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sábado, 15 de agosto de 2015

COEM II - Sociedade Espírita Obreiros do Bem -UNIDADE TEÓRICA 07-2

COEM II - Sociedade Espírita Obreiros do Bem
COEM II- SEOB

UNIDADE TEÓRICA 07-2

INFLUÊNCIA MORAL DO MÉDIUM:

INCONVENIENTES DA MEDIUNIDADE

5. Preconceito e Realidade: Após muitos anos recebendo os mais variados ataques, que vão da fraude às manifestações demoníacas, surgem novos opositores que não discutem quanto à existência do fenômeno mediúnico espírita, achando, no entanto, que a prática da mediunidade é suscetível de levar para caminhos perigosos aqueles que a ela se dedicam. Não se pode negar que o Espiritismo, na sua parte prática mediúnica, realmente ofereça peri2os aos imprudentes que, sem o estudo e preparo, sem método nem proteção eficaz, se lançam a aventuras experimentais por passatempo ou frívola diversão, atraindo para si elementos inferiores do mundo invisível, cuja influência maléfica sofrem.

Estes perigos, no entanto são por demais exagerados pelos detratores, interessados em alcançar os seus fins, ou seja, desestimular a aproximação do homem, de uma fonte capaz de lhe matar a sede de conhecimento acerca do seu destino futuro.

Em todos as coisas que se façam ou se experimentem, é preciso que se tenha precaução. Ninguém, por exemplo, sem Ter conhecimento, pelo menos rudimentar, de quimica, entraria em um laboratório e se poria a manipular substâncias desconhecidas, a não ser que quisesse colocar em risco sua segurança e sua saúde.

Nada existe, no mundo, que não possa, conforme o uso que lhe dê, ser considerado bom ou mau. É injustificável, porém, ressaltar os possíveis perigos da mediunidade sem lhe assinalar o extraordinário papel da comprovação da imortalidade, ponto que, sozinho, é suficiente para anular a angústia natural do homem, transmitindo-lhe a esperança da continuidade da vida após a sepultura.

No inkio do movimento Espírita, os observadores superficiais, contatando o grande número de pessoas desequilibradas, levaram a questão de a mediunidade ser um estado patológico, ou seja, de doença da mente do médium. A faculdade mediúnica é um estado às vezes anormal, mas não, patológico. Há médiuns de saúde vi2orosa. Os doentes o são por outros motivos. (A. K. 2~ parte, cap. )(VIll).

Acredita-se, também, que o exercício prolongado da faculdade mediúnica produza alguma fadiga sobre o médium e isto possa ser motivo de contra-indicar o seu uso. Nota-se, porém, que o uso de qualquer faculdade por tempo prolongado causa o cansaço e a fadiga. Esta, porém, será do corpo, dos órgãos do instrumento intermediário e nunca do espírito, que se fortalecerá, até, de acordo com a natureza de trabalho que efetue.

2. Precauções - conhecimento e aperfeiçoamento moral: As dificuldades experimentais estão na razão direta do desconhecimento das leis psíQuicas que regem os fenômenos, desconhecimento este que mergulha o homem na ignorância ou o estimula para a criação de crendices e absurdos, aos quais procura se agarrar. Em tais condições, pode acontecer que a experimentação espírita reserve numerosas ciladas, muito mais, entretanto, aos médiuns que aos observadores. O médium é um ser sensível, impressionável: tem necessidade de sentir-se envolto numa atmosfera de calma, de paz e benevolência, que só a presença dos Espíritos adiantados pode criar.”

Todos o cuidado que tomamos, visando ao conhecimento e ao aperfeiçoamento moral pela prática das virtudes cristãs, será o cumprimento tão somente dos nossos deveres perante a mediunidade. Segundo a lei da sintonia vibratória, que condiciona o enlace psíquico entre duas criaturas, criando a simpatia ou a antipatia, estamos constantemente rodeados de entidades, atraídas pelo nosso hálito mental.

Assim, aos maus se ligarão os maus, aos bons, os bons. As almas elevadas sabem, mediante seus conselhos, preservar-nos dos abusos, dos perigos, e guiar-nos pelo caminho da sabedoria; mas sua proteção será ineficaz, se por nossa parte não fizermos esforços para nos melhorarmos. E preciso do homem desenvolver suas forças, edificar ele próprio sua inteligência e sua consciência. É preciso Que saibamos atingir um estado moral que nos ponha ao abrigo d toda agressão das individualidades inferiores. Assim, pois, não é necessário, apenas, que os mentores nos queiram defender; antes de mais nada, é preciso que nós saibamos nos conservar em permanente elevação de propósitos, pensamentos, idéias e ações.

3. Mediunidade e loucura: Poderia a mediunidade produzir loucura? Não mais do que qualquer outra coisa, quando a fraqueza do cérebro não oferecer predisposição para isso. A mediunidade não produzirá a loucura, se está iá não existir em germe, mas, se o seu princípio já existe, o que facilmente se conhece pelas condições psíquicas e mentais da pessoa, o bom senso nos diz que devemos ter todos os cuidados necessários, pois nesse caso, qualquer abalo será prejudicial . (A. K.  L.M. 2 parte, cap. XVIII).

“Deve-se assim, afastar da prática mediúnica, por todos os meios possíveis, as pessoas que apresentam os menores sinais de excentricidade nas idéias ou de enfraquecimento das faculdades mentais, porque são evidentemente predispostas àloucura, que qualquer motivo de superexcitação pode desenvolver.”

Nem todos os que apresentam sintomas de desequilíbrio psíquico devem ser encarados como médiuns em potencial mas, ao contrário, como pessoas pressionáveis e fracas, a fim de evitar conseqüências desagradáveis.

Sempre, pois, que houver suspeita de desequilíbrio, é importante agir com cautela, procurando o auxílio conveniente, tanto no campo clínico como no espiritual. Aqui, o encaminhamento se fará segundo as necessidades, para a educação mediúnica ou para outro trabalho que ofereça apoio ao paciente.

Será inconveniente desenvolver a faculdade mediúnica nas crianças ?

Certamente. E sustento que é muito perigoso. Porque esses organismos frágeis e delicados seriam muito abalados e sua imaginação infantil, superexcitada. Assim, os pais prudentes as afastarão dessas idéias ou pelo menos lhes falarão no tocante às conseqüências morais. (A. K.  L. M.  2o. parte cap. XVIII).

PERDA E SUSPENSÃO DA FACULDADE

1. Mediunidade e trabalho: A faculdade mediúnica, como já dissemos, não éprivilégio de quem a possui e, ainda mais, é uma faculdade inerente ao ser humano. Todos a possuem, em diversos graus. Tanto isso é verdade que todos, mesmo aqueles que não tem pendor para o Espiritismo, a têm e exercitam na mais das vezes sem o saber.

Lembremo-nos de que não devem os médiuns se considerar melhores que outras pessoas; nem tão pouco a mediunidade deve ser o motivo de vaidade e orgulho, pois tem ela o sentido de tarefa, de serviço de missão a ser cumprida com alegria e desinteresse.

Mas há médiuns que só empregam sua faculdade de má vontade. São médiuns imperfeitos. Não sabem o valor da função que lhes foi concedida. Se é uma missão por quem não se apresenta como privilégio dos homens de bem, sendo dada a pessoas que não merecem nenhuma consideração e que podem abusar dela ?

Precisamente porque tais pessoas necessitam dela para se aperfeiçoar e para que tenham a possibilidade de receber bons ensinamentos. Se não aproveitarem, sofrerão as conseqüências. Jesus não falava de preferência aos pecadores, dizendo que é preciso dar aos que não têm? (A. K.- L.M.  2 O parte. Cap. )(Vll, itens 220 e seguintes).

Como vemos, ela pode ser considerada como verdadeiro instrumento de redenção da criatura humana. Ao usá-la dignamente e com correção. tem o médium oportunidade de exercitar as virtudes cristãs, como a humildade, o perdão, o amor e a caridade. Sendo uma faculdade como as outras, pode sofrer interrupções, ser suspensa temporariamente ou não mais funcionar.

2. Suspensão da mediunidade  Causas: A que causas devemos atribuir esta perda ou suspensão da faculdade mediúnica?

2.10 Advertência:

Ocorre quando Espíritos que sempre se comunicam por um médium deixam se o fazer. Isto tem um significado muito importante. Quer dizer que eles desejam provar ao médium e a todos, que eles, os Espíritos, são indispensáveis para que haja a comunicação e que. sem o seu concurso simpático. nada se obterá. No mais das vezes, tal atitude se prende à forma pela qual o médium vem se conduzindo, deixando a desejar sob o ponto de vista moral e doutrinário. Esse Dom de Deus não éconcedido ao médium para o seu prazer e, menos ainda, para servir as suas ambições, mas para servir ao seu progresso e para dar a conhecer a verdade aos homens. Se o Espírito vê que o médium não corresponde mais aos seus propósitos, nem aproveita as instruções e os conselhos que lhe dá, afasta-se e vai procurar um instrumento mais digno. (ldem). Geralmente esta suspensão ocorre por algum tempo e, cessada a causa que a produziu, a faculdade volta a funcionar.

Poder-se-ia perguntar se, quando os bons Espíritos se afastam por acharem que um médium não está agindo corretamente, isto não é falta de caridade. Não. Na verdade, eles começam sempre por advertir os médiuns através de ensinos que nem sempre são aplicados a si mesmo, pelo instrumento, nem entendidos como a ele dirigidos e, sim, são endereçados pelo médium vaidoso a pessoas de seu círculo de relações. São várias as tentativas que os Espíritos fazem no sentido de evitar que o médium caia, mas, desde que o mesmo se torne rebelde às advertências quanto a disciplina, estudo, cometimento, preparo doutrinário e vida cristã, eles se afastam e deixam-no entregue às conseqüências de seus atos, sem contudo deixarem de se interessar por sua sorte.. Velam a distancia, e ainda aqui continuam a amparar o decaído, esperando a primeira oportunidade de reabilitação para o incentivarem a aproveitá-la. Fazem o papel de pai que, diante do filho teimoso, que continua agindo no erro, apesar dos conselhos e explicações, deixa que ele sofra as conseqüências, p~ aprender.

2.2. Benevolência: Quando o médium deixa de distinguir os Espíritos com os quais deva desempenhar trabalhos especiais; quando as suas forças estão esgotadas e seu poder de defesa fica reduzido, podendo ser presa fácil nas mãos dos obsessores, sua faculdade é suspensa, temporariamente, até que volte ao seu estado normal e possa exercitar a mediunidade com eficiência.

“Os Espíritos Mentores propriamente, não abandonam o médium que tem sua faculdade suspensa. Mas ocorre com ele o que acontece com alguém que momentaneamente perca o sentido da visão ou da audição. Deixa de perceber visualmente o que ocorre em derredor, mas nem por isso seus familiares o abandonam.

2.3. Teste ou avaliação: Outras vezes, apesar de o médium se conduzir com acerto, Ter merecimento moral e não necessitar de um descanso, vê suas possibilidades mediúnicas diminuírem. Com que fim ocorre isso ? Serve para experimentar-lhe a paciência e avaliar sua perseverança. É por isto que os Espíritos geralmente não marcam o fim da suspensão, pois querem ver se o médium desanima. Muitas vezes também é para lhe deixar tempo para meditar dobre as instruções que lhe deram. E por essa meditação que reconhecemos os espíritas verdadeiramente sérios. Não podemos considerar assim os que, na verdade, são simples amadores de comunicações (Idem,ldem). Vê-se, por esta resposta, que a finalidade da comunicação é a de instruir as criaturas humanas a respeito de como se devem comportar na vida, a fim de evitar os seus perca1ços e deles saber tirar o bom resultado quando são inevitáveis.
Meditar significa ler com atenção. procurando atender ao verdadeiro significado do que se lê. avaliar com insistência o que se aprendeu e buscar aplicar o aorendizado até que ele se faca espontaneamente em nossa visa.

3. Perda da mediunidade: No caso de perda definitiva da faculdade mediúnica, isto jamais se deve ao fato de o médium Ter encerrado a sua missão, como se costuma dizer: Toda missão encerrada com sucesso é prenúncio de nova tarefa, que logo se lhe segue, e assim sucessivamente; logo, o que ocorre é que a suspensão tem outros motivos, quase sempre de natureza abusiva da mediunidade ou de doença irrecuperável do médium.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os bons Espíritos poderão utilizar-se de médiuns imperfeitos, quando não disponham ao seu alcance, de médium bom, mas o fazem com limitações.

Cabe ao dirigente de sessões mediúnicas ter habilidade e condições doutrinárias suficientes para discernir as comunicações autênticas das falsas e, diante das opiniões novas, buscar a evidência, para não aceitar ensinamentos suspeitos ou oriundos de médiuns desequilibrados moralmente. É preciso sempre lembrar Erasto, em O Livro dos Médiuns  Cap. XX: Melhor é repelir dez verdades do que admitir uma única falsidade, uma só teoria errônea. Os médiuns devem empregar os seus esforços na melhoria íntima crescente, através da prática das virtudes cristãs, a fim de que a tarefa da mediunidade seja a mola propulsora se seu progresso espiritual.

ROTEIROS:

INFLUÊNCIA MORAL DO MÉDIUM:

Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, 2. Parte, cap. XX

RISCOS DA MEDIUNIDADE

AlIan Kardec, O Livro dos Médiuns, caps. XXVII e XXVIII
Léon Denis, No Invisível, cap. XXIV

RISCOS E INCONVENIENTES DA MEDIUNIDADE

Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, 2 parte, cap. XVIII

Leon Denis, No Invisível, 2 parte, cap. XXII

Adolfo Bezerra de Menezes, A Loucura Sob Novo Prisma

PERDA E SUSPENSÃO DA FACULDADE

Ailan Kardec, O Livro dos Médiuns, 20 parte, cap. )(Vll, itens 200 e seguintes.

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