14/6 recordação das existências
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O LIVRO DOS ESPÍRITOS
(QUESTÕES 304 A 319) - RECORDAÇÃO DA
EXISTÊNCIA CORPÓREA
304 Um espírito pode lembrar-se das muitas
existências que teve na Terra.
305 A lembrança de existências anteriores
não ocorre logo após a morte, vem-lhe pouco a pouco e à medida que nela se
fixa.
306 A lembrança não é pormenorizada, mas de
conformidade com as conseqüências que delas resultaram na situação atual.
A Um espírito pode se lembrar dos mais
minuciosos pormenores, não o faz, porém se não tiver utilidade.
B Um espírito mediano já vê e compreende
melhor do que em vida a necessidade do progresso espiritual.
307 Um espírito pode rever o passado pelo
esforço da imaginação ou através de um quadro que se lhe apresente à vista.
308 Um espírito pode recordar-se de todas
as existências passadas, mas não se recorda de modo absoluto de tudo.
309 Um espírito mediano vê o seu corpo como
uma veste imprestável da qual se desembaraça, feliz por estar livre dela.
A Um espírito mediano quase sempre se
conserva indiferente ao espetáculo do seu corpo em decomposição.
310 Alguns espíritos reconhecem depois de
algum tempo, coisas que lhe tenham pertencido, dependendo da sua elevação.
311 Um espírito mediano pode ser atraído
pelos objetos materiais que deixou, para outros a atração são as pessoas.
312 Freqüentemente os espíritos se lembram
dos sofrimentos por que passaram na última existência.
313 Os espíritos inferiores deploram os
prazeres materiais perdidos na Terra, os elevados preferem a felicidade eterna
314 Os espíritos que interromperam
trabalhos relevantes costumam influenciar outros encarnados para ultimá-los.
315 Os espíritos que deixaram trabalhos de
arte ou literatura apreciam suas obras, de outro ponto de vista.
316 Os espíritos se interessam pelos
trabalhos executados na Terra apenas no que promova o progresso dos encarnados.
317 Para espíritos elevados, a pátria é o
Universo, na Terra, a pátria é onde está o maior número das pessoas simpáticas.
318 As idéias dos espíritos sofrem grandes
modificações à medida que eles perdem a influência da matéria.
319 Mesmo tendo vivido a vida espírita
antes da reencarnação, o espírito não se lembra do fato, a lembrança vem aos
poucos.
O OLVIDO TEMPORÁRIO
O esquecimento, nessas existências
fragmentárias, obedecendo às leis superiores que presidem ao destino,
representa a diminuição do estado vibratório do Espírito, em contacto com a
matéria. Esse olvido é necessário, e, afastando-se os benefícios espirituais
que essa questão implica, à luz das concepções científicas, pode esse problema
ser estudado atenciosamente.
Tomando um novo corpo, a alma tem
necessidade de adaptar-se a esse instrumento. Precisa abandonar a bagagem dos
seus vícios, dos seus defeitos, das suas lembranças nocivas, das suas
vicissitudes nos pretéritos tenebrosos. Necessita de nova virgindade; um
instrumento virgem lhe é então fornecido. Os neurônios desse novo cérebro fazem
a função de aparelhos quebradores da luz; o sensório limita as percepções do
Espírito, e, somente assim, pode o ser reconstruir o seu destino. Para que o
homem colha benefícios da sua vida temporária, faz-se mister que assim seja.
Sua consciência é apenas a parte emergente
da sua consciência espiritual; seus sentidos constituem apenas o necessário à
sua evolução no plano terrestre. Daí, a exigüidade das suas percepções visuais
e auditivas, em relação ao número inconcebível de vibrações que o cercam.
LEI DE AÇÃO E REAÇÃO OU LEI DO CARMA
O carma, expressão vulgarizada entre os
hindus, que em sânscrito quer dizer «ação», a rigor, designa «causa e efeito»,
de vez que toda ação ou movimento deriva de causa ou impulsos anteriores. Para
nós expressará a conta de cada um, englobando os créditos e os débitos que, em
particular, nos digam respeito. O carma, expressão vulgarizada entre os hindus,
que em sânscrito quer dizer «ação», a rigor, designa «causa e efeito».
Por isso mesmo, há conta dessa natureza,
não apenas catalogando e definindo individualidades, mas também povos e raças,
estados e instituições. (Ver: Provações coletivas)
Para melhor entender o «carma» ou «conta do
destino criada por nós mesmos», convém lembrar que o Governo da Vida possui
igualmente o seu sistema de contabilidade, a se lhe expressar no mecanismo de
justiça inalienável.
Se no círculo das atividades terrenas
qualquer organização precisa estabelecer um regime de contas para basear as
tarefas que lhe falem à responsabilidade, a Casa de Deus, que é todo o
Universo, não viveria igualmente sem ordem.
A Administração Divina por isso mesmo,
dispõe de sábios departamentos para relacionar, conservar, comandar e
engrandecer a Vida Cósmica, tudo pautando sob a magnanimidade do mais amplo
amor e
Nas sublimadas regiões celestes de cada
orbe entregue à inteligência e à razão, ao trabalho e ao progresso dos filhos
de Deus, fulguram os gênios angélicos, encarregados do rendimento e da beleza,
do aprimoramento e da ascensão da Obra Excelsa, com ministérios apropriados à
concessão de empréstimos e moratórias, créditos especiais e recursos
extraordinários a todos os Espíritos encarnados ou desencarnados, que os
mereçam, em função dos serviços referentes ao Bem Eterno; e, nas regiões
atormentadas, varridas por ciclones de dor regenerativa, temos os poderes
competentes para promover a cobrança e a fiscalização, o reajustamento e a
recuperação de quantos se fazem devedores complicados ante a Divina Justiça,
poderes que têm a função de purificar os caminhos evolutivos e circunscrever as
manifestações do mal.
As religiões na Terra, por esse motivo,
procederam acertadamente, localizando o Céu nas esferas superiores e situando o
Inferno nas zonas inferiores, porquanto,... nas primeiras, encontramos a
crescente glorificação do Universo e, nas segundas, a purgação e a regeneração
indispensáveis à vida, para que a vida se acrisole e se eleve ao fulgor dos
cimos.
Em assuntos da lei de causa e efeito, é
imperioso não olvidar que todos os valores da vida, desde as mais remotas
constelações à mais mínima partícula subatômica, pertencem a Deus, cujos
inabordáveis desígnios podem alterar e renovar, anular ou reconstruir tudo o
que está feito.
Assim, pois, somos simples usufrutuários da
Natureza que consubstancia os tesouros do Senhor, com responsabilidade em todos
os nossos atos, desde que já possuamos algum discernimento.
O Espírito, seja onde for, encarnado ou
desencarnado, na Terra ou noutros mundos, gasta, em verdade, o que lhe não
pertence, recebendo por empréstimos do Eterno Pai os recursos de que se vale
para efetuar a própria sublimação no conhecimento e na virtude.
Patrimônios materiais e riquezas da
inteligência, processos e veículos de manifestação, tempo e forma, afeições e
rótulos honoríficos de qualquer procedência são de propriedade do
Todo-Misericordioso, que no-los concede a título precário, a fim de que
venhamos a utilizá-los no aprimoramento de nós mesmos, marchando nas largas
linhas da experiência, de modo a entrarmos na posse definitiva dos valores
eternos, sintetizados no Amor e na Sabedoria com que, em futuro remoto, Lhe
retrataremos a Glória Soberana.
Desde o elétron aos gigantes astronômicos
da Tela Cósmica, tudo constitui reservas das energias de Deus, que usamos, em
nosso proveito, por permissão dEle, de sorte a promovermos, com firmeza, nossa
própria elevação a Sua Majestade Sublime.
Dessa maneira, é fácil perceber que, após
conquistarmos a coroa da razão, de tudo se nos pedirá contas no momento
oportuno, mesmo porque não há progresso sem justiça na aferição de valores.
Fazemos errada conceituação de vida na
Terra, quando nos achamos sempre dispostos a senhorear indebitamente os
recursos do estágio humano, em terras e casas, títulos e favores, prerrogativas
e afetos, arrastando, por toda a parte, as algemas do mais gritante egoísmo...
No mundo o homem inteligente deve estar
farto de saber que todo conceito de propriedade exclusiva não passa de simples
suposição. Por empréstimo, sim, todos os valores da existência lhe são
adjudicados pela Providência Divina, por determinado tempo, de vez que a morte
funciona como juiz inexorável, transferindo os bens de certas mãos para outras
e marcando com inequívoca exatidão o proveito que cada Espírito extrai das
vantagens e concessões que lhe foram entregues pelos Agentes da Infinita
Bondade. Aí, vemos os princípios de causa e efeito, em toda a força de sua
manifestação, porque, no uso ou no abuso das reservas da vida que representam a
eterna Propriedade de Deus, cada alma cria na própria consciência os créditos e
os débitos que lhe atrairão inelutavelmente as alegrias e as dores, as
facilidades e os obstáculos do caminho. Quanto mais amplitude em nossos
conhecimentos, mais responsabilidade em nossas ações. Através de nossos pensamentos,
palavras e atos, que nos fluem, invariáveis, do coração, gastamos e
transformamos constantemente as energias do Senhor, em nossa viagem evolutiva,
nos setores da experiência, e, do quilate de nossas intenções e aplicações, nos
sentimentos e práticas da marcha, a vida organiza, em nós mesmos, a nossa conta
agradável ou desagradável ante as Leis do Destino.
Informações do Espírito André Luiz,
conforme instruções do Espírito Sânzio.
Tudo de bom ou ruim que você fizer hoje,
algo de força equivalente amanhã irá lhe beneficiar ou prejudicar, seja nesta
ou em outra vida. "A cada um será dado de acordo com suas obras." Não
existe escapatória ou subterfúgios perante as Leis de Deus. Existe, sim, uma
possível abreviação do carma. Através da prática do bem e da caridade, um
espírito pode alterar ou diminuir sua dívida cármica.
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