rivail e Jeanne Louise Duhamel. Batizado pelo padre Barthe a 15-6-1805, recebeu o nome de Hippolyte Léon Denizard Rivail.

2. Em Lyon fez ele seus primeiros estudos, seguindo depois para Yverdon (Suíça), a fim de estudar com o célebre professor Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827), pedagogo suíço que fundou diversas escolas. O instituto de Yverdon era um dos mais famosos e respeitados na Europa, reputado mesmo como Escola-modelo, por onde passaram vultos eminentes do Velho Continente.

3. Desde cedo, Hippolyte tornou-se um dos mais eminentes discípulos de Pestalozzi. Na "Revista Espírita" de maio de 1869 diz-se que, dotado de notável inteligência e atraído por sua vocação, desde os 14 anos o jovem lionês ensinava aos colegas menos adiantados tudo o que aprendia.

4. Concluídos os estudos em Yverdon, ele se radicou em Paris, onde se tornaria conceituado mestre não só de Letras, como de Ciências, distinguindo-se como notável pedagogo, autor de obras didáticas e divulgador do método de Pestalozzi.

5. Encontrando-se no mundo literário de Paris com a professora Amélie Gabrielle Boudet, também autora de livros didáticos, o professor Hippolyte contrai com ela matrimônio, conquistando preciosa colaboradora para sua futura atuação missionária. Como pedagogo, no primeiro período de sua vida, publicou numerosos livros didáticos e apresentou planos e métodos referentes à reforma do ensino francês. Entre as obras publicadas destacam-se: Curso Teórico e Prático de Aritmética, Gramática Francesa Clássica, Catecismo Gramatical da Língua Francesa, além de programas para os cursos ordinários de Física, Química, Astronomia e Fisiologia.


As obras espíritas da lavra de Kardec


6. Em 1854, o professou ouviu falar pela primeira vez nas mesas girantes, através de seu amigo Fortier, estudioso do Magnetismo. A princípio, revelou-se cético a respeito dos fenômenos, embora se dedicasse desde muito ao estudo do Magnetismo. No ano seguinte, ele pôde assistir pela primeira vez aos propalados fenômenos; corria o mês de maio de 1855. A partir de então passa a dedicar-se ao assunto, recebendo provas numerosas de que as manifestações eram produzidas pelos Espíritos de pessoas que haviam deixado a Terra.

7. Recebendo logo depois das mãos dos senhores Carlotti, René Taillandier, Tiedeman-Manthese, Sardou, pai e filho, e Didier, editor, cinqüenta cadernos contendo comunicações diversas, o professor se dedicou à desafiadora tarefa de organizar ditos cadernos, resultando daí a codificação do Espiritismo e a elaboração de um conjunto de obras fundamentadas nos ensinamentos fornecidos pelos Espíritos, sendo a primeira delas "O Livro dos Espíritos", publicada em 18 de abril de 1857 e considerada como o marco inicial da codificação, embora o formato definitivo desse livro saísse apenas três anos depois, em março de 1860.

8. Explicando a sua convicção, Kardec sustenta que sua crença apóia-se no raciocínio e em fatos. E' do seu feitio examinar, antes de negar ou afirmar, a priori, qualquer tema. Foi, portanto, como racionalista estudioso, emancipado de qualquer misticismo, que ele se pôs a examinar os fenômenos relacionados com as mesas girantes.

9. Em 1o de janeiro de 1858 lançou o primeiro número da "Revista Espírita", e em 1o de abril do mesmo ano fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Em 1861 publicou a primeira edição de "O Livro dos Médiuns", a que se seguiram "O Evangelho segundo o Espiritismo" (1864), "O Céu e o Inferno" (1865) e "A Gênese" (1868), que são, juntamente com "O Livro dos Espíritos", suas principais obras.

10. A primeira revelação de sua missão ele a recebeu em 30-4-1856, através da jovem médium Srta. Japhet, o que foi confirmado em 12-6-1856 através da Srta. Aline e em 12-4-1860 através do Sr. Crozet. Na "Revista Espírita" de maio de 1869, publicada após sua desencarnação, ocorrida em 31 de março de 1869, Kardec é definido como trabalhador infatigável, "sempre o primeiro e o último a postos".


O método kardequiano


11. Kardec, cognominado por Camille Flammarion "o bom senso encarnado", adotou, em seu trabalho, o método intuitivo-racionalista, que aprendera com Pestalozzi, considerando todavia o valor da análise experimental. Sob tais diretrizes, cultiva o espírito natural da observação, apregoando o uso do raciocínio na descoberta da verdade. Desestimula, porém, a atitude mecânica, para que o aprendiz procure sempre a razão e a finalidade de tudo. Kardec sustenta que devemos partir do simples para o complexo, do particular para o geral. Recomenda a utilização de uma memória racional, fazendo o uso da razão, para reter as idéias, de modo a evitar o processo de repetição mecânica das palavras. Procura despertar no estudo a curiosidade do observador, de modo a avivar sua atenção e percepção.

12. O lastro contido no ensino basilar é sempre intuitivo, que ele considera "como o fundamento geral dos nossos conhecimentos e o meio mais adequado para desenvolver as forças do espírito humano, da maneira mais natural". Entendia Kardec que "todo bom método devia partir do conhecimento dos fatos adquiridos pela observação, pela experiência e pela analogia, para daí se extraírem, por indução, os resultados e se chegar a enunciados gerais que pudessem servir de base de raciocínio, dispondo-se esses materiais com ordem, sem lacuna, harmoniosamente".

13. Diz J. Herculano Pires que o método adotado por Kardec na codificação da Doutrina Espírita transformou-se no método da própria doutrina e tem, na sua própria simplicidade, a garantia da sua eficiência. Podemos -- de acordo com Herculano Pires -- resumi-lo assim:

I - Escolha de colaboradores mediúnicos insuspeitos, tanto do ponto de vista moral, quanto da pureza das faculdades e da assistência espiritual.

II - Análise rigorosa das comunicações, do ponto de vista lógico, bem como do seu confronto com as verdades científicas demonstradas, pondo-se de lado tudo aquilo que não possa ser logicamente justificado.

III - Controle dos Espíritos comunicantes, através da coerência de suas comunicações e do teor de sua linguagem.

IV - Consenso universal, ou seja, concordância das várias comunicações, dadas por médiuns diferentes, ao mesmo tempo e em vários lugares, sobre o mesmo assunto.


Respostas às questões propostas


1. Qual foi o nome de batismo do Codificador do Espiritismo? R.: Batizado pelo padre Barthe a 15-6-1805, ele recebeu o nome de Hippolyte Léon Denizard Rivail.

2. Em que data e cidade ele nasceu e quando faleceu? R.: Kardec nasceu em 3 de outubro de 1804 na cidade de Lyon, França, e faleceu em Paris em 31 de março de 1869.

3. Como se chamou sua esposa? R.: Amélie Gabrielle Boudet.

4. Quais são os principais livros espíritas de sua autoria? R.: O primeiro a sair foi "O Livro dos Espíritos", publicado em 18 de abril de 1857 e considerado o marco inicial da codificação, embora o formato definitivo desse livro saísse apenas três anos depois, em março de 1860. Seguiram-se "O Livro dos Médiuns" (1861), "O Evangelho segundo o Espiritismo" (1864), "O Céu e o Inferno" (1865) e "A Gênese" (1868), que formam com "O Livro dos Espíritos" o chamado Pentateuco Kardequiano. Não podemos esquecer, porém, duas obras introdutórias importantíssimas: "Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas" (1858) e "O que é o Espiritismo" (1859), além de "Viagem Espírita em 1862" e "Obras Póstumas", este último publicado depois de sua desencarnação.

5. Em que consistiu o chamado método kardequiano? R.: De acordo com o professor J. Herculano Pires, o método utilizado por Kardec na codificação do Espiritismo foi composto de quatro pontos: I. Escolha de colaboradores mediúnicos insuspeitos, tanto do ponto de vista moral, quanto da pureza das faculdades e da assistência espiritual. II. Análise rigorosa das comunicações, do ponto de vista lógico, bem como do seu confronto com as verdades científicas demonstradas, pondo-se de lado tudo aquilo que não possa ser logicamente justificado. III. Controle dos Espíritos comunicantes, através da coerência de suas comunicações e do teor de sua linguagem. IV. Consenso universal, ou seja, concordância das várias comunicações, dadas por médiuns diferentes, ao mesmo tempo e em vários lugares, sobre o mesmo assunto.


Bibliografia:


Sobre o assunto, deve-se ler o texto "Introdução ao Livro dos Espíritos", de J. Herculano Pires, que abre a edição de "O Livro dos Espíritos" que ele traduziu e a LAKE publicou em comemoração do trigésimo aniversário da editora.

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