O CÉU E O INFERNO - 022
2ª Parte Exemplos - Cap. I - O passamento
1. Existem duas situações em que uma pessoa
que desencarna depois de uma longa moléstia pode se encontrar após a morte
do corpo. Quais são e o que acontece com a doença que ocasionou a morte?
2. Em casos de morte violenta, como se dá
este desenlace?
3. Como podemos preventivamente estar
preparados para uma morte violenta?
4. Crer na vida espiritual após a morte do
corpo físico é suficiente para ter um desenlace tranquilo e rápido?
5. O Espiritismo pode nos auxiliar muito
nestas transições. De que maneira isto acontece?
Conclusão:
1. Também na hipótese de moléstia prolongada
a situação do espírito após a desencarnação será definida pelo grau de
desmaterialização que tenha alcançado. Quanto mais desmaterializado for o
espírito, mais frágeis são os laços fluídicos que o prendem ao corpo,
rompendo-se com mais suavidade e mais rapidamente. A compreensão do fenômeno da
morte e a confiança na vida futura faz o espírito menos apegado à matéria
encarar a desencarnação como uma redenção e as conseqüências dela advindas como
um prova necessária à sua evolução. O espírito que nada vê além da vida
material, ou seja, que está a ela ainda fortemente apegado, ao contrário,
resiste com todas as forças ao abandono do corpo, podendo esta circunstância
perdurar dias, semana ou meses.
Com relação à enfermidade que se abateu
sobre seu corpo, extingue-se com a morte. Porém, para o espírito ainda
fortemente materializado, as conseqüências perduram enquanto os laços fluídicos
que o unem ao corpo não forem desfeitos, fazendo-o ressentir-se e sofrer com as
impressões que guarda da enfermidade.
2. Nos casos de morte violenta, o desprendimento
apenas começa após a sua ocorrência, demorando mais a completar-se do que nas
desencarnações que se seguem a prolongada enfermidade. Nestas situações, a
desagregação do organismo físico dá início à separação do espírito ainda
durante a vida física. Na morte violenta, porém, a vida orgânica é colhida
ainda em plena vitalidade, de improviso, deixando o espírito aturdido e
acreditando-se ainda vivo, estado que se prolonga até que compreenda a nova
situação.
3. A maneira de o espírito se preparar para
uma eventual circunstância desta natureza é procurar desenvolver seus
conhecimentos a respeito da vida espiritual e buscar progredir moralmente. Para
o espírito que já conseguiu algum progresso no tocante a estas questões, um
desprendimento antecipado como que se desenvolve em seu pensamento, abreviando
o período que levará para se concretizar o desenlace, mesmo se considerando a
morte violenta.
4. O conhecimento da vida espiritual após a
morte do corpo físico, como dissemos, facilita ao espírito ter um desenlace
mais rápido e tranqüilo. Porém, não é o suficiente. É imprescindível que cada
um trabalhe pela sua reforma moral, reprimindo suas más tendências, dominando
suas paixões e abdicando das vantagens imediatas proporcionadas pela matéria em
prol do futuro. Não basta, portanto, a crença na vida espiritual. É preciso
identificar-se com ela, dirigir-lhe nossas aspirações e priorizá-la, em vez de
darmos preferência à vida terrena.
5. Pelos conhecimentos que fornece, o
Espiritismo é um poderoso instrumento de auxílio no momento em que se dá a
transição de um plano de vida para outro. O Espiritismo inspira-nos a fé
racional, inabalável e é prática de sentimentos nobres, principalmente o de
caridade; demonstra a nossa natureza espiritual, colocando-nos como espíritos
imortais em evolução para a perfeição possível; faz-nos compreender a
necessidade de nos melhorarmos, única maneira que nos levará à felicidade
definitiva; dá-nos os meios de auxiliar o desprendimento de outros espíritos,
abreviando-lhes a perturbação; demonstra-nos a eficácia da prece, como
instrumento de magnetização espiritual; possibilita o esclarecimento a outros
espíritos, pela comunicação mediúnica, fazendo-os compreender mais rapidamente
sua nova situação e, aos sofredores, incute-lhes o arrependimento como meio de
abreviar seus sofrimentos.
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